“O
esclarecimento e o conforto espíritas surgiram precocemente e de forma decisiva
em minha vida”
KATIA FABIANA
FERNANDES
De Londres, Inglaterra
Antonio Cesar Perri de Carvalho (foto),
natural da cidade de Araçatuba (SP), ora radicado em Brasília (DF), conhecido
dirigente espírita, palestrante, escritor e atual diretor da Federação Espírita
Brasileira (FEB), além de Secretário Geral do Conselho Federativo Nacional e
membro da Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional (CEI), é o
nosso entrevistado deste mês.
Confrade bastante respeitado no meio
espírita no Brasil e no exterior, Perri vem cumprindo uma trajetória de muitos
anos no seio, inicialmente, do movimento espírita paulista e depois no cenário
nacional e internacional, como o leitor tem visto pelo trabalho que realiza junto
ao Conselho Espírita Internacional, um dos assuntos que compõem a presente
entrevista.
*
– Qual a sua formação?
Fui Professor Titular da Faculdade
de Odontologia da UNESP de Araçatuba, Doutor em Ciências, Pró-Reitor de
Graduação da UNESP, pesquisador da USP e consultor do INEP/MEC.
– Quando se deu seu primeiro contato
com o Espiritismo?
Foi aos oito anos de idade, em Araçatuba.
– Como isso aconteceu?
Acompanhei minha genitora e depois
meus tios. Uma das razões de minha genitora acelerar sua procura a médiuns
amigos e depois reuniões espíritas foi o fato que eu entrava em transe,
semelhante a casos descritos em “No Mundo Maior”. Os episódios foram passando,
à medida
que eu frequentava as reuniões.
Comecei a ler precocemente O
Livro dos Espíritos, O Evangelho segundo o Espiritismo e obras de
Emmanuel – A Caminho da Luz e O Consolador.
Adolescente, participei da
fundação de instituição beneficente, inicialmente mantida pela família, e, aos
16 anos, fundei uma Mocidade Espírita e comecei a falar em público. Sempre tive
o apoio da família, inclusive da esposa que sempre atua conosco.
– Dos três aspectos do
Espiritismo, qual o atrai mais?
Ao longo de minha trajetória de vida
oscilei, com alguma ênfase, entre os três aspectos, conforme ficou registrado
nos artigos e livros de minha autoria. Atualmente, procuro manter o equilíbrio
entre eles. Aliás, uma das primeiras palestras que fiz em público fora do nosso
ambiente da instituição de origem, e ainda bem jovem, foi respaldada no
conceito de Emmanuel, expresso em “Definição”, no livro O Consolador.
– Existe alguma obra espírita em particular
que pode ser considerada a sua preferida? Por quê?
Interessante que mantenho minhas predileções
marcadas desde os tempos de adolescência: O Livro dos Espíritos, O
Evangelho segundo o Espiritismo e obras de Emmanuel, como as citadas, bem
como seus romances históricos.
– Ao longo dos anos o senhor exerceu
muitos cargos e realizou muitos trabalhos no movimento espírita.
Pode nos falar um pouco sobre essa
trajetória?
Em 1964, fui fundador de Mocidade
Espírita da Instituição “Nosso Lar”, em Araçatuba (SP).
No ano seguinte participei entusiasmado
da I Concentração de Mocidades e Juventudes Espíritas do Brasil (em Marília), e
no mesmo ano (1965) passei a ser o representante da nossa instituição de origem
no Conselho da então União Municipal Espírita de Araçatuba (Órgão da USE-SP).
Participei da fundação e da direção do Centro Espírita “Luz e Fraternidade”
(Araçatuba, 1972). Fui diretor da União Municipal Espírita de Araçatuba e seu
presidente de 1971 a 1986. Neste ano passei a integrar a diretoria da USE (União
das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo), durante quatro anos,
assumindo a presidência em 1990, por três mandatos, concluídos no ano 2000,
fase na qual residia e atuava profissionalmente em São Paulo.
