quinta-feira, 26 de maio de 2016

ESTUDO EVANGÉLICO 51 - LIVRO PALAVRAS DE VIDA ETERNA - TEMA: PALAVRA FALADA




Livro: Palavras de Vida Eterna


Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel


 ESTUDO 51

PALAVRA FALADA


"Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz. Vede, pois, como ouvis." - Jesus. (Lucas, 8:17-18.)

No tema em estudo Emmanuel1 aborda dois aspectos muito importantes a respeito da "Palavra Falada". Num primeiro momento reflete sobre a importância da palavra, a responsabilidade e disciplina do ponto de vista de quem a profere; em seguida destaca que muito mais importante do que saber o que se fala é o "saber ouvir" pois segundo ouvimos podemos semear alívio ou veneno, paz ou guerra, treva ou luz. Isso porque a reação da palavra, a resposta, a continuidade do seu impacto depende de quem a ouve e se não tivermos entendimento, equilíbrio, acabaremos por agravar problemas ao invés de solucioná-los. A oportunidade desses esclarecimentos surge justamente porque ainda não damos à palavra o valor que lhe é devido. Achamos que ela é nada, no entanto, é de importância fundamental, poderoso instrumento de que nos utilizamos no dia-a-dia. Veículo do pensamento é força carreando nosso magnetismo pessoal. Com a palavra podemos construir ou destruir e mais poderosa se torna se for seguida do exemplo pessoal. 

 "(...) por ela recolhemos o ensinamento dos grandes orientadores da Humanidade (...), igualmente com ela recebemos toda espécie de informações no plano evolutivo em que se nos apresenta a luta diária1."

Alguns exemplos significativos da História demonstram a força e o poder da palavra.

"Homens como Napoleão Bonaparte e Hitler manobraram tropas e até mesmo nações inteiras sob o encantamento de suas personalidades, conduzindo-as a terríveis confrontos de incalculáveis perdas materiais e humanas (...). Jesus Cristo trouxe pela palavra a Boa Nova e a demonstrou com sua bondade (...); Mahatma Gandhi, (...) conseguiu a independência de seu país com a ordem da "não violência" e o seu exemplo direto (...)2."

É necessário agir neste campo com a maior prudência, com disciplina e responsabilidade para que não sejamos instrumentos da futilidade e da propagação do mal, pois "nada é tão difícil de abafar como um rumor, nada é tão difícil de cicatrizar como os efeitos de uma história maligna e ociosa."2

Uma vez lançada a palavra foge ao nosso controle.

Informações, idéias, sugestões de toda espécie nos chegam a cada instante. Compete-nos a reflexão, "o saber ouvir", "lubrificar as engrenagens da audição com óleo do amor puro, a fim de que a nossa língua traduza o idioma da compreensão e da paciência, do otimismo e da caridade, porque nem sempre o nosso julgamento é o julgamento da Lei Divina e, conforme asseverou o Cristo de Deus, não há propósito oculto ou atividade transitoriamente escondida que não hajam de vir à luz".

Sugerimos para o exercício da boa palavra e do "saber ouvir", o tema "Palavras" de Emmanuel3.

Bibliografia:

Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: Palavra Falada". Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEC. 17a ed. Uberaba, MG. 1992.

Palhano Jr., L. "A Carta de Tiago. O Uso da Palavra". Editora FRÁTER. Niterói, R.J. 1992.

Xavier, Francisco Cândido. "Vinha de Luz: Palavras" Ditado pelo Espírito Emmanuel. FEB. 4a. ed. Rio de Janeiro, RJ. 1997.

Iracema Linhares Giorgini
Outubro / 2005


Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)

#17 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO ITENS 6 E 7: O PONTO DE VISTA PARTE 2

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – XVII

CAPÍTULO II: MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO

ITENS 6 E 7: O PONTO DE VISTA

PARTE 2

No estudo anterior vimos como a aceitação do fato da continuidade da vida dá ao homem o equilíbrio e a serenidade para melhor compreender os reveses, as dificuldades do viver na Terra, auxiliando-o a não supervalorizá-los, a compreendê-los, aceitá-los, como desafios próprios do viver na Terra, tendo em vista que aqui estamos de passagem.

