*O LIVRO
DOS MÉDIUNS Estudo
74 - 190. Médiuns especiais para efeitos intelectuais. Aptidões diversas*
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os
gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o
desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem
encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO XVI
*MÉDIUNS ESPECIAIS*
*190.
Médiuns especiais para efeitos intelectuais. Aptidões diversas*
*Médiuns sonâmbulos:* - os que, em transe sonambúlico, são assistidos pelos
Espíritos
*Ver estudo sobre Médiuns
sonâmbulos.*
Caracteriza os médiuns que em estado de
sonambulismo são assistidos por Espíritos. Pode considerar-se o sonambulismo
uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos
que frequentemente se acham reunidos:
O sonâmbulo age sob a influência do seu
próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e
percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo;
suas ideias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus
conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. O médium, ao contrário,
é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de
si.
Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio
pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se
comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo
que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação.
Muitos sonâmbulos veem perfeitamente os
Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem
confabular com eles e transmitir-nos seus pensamentos. O que dizem, fora do
âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com frequência sugerido por
outros Espíritos.
Allan Kardec relata o exemplo de um rapaz
sonâmbulo, de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução
extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, dava provas de
lucidez extraordinária e de grande perspicácia. Isso, sobretudo, no tratamento
das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis.
Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta
exatidão? “Não basta? lhe disseram? agora é preciso que indiques o remédio”?
“Não posso? respondeu ele? meu anjo doutor não está aqui”. “? A quem chama você
de anjo doutor?” “? O que dita os remédios? Então, não é você que mesmo que vê
os remédios?? Oh, não, pois não estou dizendo que é meu anjo doutor quem os
indica?”
Assim, nesse sonâmbulo, quem via a doença era
seu próprio Espírito, que para isso não precisava de assistência. Mas a
indicação dos remédios era feita por outro Espírito. Não estando presente esse
outro, ele nada podia dizer. Quando só, era apenas sonâmbulo; assistido por
aquele a quem chamava seu anjo doutor, era médium - sonâmbulo.
A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se
radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento
e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido
e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito
seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas
boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo
nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do
seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as
deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por
um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. Aí, sobretudo, é que as
qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos.
E concluímos esse estudo com texto de André
Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade: *“O sonambulismo
puro, quando em mãos desavisadas, pode produzir belos fenômenos, mas é menos
útil na construção espiritual do bem. A psicofonia inconsciente, naqueles que
não possuem méritos morais suficientes à própria defesa, pode levar à
possessão, sempre nociva, e que por isso, apenas se evidencia integral nos
obsessos que se renderam às forças vampirizantes.”*
*Bibliografia:*
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed.
São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XIV - 2ª Parte – itens 172 e 173 e Cap XVI - 2ª
Parte – item 190
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos: edição
especial. Capivari: EME, 1997 - Cap VIII – Item V e VIII
BIGHETTI, Leda Marques – Educação Mediúnica –
Teoria e Prática -1º volume: 1.ed. Ribeirão Preto: BELE, 2005 - pág 204 - 205
*Tereza Cristina D'Alessandro*
Centro
Espírita Batuíra
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto
– SP
https://chat.whatsapp.com/GPSVUkMpUZy1UVCHvdDQOR
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