*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 94 – INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE
NA SAÚDE*
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN
KARDEC
Contém
o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de
manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento
da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática
do Espiritismo.
*SEGUNDA
PARTE*
*DAS
MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS*
*CAPITULO
XVIII*
*INCONVENIENTES E PERIGOS DA MEDIUNIDADE*
*INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO DA MEDIUNIDADE NA SAÚDE*
*Muitos prognosticam, alarmados, evidenciando
ignorar a excelência do conteúdo da doutrina espírita que o exercício da
mediunidade gera várias desordens emocionais, comprometendo o equilíbrio
psicológico do homem.*
Allan Kardec, se
antecipando a estas questões, perguntou aos Espíritos na questão 221. 1.
de O Livro dos Médiuns:
—*A faculdade mediúnica é indício de algum
estado patológico ou simplesmente anormal?*
— _Às vezes anormal, mas não patológico. Há médiuns de saúde vigorosa.
Os doentes o são por outros motivos, responderam os Espíritos_.
A mediunidade, como
qualquer outra faculdade orgânica, exige cuidados específicos para um
desempenho eficaz e tranquilo.
Os distúrbios que lhe são atribuídos decorrem dos desequilíbrios emocionais de
seu portador que, espírito imperfeito, reencarna ligado ao passado de
comprometimentos, dos quais derivam seus conflitos, suas perturbações, sua
intranquilidade.
Pessoas nervosas
apresentam-se inquietas, instáveis em qualquer lugar, não em razão do que
fazem, porém, pelo fato de serem enfermas. Atribuir-se, no entanto, à
mediunidade a origem desses distúrbios é dar um perigoso e largo passo na área
da conceituação equivocada.
O homem deseducado apresenta-se perturbado e incorreto onde se encontre. Nada
tem a ver essa conduta com a filosofia, a aptidão e o trabalho a que se
entrega, porquanto o comportamento resulta dos seus hábitos e não do campo onde
se localiza.
O exercício da
mediunidade não traz inconvenientes em si mesmo, excetuando–se os casos de
abusos, porém o médium responsável saberá abster-se da prática mediúnica quando
necessário, pois identificará no próprio estado físico e moral, em
desequilíbrio, as razões que não lhe permitem servir de instrumento ao mundo
espiritual.
Muitas pessoas, ao
acusarem a prática mediúnica de perturbadora, justificam-se alegando que os
médiuns sempre se apresentam com episódios de desequilíbrios, de depressão ou
exaltação, sem complementarem que os mesmos são inerentes à personalidade
humana e não componentes das faculdades psíquicas.
Outrossim,
estabelecem que os médiuns são portadores de personificações arbitrárias,
duplas ou várias, favorecendo as catarses psicanalíticas, considerando-as
personalidades esdrúxulas do inconsciente do próprio médium, a se apresentarem
nas comunicações. Todavia, dá-se exatamente o contrário: são comunicações de
individualidades que retornam ao convívio humano procedentes do mundo
espiritual, demonstrando a sobrevivência à morte, e, fazendo-se identificar de
foram clara, consolando e esclarecendo, e, nos casos das obsessões, trazendo
valiosa contribuição às ciências da mente, interessadas na saúde do homem.
De fato, aparecem
manifestações da personalidade ou anímicas que não são confundidas com as de
natureza mediúnica, decorrentes das fixações que permanecem no inconsciente do
indivíduo.
Certamente, ocorrem,
no médium, estados oscilantes de comportamento psicológico, o que é
perfeitamente compreensível e normal, já que a mediunidade não o libera da sua
condição humana e frágil.
A interação
espírito-matéria, cérebro-mente, sofre influências naturais, inquietantes,
quando se lhe associam, psiquicamente, outras mentes, em particular aquelas que
se encontram em sofrimento, vitimadas pelo ódio, portadoras de rebeldia, de
desequilíbrio.
A tempestade vergasta
a natureza, que logo se recompõe, passada a ação danosa. Também no médium,
cessada a força perturbadora, atuante, desaparecem-lhe os efeitos danosos. Isso
igualmente acontece entre os indivíduos não dotados de mediunidade ostensiva,
em razão dos mecanismos de sintonia psíquica.
O homem, de uma maneira geral, dependendo do tipo de atividade desenvolvida, do
perfil de personalidade e do estado de saúde, em certas circunstâncias pode
desenvolver um quadro clínico de estafa, habitualmente rotulado de “estresse”.
O médium ostensivo, além de estar sujeito, como homem, a todas essas
possibilidades e, por manifestar uma sensibilidade psíquica mais aflorada,
responde prontamente às agressões ambientais e psicológicas do dia-a-dia.
