quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Chico Xavier, 100 anos


O povo brasileiro e os espíritas de todo o mundo reverenciam no centenário de seu nascimento
o apóstolo do amor e da caridade e o médium mais importante da história do Espiritismo

MARCELO BORELA DE
OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
De Londrina

Este ano (2010) ficará marcado pelas sucessivas homenagens que o povo brasileiro prestará ao saudoso médium Francisco Cândido Xavier no ano do centenário de seu nascimento.
Nascido no dia 2 de abril de 1910 e batizado com o nome de Francisco de Paula Cândido, Chico Xavier notabilizou-se não só como médium e um dos maiores divulgadores da história do Espiritismo, mas como um verdadeiro apóstolo do amor e da caridade.
Natural de Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte, seus pais chamavam-se Maria João de Deus e João Cândido Xavier. Educado na fé católica, Chico teve seu primeiro contato com a Doutrina Espírita em 1927, por ocasião de um processo obsessivo que acometeu uma de suas irmãs.
Passou então a estudar e a desenvolver suas faculdades mediúnicas, que, conforme ele mesmo relatou em nota no livro Parnaso de Além-Túmulo, somente ganharam maior clareza no final de 1931.
Seu nome de batismo lhe fora dado em homenagem ao santo do dia de seu nascimento, mas, logo que rompeu com o Catolicismo e escreveu seus primeiros livros, foi substituído pelo nome de Francisco Cândido Xavier, mudança essa oficializada anos depois, em abril de 1966, quando de uma viagem que fez aos Estados Unidos.
Segundo seus biógrafos, a faculdade mediúnica de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade, quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre gravidez.
Ele dizia ver e ouvir os Espíritos e conversar com eles. Aos cinco anos conversava com a mãe, então desencarnada.
Na casa da madrinha, foi muito maltratado, chegando a levar garfadas na barriga. Aos sete anos de idade, saiu da casa da madrinha para voltar a morar com o pai, que havia casado segunda vez. Para ajudar no custeio das despesas da casa, o menino trabalhava e estudava em escola pública.
No ano de 1924 concluiu o curso primário e não voltou a estudar, dedicando-se inteiramente ao trabalho.
No mês de maio de 1927, participou de uma sessão espírita onde viu o Espírito de sua mãe, que lhe aconselhou ler as obras de Allan Kardec. Em junho ajudou a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga e em julho iniciou os trabalhos na área da psicografia.
Em 1928, com 18 anos, começou a publicar suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos O Jornal, do Rio de Janeiro, e Almanaque de Notícias, de Portugal.
Chico Xavier desencarnou
no dia 30 de junho de 2002,
aos 92 anos de idade
Em 22 de maio de 1965 Chico Xavier e Waldo Vieira viajaram para Washington, Estados Unidos, a fim de divulgar o Espiritismo no exterior.
Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do Christian Spirit Center, e sua mulher Phillis, lançaram ali o livro Ideal Espírita, numa versão para o idioma inglês.
Em 28 de julho de 1971 concedeu uma entrevista pela Rede Tupi de Televisão, Pinga Fogo com Chico Xavier, que se tornou célebre e foi, segundo diversos estudiosos do Espiritismo, decisiva para uma maior penetração da Doutrina Espírita nos veículos de comunicação.
Chico Xavier desencarnou no dia 30 de junho de 2002, aos 92 anos de idade, em decorrência de parada cardíaca.
Conforme relatos de amigos e parentes próximos, ele teria pedido a Deus para desencarnar em um dia em que os brasileiros estivessem felizes e o país em festa, para que ninguém ficasse triste com seu passamento. No dia do seu falecimento o Brasil festejava a conquista da Copa do Mundo de futebol de 2002 e a notícia surgiu quando a festa por essa conquista já havia começado.
Chico Xavier, pouco antes do seu falecimento, foi eleito, em concurso promovido pela Rede Globo em Minas Gerais, o Mineiro do Século XX, disputando com personalidades conhecidas como Santos Dumont e Juscelino Kubitschek.
Antes de seu falecimento, ele teria deixado uma espécie de código com pessoas de sua confiança para que pudessem ratificar sua presença quando houvesse um contato. Já nos aproximamos do oitavo ano de sua morte e nenhum contato foi confirmado até o momento. O fato é mencionado numa reportagem publicada pela revista Isto É de 26-2-2010, de que extraímos o trecho abaixo:
“É de esperar que quem dedicou a vida a ser porta-voz dos Espíritos mantenha alguma comunicação com os vivos depois de morto. Desde o falecimento de Chico Xavier, há quase oito anos, inúmeros médiuns apareceram dizendo-se receptores de mensagens enviadas por ele. Para driblar os aproveitadores, Chico combinou um código secreto com as três pessoas mais próximas dele – o filho adotivo, Eurípedes Higino dos Reis, o médico particular, Eurípedes Tahan Vieira, e Kátia Maria, grande amiga e acompanhante dele até a morte. Quando, e se houver comunicação, a mensagem será recebida por algum médium e conterá três informações. Os três continuam esperando. ‘Infelizmente, até hoje, nenhuma era dele’, diz o filho.”
A referida reportagem pode ser vista nesta página da internet: 
Registre-se que as mesmas pessoas confirmaram a informação acima no programa Globo Repórter exibido na noite de 26 de março de 2010 pela Rede Globo de Televisão, que o leitor pode ver e ouvir nesta página da internet:
Suas obras mediúnicas
venderam mais de 50 milhões
de exemplares em português
Chico Xavier psicografou mais de 400 livros, sendo 39 publicados após a morte, mas nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras.
Reproduzia apenas o que os Espíritos lhe ditavam e fazia questão de dizer que ele fora apenas o instrumento e que a obra era dos Espíritos.
 Por esse motivo, jamais aceitou o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros, cujos direitos autorais cedeu graciosamente para organizações espíritas e instituições de caridade diversas, desde o primeiro livro.
Suas obras mediúnicas venderam mais de 50 milhões de exemplares em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco e braile. Mas ele psicografou, além dos livros, cerca de 10 mil cartas de pessoas recentemente falecidas destinadas aos seus familiares, fato que o tornou ainda mais conhecido e próximo dos brasileiros.
Seu primeiro livro, Parnaso de Além-Túmulo, com 256 poemas de autoria de poetas brasileiros e portugueses desencarnados, como João de Deus, Guerra Junqueiro, Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos, foi publicado pela primeira vez em 1932. Chico contava na época 22 anos de idade. O livro, como era de esperar, gerou muita polêmica nos círculos literários da época e constitui até hoje uma de suas obras mais relevantes.
O livro, porém, que atingiu até o momento a maior tiragem é Nosso Lar, publicado no início de 1944, atualmente com mais de 2 milhões de cópias vendidas, de autoria de André Luiz, um médico desencarnado cuja verdadeira identidade jamais foi por Chico revelada.
No próximo dia 2 de abril, data em que o médium completaria 100 anos, estreará nos cinemas do Brasil o filme Chico Xavier, baseado no livro biográfico As Vidas de Chico Xavier, do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta Daniel Filho, Chico Xavier é retratado no filme pelos atores Matheus Costa, Ângelo Antonio e Nelson Xavier, respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975. Todas as informações sobre o filme, os bastidores das filmagens, o elenco e parte técnica podem ser vistas no site http://www.chicoxavierofilme.com.br/site/.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves - Ano 57- Nº 674
Abril de 2010 - PÁGINA 13 - limb@sercomtel.com.br

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