terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O cérebro de Einstein


RICARDO ORESTES FORNI
De Tupã-SP

A revista “VEJA”, edição de no 1915, de 27 de julho de 2005, traz uma reportagem comemorativa dos cem anos do lançamento da teoria do gênio Albert Einstein que modificou a maneira de vermos o Universo. Foi o annus mirabilis desse grande homem de ciência e que, nem por isso, desacreditava na existência de um Ser Superior como autor de tudo o que sabemos e, principalmente, daquilo que ainda não temos a menor condição de entender.
Einstein manifestou em vida a intenção de doar o seu corpo para experiências científicas, não deixando, contudo, nada por escrito para que não ficasse essa decisão como algo teatral, conforme nos informa a referida reportagem. Mesmo assim, Thomas Harvey, o legista que realizou a autópsia no hospital de Princeton, - continua a informar a revista “VEJA” –, decidiu por conta própria preservar o cérebro do cientista para futuros estudos.
Em 1999, neurocientistas da Universidade Mac-Master, no Canadá, constataram que tanto o hemisfério direito como o esquerdo do cérebro de Einstein apresentavam diferenciações em relação ao cérebro de um homem normal.
Os cientistas costumam se dividir quanto ao conceito de que as diferenças encontradas no cérebro dos seres superdotados representem a explicação para a existência da genialidade naqueles que assim se consagraram perante os homens. No início do de 2006, foi levantada a tese de que o cérebro privilegiado em determinadas regiões do consagrado cientista justificariam a marca da sua genialidade deixada na história da Humanidade.
Na questão de número 71 de O Livro dos Espíritos, é esclarecido a Allan Kardec que a inteligência e a matéria são independentes, podendo um corpo sem inteligência continuar vivendo.
Necessita, porém, a inteligência, de órgãos materiais para poder se manifestar. É preciso a união com o espírito para a inteligência intelectualizar a matéria.
Vale lembrar também acerca dessa reportagem em discussão que, na questão de número 218 de O Livro dos Espíritos, recebemos o ensinamento de que os conhecimentos adquiridos em cada existência não se perdem. “Libertado da matéria, o Espírito os conserva”. Se assim não fosse, continua esclarecendo o mesmo livro, o Espírito deveria recomeçar sempre para adquirir os mesmos conhecimentos, o que, felizmente, não ocorre, iniciando cada ser uma nova existência exatamente do ponto em que chegou na existência anterior.
Assim se faz necessária a lembrança da questão de número 219 de O Livro dos Espíritos, onde é ensinado que as faculdades extraordinárias de determinados indivíduos são lembranças do passado, do progresso anterior da alma.
Isso posto, entendemos que, sob a ótica da Doutrina Espírita, o cérebro privilegiado, anatomicamente falando, de Albert Einstein não era a causa da sua genialidade, mas, sim, o instrumento adequado para que a sua inteligência desenvolvida se manifestasse.
Tivesse ele um cérebro sem nenhuma diferenciação e cairíamos no problema de fornecer um mau instrumento musical a um músico virtuoso, limitando a beleza de suas composições; ou fornecêssemos tinta de má qualidade e pincéis da mesma natureza a um gênio da pintura e prejudicaríamos os seus quadros. A existência de alterações em determinadas regiões cerebrais do consagrado cientista encontradas em sua autópsia, não invalida as explicações espíritas sobre ser a inteligência um atributo extra material e fruto de aprendizado conseguido em vidas anteriores.
Muitos argumentarão, em réplica à questão de número 219, que Einstein estudou e por isso concebeu a sua teoria baseada nos conhecimentos adquiridos através dos estudos da sua atual existência. Contra essa explicação, citamos um fato da vida do cientista relatado na reportagem em questão: “Seus biógrafos dizem que sua genialidade residia na capacidade única de visualizar mentalmente imagens tridimensionais.
Por exemplo, ele imaginou-se cavalgando um raio de luz e soube tirar dali conclusões que iam além da física conhecida”.
Aí está! Alguém conhece alguma Universidade em qualquer ponto do planeta que ensine alguém a se imaginar cavalgando um raio de luz?
Que Universidade teria ensinado a Isaac Newton a raciocinar como só ele o fez? Que faculdade teria ensinado a Pablo Picasso o cubismo que o imortalizou?
E assim poderíamos levantar uma série de indagações sobre a vida de cada gênio que marcou a história do progresso da Humanidade.
Os minerais existem, mas não possuem vida orgânica. As plantas vivem, mas não pensam.
O Espírito vive, pensa, raciocina e desenvolve a sua inteligência numa série interminável de aquisições que são demonstradas através dos recursos materiais dos corpos físicos que venham a revestir-se em sua jornada na face da Terra, constituindo-se na causa da genialidade que, de tempos em tempos, registra-se na nossa história.


O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006

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