Isso não quer dizer que vamos desprezar as coisas materiais, valorizando apenas a espirituais. Não, isso não acontece, visto que o homem traz em si o impulso do progresso e da sobrevivência buscando sempre o seu bem-estar e a melhoria do ambiente onde vive.

“Ele trabalha, portanto, por necessidade, por gosto e por dever e com isso cumpre os desígnios da Providência, que o colocou na Terra para esse fim. Só aquele que considera o futuro pode dar ao presente uma importância relativa, consolando-se, facilmente, de seus reveses, ao pensar no destino que o aguarda.”

A aceitação da vida futura estimula o desenvolvimento da inteligência na busca dos bens materiais, no uso desses prazeres, mas sem prejuízo das necessidades espirituais. Quando Jesus declarou: O meu reino não é deste mundo, referia-se à predominância da valorização que o homem dá aos bens e prazeres materiais, em detrimento dos interesses da alma, que o leva a desenvolver em si o orgulho, o egoísmo e suas consequências.

Aquele que compreende a vida futura valoriza os bens e prazeres da Terra pelos benefícios que eles lhe trazem à alma, como meios de enriquecimento espiritual, colocando as necessidades espirituais acima das necessidades materiais.

Vive-se na Terra para desenvolver as potencialidades do Espírito imortal e essa aceitação leva o homem a dar às coisas da Terra o valor relativo que elas têm para se atingir aquela finalidade.

Kardec faz uma comparação simples e esclarecedora. Escreve que o homem “que se identifica com a vida futura é semelhante a um homem rico, que perde uma pequena soma sem se perturbar; e aquele que concentra os seus pensamentos na vida terrestre é como o pobre que, ao perder tudo o que possui cai em desespero.” Ele usa de duas situações próprias do viver na Terra, para mostrar que aquele que compreende a vida futura age em qualquer circunstância, como o rico que não se abala com a perda de uma quantia de dinheiro que não lhe faz falta. Se vivemos eternamente, por que se desesperar com essa ou aquela situação mais difícil? O que significa tal fato no viver eternamente?

O espiritismo veio, justamente, demonstrar a realidade da vida espiritual, na comprovação da existência do mundo espiritual, ampliando a compreensão do processo evolutivo do homem. A vida na Terra é apenas uma passagem, importante para o aprendizado e crescimento espiritual, mas apenas um “elo do conjunto harmonioso e grandioso da obra do Criador.”

O espiritismo “revela a solidariedade que liga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos os mundos”, oferecendo “uma base e uma razão de ser à fraternidade universal.” “Essa solidariedade das partes de um mesmo todo explica o que é inexplicável, quando apenas consideramos uma parte.”

Os esclarecimentos do espiritismo a respeito da vida futura fornecem ao homem uma visão muito mais ampla e profunda da vida, do ser, da dor, do sofrimento, das leis divinas.

Precisamos estudar refletir, analisar, enfim apreender o melhor possível à idéia de vida eterna, esclarecida pelo espiritismo, introduzi-la dentro de nós, de tal forma que nada sintamos, pensemos e façamos sem sua presença, sem seu norteamento, sem seu direcionamento. Só assim seremos capazes de sentirmo-nos serenos e tranqüilos, confiantes em Deus, em Jesus, diante dos revezes, dos sofrimentos próprios do viver de Espíritos ainda muito imperfeitos em um mundo também imperfeito.

Somente com a certeza da vida futura podemos aproveitar melhor a vida presente, o momento presente, porque ela nos faz olhar dentro e ao redor de nós, com olhos de esperança, de solidariedade, de confiança em Deus, em Jesus, em nós e nos homens.


Leda de Almeida Rezende Ebner
Outubro / 2002

Centro Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)


O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.

                

ESTUDO 67 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO XVI - MÉDIUNS ESPECIAIS - Item 189 Variedades especiais para os efeitos físicos – Médiuns noturnos e médiuns pneumatógrafos

 O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

por
ALLAN KARDEC

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

CAPITULO XVI

MÉDIUNS ESPECIAIS

Estudo 67 - Item 189 Variedades especiais para os efeitos físicos – Médiuns noturnos e médiuns pneumatógrafos

Médiuns noturnos: os que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos. Esta é a resposta que dada pelo Espírito Erasto sobre a possibilidade de se considerar esses médiuns como uma variedade: 

"Certamente se pode fazer disso uma especialidade, mas esse fenômeno é devido mais às condições ambientes do que à natureza do médium, ou dos Espíritos. Devo acrescentar que alguns escapam a essa influência do meio e que os médiuns noturnos, em sua maioria, poderiam chegar, pelo exercício, a operar tão bem no claro, quanto na obscuridade. 

