segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Gênese 010 Caráter Da Revelação Espirita (itens 50 A 54)

*Gênese 010 Caráter Da Revelação Espirita (itens 50 A 54)*

1.-  A terceira revelação é ao mesmo tempo produto de um ensino e fruto do trabalho, da pesquisa e do livre exame. Veio numa época de emancipação e madureza intelectual da humanidade, que já não aceitava às cegas o que se lhe apresentavam; ao contrário, queria ver para onde a conduzem e saber o porquê e o como de cada coisa.

2.-  Os Espíritos ensinam o que é necessário para guiar  o  homem  no  caminho  da verdade, mas não revelam o que ele pode por si mesmo descobrir. Deixam ao homem o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo à razão, fornecendo-lhe o princípio e os materiais para aproveitá-los e pô-los em obra.

3.-  A revelação espírita foi ministrada simultaneamente em muitos pontos, a homens de condições sociais e graus de instrução diversos. Sendo assim, a conclusão sobre que haviam de firmar-se as idéias não podiam sair senão do conjunto e da correlação dos fatos. Caso contrário, cada qual se teria imobilizado  na  sua  revelação  parcial, julgando possuir toda a verdade e ignorando que em cem outros lugares  se  obtinha mais ou melhor.

4.-  Tendo o ensino que ser coletivo e não individual, os Espíritos dividiram  o trabalho, disseminando os assuntos de estudo e observação como,  em  algumas  fábricas,  a confecção de cada parte de um mesmo objeto é repartida por diversos operários. Assim, a  revelação  fez-se  parcialmente  em  diversos  lugares  e  por  uma  multidão  de intermediários. É dessa maneira que prossegue ainda, pois que nem tudo foi revelado.

5.-  Vindo as comunicações de Espíritos de todas as ordens, era preciso apreciar o grau de confiança que a razão permitia conceder-lhes, distinguindo as idéias isoladas das que tinham a sanção do  ensino  geral  dos  Espíritos e  afastar  as  que  eram  notoriamente contrariadas pela Ciência e pela lógica. Em suma, era preciso um centro de elaboração, independente de qualquer idéia preconcebida,  sem  vinculação  com  seitas  e  com  o compromisso de aceitar a verdade, embora contrária às opiniões pessoais.

6.-  A publicação do Livro dos Espíritos foi o resultado da  convergência  dos  trabalhos individuais, fazendo nascer o caráter filosófico do Espiritismo,  até  então  limitado  às experiências curiosas. A sua aceitação exprimiu os sentimentos da maioria  e  a  sua expectativa por uma explicação racional do que cada um obtinha em particular. Estando de acordo com o ensino geral dos Espíritos, o seu ponto de convergência não foi o homem, mas a ideia, que não morre quando emana de uma fonte superior.

7.-  Como toda ciência, a Doutrina Espírita não é fruto do cérebro de um homem, mas de observações sucessivas baseadas nas observações precedentes. Os Espíritos partiram de um ponto conhecido para chegar ao desconhecido, daí ser gradativo  o  seu  ensino.

Quando chega o momento oportuno, o ensino se generaliza e se unifica.

8.-  Todavia, ao contrário das ciências, o Espiritismo em pouco anos conseguiu obter uma grande soma de observações suficiente para formar uma doutrina. Isso por ser inumerável
a  multidão  de  Espíritos  que,  por  vontade  de  Deus,  se  manifestaram  trazendo  seus conhecimentos,  possibilitando  que  todas  as  partes  da  doutrina  fossem  elaboradas simultaneamente. Por essa razão, bastou alguns anos para que se estruturasse um todo.

9.-  Essa foi a vontade de Deus, para que mais rapidamente a doutrina fosse elaborada e para que pudesse, pelo método comparativo,  se  verificar  a  universalidade  do  ensino.

Nenhuma de suas  partes  tem  valor  nem  autoridade  senão  pela  sua  conexão  com o conjunto, devendo todas se harmonizarem e virem cada uma na hora oportuna.

10.- Não confiou Deus a um único Espírito o encargo de promulgar a doutrina,  permitindo ao menor e ao maior, tanto entre os Espíritos como  entre  os  homens,  trazer  a  sua colaboração e estabelecer um laço de solidariedade cooperativa entre eles, que faltou  às doutrinas originadas de um tronco único.

11.- Como todo Espírito e todo homem dispõe de limitada soma de conhecimentos, nenhum estava habilitado a tratar isoladamente das inúmeras questões  que  o  Espiritismo  envolve.

Daí por que a doutrina não poderia ser obra de um único Espírito nem de um único médium.

Tinha  que  emergir  da  coletividade  dos  trabalhos,  sujeitos  sempre  aos  métodos  da experimentação e da comparação utilizados por Kardec.
                           
                                  *QUESTÕES PARA ESTUDO:*

a)  Por que Kardec afirma que o Espiritismo veio na época certa?

b)  Qual a contribuição de Kardec para o advento da terceira revelação?

c)  Além de possibilitar a rápida propagação da doutrina, qual o outro motivo de ser  o seu urgimento simultâneo em várias partes do globo?

d)  Quais os critérios adotados por Kardec para a aceitação dos ensinamentos que recebia através dos diversos médiuns?

e)  Por que a elaboração da doutrina foi confiada a uma coletividade de Espíritos e não a
um só?

