quinta-feira, 17 de novembro de 2016

*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 100 – Reflexões sobre a questão 223.1 (continuação II)*

*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 100 – Reflexões sobre a questão 223.1 (continuação II)*

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

*SEGUNDA PARTE*

*DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS*

CAPITULO XIX

O PAPEL DOS MÉDIUNS NAS COMUNICAÇÕES

*Reflexões sobre a questão 223.1 (continuação II)*

             Em nossos estudos sobre Mediunidade (número 8 - O Papel do Médium nas Comunicações (fev/02), percebemos que ao médium cabe o papel de “intérprete” do pensamento do Espírito. Se o médium não compreender o alcance desse pensamento, não o poderá fazer com fidelidade; se compreender o pensamento mas, por falta de simpatia ou outro motivo, não for *
passivo* (isto é, se misturar suas idéias próprias com as do Espírito comunicante), deformará o pensamento comunicado, o que evidencia a grande participação do Espírito do médium na comunicação que ocorre.

O processo de comunicação dá-se somente através da identificação do Espírito com o médium, perispírito a perispírito, cujas propriedades de expansibilidade e sensibilidade, entre outras, permitem a captação do pensamento, das sensações e das emoções, que se transmitem de uma para outra mente através do veículo sutil.

O médium é sempre um instrumento passivo, cuja educação moral e psíquica lhe concede recursos hábeis para um intercâmbio correto. Porém, inúmeros impedimentos se apresentam durante o fenômeno, os quais, somente o exercício prolongado e bem dirigido consegue eliminar. Podemos citar as fixações mentais, os conflitos e os hábitos psicológicos do médium que vertem do inconsciente e, durante o transe, assumem com vigor os controles da faculdade mediúnica, dando origem às ocorrências anímicas.

O problema das interferências do médium na comunicação não passou despercebido a Kardec que ao questionar os Espíritos orientadores da Codificação, deles obteve a confirmação do fato (O Livro dos Médiuns, Cap. XIX O Papel dos Médiuns nas Comunicações, Influência do Espírito do Médium item 223):

Item 223. 2 - As comunicações escritas ou verbais podem ser também do próprio Espírito do médium?

- A alma do médium pode comunicar-se como qualquer outro. Se ela goza de um certo grau de liberdade, recobra, então suas qualidades de Espírito.

Item 223. 2a - Esta explicação não parece confirmar a opinião dos que acreditam que todas as comunicações são do Espírito do médium e não de outro Espírito?

- Eles só estão errados por entenderem que tudo é assim. Porque é certo que o Espírito do médium pode agir por si, mas isso não é razão para que outros Espíritos não possam agir, também, por seu intermédio.

Estudando esse capítulo, observamos que não foi dado nenhum caráter de anormalidade à manifestação do Espírito do próprio médium, chegando mesmo a afirmar que o conteúdo de certas comunicações produzidas por médiuns, sem o concurso dos Espíritos, pode ser superior ao de outras, obtidas com a participação deles, a depender do grau de evolução de uns e de outros. Nem sempre porém, o fato anímico revela qualidades adormecidas ou simples ocorrências do quotidiano da vida atual ou passada do médium. Muitas vezes, o que se projeta são o trauma, as manifestações fóbicas, além de outras expressões de desajuste que aguardam regularização.

Assim, no exercício mediúnico, o animismo se revela sob dois aspectos distintos:

1.   O Espírito do médium se comunicando - animismo clássico pesquisado por Aksakof, Bozzano e outros;

2.   Espírito do médium introduzindo suas ideias nas mensagens de que se faz instrumento.


Estudando o aspecto do Espírito do médium se comunicando - buscamos André Luiz, no livro Nos Domínios da Mediunidade (cap. 22 - Emersão do Passado) quando narra interessante fato ocorrido numa reunião mediúnica, quando uma sensitiva em transe sonambúlico, libera episódio traumático de outra encarnação, como se fosse uma autêntica comunicação mediúnica. Assistia a cena um Espírito desencarnado que funcionava como catalisador a liberar da memória da sensitiva, pelo mecanismo dos reflexos condicionados, os lances ali fixados desde o passado remoto.

O fato relatado reflete uma situação anímica marcada pelo desajuste psicológico, passível, no entanto, de uma solução futura após o esvaziamento daquelas aflições e o retorno à normalidade mediúnica. Com base nessa certeza, André Luiz enfatiza a necessidade de conduzir o atendimento com todo respeito e interesse, procedendo-se ao diálogo esclarecedor da mesma forma como se atendem os Espíritos sofredores nas reuniões de socorro espiritual.

Em nosso próximo estudo abordaremos o aspecto do Espírito do médium introduzindo suas ideias nas mensagens de que se faz instrumento.

*Bibliografia:*

KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns -, 2.ed. São Paulo, FEESP. 1989, Cap. XIX, q. 223, de 1 a 8

NEVES, J.; AZEVEDO, G.; CALAZANS, N.; FERRAZ, J. - Vivência Mediúnica - Projeto Manoel P. de Miranda - 1.ed. Salvador/BA, LEAL. 1994, Cap. 1 - Fenômenos, Cap. 11- Do Anímico ao Mediúnico

NEVES, J.; AZEVEDO, G.; CALAZANS, N.; FERRAZ, J. Qualidade na prática Mediúnica- Projeto Manoel P. de Miranda. 1.ed. Salvador/BA, LEAL, 2000, 1ª Parte, Animismo,

XAVIER, Francisco C. pelo Espírito André Luiz, Nos Domínios da Mediunidade. 14.ed. 1985, FEB, Cap. XXII - Emersão do Passado,

           
Tereza Cristina D'Alessandro
 Março / 2010


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