É pouco numerosa esta espécie de médiuns. É, cumpre dizê-lo, graças a essa condição, que oferece plena liberdade ao emprego dos truques da ventriloquia e dos tubos acústicos é que os charlatães abusam muito da credulidade, fazendo-se passar por médiuns, a fim de ganharem dinheiro. Mas, que importa? Os farsantes de gabinete como os da praça pública serão cruelmente desmascarados e os Espíritos lhes provarão que andam mal, imiscuindo-se na obra deles. Repito: alguns charlatães receberão, de modo bastante rude, o castigo que os desgostará do oficio de falsos médiuns. Aliás, tudo isso pouco durará." - ERASTO.

Médiuns pneumatógrafos os que obtêm a escrita direta. Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros. Consiste em se colocar uma folha de papel dobrada em qualquer lugar ou em local indicado pelo Espírito, durante dez minutos, um quarto de hora ou mais. A prece e o recolhimento são essenciais. Numa reunião de pessoas pouco sérias ou curiosas simplesmente nada se obterá e é muito fácil de ser usada por trapaceiros.

Não confundir com médium escrevente ou psicógrafo.

Recordando o estudo do capítulo XIV  Médiuns pneumatógrafos:

Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento, espírito, e graphô, escrevo.) - Escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium.

O fenômeno da escrita direta é, indiscutivelmente, um dos mais extraordinários do Espiritismo. Mas, por mais estranho que pareça, constitui hoje fato averiguado e incontestável. Se a teoria é necessária para a compreensão dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais necessária ainda se faz neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio. 

Em nota à questão 189, Allan Kardec esclarece que: “(...) Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que:” Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo.”.

 Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes (psicógrafos). Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara.

Bibliografia:


KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XVI - 2ª Parte – item 189 e item177


BIGHETTI, Leda Marques – Educação Mediúnica “Teoria e Prática” 1º volume: 1.ed Ribeirão Preto: BELE, 2005 – pág 164 e 165
         

Tereza Cristina D'Alessandro
Junho / 2007


Centro Espírita Batuíra
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Ribeirão Preto - SP

Céu inferno_063_2ª parte cap. V - Suicidas - Luís e a pespontadeira de botinas

Céu inferno_063_2ª parte cap. V - Suicidas - Luís e a pespontadeira de botinas

RESUMO PARA ESTUDO

Havia sete para oito meses que Luís G..., oficial sapateiro, namorava uma jovem, Victorine R..., com a qual em breve deveria casar-se, já tendo mesmo corrido os proclamas do casamento.

Neste pé as coisas, consideravam-se quase definitivamente ligados e, como medida econômica, diariamente vinha o sapateiro almoçar e jantar em casa da noiva.

Um dia, ao jantar, sobreveio uma controvérsia a propósito de qualquer futilidade, e, obstinando-se os dois nas opiniões, foram as coisas ao ponto de Luís abandonar a mesa, protestando não mais voltar.

Apesar disso, no dia seguinte veio pedir perdão. (...) Nem protestos, nem lágrimas, nem desesperos puderam demovê-la. Muitos dias ainda se passaram, esperando Luís que a sua amada fosse mais razoável, até que resolveu fazer uma última tentativa: - Chegando a casa da moça, bateu de modo a ser reconhecido, mas a porta permaneceu fechada, recusaram abrir-lha.

(...) O desgraçado moço enterrara uma faca na região do coração, e o ferro ficara-lhe cravado na ferida.

(Sociedade Espírita de Paris, agosto de 1858)

1. - Ao Espírito S. Luís. - A moça, causadora involuntária do suicídio, tem responsabilidade?

R. Sim, porque o não amava.

2. - Então para prevenir a desgraça deveria desposá-lo a despeito da repugnância que lhe causava?

