segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O Livro dos Espíritos Estudo 6 Introdução do Estudo da Doutrina Espírita

*O Livro dos Espíritos Estudo 6*

Allan Kardec

"Contendo os Princípios a Doutrina Espírita sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos, suas relações com os homens, as leis morais, a vida futura e o porvir da Humanidade"

Segundo o ensinamento dos Espíritos Superiores, através de diversos médiuns, recebidos e ordenados por Allan Kardec.

Introdução do Estudo da Doutrina Espírita

A Doutrina e seus contraditores

Definição e Conceitos

Afirmações e Refutações

Doutrina - conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso – político ou científico.

Contraditor - que ou aquele que se opõe, que contesta impugna, faz oposição dizer o contrário do que antes se afirmara.

Estudamos nas páginas passadas (junho e julho 2001) a característica de um tempo onde surgiu a Doutrina Espírita.

Mesmo se apresentando esse momento como propício, constituía-se essa sistematização, na procura, na busca, no estabelecer condições e normas para que o fenômeno ocorresse dentro do controle da razão, com objetivos e conseqüências. Tal proposta constituía-se como algo novo que, se por um lado despertava sincero interesse dos adeptos, por outro, fez ou fazia opositores.

Recorda o Codificador, que toda Ciência, em seus primórdios, convive com essa situação, que, são úteis, necessárias, pois será pela comparação dos fatos, analogia, disparidades, contrários, refutações etc., que pouco a pouco se estabelecerão regras, leis, classificações, princípios: numa palavra, constitui-se a Ciência.

O Espiritismo está a desabrochar. É natural que até ajustar-se , seu estudo, os fatos, suscitem objeções.

Lembra Kardec que os Espíritos o alertaram em relação a elas; não se inquietasse. Pouco a pouco, a unidade da crença se estruturaria.

Diariamente, vê tal predição se realizar. À medida que mais e mais penetra nas causas; que as leis vão explicando, as divergências diminuem, podendo-se dizer que "atualmente" não passam de posições isoladas.

Embora o fenômeno, desde a Antiguidade estivesse no ar, o comum das pessoas, o povo, não participava do conhecimento. O campo do "misterioso" era mantido, explorado em proveito deste ou daquele objetivo, crença ou interesse pessoal.

"Nesse século", esse estado latente, recebe impulso incessante onde os fatos observados atentamente, encadeiam-se formando uma Ciência nova que pouco a pouco irá se equilibrando até ocupar posição oficial.

Nesse item da "Introdução", Allan Kardec se dispõe refletir sobre essas contestações e o faz ressaltando que:

Não tenta convencer a todos

Dirige-se àqueles que de boa fé, sem posições pré-concebidas, desejam estudar as próprias dúvidas, observando, refletindo melhor, tendo mais dados que, facilitem a retomada de opiniões, elaboradas com precipitação ou sem aprofundamento maior.

Qual a principal objeção?

1. Será em relação ao movimento de objetos, especialmente a que se chamou de "mesas girantes" ou "dança das mesas".

A princípio parecia tudo muito simples. Detendo-se na superfície, constituía-se na arte de mover mesas.

A História antiga relata inúmeros casos nas mesmas circunstâncias, ruídos insólitos, golpes, barulhos, movimento de objetos, sem causa ostensiva conhecida. Modernamente observado na América, propaga-se para Europa.

Provoca curiosidade, incredulidade; torna-se moda distração, onde a multiplicidade das experiências sérias virá permitir que não se duvide da realidade, como se compreenda o como, o porque e em que condições se realizaria ou não.

Reflita-se que: deslocamentos e barulhos poderiam ser explicados por causas físicas. Estamos longe de conhecer todos os agentes e propriedades da natureza. A própria eletricidade modificada ou qualquer outro agente físico desconhecido, poderia ser essa causa.

2. E o movimento circular ? Nada tem ele de extraordinário; pertence à Natureza. Todos os astros se movem circularmente. Poderia agir ai, um pequeno reflexo do movimento geral do Universo, onde uma causa desconhecida poderia acidentalmente, produzir em dadas circunstâncias, corrente análoga à que impulsiona os mundos. Mas, há "acidentais" na Criação?

3. Na realidade e, aprofundando, percebe-se que o movimento não era sempre circular. Ora brusco, sem direção qualquer, desordenado, violentamente sacudido, contrariava leis reguladoras da matéria. Movia-se sem que uma força externa impulsionasse (inércia), suspendia-se no espaço e mantenha-se fixo ou deslocava-se, sem qualquer suporte (gravidade).

Poderia agir alguma lei invisível, desconhecida?

Sem dúvida. Não vemos uma descarga elétrica queimar, derrubar, arrancar, lançar árvores, corpos pesados à distância, atraindo ou repelindo-os?

Os golpes, barulhos e pancadas poderiam ainda ser resultado da dilatação ou concentração da madeira, onde causas circunstanciais, acúmulo de energia, poderiam constituir-se como núcleo emissor. A própria eletricidade produz ruídos violentos, bruscos, intensos ou mais brandos.

4. Surge, porém um fato que não corresponde à ação da Natureza – o fenômeno não se produzia constantemente, à vontade do experimentador. Conclui-se então, pela negação deles.
Pergunta-se: Podemos negar um fato, simplesmente porque ele não se repete de modo idêntico, segundo a vontade e exigência do pesquisador?

Os fenômenos da Eletricidade e da Química se processam cada um em seu campo, sob determinadas condições. Sem o estabelecimento delas, nada acontece. Podemos negá-los?

Os chamados cientistas de então, tendo fixado seu ponto de vista ao conhecido, não se abriam às possibilidades. Sujeitavam as explicações ao estabelecido, sem considerar que para fatos novos muito trabalho, observação, perseverança, atenção, será exigida para que se perceba condições orientadoras e propiciadoras.

5. Objetam ainda que, freqüentemente há fraudes visíveis. Mas, pode-se rotular fraude, o efeito de uma ação que não se consegue apreender ? Um homem simples pode tomar como sábio professor de Física, um simples prestidigitador.

Suponhamos, porém que realmente é fraude – como negar conclusivamente o fato, sem provas experimentais, cabais, amplas que caracterizem o "impossível”? A Ciência fecha-se nessa afirmativa?

No próprio exemplo acima há a resposta. Se há hábeis prestidigitadores, que produzem efeitos maravilhosos, não podemos dar-lhes o nome de Físicos, nem se deduzir ou afirmar que a Física (Ciência) se ocupa do sensacional.
Necessário ainda, analisar o caráter das pessoas que lidam com os fatos, bem como o interesse que teriam em enganar.

Só lendo, estudando, observando, se adquire o conhecimento de uma Ciência, o que de modo algum, poderá acontecer em algumas horas, no superficial, no que se ouviu dizer.

O Espiritismo não está detido nas mesas girantes, nos barulhos e pancadas, mas através desse ostensivo, deduziu leis, que despertariam no homem a consciência de que é um ser imortal, onde a existência lhe propicia todos os meios, para que no trabalho pessoal, desenvolva sua perfectibilidade rumo a Perfeição.

Nota: Nossa próxima página (IV) estudará o caráter- síntese que refuta essas objeções todas.

*Bibliografia*

"O Livro dos Espíritos" – Allan Kardec – "Introdução" III

"Dicionário da Língua Portuguesa" – Aurélio pág. 230-174

"Revista Espirita" – Allan Kardec - Agosto 1858

"O que é o Espiritismo" – Allan Kardec

"O Livro dos Médiuns" – Allan Kardec Cap. II


*Leda Marques Bighetti*
Novembro / 2


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