Dependendo da duração e da intensidade da ação desarmonizante, os mais
suscetíveis e influenciáveis, desenvolvem em tempo relativamente curto,
sintomas característicos, considerando os seguintes fatores predisponentes:
- Distúrbios Psíquicos e Orgânicos
- Influências espirituais transitórias ou
obsessivas
Respondem pelos *distúrbios psíquicos* as dificuldades
encontradas na luta pela sobrevivência, gerando reações ansiosas e depressivas;
acrescente-se a isso, os conflitos gerados por relacionamentos insatisfatórios,
os desentendimentos entre familiares, dificuldades profissionais; acresça-se
ainda, as possíveis influências espirituais obsessivas, que desencadeiam
perturbações emotivas, levando o médium a buscar a necessária ajuda médica e
espiritual.
Os *distúrbios orgânicos*, quando provocados
por infecções viróticas e bacterianas e exigem cuidados específicos dos
profissionais da saúde, pois refletem a queda temporária dos mecanismos de
defesas orgânica. Os sintomas encontrados nas enfermidades infecciosas e
caracterizados por febre, calafrios, dores musculares, indisposição e cansaço,
incapacitam o indivíduo para suas atividades normais e, sobretudo para o
exercício mediúnico. Considerando o leque de enfermidades naturais da Terra, o
médium, não sendo alguém em estado de privilégio, pode sofrer ou apresentar os
mais diferentes distúrbios emocionais e/ou orgânicos, daí o bom senso sugerir
que os problemas orgânicos devam ser tratados com os recursos ofertados pela
Medicina, pois quanto mais saudável o trabalhador se sentir, melhor o seu
rendimento na atividade mediúnica.
*Influências espirituais e obsessivas*: Perturbações
transitórias decorrem da absorção de fluidos enfermiços de espíritos sofredores
que, de forma inconsciente, ligam-se a psicosfera do médium desencadeando
sintomas opressivos, através dos quais transfere para seu hospedeiro, a própria
carga de angústia e sofrimentos que vivencia, inclusive, os sintomas da doença
que o vitimou, muito embora se beneficie com a absorção dos fluidos vitais em
processo de troca. Caracteriza-se assim a influência espiritual não obsessiva,
porque acontece na ausência da intenção propositada. Esse fenômeno é denominado
indução espiritual.
Nas obsessões espirituais, propriamente ditas, os mecanismos indutores são mais
sofisticados por serem intencionais e executados com técnicas altamente
aprimoradas. O envolvimento obsessivo pode se instalar sorrateira mente,
evoluindo aos poucos, sem que a vítima se aperceba, ou ao contrário, surgir de
forma abrupta, comprometendo, quer as faculdades mentais, quer algumas das
funções desempenhadas pelo organismo físico. Naturalmente para que a obsessão
se instale é necessária a existência de fatores predisponentes, facilitadores
do desencadeamento do processo. A mediunidade pode, nestes casos, funcionar
como canal mais intenso de ligação entre obsessor e obsediado, porém não é a
responsável pelo processo obsessivo, que certamente está sedimentado em
imperfeições morais do médium.
*“Da mesma forma que as doenças são resultado de
imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às influências perniciosas
exteriores, a obsessão é sempre resultado de uma imperfeição moral que expõe a
um mau espírito.*” Allan Kardec “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, Preces pelos obsidiados.
Se ocorrerem desequilíbrios
emocionais ou físicos, estes não serão causados pela prática mediúnica, e para
que haja esse entendimento, é necessário que médiuns e coordenadores de
trabalho, amparados no estudo, utilizem bom senso na condução desses processos.
Haverá momentos em que o médium em desequilíbrio necessitará de acompanhamento
médico e espiritual, com afastamento momentâneo das atividades mediúnicas, a
fim de se restabelecer. Cabe aos coordenadores e também aos médiuns não
subestimarem estas ocorrências com interpretações inadequadas, colocando em
risco, o equilíbrio do próprio trabalho.
O Espiritismo oferece
metodologia segura para a prática mediúnica, com resultados benéficos e
saudáveis para o médium, não causando prejuízos à sua economia moral ou física.
A mediunidade é
ferramenta de progresso para o Espírito que através do estudo e vivência,
estabelece para si um roteiro seguro, tendo em Jesus, o Modelo e Guia.
*Bibliografia:*
KARDEC, Allan - O
Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap. XXI , q. 221. 1 – 4
FRANCO, Divaldo P.,
Pelo Espírito Vianna de Carvalho – Médiuns e Mediunidades: 5.ed. Salvador: LEAL,
1990, cap XI, XII
COSTA, Vitor Ronaldo,
- Mediunidade e Medicina – Vasto Campo de Pesquisas: 1.ed. Matão: O CLARIM,
1996, pg 139-160
*Tereza
Cristina D'Alessandro*
https://chat.whatsapp.com/BBdBqQYDWX063IQsvumtvW
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