O LIVRO DOS MÉDIUNS
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino
especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os
meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade,
as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO XVI
MÉDIUNS
ESPECIAIS
Estudo 64 - Itens 187 e 188
Quadro sinóptico das diferentes espécies de médiuns
São resumidos a seguir os principais gêneros de
mediunidade, a fim de apresentar, por assim dizer, o quadro sinóptico de todas,
compreendidas as que já foram descritas nos estudos precedentes.
Foram reunidas as diferentes espécies de médiuns
por analogia de causas e efeitos, sem que esta classificação algo tenha de
absoluto. Algumas se encontram com facilidade; outras, ao contrário, são raras
e excepcionais, o que será indicado.
Afirma Allan Kardec que estas últimas indicações
foram todas feitas pelos Espíritos, que, aliás, reviram este quadro com
particular cuidado e o completaram por meio de numerosas observações e novas
categorias, de modo que o dito quadro é, a bem dizer, obra deles. Mediante
aspas, destacamos as suas observações textuais, sempre que nos pareceu
conveniente assiná-las. São, na sua maioria, de Erasto e de Sócrates.
Podem dividir-se os médiuns em duas grandes
categorias:
Médiuns de efeitos físicos, os que têm o poder de provocar efeitos materiais,
ou manifestações ostensivas. Possuem essa aptidão para produzirem fenômenos que
se traduzem por exteriorizações sensíveis, como ruídos, movimentos,
deslocamento de corpos sólidos.
Para que tais efeitos se processem, faz-se
necessária a intervenção de uma ou mais pessoas dotadas dessa especial aptidão,
e que por efeito de sua constituição, possibilitam a maior emanação de fluido
animalizado, mais ou menos fácil de combinar-se com o fluido universal, com
fluidos próprios do plano dos Espíritos, com os quais, por ação da vontade, dão
vida factícia ou momentânea a determinados objetos, produzindo fenômenos (ver
item 160 de O Livro dos Médiuns).
Médiuns de efeitos intelectuais, os que são mais aptos a receber e a transmitir
comunicações inteligentes.
Para caracterizar-se como tal, há que se expressar
como ato livre e voluntário demonstrando intenção ou respondendo a um
pensamento. O primeiro efeito inteligente observado foi, no movimento das
mesas, que esse atendia a uma determinação mudando de lugar, erguendo-se,
alterando-se em número de pancadas conforme combinação prévia, respondendo a
perguntas formuladas ou mentais, indicando letras do alfabeto para que se
compusessem palavras e frases, reafirmando que "(...) todo efeito
inteligente há de ter por força derivar de uma causa inteligente (...)" (ver
item 65 e seguintes de O Livro dos Médiuns).
Todas as demais variedades se prendem mais ou menos
diretamente a uma ou outra dessas duas categorias e algumas participam de
ambas. Se analisarmos os diferentes fenômenos produzidos sob a influência
mediúnica, veremos que, em todos, há um efeito físico e que aos efeitos físicos
se alia quase sempre um efeito inteligente. Difícil é muitas vezes determinar o
limite entre os dois, mas isso nenhuma conseqüência apresenta. Sob a
denominação de médiuns de efeitos intelectuais abrangemos os que
podem, mais particularmente, servir de intermediários para as comunicações
regulares e fluentes. (Ver item 133 de O
Livro dos Médiuns)
Variedades comuns a todos os gêneros de mediunidade:
Médiuns sensitivos: pessoas suscetíveis de sentir a presença dos
Espíritos, por uma sensação geral ou local, vaga ou material. A maioria dessas
pessoas distingue os Espíritos bons dos maus, pela natureza da sensação que
causam. (Ver item 164)
Observação de Allan Kardec: "Os médiuns
delicados e muito sensitivos devem abster-se das comunicações com os Espíritos
violentos, ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga que daí resulta".
Médiuns naturais ou inconscientes: os que produzem
espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das
vezes, à sua revelia. (Ver item 161)
Médiuns facultativos ou voluntários: os que têm o poder de
provocar os fenômenos por ato da própria vontade. (N. 160.)
"Por maior que seja essa vontade, eles nada podem, se os Espíritos se
recusam, o que prova a intervenção de uma potência estranha"(1).
Obs. (1): Herculano Pires na tradução de O
Livro dos Médiuns anota que quando
Kardec se refere ao poder dos médiuns, à sua força ou potência, trata-se apenas da
capacidade maior ou menor para servir de instrumentos aos Espíritos. Como se vê
nessa observação, nenhum médium tem poder para provocar fenômenos ou
comunicações se os Espíritos não concordarem. O poder dos médiuns, propriamente
dito, decorre de sua elevação moral e conseqüente relação com Espíritos bons.
Em nosso próximo estudo analisaremos as
variedades especiais para os efeitos físicos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns:
2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XVI - 2ª Parte
BIGHETTI, Leda Marques - Educação
Mediúnica " Teoria e Prática" 1º volume: 1.ed Ribeirão Preto: BELE,
2005 - pág 151 e 201
Tereza
Cristina D'Alessandro
Dezembro
/ 2006
Centro
Espírita Batuíra
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão
Preto - SP
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