Mostrando postagens com marcador Divulgação Espírita. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Divulgação Espírita. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A ansiedade


CLARINDO FARINA
De Curitiba

A ansiedade, quando intensiva e continuada, torna-se um canal para o desencadeamento de enfermidades.
Quando descontrolada, começa, em primeiro lugar, a desarmonizar o psiquismo, mas também pode chegar a ponto de afetar a saúde de um modo geral.
Vários são os fatores que dão início à ansiedade. Por exemplo: medo de perder o emprego, dificuldade econômica para sobreviver ou para quitar uma dívida, disputa de cargos ou funções, insegurança individual ou coletiva, ameaça de uma iminente guerra, prepotência exagerada de patrões e governos inescrupulosos, anúncios e estardalhaço sobre enfermidades e epidemias devastadoras, prenúncios de tragédias iminentes etc.
É claro que há circunstâncias em que a ansiedade, até certo ponto, pode ser considerada como normal, por exemplo: quando se aguarda a chegada demorada de alguém ou quando se espera uma notícia importante que demora a se confirmar, mas desde que essa ansiedade não se torne exagerada.
Os vícios, principalmente para com os tóxicos, podem ser uma das piores causas de ansiedades. Quando a ansiedade atinge níveis como distúrbios respiratórios, sudoreses exageradas sem motivos claros, perturbações das funções digestivas, insônia, nestes estados emocionais, a ansiedade se torna fator de perigosas patologias, ameaçando perigosamente a saúde física e mental.
É de suma importância o autodescobrimento, isto é, saber controlar as nossas necessidades, nossas emoções, nossas legítimas aspirações e reações, mediante certos estímulos!
É imprescindível saber compreender a importância dos verdadeiros valores para a vida. Equilíbrio em tudo sempre é a melhor opção.
A fé raciocinada, com confiança absoluta em Deus e confiança em si mesmo, constitui também importante antídoto às ansiedades. As idéias positivas e a busca incessante das verdades espirituais são seguranças contra as doentias ansiedades.
A certeza da imortalidade e da bondade de Deus é fundamental para a expulsão de ansiedade. Conversar com uma pessoa sensata e equilibrada ou valer-se da oração são outras tantas medidas que podem nos auxiliar a fim de amenizar as nossas inquietações emocionais.
Longo período de ansiedade descontrolada poderá dar origem, também, à enfermidade intitulada depressão.
Ensinou-nos Jesus a confiar e orar sempre ao Pai Celestial, que sabe o que é melhor para nós, nas horas difíceis e de indecisões.

Um minuto com Joanna de Ângelis

Os cristãos do passado, fiéis à Doutrina pura, experimentaram o opróbrio, a calúnia, a persistente angústia, o cárcere, o martírio... A história do vero Cristianismo é a saga de toda uma comunidade sacrificada através dos tempos.
Lentamente, porém, as conquistas humanas, culturais e sociais vêm banindo os métodos bárbaros de impedimentos dos ideais nobres da Humanidade. Apesar de ainda existirem presídios e ultrajes, processos vis para extorquir informações e atemorizar, os direitos humanos se vão incorporando e as liberdades de culto, de crença, de ação, de palavra e movimentos acenam dias felizes para o futuro.
Os cristãos gozam de cidadania e suas minorias fazem-se respeitadas e até mesmo amadas.
Como será possível a cada indivíduo, porém, demonstrar o vigor da fidelidade aos postulados de fé vivenciados?
As antigas arenas foram derrubadas e as feras estão esquecidas.
Apesar disso, outros fenômenos têm lugar, convidando os decididos lidadores ao heroísmo, à evolução.
A dor íntima, os conflitos gerados na ação abnegada, as incompreensões propositadas, o cerco da maledicência e da acusação indébita, os ferem e os angustiam, ensejando recuperação, crescimento para Deus, ao mesmo tempo constituindo-se testemunho à fé.
Sob os açoites da enfermidade ou excruciado pelas dores de qualquer natureza, recorda-te da fé cristã, e alegra-te. Este é o teu instrumento de flagício libertador, de que a Vida se utiliza para a tua felicidade futura.
*
Sob as chuvas de sarcasmo dos amigos de ontem, agora perseguidores cruéis, ou padecendo injúrias e acusações venenosas, vitaliza-te com a fé cristã e demonstra-a na resignação e na coragem com que suportarás todas as injunções, sofrendo as “feras” multiplicadas na “arena” ampliada do teu relacionamento social.
O testemunho à fé chega-te agora de maneira diversa daquela que assinalou os apóstolos e mártires primitivos, não menos dolorosa, porém. Não malbarates, pois, a concessão divina do sofrimento, nem percas essa bênção que te permite ascender. Cristão, sofrendo, é Espírito em depuração, rumando na direção do Cristo que nos aguarda, confiante.

JOANNA DE ÂNGELIS, mentora espiritual de Divaldo P. Franco, é autora, entre outros livros, de “Momentos de Esperança” (Editora LEAL, 1988), do qual foi extraído o texto acima.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Divaldo responde


– É possível ao médium distinguir as alterações psíquicas e orgânicas que lhe são próprias das que estão procedendo dos Espíritos desencarnados?

