Nosso
Lar
André
Luiz
(10ª
Parte)
MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
De
Londrina
Continuamos a apresentar o texto
condensado da obra “Nosso Lar”, de André Luiz, psicografada pelo médium
Francisco Cândido Xavier e publicada pela editora da Federação Espírita
Brasileira.
Questões preliminares
A. Que atividade desenvolvem no
Umbral os Samaritanos?
R.: Samaritanos é o nome de uma
caravana socorrista que presta assistência, no Umbral, aos Espíritos em
situação de sofrimento, recolhendo para transporte até a Colônia os irmãos em
condições de adentrar os portões de Nosso Lar. (Nosso Lar, cap. 33,
págs. 183 e 184.)
B. Quem era Silveira e que fato o
ligava a André Luiz?
R.: Silveira, que André conhecera na
Terra, fora despojado por seu pai de todos os bens.
André lembrava-se perfeitamente do
dia em que a mulher de Silveira foi à sua casa pedir moratória para a dívida do marido.
Silveira estava acamado havia muito
tempo e dois filhos encontravam-se doentes.
Apesar da intercessão de sua mãe, o
pai de André fora inflexível. Levados à penúria, os Silveiras procuraram
recanto humilde do interior e nunca mais se ouviu falar deles.
André pediu-lhe perdão pelos erros
que o pai e ele haviam cometido, mas Silveira explicou, com humildade, que a
perda das possibilidades materiais fora útil no tocante
ao progresso espiritual de sua família.
Com os novos conhecimentos obtidos na colônia espiritual, ele não mais encarava
os adversários como inimigos, mas sim como benfeitores. (Nosso Lar, cap. 35,
pp. 190 a 194.)
C. Como podemos explicar o sonho que
André teve com sua mãe?
R.: Depois de um dia de trabalho estafante,
André Luiz adormeceu.
Segundo ele, deu-se então um sonho
maravilhoso com sua mãe, no qual esta lhe passou informações e esclarecimentos
valiosos. Mas esse sonho fora diferente do habitual, porque André tinha,
enquanto conversava com a mãe, perfeita consciência de que havia deixado o veículo
inferior – o corpo espiritual – no apartamento. Essa curiosa emancipação
espiritual só é explicável pela admissão da existência do corpo mental,
o envoltório sutil da mente, descrito por André na primeira parte, cap. II, do
livro Evolução em dois mundos. (Nosso Lar, cap. 36, págs. 195 a 199.)
Texto para leitura
70. A caravana socorrista –
A caravana socorrista constituída
pelos Samaritanos possuía seis grandes carros, formato diligência, que,
precedidos de matilhas de cães alegres e bulhentos, eram conduzidos por animais
semelhantes aos muares terrestres.
Bandos de aves de corpo volumoso voavam
a curta distância, acima dos carros. Eram chamadas íbis viajores, excelentes
auxiliares dos Samaritanos, por devorarem as formas mentais odiosas e perversas
emanadas das regiões umbralinas.
Narcisa explicou que no Ministério do
Esclarecimento se localizam parques de estudo e experimentação, onde poderiam
ser colhidos maiores esclarecimentos sobre os animais existentes em “Nosso Lar”.
(Cap. 33, pp. 183 e 184)
71. Aeróbus no Umbral – André Luiz
perguntou-lhe por que o aeróbus não era utilizado pela caravana socorrista e
Narcisa explicou que o motivo é a densidade da matéria presente no Umbral. “O avião
que fende a atmosfera do planeta não pode fazer o mesmo na massa equórea”,
comparou a enfermeira. (Cap. 33, pág. 184)
72. O caso da senhora de escravos
– Uma senhora já idosa tentava descer
do carro com muita dificuldade.
André a ajudou e ela começou a falar,
imaginando que acabava de sair do purgatório graças às missas que mandou fazer
antes da morte. Fora proprietária rural e relatou
alguns fatos ocorridos por sua ordem,
relativamente ao trato com seus escravos.
Muitos negros morreram no tronco,
para servir de exemplo aos demais. Mães cativas eram separadas de seus filhos.
A consciência lhe pesava, mas a periódica absolvição concedida por padre Amâncio
a acalmava. O padre lhe dizia que os africanos são os piores entes do mundo,
nascidos para servir a Deus no cativeiro. Dito isto, ela informou ter
desencarnado em maio de 1888, desconsolada ao saber através do padre que a
Princesa Isabel havia abolido a escravatura.
Sua passagem pelo Umbral durara, portanto,
mais de cinquenta anos. (Cap. 34, pp. 185 a 188)
73. O caso Silveira – Um dos socorristas
reconheceu André e o cumprimentou carinhosamente.
Era Silveira, pessoa que André
conhecera na Terra e a quem seu pai, como negociante inflexível, despojara um
dia de todos os bens. Envergonhado com a situação, André lembrava-se
perfeitamente do dia em que a mulher de Silveira foi à sua casa pedir moratória
para a dívida do marido. Silveira estava acamado havia muito tempo e dois filhos
encontravam-se doentes.
Apesar da intercessão de sua mãe, o
pai de André fora inflexível. Levados à penúria, os Silveiras procuraram recanto
humilde do interior e nunca mais se ouviu falar deles.
Silveira mostrava-se, porém, simpático
e sem rancor e abraçou André, antes de voltar ao trabalho.
