segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Estudando a série André Luiz


Nosso Lar
André Luiz
(10ª Parte)


MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
De Londrina

Continuamos a apresentar o texto condensado da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares
A. Que atividade desenvolvem no Umbral os Samaritanos?

R.: Samaritanos é o nome de uma caravana socorrista que presta assistência, no Umbral, aos Espíritos em situação de sofrimento, recolhendo para transporte até a Colônia os irmãos em condições de adentrar os portões de Nosso Lar. (Nosso Lar, cap. 33, págs. 183 e 184.)

B. Quem era Silveira e que fato o ligava a André Luiz?

R.: Silveira, que André conhecera na Terra, fora despojado por seu pai de todos os bens.

André lembrava-se perfeitamente do dia em que a mulher de Silveira foi à sua casa  pedir moratória para a dívida do marido.

Silveira estava acamado havia muito tempo e dois filhos encontravam-se doentes.

Apesar da intercessão de sua mãe, o pai de André fora inflexível. Levados à penúria, os Silveiras procuraram recanto humilde do interior e nunca mais se ouviu falar deles.

André pediu-lhe perdão pelos erros que o pai e ele haviam cometido, mas Silveira explicou, com humildade, que a perda das possibilidades materiais fora útil no tocante
ao progresso espiritual de sua família. Com os novos conhecimentos obtidos na colônia espiritual, ele não mais encarava os adversários como inimigos, mas sim como benfeitores. (Nosso Lar, cap. 35, pp. 190 a 194.)

C. Como podemos explicar o sonho que André teve com sua mãe?

R.: Depois de um dia de trabalho estafante, André Luiz adormeceu.

Segundo ele, deu-se então um sonho maravilhoso com sua mãe, no qual esta lhe passou informações e esclarecimentos valiosos. Mas esse sonho fora diferente do habitual, porque André tinha, enquanto conversava com a mãe, perfeita consciência de que havia deixado o veículo inferior – o corpo espiritual – no apartamento. Essa curiosa emancipação espiritual só é explicável pela admissão da existência do corpo mental, o envoltório sutil da mente, descrito por André na primeira parte, cap. II, do livro Evolução em dois mundos. (Nosso Lar, cap. 36, págs. 195 a 199.)

Texto para leitura

70. A caravana socorrista –

A caravana socorrista constituída pelos Samaritanos possuía seis grandes carros, formato diligência, que, precedidos de matilhas de cães alegres e bulhentos, eram conduzidos por animais semelhantes aos muares terrestres.

Bandos de aves de corpo volumoso voavam a curta distância, acima dos carros. Eram chamadas íbis viajores, excelentes auxiliares dos Samaritanos, por devorarem as formas mentais odiosas e perversas emanadas das regiões umbralinas.

Narcisa explicou que no Ministério do Esclarecimento se localizam parques de estudo e experimentação, onde poderiam ser colhidos maiores esclarecimentos sobre os animais existentes em “Nosso Lar”. (Cap. 33, pp. 183 e 184)

71. Aeróbus no Umbral – André Luiz perguntou-lhe por que o aeróbus não era utilizado pela caravana socorrista e Narcisa explicou que o motivo é a densidade da matéria presente no Umbral. “O avião que fende a atmosfera do planeta não pode fazer o mesmo na massa equórea”, comparou a enfermeira. (Cap. 33, pág. 184)

72. O caso da senhora de escravos

– Uma senhora já idosa tentava descer do carro com muita dificuldade.

André a ajudou e ela começou a falar, imaginando que acabava de sair do purgatório graças às missas que mandou fazer antes da morte. Fora proprietária rural e relatou
alguns fatos ocorridos por sua ordem, relativamente ao trato com seus escravos.

Muitos negros morreram no tronco, para servir de exemplo aos demais. Mães cativas eram separadas de seus filhos. A consciência lhe pesava, mas a periódica absolvição concedida por padre Amâncio a acalmava. O padre lhe dizia que os africanos são os piores entes do mundo, nascidos para servir a Deus no cativeiro. Dito isto, ela informou ter desencarnado em maio de 1888, desconsolada ao saber através do padre que a Princesa Isabel havia abolido a escravatura.

Sua passagem pelo Umbral durara, portanto, mais de cinquenta anos. (Cap. 34, pp. 185 a 188)

73. O caso Silveira – Um dos socorristas reconheceu André e o cumprimentou carinhosamente.

Era Silveira, pessoa que André conhecera na Terra e a quem seu pai, como negociante inflexível, despojara um dia de todos os bens. Envergonhado com a situação, André lembrava-se perfeitamente do dia em que a mulher de Silveira foi à sua casa pedir moratória para a dívida do marido. Silveira estava acamado havia muito tempo e dois filhos encontravam-se doentes.

Apesar da intercessão de sua mãe, o pai de André fora inflexível. Levados à penúria, os Silveiras procuraram recanto humilde do interior e nunca mais se ouviu falar deles.

Silveira mostrava-se, porém, simpático e sem rancor e abraçou André, antes de voltar ao trabalho.