Com a aposentadoria, assumi
compromisso profissional em Brasília e passei a colaborar diretamente na
Federação Espírita Brasileira (FEB) e no Conselho Espírita Internacional (CEI),
embora, como diretor e presidente da USE-SP, já frequentasse as reuniões do
Conselho Federativo Nacional da FEB desde 1986.
– Atualmente o senhor é diretor da
FEB. O que engloba esta função?
Sou diretor da FEB, com
atribuições em algumas áreas de comunicação social e principalmente como
Secretário Geral do Conselho Federativo Nacional da FEB. Também integro a
Comissão Executiva do Conselho Espírita Internacional.~
– O senhor também é autor de alguns
livros. Quais são eles?
São vários, editados
principalmente por “O Clarim” e pela USE-SP, exceção feita ao “Dama da Caridade”
(Ed. Radhu - SP), como “Os Sábios e a Sra. Piper”, “Entre a Matéria e o
Espírito”, “Família e Espiritismo”, “Laços de Família”, “A Família, o Espírito e
o Tempo”, “Chico Xavier – O Homem e a Obra”, “Além da Descoberta – Brasil, 500
Anos”, “Espiritismo e Modernidade”, “Em Louvor à Vida” (em parceria com Divaldo
P. Franco). Há também capítulos em vários outros livros e fui organizador de “Repositório
de Sabedoria” (2 volumes),
de Joanna de Ângelis/Divaldo P.
Franco.
– Como surgiu a idéia de escrevê-los?
Como desde a infância e a
adolescência lia muito, apresentava também facilidade para escrever o que foi potencializado
pela minha vida acadêmica.
Mas a motivação para cada livro surgiu
em função de contextos e ênfases de momentos de minha vida.
– Poderia falar um pouco sobre o
que é o Conselho Espírita Internacional e o trabalho desenvolvido por ele?
O Conselho Espírita Internacional
(CEI) é o organismo resultante da união, em âmbito mundial, das Associações Representativas
dos Movimentos Espíritas Nacionais. Foi fundado em 28 de novembro de 1992, na sede
da Federação Espírita Espanhola, em Madrid, em seguida à realização de
Congresso Nacional de Espiritismo da Espanha, e com o apoio e participação da
FEB. Tem por finalidades promover a união solidária e fraterna das Instituições
Espíritas de todos os países e a unificação do Movimento Espírita mundial;
promover o estudo e a difusão da Doutrina Espírita em seus três aspectos
básicos: científico, filosófico e religioso; promover a prática da caridade
espiritual, moral e material, à luz da Doutrina Espírita.
O CEI promove trienalmente
Congressos Mundiais de Espiritismo, e o 6º ocorrerá neste ano em Valência (Espanha),
de 10 a 12 de outubro. Há uma rotatividade para sedes do evento entre as
Américas e a Europa. Divulga documentos aprovados em Reunião Geral, de
recomendações para o funcionamento de grupos e sociedades espíritas e de
campanhas.
Promove seminários e cursos para preparação
de trabalhadores espíritas com base nos documentos aprovados em suas reuniões.
Edita a Revista Espírita e livros traduzidos para idiomas estrangeiros.
– Atualmente quantos países fazem
parte do CEI?
São trinta e três países membros,
mas há umas 15 instituições de contato em outros países.
– Com a criação do CEI pode-se dizer
que a divulgação do Espiritismo se expandiu pelo mundo?
Sem dúvida, de forma
institucional, criando-se equipes de trabalho, e com ênfase para as obras de
Allan Kardec e as psicografadas por Chico Xavier.
– De que forma a TV CEI vem contribuindo
na divulgação do Espiritismo no mundo?
A TV CEI foi a primeira Web TV espírita
do mundo, sempre com transmissão 24 horas por dia.
Desde o ano passado está no
satélite e sendo transmitida por vários canais a cabo. A aceitação é grande, no
Brasil e em vários países. Vários eventos com transmissão ao vivo são
assistidos até por mais de 40 países, conforme os registros que temos. Há canais
também em outros idiomas.
A TVCEI também produz DVDs que têm
sido extremamente procurados.
– Como nasceu a EDICEI e como vem
sendo feito o trabalho da Editora?
A EDICEI nasceu da necessidade de
dar uma melhor organização às edições do CEI em outros idiomas.