*CONCLUSÃO*  

A terceira revelação é resultado do pensamento coletivo de  uma  falange  de  Espíritos
Superiores e codificada por Allan Kardec. Como os ensinamentos chegavam ao mesmo
tempo em várias partes do mundo, provenientes de vários Espíritos e por intermédio de
diversos médiuns, era necessário um núcleo centralizador,  que  os  examinassem  e
os submetessem aos critérios da razão e da ciência.

Quis Deus que a doutrina fosso fruto  de  um  ensinamento  coletivo  para  que  não  se
restringisse ao conhecimento individual de um único Espírito, por mais sábio e  evoluído
que fosse, pois nenhum o teria suficiente para abordar tão diferentes assuntos.
                   

                          *QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO:*


a)  Por que Kardec afirma que o Espiritismo veio na época certa?

     A terceira revelação veio na época certa, porque num momento em que a humanidade
atingira uma certa emancipação e madureza intelectual. Veio num momento em  que  o
homem já não aceitava cegamente as coisas, mas procurava saber o porquê e o  como
de cada coisa. Tinha ela que resultar, ao mesmo tempo, de um  ensinamento  e  de  um
trabalho de pesquisa, estudo e experimentação. Se viesse antes, não sobreviveria, pois
a humanidade ainda não estava preparada para recebê-la; se viesse depois, poderia  já
ser tarde, pois as teorias materialistas e o positivistas avançavam.


b)  Qual a contribuição de Kardec para o advento da terceira revelação?

Como a revelação foi coletiva, resultando do ensino de Espíritos de todas as ordens, era preciso um poder moderador, que verificasse se os ensinamentos estavam conforme a razão. Era necessário separar as idéias isoladas das que eram fruto do pensamento universal dos Espíritos, afastando as que contraditavam  a  Ciência  e  a  lógica.  Esse trabalho de centralização, análise e experimentação  do  que  era  trazido  foi  o  papel atribuído pela Espiritualidade Superior a Allan Kardec.

Allan Kardec foi o missionário designado para esse trabalho. Pela sua superioridade espiritual, pôde desempenhar sua missão sem se deixar influenciar por suas opiniões pessoais, por preconceitos de seita e tendo como compromisso único a verdade. Foi o centro de elaboração da Doutrina, sem o qual não seria possível esta se tornar realidade.


c)  Além de possibilitar a rápida propagação da doutrina, qual o outro motivo de ser o seu surgimento simultâneo em várias partes do globo?

Surgindo simultaneamente em várias partes do Planeta, os adeptos da nova doutrina não se viram isolados, o que ocorreria se ela fosse  revelada  num  determinado  ponto.

Espalhada pelo mundo, a revelação rapidamente se tornou forte e recebeu uma base de apoio maior, seguindo seus seguidores com passo  mais  firme  e  lutando  com  mais coragem, pois não se viram isolados.
   

d)  Quais os critérios adotados por Kardec para  a  aceitação  dos  ensinamentos  que
recebia através dos diversos médiuns?

Kardec utilizou-se, basicamente, do método comparativo, para verificar a universalidade do ensinamento dos Espíritos. Se o conteúdo da mensagem não estivesse  conforme  o que revelavam os demais Espíritos codificadores, era deixado de lado. Esse foi o  principal critério adotado pelo Codificador para elaborar  o  Livro  dos  Espíritos,  obra  mater  da Codificação. Assim procedeu para evitar que opiniões pessoais  prevalecessem  sobre  o pensamento da maioria, o que retiraria o caráter coletivo de seus ensinamentos.

      Outros métodos utilizados por Allan Kardec foram de fundamental importância para que a revelação viesse à luz com as características do Consolador prometido por Jesus, como a experimentação e a submissão das mensagens ao controle da razão e da ciência. Somente um Espírito Superior, evoluído, seria talhado para exercer essa missão.


e)  Por que a elaboração da doutrina foi confiada a uma coletividade de Espíritos e não a
um só?

Não confiou Deus a um único Espírito a missão de elaborar a doutrina para que vários pudessem trazer a sua colaboração, além de permitir que  ela  fosse  mais  rapidamente elaborada.  Como  todo  Espírito  e  todo  homem  dispõem  de  limitada  soma  de conhecimentos, nenhum estava habilitado a tratar isoladamente das inúmeras questões que o Espiritismo envolve. Sendo obra coletiva, estabeleceu-se entre todos um  laço de solidariedade cooperativa, cada um se ocupando  de  um  assunto  objeto  da revelação.

Dessa maneira, a doutrina nasceu com a autoridade de ter sido elaborada por uma coletividade de Espíritos Superiores, que expressaram seus  pensamentos  a  médiuns diversos, em várias partes do mundo  e  que  foram  comparados,  experimentados  e submetidos a um trabalho de codificação que propiciasse um adequado  estudo, o que faltaram às doutrinas originadas de um tronco único.



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