R. Ela procurava uma ocasião de descartar-se, e assim fez em começo da ligação o que viria a fazer mais tarde.

3. - Neste caso, a sua responsabilidade decorre de haver alimentado sentimentos dos quais não participava e que deram em resultado o suicídio do moço?

R. Sim, exatamente.

4. - Mas então essa responsabilidade deve ser proporcional à falta, e não tão grande como se consciente e voluntariamente houvesse provocado o suicídio...

R. É evidente.

5. - E o suicídio de Luís tem desculpa pelo desvario que lhe acarretou a obstinação de Victorine? - R. Sim, pois o suicídio oriundo do amor é menos criminoso aos olhos de Deus, do que o suicídio de quem procura libertar-se da vida por motivos de covardia.

Ao Espírito Luís G..., evocado mais tarde, foram feitas as seguintes perguntas:

1. - Que julgais da ação que praticastes?

R. Victorine era uma ingrata, e eu fiz mal em suicidar-me por sua causa, pois ela não o merecia.

2. - Então não vos amava?

R. Não. A princípio iludia-se, mas a desavença que tivemos abriu-lhe os olhos, e ela até se deu por feliz achando um pretexto para se desembaraçar de mim.

3. - E o vosso amor por ela era sincero?

R. Paixão somente, creia; pois se o amor fosse puro eu me teria poupado de lhe causar um desgosto.

4. - E se acaso ela adivinhasse a vossa intenção persistiria na sua recusa?

R. Não sei, penso mesmo que não, porque ela não é má. Mas, ainda assim, não seria feliz, e melhor foi para ela que as coisas se passassem de tal forma.

5. - Batendo-lhe à porta, tínheis já a ideia de vos matar, caso se desse a recusa?

R. Não, em tal não pensava, porque também não contava com a sua obstinação. Foi somente à vista desta que perdi a razão.

6. - Parece que não deplorais o suicídio senão pelo fato de Victorine o não merecer... E realmente o vosso único pesar?

R. Neste momento, sim; estou ainda perturbado, afigura-se-me estar ainda à porta, conquanto também experimente outra sensação que não posso definir.

7. - Chegareis a compreendê-la mais tarde?

R. Sim, quando estiver livre desta perturbação. Fiz mal, deveria resignar-me... Fui fraco e sofro as consequências da minha fraqueza. A paixão cega o homem a ponto de praticar loucuras, e infelizmente ele só o compreende bastante tarde.

8. - Dizeis que tendes um desgosto... qual é?

R. Fiz mal em abreviar a vida. Não deveria fazê-lo. Era preferível tudo suportar a morrer antes do tempo. Sou portanto infeliz; sofro, e é sempre ela que me faz sofrer, a ingrata. Parece-me estar sempre à sua porta, mas... não falemos nem pensemos mais nisso, que me incomoda muito. Adeus.

Nota - Por isso se vê ainda uma nova confirmação da justiça que preside à distribuição das penas, conforme o grau de responsabilidade dos culpados É à moça, neste caso, que cabe a maior responsabilidade, por haver entretido em Luís, por brincadeira, um amor que não sentia. Quanto ao moço, este já é de sobejo punido pelo sofrimento que lhe perdura, mas a sua pena é leve, porquanto apenas cedeu a um movimento irrefletido em momento de exaltação, que não à fria premeditação dos suicidas que buscam subtrair-se às provações da vida.

QUESTÕES PARA ESTUDO

1. Por que a moça é mais culpada do que o suicida?

2. Quais as atenuantes nesse caso em particular?

3. Como você entende a justiça Divina na aplicação das penas?

Conclusão:

1. Porque foi em função da ação leviana dela em relação a este espírito que provocou a reação do suicídio. ´

2. Foi uma atitude tomada sem premeditação em um momento de grande dor, onde o espírito não pensou no seu ato e nas consequências dele, tendo sido arrebatado, assim, pelo sentimento do momento.

3. A pena é conforme a falta, por isso, nenhuma punição (leia-se consequência de nossos atos negativos) é igual porque não há faltas iguais, embora de mesma natureza.


Sempre haverá atenuantes e/ou agravantes dependendo da razão da ação, do grau evolutivo do espírito e das suas intenções.