É uma criação recente, mas de grande
expansão e com muito trabalho, pois tem editado em quase dez idiomas.
– A mídia de uma forma geral tem
contribuído muito para que os conceitos espíritas sejam difundidos.
Filmes espíritas sendo
produzidos, novelas já trataram do assunto, o senhor mesmo foi entrevistado no
programa da Ana Maria Braga.
Como avalia todo este processo?
Em função do interesse pelo
pensamento espírita e espiritualista em geral, agora suscitado pelo Centenário de
Chico Xavier, a difusão do Espiritismo está se intensificando. São novelas, vários
filmes, programa “Sagrado”, entrevistas na TV, publicações em revistas e
jornais de grande circulação.
Como resultante do “Projeto
Centenário de Chico Xavier” (da FEB), vivemos um autêntico “Ano do Espiritismo”.
É hora de reflexões, de
adequações e de dinamizações, para que as instituições espíritas estejam
preparadas para receber cada vez mais simpatizantes e interessados pelo
Espiritismo.
– Este ano comemora-se o
Centenário de Chico Xavier. Como este evento será celebrado pela FEB?
Encontra-se em implementação o “Projeto
Centenário de Chico Xavier”, discutido e aprovado pelo Conselho Federativo Nacional
da FEB, que inclui uma maior divulgação junto à mídia; filmagens de “Nosso Lar”
e “E a Vida Continua”, com apoio da FEB; edição de livros comemorativos, pela
FEB e pelo CEI, da psicografia de Chico Xavier e sobre sua vida e obra; edição de
Reformador especial; apoio e parceria para a montagem do “Espaço Cultural Chico
Xavier – UFMG”, na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo; apoio ao Memorial anexo ao
Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo; abertura e encerramento do
evento, respectivamente, em Pedro Leopoldo e em Uberaba; emissão de Selo
Comemorativo e Cartão Postal pelos Correios; emissão de “Medalha Comemorativa” pela
Casa da Moeda do Brasil; estímulo para eventos em todas as Entidades Federativas
Estaduais e a realização do 3º Congresso Espírita Brasileiro, em Brasília, de
16 a 18 de abril, tendo como tema central:
“Chico Xavier: Mediunidade e
Caridade com Jesus e Kardec”.
– Para finalizar, uma pergunta bem
pessoal: O que o Espiritismo é para o senhor? Qual é a importância que ele tem
em sua vida?
O esclarecimento e o conforto espíritas
surgiram precocemente e de forma decisiva em minha vida. Posso dizer que ele é
o farol de minha existência.
O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO
ESPÍRITA
Diretor
Responsável: Hugo Gonçalves - Ano 57 - Nº 674 - Abril de 2010 - PÁGINA
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Que me desculpe o responsável por esta pagina, mas este Antonio Cesar é um espírita sem coração, apoiar o veto de um projeto que prevê apoio em unidades dos SUS a mulheres vitimas de estupro, da licença, mas nestes casos sou a favor. Antonio Cesar, vai a merd......
ResponderExcluirAcho um absurdo também forçar que a mulher engula goela abaixo um filho que foi gerado à força, com uso de violência e muitas vezes passando até doença pra ela. Pobres mulheres, vítimas de algozes que as violentam e depois vítimas de novo, do preconceito e ignorância de quem deveria defende-las e protege-las. Nenhum homem pode julgar o aborto pois jamais passarão por isso e saberão o que é, isso deveria ser um assunto tratado e decidido só por mulheres que é quem sofre na carne o problema (causado por homens!)e são também elas, que arcarão com as conseqüencias, em qualquer hipótese, tendo ou não o filho. Outra coisa: o autor do texto, sendo espírita, deveria pedir a Deus que nenhum ente de sua família passe por isso, mas quem sabe assim ele conseguisse avaliar melhor o que está defendendo. Ou então, que numa futura encarnação nasça mulher e seja violentamente estuprado pra saber o quanto será maravilhoso depois criar o filho do estuprador. Não acho que o aborto deve ser banalizado, mas acho que em caso de estupro ou quando a vida da mulher esteja em risco deve sim ser legalizado.
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