Editorial
Na abertura de mais um ano em nossas vidas, queira o leitor
amigo receber nossos votos de paz, de saúde e de prosperidade em todos os dias
do ano. Quando dizemos “prosperidade”, entenda, porém, que não utilizamos esse
termo no seu sentido usual, mas no sentido verdadeiro pelo qual ele deve ser entendido
– prosperidade real e efetiva, que advém da consecução do programa trazido para
a presente existência.
Como sabe o leitor, nem sempre as pessoas realizam no plano corpóreo
o que imaginavam fazer antes do mergulho na carne.
Muitas existências na Terra compõem o que Herculano Pires chama
de círculo vicioso da reencarnação.
O desenvolvimento do ser não é contínuo, mas descontínuo. Em
cada existência terrena o indivíduo desenvolve certas potencialidades, mas a
lei de inércia o retém numa posição determinada pelos limites da própria
cultura em que se desenvolveu.
Com a morte corporal, explica Herculano em seu livro “Pedagogia
Espírita”, o ser volta ao mundo espiritual e tem uma nova existência nesse
mundo, onde suas percepções se ampliam permitindo-lhe compreender que sua
perfectibilidade não tem limites. Voltando então a nova encarnação, pode reencetar
com mais eficiência o desenvolvimento de sua perfectibilidade, mas, se não
receber na vida terrena os estímulos necessários, poderá sentir-se novamente
preso à condição da vida anterior na Terra, estacionando numa repetição de estágio.
É isso que se chama círculo vicioso da reencarnação.
Ao leitor que duvida desse pensamento, propomos que
considere a estatística seguinte.
Em 82 anos de existência do instituto “Almas Irmãs”, um educandário
existente no Plano Espiritual, a que André Luiz se refere em seu livro “Sexo e
Destino”, obra publicada em 1963, de cada 100 alunos desencarnados necessitados
de reeducação sexual que procuraram aplicar na existência corpórea os
ensinamentos ali colhidos, eis o resultado:
• 34 fracassaram, retornando à vida espiritual onerados com
novas dívidas
• 26 melhoraram ligeiramente, embora imperfeitamente
• 22 registraram alguma melhora
• 18, somente dezoito, venceram nos compromissos da
reencarnação.
Os desafios da existência corpórea não são, como se vê, algo
que se vence facilmente.
Para isso é preciso dedicação, oração, vigilância e uma
busca permanente da meta a ser alcançada, que é a perfeição, um objetivo
possível e, segundo Jesus, factível. Afinal, não foi ele quem disse: “Vós sois deuses
e tudo o que faço podereis fazer também e muito mais”?
O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO
ESPÍRITA
JANEIRO/2006
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