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 23 #Exortação a Perseverar na Fé

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 23

Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa

Exortação a Perseverar na Fé

(Paulo de Tarso, in “Epístola aos Hebreus” – cap. X, itens 19 a 39)

19 Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,

20 Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne,

21 E tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus,

22 Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa,

23 Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu.

24 E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e ás boas obras,

25 Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.

26 Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados,

27 Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários.

28 Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas.
29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?

30 Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo.

31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo.

32 Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições.

33 Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.

34 Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.

35 Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão.

36 Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.

37 Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará.

38 Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.


39 Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.

EVANGELHO ESSENCIAL 10.1 #10 - BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

EVANGELHO ESSENCIAL 10.1

Eulaide Lins
Luiz Scalzitti

10 - BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO MISERICORDIOSOS

Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque obterão misericórdia. (S.MATEUS, cap. V, v. 7.)

Se perdoares aos homens as faltas que cometem contra ti, também o Pai celestial ti perdoará os pecados; - mas, se não perdoares aos homens quando te ofendam, teu Pai celestial também não te perdoará os pecados. (S.MATEUS, cap. VI, vv. 14 e 15.)

Se contra ti pecou teu irmão, vá fazer-lhe sentir a falta em particular, a sós com ele; se te atender, terás ganho o teu irmão.

- Então, aproximando-se dele, disse-lhe Pedro: "Senhor, quantas vezes perdoarei a meu irmão, quando houver pecado contra mim?

Até sete vezes?" - Respondeu-lhe Jesus: “Não te digo que perdoes até sete vezes, e sim até setenta vezes sete vezes." (S. MATEUS, cap. XVIII, vv. 15, 21 e 22.)

Perdoai para que Deus vos perdoe

A misericórdia é o complemento da doçura, porque aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacífico.
* * *

Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. O ódio e o rancor demonstram alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada, que está acima do mal que lhe quiseram fazer. Uma esta sempre ansiosa, de uma irritabilidade desconfiada e amargurada; a outra é calma, cheia de mansidão e caridade.
* * *

Infeliz daquele que diz: eu nunca perdoarei. Esse, se não for condenado pelos homens, sê-lo-á por Deus. Com que direito pedirá o perdão de suas próprias faltas, se ele mesmo não perdoa as dos outros?
* * *

Jesus nos ensina que a misericórdia não deve ter limites, quando diz que cada um perdoe ao seu irmão, não sete vezes, mas setenta vezes sete .
* * *

Há duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma, grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem segunda intenção, que evita, com delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, mesmo quando a culpa foi inteiramente dele; a outra é quando o ofendido, ou aquele que assim se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência, mas com ostentação, a fim de poder dizer a todos: Olhem como sou generoso! Nessas circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de ambas as partes. Não há aí generosidade; mas apenas uma forma de satisfazer ao orgulho.
* * *

Em todas as divergências, aquele que se mostra mais conciliador, que demonstra mais desinteresse, caridade e verdadeira grandeza de alma conquistará sempre a simpatia das pessoas imparciais.

Reconciliação com os adversários

Reconcilia-te o mais depressa possível com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que ele não te entregue ao juiz, o juiz não te entregue ao ministro da justiça e não sejas mandado para a prisão. - Digo-te, em verdade, que de lá não sairás, enquanto não houveres pago o último ceitil. (S. MATEUS, cap. V, vv. 25 e 26.)

Na prática do perdão, como na do bem, não há somente um efeito moral: há também um efeito material. A morte não nos livra dos nossos inimigos; os Espíritos vingativos perseguem, muitas vezes, com seu ódio, no além-túmulo, aqueles contra os quais guardam rancor; O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. Nesse fato reside a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo dos que apresentam certa gravidade, quais os de subjugação e possessão.
* * *

O obsediado e o possesso são quase sempre vítimas de uma vingança, cujo motivo se encontra em existência anterior, a que provavelmente deram motivo por sua conduta. Deus permite a situação atual, para os punir do mal que praticaram, ou, se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, não perdoando. Importa, do ponto de vista da tranquilidade futura, que cada um corrija, quanto antes, os males que tenha causado ao seu próximo, que perdoe aos seus inimigos, para assim se extinguirem, antes da morte, todos os motivos de discórdia, toda causa profunda de animosidade posterior.
* * *

Deus não consente que aquele que perdoou sofra qualquer vingança.
* * *

Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não é somente objetivando eliminar as discórdias no curso da nossa atual existência; é para que elas não continuem nas existências futuras. Não sairás da prisão, enquanto não houveres pago até o último centavo, isto é, enquanto não houver satisfeito completamente a justiça de Deus.
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O sacrifício mais agradável a Deus

Se quando fores apresentar tua oferenda no altar, te lembrares de que o teu irmão tem qualquer coisa contra ti, - deixa o teu donativo junto ao altar e vai, antes de mais nada, reconciliar-te com o teu irmão; depois, então, volta à oferecê-la. - (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.)

Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o do próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por Ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o mal que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração livre de todo e qualquer pensamento mau.
* * *

O cristão não oferece dons materiais, pois espiritualizou o sacrifício.

Com isso o ensinamento ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de estar purificada. Entrando no templo do Senhor, deve deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão.

O argueiro e a trave no olho

Por que vês um argueiro no olho do teu irmão, quando não vês uma trave no teu olho? - Ou, como é que dizes ao teu irmão: Deixa-me tirar um argueiro no seu olho, tu que tens no teu uma trave? - Hipócritas, tirem primeiro a trave do seu olho e depois, então, vejam como poderão tirar o argueiro do olho do seu irmão. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 3 a 5.)

Uma das insensatezes da Humanidade consiste em ver o mal nos outros, antes de vermos o mal que está em nós.
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Para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu, se visse alguém fazer o que faço? Incontestavelmente, é o orgulho que induz o homem a disfarçar, para si mesmo, os seus defeitos, tanto morais, quanto físicos.
* * *

Esta insensatez é totalmente contrária à caridade, porque a verdadeira caridade é modesta, simples e indulgente. Caridade orgulhosa é um contra-senso, visto que esses dois sentimentos se neutralizam um ao outro.
* * *

Por isso mesmo, porque é o pai de muitos vícios, o orgulho é também a negação de muitas virtudes. Ele se encontra na base e como razão de quase todas as más ações. Essa a razão por que Jesus se dedicou tanto em combatê-lo como principal obstáculo ao progresso.
* * *

Não julgueis, para não serdes julgados. - Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado

Não julgues, a fim de não seres julgados; - porque serás julgados conforme houveres julgado os outros; empregar-se-á contigo a mesma medida de que te tenhas servido para com os outros. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 1 e 2.)

Então, os escribas e os fariseus lhe trouxeram uma mulher que fora surpreendida em adultério e, pondo-a de pé no meio do povo, - disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher acaba de ser surpreendida em adultério; - Moisés, pela lei, ordena que se lapidem as adúlteras.

Qual sobre isso a tua opinião?” - Diziam isto para o tentarem e terem de que o acusar. Jesus, porém, abaixando-se, entrou a escrever na terra com o dedo. - Como continuassem a interrogá-lo, ele se levantou e disse: “Aquele dentre vocês que estiver sem pecado, atire a primeira pedra.” - Em seguida, abaixando-se de novo, continuou a escrever no chão. - Quanto aos que o interrogavam, esses, ouvindo-o falar daquele modo, se retiraram, um após outro, afastando-se primeiro os velhos. Ficou Jesus a sós com a mulher, colocada no meio da praça. Então, levantando-se, perguntou-lhe Jesus: “Mulher, onde estão os que te acusaram?

Ninguém te condenou?” - Ela respondeu: “Não, Senhor.” Disse-lhe

Jesus: “Também eu não te condenarei. Vai-te e de futuro não tornes a pecar.” (S. JOÃO, cap. VIII, vv. 3 a 11.)

"Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver sem pecado", disse Jesus.

