terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O Porquê da Vida (Parte 10 e final)


Clássicos do Espiritismo

ANGÉLICA REIS
De Londrina

Concluímos neste número a publicação do texto condensado da obra O Porquê da Vida, de Léon Denis, publicada pela Editora da FEB. As páginas citadas referem-se à 14a edição, de 1987.
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23. Para compreendermos o que se passa em torno de nós, é preciso, pois, que reunamos numa mesma concepção a lei de evolução e a das responsabilidades - a lei de causa e efeito - que faz com que a conseqüência dos atos recaia sobre aqueles que os praticam. (P. 113)
24. A ignorância dessas leis, dos deveres e das sanções que elas acarretam, entra por muito nas desgraças e sofrimentos da hora presente.
Se a Igreja os houvesse ensinado sempre, provavelmente não veríamos abrir-se-lhe sob os passos tão profundo abismo. (P. 113)
25. Pois bem; o que a Igreja não quer ou não pode fazer, o Espiritismo o fará. Ele abriu de par em par as portas do mundo invisível que a Igreja fechara há séculos, e, por elas, ondas de luz, tesouros de consolação e de esperança jorrarão cada vez mais sobre as aflições humanas. (P. 113)
26. Passada a tormenta, dissipar-se-ão as nuvens sombrias que nos escurecem o céu. Um límpido raio de sol brilhará sobre as ruínas acumuladas e uma era nova começará para a Humanidade. Grandes coisas então se realizarão. Almas poderosas reencarnarão entre nós para dar vigoroso impulso à ascensão geral. A consciência humana se desembaraçará das peias do materialismo.
A Filosofia se espiritualizará. (PP. 113 e 114)
27. No seu artigo de ataque ao Espiritismo, já referido antes, o padre Coubé faz a apologia do inferno, afirmando: “O Inferno não é em si mesmo uma crueldade, pois que a crueldade consiste em fazer sofrer um ente para gozar com o seu sofrimento, portanto, além do que ele merece e do que a ordem reclama”.  Responderemos a ele: “É sempre cruel infligir a um ser sofrimentos que não tenham a leni-los nenhuma esperança e que não comportam resultado algum”. (P. 116)
28. Em todo o Universo, o sofrimento é sobretudo um meio educativo e purificador. Considerando-o como uma expiação temporária, do ponto de vista da justiça divina e segundo o Espiritismo, ele se nos mostra como um processo de evolução, pois que, desenvolvendo em nós a sensibilidade, nos aumenta a vida, tornando-a mais intensa, ao passo que, com as penas eternas, o sofrimento não é mais do que uma baixa vingança, uma crueldade inútil. (P. 116)
29. Ora, Deus nada faz sem objetivo, e o seu objetivo é sempre grandioso, generoso, benéfico para suas criaturas. (P. 116)
30. Aliás, o padre Coubé não deve ignorar que a maioria dos teólogos hão renunciado à teoria das penas eternas e que já está reconhecido e firmado que a palavra hebréia que se traduziu por eterno não significa sem-fim, mas apenas longa duração. (P. 116)
31. A Terra, eis o purgatório verdadeiro, o inferno temporário.
O sofrimento do Espírito na vida do espaço não pode ser senão moral.
Resulta da ação da consciência que desperta imperiosa, mesmo que se trate das almas mais atrasadas. (P. 117)
32. Em meio de tantas obscuridades acumuladas pela Igreja no decurso dos séculos, não admira que a pobre Humanidade se tenha extraviado e erre, sem bússola, à mercê das tempestades da paixão, da dúvida, do desespero. (P. 117)
33. Com o Espiritismo, nada de afirmações sem provas, porque ele repousa sobre um conjunto de fatos e de testemunhos que, crescendo continuamente, lhe assegura o seu lugar na Ciência e lhe prepara esplêndido porvir. Todas as descobertas recentes da Física e da Química vieram confirmar suas experiências. (PP. 117 e 118)
34. O Espiritismo é, pois, ao mesmo tempo uma ciência e uma fé. Como fé, pertencemos ao Cristianismo, não a esse cristianismo desfigurado, apoucado, rebaixado pelo fanatismo, mas à Religião que une o homem a Deus em espírito e verdade. Não nos passa pela mente fundar um novo evangelho. O de Jesus nos basta plenamente. (P. 118)
35. Se um dia o grande ideal desejado pelos sábios e entrevisto por todos os inovadores vier a realizar-se pelo acordo entre a Ciência e a Fé, a Humanidade deverá isso ao Espiritismo, às suas investigações laboriosas, à sua filosofia consoladora e elevada. Graças a ele é que se cumprirá a bela profecia de Claude Bernard: “Virá o momento em que o sábio, o pensador, o poeta e o sacerdote falarão a mesma linguagem”. (P. 119)
36. Lançando um olhar de conjunto sobre a obra da Igreja Católica Romana, podemos dizer que, malgrado as suas manchas e sombras, é bela e grande a sua história.
Nas épocas de barbaria, foi ela o asilo do pensamento e das artes e, por séculos, a educadora do mundo. Mas a obra da Igreja teria sido incomparavelmente mais bela, mais eficaz, se houvesse ensinado sempre a verdade em toda a sua plenitude, se houvesse feito luz completa sobre o destino humano. (P. 119)
37. Se isso tivesse sido feito, não veríamos a indiferença, o ceticismo e o materialismo se espalharem, nem tantas revoltas, tantos desesperos e suicídios. E a Terra não assistiria a tantas paixões, tantas cobiças e tantos furores se desencadearem à volta dos que aqui residem. (P. 120)



O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006

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