André pediu-lhe perdão pelos erros que
o pai e ele haviam cometido, mas Silveira explicou, com humildade, que a perda
das possibilidades materiais fora útil no tocante ao progresso espiritual de
sua família. Com os novos conhecimentos obtidos na colônia espiritual, ele não
mais encarava os adversários como inimigos, mas sim como benfeitores. Por fim,
ciente do estado em que se encontrava Laerte, disse a André que gostaria de
visitá-lo brevemente, juntamente com ele. (Cap. 35, pp. 190 a 194)
74. O sonho – Naquela noite André
Luiz já estava integrado no mecanismo dos passes e os aplicava aos necessitados
de toda sorte. Todos estavam felizes com o seu progresso.
Laura e Lísias foram então visitá-lo
e Clarêncio lhe enviou seus cumprimentos.
Tobias lhe pôs, então, à disposição um
apartamento de repouso, ao lado das Câmaras de Retificação e sugeriu-lhe algum
descanso. André estava muito feliz e pôde, assim, descansar satisfeito. Ao
adormecer, teve a impressão de ser arrebatado em pequenino barco rumando para
regiões desconhecidas. Começou então um sonho maravilhoso com sua mãe, no qual
esta lhe passou informações e esclarecimentos valiosos.
Tratava-se, no entanto, de um sonho
diferente, em que André tinha perfeita consciência de que conversava com a mãe e
de que deixara o veículo inferior – o corpo espiritual – no apartamento.
(N.R.: Como pode o Espírito
emancipar-se do próprio perispírito, deixando-o no leito?
A explicação se encontra no estudo
acerca do corpo mental, o envoltório sutil da mente, que André Luiz
desenvolve no livro “Evolução em dois Mundos”, primeira parte, cap. II, pp. 25
e 26.) (Cap. 36, pp.
195 a 199)
75. A preleção de Veneranda –
Autorizado a assistir à preleção de Veneranda,
que se realizou após a oração vespertina, André notou que vinte entidades se
assentavam em local destacado entre a plateia e a instrutora. Mais de mil
pessoas ali se reuniam para ouvir a palestrante.
Narcisa explicou que aqueles irmãos situados
em lugar de realce eram os mais adiantados na matéria do dia, autorizados,
pois, a interpelar a Ministra. Esse direito fora adquirido por sua aplicação ao
assunto, condição que todos podem alcançar, graças a seus esforços. A medida
fora implantada pelo Governador nas aulas e palestras de todos os Ministros,
para que os trabalhos não se convertessem em desregramento de opiniões
pessoais, sem base justa, com grave perda de tempo para o conjunto. Veneranda espalhou,
com sua simples presença, enorme alegria em todos.
Seu semblante era de nobre senhora em
idade madura, cheia de simplicidade, sem afetação. O tema da preleção foi o
pensamento. Lembrou que “Nosso Lar” é cidade espiritual de transição, uma
bênção que Deus lhes concedeu por “acréscimo de misericórdia”, para que alguns
poucos se preparem à ascensão e para que a maioria volte à Terra em serviços redentores.
Quando terminou, uma suave música encheu o recinto de cariciosas melodias.
(Cap. 37, pp. 200 a 205)
Frases e apontamentos importantes
CXXXIV. Precisamos compreender o
espírito de sequência que rege os quadros evolutivos da vida.
Se atravessamos longa escala de animalidade,
é justo que essa animalidade não desapareça de um dia para outro. (Laura, cap.
39, pág. 215)
CXXXV. O problema do perdão, com
Jesus, é problema sério.
Não se resolve em conversas. Perdoar verbalmente
é questão de palavras; mas aquele que perdoa realmente precisa mover e remover pesados
fardos de outras eras, dentro de si mesmo. (Laura, cap. 39, pág. 217)
CXXXVI. É por isso que o entendimento
fraterno precede a qualquer trabalho verdadeiramente salvacionista. Toda
caridade, para ser divina, precisa apoiar-se na fraternidade. (Laura, cap. 39, pág.
218)
CXXXVII. Quando o Pai nos convoca a
determinado lugar, é que lá nos aguarda alguma tarefa. Cada situação, na vida,
tem finalidade definida...
Não deixe de observar este princípio
em suas visitas aparentemente casuais. Desde que nossos pensamentos visem à
prática do bem, não será difícil identificar as sugestões divinas. (Narcisa,
cap. 40, pág. 219)
CXXXVIII. Todos nós encontramos no
caminho os frutos do bem ou do mal que semeamos. Esta afirmativa não é frase
doutrinária, é realidade universal. Bem-aventurados os devedores em condições de pagar. (Narcisa,
cap. 40, pág. 222)
CXXXIX. Quando um país toma a iniciativa
da guerra, encabeça a desordem da Casa do Pai, e pagará um preço terrível.
(Salústio, cap. 41, pág. 226)
CXL. Se devemos lastimar a criatura em
oposição à lei do bem, com mais propriedade devemos lamentar o povo que olvidou
a justiça. (André Luiz, cap. 41, pág. 226)
CXLI. A doença é mestra da saúde, o
desastre dá ponderação. (...)
Helvécio, Helvécio, esqueçamos o “meu
programa” para pensar em “nossos programas”. (Um Espírito, cap. 41, pp. 228 e
229)
CXLII. Irmãos de “Nosso Lar”, não vos
entregueis a distúrbios do pensamento ou da palavra. A aflição não constrói, a
ansiedade não edifica. Saibamos ser dignos do clarim do Senhor, atendendo-lhe a
Vontade Divina no trabalho silencioso, em nossos postos. (Governador, cap. 41,
pág. 230)
O IMORTAL
JORNAL
DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo
Gonçalves - Ano 57 - Nº 674 - Abril de
2010
PÁGINA 5
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