Esse ensinamento faz da indulgência um dever para nós, porque ninguém há que não necessite, para si mesmo, de indulgência.
* * *

Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros do que julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros o que desculpamos em nós mesmos. Antes de reprovar a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.
* * *

A censura lançada à conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos se criticam. Não tem justificativa nunca este último propósito, porque neste caso só há maledicência e maldade. O primeiro pode ser louvável e constitui mesmo, em certas ocasiões, um dever porque um bem deverá daí resultar, e vez que, a não ser assim, jamais na sociedade se combateria o mal.
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A autoridade para censurar está na razão direta da autoridade moral daquele que censura.
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A consciência íntima recusa respeito e submissão voluntária àquele que, investido de um poder qualquer, viola as leis e os princípios de cuja aplicação lhe cabe o encargo.
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Aos olhos de Deus, uma única autoridade legítima existe: a que se apoia no exemplo que dá do bem.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Perdão das ofensas
Simeão –Bordéus,1862

Quantas vezes perdoarei a meu irmão? Perdoar-lhe-ei não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Perdoarás, contudo ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás doce e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás o que desejas que o Pai Celestial por ti faça. Não está ele a te perdoar frequentemente? Conta as vezes que o Seu perdão vem apagar as tuas faltas?
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Perdoa, usa de indulgência, seja caridoso, generoso, pródigo até do seu amor.
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Perdoe aos teus irmãos, como precisas que te perdoe. Se atos pessoalmente te prejudicaram, mais um motivo tens para ser indulgente, porque o mérito do perdão é proporcional à gravidade do mal. Nenhum merecimento teriam em relevar os erros dos teus irmãos, desde que não passassem de simples arranhões.
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Jamais se esqueça de que, tanto por palavras, como por atos, o perdão das injúrias não deve ser uma expressão vazia e inútil. Pois quem se diz espírita, seja-no de fato. Esqueça o mal que te tenham feito e não pense senão numa coisa: no bem que podes fazer. Aquele que entrou por esse caminho não tem que se afastar daí, ainda que por pensamento, uma vez que é responsável por seus pensamentos, os quais todos Deus conhece.
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Faz que os pensamentos sejam desprovidos de qualquer sentimento de rancor. Deus sabe o que existe no fundo do coração de cada um de seus filhos. Feliz daquele que pode todas as noites adormecer dizendo: Nada tenho contra o meu próximo.
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Paulo, o Apóstolo –Lião, 1861

Perdoar aos inimigos é pedir perdão para si próprio; perdoar aos amigos é dar-lhes uma prova de amizade; perdoar as ofensas é mostrar-se melhor do que era antes. Perdoes a fim de que Deus te perdoe, porque se fores duro, exigente, inflexível, se usares de rigor até por uma ofensa leve, como queres que Deus esqueça de que cada dia maior necessidade tens de perdão?
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Infeliz daquele que diz: "Nunca perdoarei", pois pronuncia a sua própria condenação.
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Quem sabe se, descendo ao fundo de si mesmo, não reconheça que fora o agressor? Quem sabe se, nessa luta que começa por uma alfinetada e acaba por uma ruptura, não fora quem atirou o primeiro golpe, se não lhe escapou alguma palavra injuriosa, se não procedeu com toda a moderação necessária? Sem dúvida, o seu adversário andou mal em se mostrar excessivamente suscetível; razão a mais para que sejas indulgente e para não merecer ele a tua reprovação.
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Admitamos que, em dada circunstância, fostes realmente ofendido: quem dirá que não envenenastes as coisas por meio de represálias e que não transformastes em disputa grave o que houvera podido cair facilmente no esquecimento? Se dependia de ti impedir as consequências do fato e não as impedistes és culpado.
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Há duas maneiras bem diferentes de perdoar: há o perdão dos lábios e o perdão do coração. Muitas pessoas dizem a respeito de seu adversário:

"Eu lhe perdoo", mas, interiormente, alegram-se com o mal que lhe acontece, comentando que ele tem o que merece. Quantos não dizem:

"Perdoo" e acrescentam. "mas não me reconciliarei nunca; não quero tornar a vê-lo em toda a minha vida." Será esse o perdão, segundo o Evangelho? Não!
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O perdão verdadeiro, o perdão cristão é aquele que lança um véu sobre o passado; esse o único que te será cobrado, visto que Deus não se satisfaz com as aparências. Ele sonda o fundo do coração e os mais secretos pensamentos. Ninguém se impõe a Deus por meio de vãs palavras e de fingimentos.
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O esquecimento completo e absoluto das ofensas é próprio das grandes almas; o rancor é sempre sinal de baixeza e de inferioridade.
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Não esqueças que o verdadeiro perdão se reconhece muito mais pelos atos do que pelas palavras.


SEGUE próximo estudo 10.2