sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O argumento


O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves - Ano 57 - Nº 674 - Abril de 2010 - PÁGINA 2


Ante os amados que te não compreendem, estimarias que todos cressem conforme crês.

Alguns jazem desesperados nas trevas do pessimismo. Outros caem, pouco a pouco, no abismo da negação. Há muitos que te lançam insulto em rosto, como se a tua convicção fosse passo à loucura. E surpreendes, em cada canto, aqueles que te falam pelo diapasão da ironia.

Mergulhas-te, muitas vezes, no oceano revolto das palavras veementes que os opositores, de imediato, não podem admitir; em outras ocasiões, desejas acontecimentos inusitados, que lhes alterem o modo de pensar e de ser.

Entretanto, recordemos o Cristo.

Ninguém, quanto ele, deixou na retaguarda tantas demonstrações de poder celeste. Deu nova estrutura à forma dos elementos. Apaziguou as energias desvairadas da Natureza.

Reaqueceu corpos que a morte imobilizava. Restituiu a visão aos cegos.

Restaurou paralíticos. Limpou feridentos. Curou alienados mentais. Operou maravilhas, somente atribuíveis à ciência divina.

Contudo, não foi pelos deslumbramentos produzidos que se converteu em mentor excelso da Humanidade.

Jesus agiganta-se, na esteira dos séculos, pela força do exemplo.

Anjo — caminhou entre os homens.

Senhor do mundo — não reteve uma pedra para repousar a cabeça.

Sábio — foi simples. Grande — alinhou-se entre os pequenos.

Juiz dos juízes — espalhou a misericórdia.
Caluniado — lançou bênçãos. Traído — não reclamou.

Acusado — humilhou a si mesmo.

Ferido — esqueceu toda ofensa.

Injuriado — silenciou. Crucificado — pediu perdão para os próprios verdugos. Abandonado — voltou para auxiliar.

Ação é voz que fala à razão.

Se aspiras, assim, a convencer os que te rodeiam, quanto à verdade, não olvides que, acima de todos os fenômenos passageiros e discutíveis, o único argumento edificante de que dispões é o de tua própria conduta, no livro da própria vida.


EMMANUEL, que foi o mentor espiritual de Francisco Cândido Xavier e coordenador da obra mediúnica do saudoso médium mineiro, é autor, entre outros livros, de Seara dos Médiuns, do qual foi extraído o texto acima.

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