André pediu-lhe perdão pelos erros que o pai e ele haviam cometido, mas Silveira explicou, com humildade, que a perda das possibilidades materiais fora útil no tocante ao progresso espiritual de sua família. Com os novos conhecimentos obtidos na colônia espiritual, ele não mais encarava os adversários como inimigos, mas sim como benfeitores. Por fim, ciente do estado em que se encontrava Laerte, disse a André que gostaria de visitá-lo brevemente, juntamente com ele. (Cap. 35, pp. 190 a 194)

74. O sonho – Naquela noite André Luiz já estava integrado no mecanismo dos passes e os aplicava aos necessitados de toda sorte. Todos estavam felizes com o seu progresso.

Laura e Lísias foram então visitá-lo e Clarêncio lhe enviou seus cumprimentos.

Tobias lhe pôs, então, à disposição um apartamento de repouso, ao lado das Câmaras de Retificação e sugeriu-lhe algum descanso. André estava muito feliz e pôde, assim, descansar satisfeito. Ao adormecer, teve a impressão de ser arrebatado em pequenino barco rumando para regiões desconhecidas. Começou então um sonho maravilhoso com sua mãe, no qual esta lhe passou informações e esclarecimentos valiosos.

Tratava-se, no entanto, de um sonho diferente, em que André tinha perfeita consciência de que conversava com a mãe e de que deixara o veículo inferior – o corpo espiritual – no apartamento.

(N.R.: Como pode o Espírito emancipar-se do próprio perispírito, deixando-o no leito?
A explicação se encontra no estudo acerca do corpo mental, o envoltório sutil da mente, que André Luiz desenvolve no livro “Evolução em dois Mundos”, primeira parte, cap. II, pp. 25 e 26.) (Cap. 36, pp. 195 a 199)

75. A preleção de Veneranda –

Autorizado a assistir à preleção de Veneranda, que se realizou após a oração vespertina, André notou que vinte entidades se assentavam em local destacado entre a plateia e a instrutora. Mais de mil pessoas ali se reuniam para ouvir a palestrante.

Narcisa explicou que aqueles irmãos situados em lugar de realce eram os mais adiantados na matéria do dia, autorizados, pois, a interpelar a Ministra. Esse direito fora adquirido por sua aplicação ao assunto, condição que todos podem alcançar, graças a seus esforços. A medida fora implantada pelo Governador nas aulas e palestras de todos os Ministros, para que os trabalhos não se convertessem em desregramento de opiniões pessoais, sem base justa, com grave perda de tempo para o conjunto. Veneranda espalhou, com sua simples presença, enorme alegria em todos.

Seu semblante era de nobre senhora em idade madura, cheia de simplicidade, sem afetação. O tema da preleção foi o pensamento. Lembrou que “Nosso Lar” é cidade espiritual de transição, uma bênção que Deus lhes concedeu por “acréscimo de misericórdia”, para que alguns poucos se preparem à ascensão e para que a maioria volte à Terra em serviços redentores. Quando terminou, uma suave música encheu o recinto de cariciosas melodias. (Cap. 37, pp. 200 a 205)

Frases e apontamentos importantes

CXXXIV. Precisamos compreender o espírito de sequência que rege os quadros evolutivos da vida.

Se atravessamos longa escala de animalidade, é justo que essa animalidade não desapareça de um dia para outro. (Laura, cap. 39, pág. 215)

CXXXV. O problema do perdão, com Jesus, é problema sério.

Não se resolve em conversas. Perdoar verbalmente é questão de palavras; mas aquele que perdoa realmente precisa mover e remover pesados fardos de outras eras, dentro de si mesmo. (Laura, cap. 39, pág. 217)

CXXXVI. É por isso que o entendimento fraterno precede a qualquer trabalho verdadeiramente salvacionista. Toda caridade, para ser divina, precisa apoiar-se na fraternidade. (Laura, cap. 39, pág. 218)

CXXXVII. Quando o Pai nos convoca a determinado lugar, é que lá nos aguarda alguma tarefa. Cada situação, na vida, tem finalidade definida...

Não deixe de observar este princípio em suas visitas aparentemente casuais. Desde que nossos pensamentos visem à prática do bem, não será difícil identificar as sugestões divinas. (Narcisa, cap. 40, pág. 219)

CXXXVIII. Todos nós encontramos no caminho os frutos do bem ou do mal que semeamos. Esta afirmativa não é frase doutrinária, é realidade universal. Bem-aventurados  os devedores em condições de pagar. (Narcisa, cap. 40, pág. 222)

CXXXIX. Quando um país toma a iniciativa da guerra, encabeça a desordem da Casa do Pai, e pagará um preço terrível. (Salústio, cap. 41, pág. 226)

CXL. Se devemos lastimar a criatura em oposição à lei do bem, com mais propriedade devemos lamentar o povo que olvidou a justiça. (André Luiz, cap. 41, pág. 226)

CXLI. A doença é mestra da saúde, o desastre dá ponderação. (...)

Helvécio, Helvécio, esqueçamos o “meu programa” para pensar em “nossos programas”. (Um Espírito, cap. 41, pp. 228 e 229)

CXLII. Irmãos de “Nosso Lar”, não vos entregueis a distúrbios do pensamento ou da palavra. A aflição não constrói, a ansiedade não edifica. Saibamos ser dignos do clarim do Senhor, atendendo-lhe a Vontade Divina no trabalho silencioso, em nossos postos. (Governador, cap. 41, pág. 230)

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves - Ano 57 - Nº 674  - Abril de 2010
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