1.- O Espiritismo estudou as propriedades dos fluidos espirituais, até então pelos homens desconhecidas, bem como a ação desses fluidos sobre a matéria.
2.- Estudou e comprovou a existência do perispírito, que Paulo havia denominado de "corpo espiritual" em uma de suas epístolas, demonstrando que, à época, já havia a noção, embora imprecisa, de um corpo fluídico que sobrevivia à destruição do corpo físico. O Espiritismo veio revelar que esse corpo fluídico constitui o invólucro inseparável do espírito e é um dos elementos constitutivos do homem, espírito encarnado.
3.- O perispírito é, ainda, o veículo de transmissão do pensamento e, durante a vida corporal, serve de ligação entre o espírito e a matéria. Representando tão importante papel no organismo humano, o estudo de suas propriedades, juntamente com o dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos do espírito, veio abrir novos horizontes à Ciência, permitindo a compreensão de uma série de fenômenos até então tidos como incompreendidos, devido à falta de conhecimento das leis que os regem.
4.- Fenômenos como o sonambulismo, a dupla vista, a catalepsia, letargia, presciência e os pressentimentos, dentre outros, até então tidos como maravilhosos e sobrenaturais, o Espiritismo demonstrou serem absolutamente naturais, estando todos de acordo com as Leis de Deus. Demonstrou que determinadas coisas consideradas quiméricas são possíveis e que outras, aceitas como verossímeis, são impossíveis e contrárias à razão.
5.- Sem pretender negar o Evangelho, o Espiritismo veio explicar as palavras e os atos do Cristo, elucidando os pontos até então incompreendidos de seu ensino, através das novas leis da natureza que revela. Dá uma nova dimensão a Jesus, tornando inteligíveis certas partes de seu Evangelho que pareciam inadmissíveis e possibilitando aos homens melhor entender o seu alcance, ao distinguir a realidade da alegoria. Mostra que Ele não é um simples filósofo, mas um Messias divino, o Cristo planetário.
6.- Com o Espiritismo, cumpre-se a promessa de Jesus a respeito do Consolador anunciado, pois é o Espírito de Verdade quem preside o grande movimento que o revelou.
Além disso, a nova revelação traz um grande poder moralizador, mostrando as reais conseqüências do bem e do mal, a pré-existência e a sobrevivência da alma. Dá à humanidade uma grande confiança no futuro, pela certeza de ter cada um perto de si os seus entes amados e de que tudo quanto se conquistou em inteligência, sabedoria e moralidade, ainda que à última hora, não se perde e aproveita ao adiantamento do espírito.
7.- A aceitação do Espiritismo por grande número de pessoas, apesar dos esforços que se fazem para combatê-lo, comprova que ele corresponde à necessidade do homem crer em alguma coisa para preencher o vazio aberto pela incredulidade, levando à conclusão de que veio no momento preciso.
8.- Sendo grande o número de aflitos, não é de admirar que tanta gente o acolha, pois ele consola ao invés de levar ao desespero, por isso que aos que sofrem é que se dirige, mais do que aos felizes do mundo. Kardec desafia os seus detratores a apresentarem algo mais consolador, mais racional, que cuide com maior segurança das feridas da alma, advertindo que o Espiritismo não será vencido com a perspectiva do nada, nem com a ameaça das chamas do inferno ou a promessa da contemplação inútil e perpétua.
*QUESTÕES PARA ESTUDO:*
a) Podemos considerar o perispírito uma revelação do Espiritismo?
b) Qual a sua importância para o espírito, segundo ensina a revelação espírita?
c) Que influência o Espiritismo exerceu na interpretação do Evangelho?
d) Como explicar o fato de o Espiritismo conseguir ser aceito por tantas pessoas, apesar de fortemente criticado?
*CONCLUSÃO*
O Espiritismo estudou as propriedades dos fluidos espirituais, assim como comprovou a existência do perispírito estudando as suas propriedades, demonstrando a sua importância para o homem, definindo-lhe as atribuições. Na interpretação do Evangelho, o Espiritismo veio explicar racionalmente, à luz da ciência, os ensinamentos e os atos do Cristo até então incompreendidos. O mesmo fez com relação a certos fenômenos tidos como sobrenaturais, pela incompreensão de seus mecanismos.
*QUESTÕES PARA ESTUDO*
a) Podemos considerar o perispírito uma revelação do Espiritismo?
Quanto à sua existência, o perispírito não é uma revelação espírita, posto que já conhecido desde tempos remotos, principalmente pelas doutrinas orientais diversas.
Também Paulo, em sua primeira carta aos cristãos de Corinto, demonstrou conhecê-lo, tendo-o denominado de "corpo espiritual". O termo "perispírito", todavia, foi criado por Allan Kardec, no Livro dos Espíritos, para definir esse envoltório que liga o espírito ao corpo material e que sobrevive à morte deste.
b) Qual a sua importância para o espírito, segundo ensina a revelação espírita?
O estudo das propriedades do perispírito abre novos horizontes à Ciência e dá a chave para o entendimento de uma série de fenômenos até então incompreendidos por falta de conhecimento da lei que os rege. Tais são, entre outros, os fenômenos da dupla vista, da visão a distância, do sonambulismo, da catalepsia, da letargia, da presciência, das aparições, dos pressentimentos, etc.
c) Que influência o Espiritismo exerceu na interpretação do Evangelho?
O Espiritismo, sem negar o Evangelho, veio, ao contrário, confirmá-lo, explicando-o à luz das novas leis da Natureza que revela. Os atos e os ensinamentos deixados pelo Cristo, alguns tidos como miraculosos e inadmissíveis, foram elucidados pela nova doutrina. Com ela, a humanidade teve esclarecidos alguns pontos obscuros do ensino de Jesus, entendendo melhor o seu alcance e podendo distinguir a realidade e a alegoria.
d) Como explicar o fato de o Espiritismo conseguir ser aceito por tantas pessoas, apesar de fortemente criticado?
Por ter trazido a fé raciocinada, embasada na razão e na justiça e bondade de Deus, atendendo a uma necessidade que o homem tinha de crer em alguma coisa. Dirigindo-se aos aflitos, o Espiritismo trouxe a consolação da imortalidade do espírito e das vidas sucessivas. Em vez das chamas eternas do inferno e da ociosidade contemplativa inútil e perpétua, trouxe a certeza de um futuro mais sedutor, que só depende de nós próprios.
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