JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA
De Cambé
No livro “Missionários da Luz”, o
autor abre um capitulo com o título: Passes, de onde vamos tirar algumas lições
para nosso aprendizado.
André pergunta a Alexandre quem,
dos encarnados, poderia colaborar nas atividades do auxílio magnético. O
instrutor amigo responde: “Todos, com maior ou menor intensidade, poderão
prestar concurso fraterno, nesse sentido.” E acrescenta: “Revelada a
disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, as autoridades de nosso meio
designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente, o neófito,
utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor.”
André não se conformando com a
explicação, insiste, questionando sobre a possibilidade de o indivíduo ser
dotado de valores muito reduzidos para a tarefa. Alexandre responde dizendo: “Desde
que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de
qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades
radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso de Mais
Alto, de que se faz merecedor.”
E, mais adiante, a obra nos oferece
uma lista de obstáculos ao bom desempenho do trabalhador nas tarefas de
magnetismo. Ouçamos o que diz o sábio educador:
“Não é possível fornecer forças construtivas
a alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil, se fazemos sistemático desperdício
das irradiações vitais. É necessário equilibrar o campo das emoções.
Um sistema nervoso esgotado, oprimido,
é um canal que não responde pelas interrupções havidas.
A mágoa excessiva, a paixão desvairada,
a inquietude obsidente, constituem barreiras que impedem a passagem das
energias auxiliadoras.
O excesso de alimentação produz
odores fétidos, através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do
estômago, prejudicando as faculdades radiantes; o álcool e outras substâncias tóxicas
operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e
anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e
salutares.”
Então André pergunta se não é
necessário a pureza de quem aplica o passe. E Alexandre conclui:
“Se a prática do bem estivesse circunscrita
aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana. Qualquer
cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor
atenção.
Em todo lugar onde haja merecimento
nos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, podemos ministrar o benefício
espiritual com relativa eficiência.”
EMMANUEL
Recapitulações
“Porque
amavam mais a glória dos homens
do
que a glória de Deus.” – João, 12:43.
Os séculos parecem reviver com seus
resplendores e decadências.
Fornece o mundo a impressão dum
campo onde as cenas se repetem constantemente.
Tudo instável.
A força e o direito caminham com
alternativas de domínio. Multidões esclarecidas regressam a novas alucinações.
O espírito humano, a seu turno, considerado isoladamente, demonstra recapitular
as más experiências, após alcançar o bom conhecimento.
Como esclarecer a anomalia?
A situação é estranhável porque, no
fundo, todo homem tem sede de paz e fome de estabilidade. Importa reconhecer,
porém, que, no curso dos milênios, as criaturas humanas, em múltiplas
existências, têm amado mais a glória terrena que a glória de Deus.
Inúmeros homens se presumem redimidos
com a meditação criteriosa do crepúsculo, mas... E o dia que já se foi? Na
justiça misericordiosa de suas decisões, Jesus concede ao trabalhador hesitante
uma oportunidade nova. O dia volta.
Refunde-se a existência. Todavia, que
aproveita ao operário valer-se tão-somente dos bens eternos, no crepúsculo
cheio de sombras?
Alguém lhe perguntará: que fizeste da
manhã clara, do Sol ardente, dos instrumentos que te dei?
Apenas a essa altura reconhece a necessidade
de gloriar-se no Todo-Poderoso. E homens e povos continuarão desfazendo a obra
falsa para recomeçar o esforço outra vez.
EMMANUEL, que foi o mentor espiritual
de Francisco Cândido Xavier e coordenador da obra mediúnica do saudoso médium mineiro,
é autor, entre outros livros, de “Caminho,
Verdade e Vida” (FEB, 1948), do qual foi extraído o texto acima.
O IMORTAL
JORNAL DE
DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor
Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006
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