*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 106 – Reflexões sobre a questão 223. itens 19 a 23*
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial dos Espíritos
sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação
com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os
escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
*SEGUNDA PARTE*
*DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS*
*CAPITULO XIX*
*O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS
COMUNICAÇÕES*
*Reflexões sobre a questão 223. itens 19 a 23*
Concluindo a questão 223, itens de 19 a 22, Allan Kardec
teceu considerações sobre a possibilidade de um médium de inteligência reduzida
poder transmitir comunicações de ordem elevada, e os Espíritores Orientadores
afirmaram a possibilidade de ocorrer esse tipo de comunicação pelas mesmas
razões que um médium pode escrever numa língua que não conhece, pois *a mediunidade propriamente dita independe da inteligência, assim
como das qualidades morais.* É natural que, para as comunicações de ordem elevada, o Espírito
prefira o médium que ofereça menos obstáculos materiais, porém, na falta de
melhor instrumento, pode utilizar-se daquele que esteja disponível. Ainda
segundo Kardec, há ainda outra consideração: o idiota frequentemente só é
idiota pela imperfeição dos seus orgãos, pois, em Espírito pode ser mais
adiantado do que se pensa, como comprovara em inúmeras evocações e destacou em
observação registrada em O Livro dos Médiuns e transcrita abaixo:
*Observação:* Este é um fato comprovado pela experiência.
Numerosas vezes evocamos Espíritos de idiotas vivos, que deram provas patentes
de sua identidade, respondendo-nos de maneira muito sensata e até mesmo
superior. Esse estado é uma punição para o Espírito, que sofre com o
constrangimento em que se encontra. Um médium idiota pode oferecer, pois,
algumas vezes, ao Espírito que deseja manifestar-se, maiores recursos do que se
pensa. (Ver Revista Espírita de julho de 1860, artigo sobre Frenologia e
Fisiognomia.)
Allan Kardec também abordou a questão de certos médiuns
terem aptidão para escrever em versos, apesar de serem ignorantes em matéria de
poesia. Os Espíritos explicaram que a poesia é uma linguagem e que os médiuns
podem escrever em versos como podem fazê-lo numa língua que desconhecem e, além
disso, podem ter sido poetas em outra existência e, que, os conhecimentos
adquiridos nunca se perdem para o Espírito, que deve atingir a perfeição em
todas as coisas; assim, o que eles souberam no passado lhes dá, sem que o
percebam, uma facilidade que não possuem no estado habitual.
O mesmo sucede com os médiuns com aptidão especial para desenho e a música que também são forma de expressão do pensamento. Os Espíritos se servem dos instrumentos que lhes oferecem mais facilidades. A expressão do pensamento pela poesia, o desenho ou a música depende algumas vezes da aptidão do médium, outras do Espírito comunicante. Os Espíritos superiores possuem todas as aptidões, os Espíritos inferiores têm conhecimentos limitados.
Concluindo o desdobramento da questão 223, Kardec questionou por que motivo um homem dotado de grande talento numa existência não o possui na seguinte, e os Espíritos explicaram que nem sempre é assim, pois muitas vezes ele aperfeiçoa numa existência o que começou na anterior. Pode acontecer que uma faculdade superior adormeça durante certo tempo para facilitar o desenvolvimento de outra, mas será um germe latente que mais tarde germinará de novo, e do qual sempre haverá alguns sinais ou pelo menos uma vaga intuição.
*Bibliografia:*
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns, 2.ed. São Paulo, FEESP. 1989, Cap.
XIX, q. 223, de 19 a 23
*Tereza Cristina D'Alessandro*
https://chat.whatsapp.com/GPSVUkMpUZy1UVCHvdDQOR
Nenhum comentário:
Postar um comentário