– É possível ao médium distinguir as alterações psíquicas e orgânicas
que lhe são próprias das que estão procedendo dos Espíritos desencarnados?
Divaldo P. Franco – Um dos comportamentos iniciais do médium deve ser o de
estudar-se.
Daí ser necessário estudar a mediunidade.
Eu, por exemplo, quando comecei o exercício da mediunidade ia a
uma festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a
pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava mais feliz que o
noivo. Se ia a um enterro ficava mais choroso que a viúva, porque me
contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil saber como era a minha personalidade.
Pois que, de acordo com o local, havia como que um mimetismo, em que assimilava
o efeito do ambiente.
Lentamente, estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades
e comportamentos, logrei traçar o meu perfil pessoal e estabelecer uma conduta
medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e daí possam
avaliar os meus estados mediúnicos.
De início, o médium terá algumas dificuldades, porque o fenômeno produz
uma interposição de personalidades estranhas à sua própria personalidade.
Somando-se velhas dificuldades à sensibilidade mediúnica, o sensitivo passa a ter
muito aguçadas as reminiscências das vidas pretéritas, não o caráter da
consciência, mas o somatório das experiências.
Recordo-me de que, em determinada época de minha vida, terminada uma
palestra ou reunião mediúnica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar.
Caminhar até a exaustão física. Quando naquele período claro-escuro da mediunidade,
sem saber exatamente como encontrar a paz, os Espíritos me receitaram trabalho
físico, para que, cansado, fosse obrigado ao repouso físico, porque tinha dificuldades
de dormir. A vida física era-me muito ativa e, mesmo quando o corpo caía no
colapso, a mente continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do
que havia deitado.
Então, às vezes, eu preferia não deitar.
Com o tempo fui formando meu perfil de comportamento, de personalidade,
aprendendo a assumir a responsabilidade dos insucessos e a transferir para os Mentores
os resultados das ações positivas, que são sempre de Deus, enquanto os erros
são sempre nossos. Estaremos sempre em sintonia com Espíritos de comportamento
idêntico ao nosso.
Daí, o médium vai medindo as suas reações, suas mágoas, ciúmes, invejas;
as reações positivas, a beleza, o desejo de servir se irá identificando. Por
fim, aprende a selecionar quando é ele e quando são os Espíritos por seu intermédio
que estão agindo.
Do livro Diretrizes de
Segurança, 3a edição, pergunta 13, obra publicada pela Editora Fráter,
de Niterói-RJ.
O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO
ESPÍRITA
Diretor
Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006
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