Divaldo P. Franco – Um dos comportamentos iniciais do médium deve ser o de estudar-se.
Daí ser necessário estudar a mediunidade.
Eu, por exemplo, quando comecei o exercício da mediunidade ia a uma festa e assimilava de tal forma o psiquismo do ambiente, que me tornava a pessoa mais contente dali. Se ia a um casamento eu ficava mais feliz que o noivo. Se ia a um enterro ficava mais choroso que a viúva, porque me contaminava psiquicamente, e ficava muito difícil saber como era a minha personalidade. Pois que, de acordo com o local, havia como que um mimetismo, em que assimilava o efeito do ambiente.
Lentamente, estudando a minha personalidade, as minhas dificuldades e comportamentos, logrei traçar o meu perfil pessoal e estabelecer uma conduta medial para que aqueles que vivem comigo saibam como eu sou, e daí possam avaliar os meus estados mediúnicos.
De início, o médium terá algumas dificuldades, porque o fenômeno produz uma interposição de personalidades estranhas à sua própria personalidade. Somando-se velhas dificuldades à sensibilidade mediúnica, o sensitivo passa a ter muito aguçadas as reminiscências das vidas pretéritas, não o caráter da consciência, mas o somatório das experiências.
Recordo-me de que, em determinada época de minha vida, terminada uma palestra ou reunião mediúnica, eu tinha uma necessidade imperiosa de caminhar. Caminhar até a exaustão física. Quando naquele período claro-escuro da mediunidade, sem saber exatamente como encontrar a paz, os Espíritos me receitaram trabalho físico, para que, cansado, fosse obrigado ao repouso físico, porque tinha dificuldades de dormir. A vida física era-me muito ativa e, mesmo quando o corpo caía no colapso, a mente continuava excitada, e eu me levantava no dia seguinte pior do que havia deitado.
Então, às vezes, eu preferia não deitar.
Com o tempo fui formando meu perfil de comportamento, de personalidade, aprendendo a assumir a responsabilidade dos insucessos e a transferir para os Mentores os resultados das ações positivas, que são sempre de Deus, enquanto os erros são sempre nossos. Estaremos sempre em sintonia com Espíritos de comportamento idêntico ao nosso.
Daí, o médium vai medindo as suas reações, suas mágoas, ciúmes, invejas; as reações positivas, a beleza, o desejo de servir se irá identificando. Por fim, aprende a selecionar quando é ele e quando são os Espíritos por seu intermédio que estão agindo.

Do livro Diretrizes de Segurança, 3a edição, pergunta 13, obra publicada pela Editora Fráter, de Niterói-RJ.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006

sábado, 24 de dezembro de 2011

Paidéia espírita: um roteiro à formação humana


 EUGÊNIA PICKINA
De Londrina

Sendo a vida uma sucessão de renascimentos em diferentes corpos, o Espírito transfere de uma para outra experiência física as conquistas e os prejuízos que somente uma educação bem trabalhada consegue aprimorar (Joanna de Ângelis).

A Doutrina Espírita reedita a mensagem de Jesus e orienta, com esperança, um ideal de formação humana e, por isso, a pessoa, apoiada na visão espírita, é um sujeito interrogante, flexível, disposto a partilhar o mundo sem preconceitos e julgamentos, porquanto se considera como membro da família humana universal e em contínuo processo evolutivo.
Estamos, aqui, em experiência corpórea, como passantes, para vivenciar o bom uso da razão e as práticas afetivas, pois ambos compõem o roteiro essencial para a conquista integral do ser. Não nascemos, então, apenas para sofrer e findar, como supõem os pessimistas, confinados às cercanias da matéria, porém experimentamos o retorno à carne para amar e florescer, com o abandono gradativo do instinto grosseiro para pôr em prática as manifestações do Bem e do Belo, irradiações das leis divinas.
Como o ser humano não nasce tabula rasa, mas apenas inconsciente, e cada criança traz consigo uma bagagem que lhe é própria, além de planos e potencialidades que devem ser administrados pela conduta dos pais, para a paideia espírita a tarefa educativa da criatura humana tem início no lar, na vivência de uma democracia socioemocional iluminada pelos ensinamentos do Cristo.
Com efeito, é na intimidade do lar, educandário do espírito, que são desenvolvidos os sentimentos, o hábito do dever, a transmissão, pelos exemplos, dos princípios morais e do trato afetivo e espiritual, que movimentarão, durante a existência, a superação das dificuldades e a construção da harmonia íntima. Viemos da erraticidade, carentes de valores que dizem respeito ao nosso roteiro evolutivo. E porque rumamos em direção à angelitude, torna-se necessário, especialmente no prelúdio da vida, ensinar à criança o caminho com o coração, fornecendo-lhe as sementes da iluminação interior para que ela possa, na fase adulta, aplicar as forças em favor do desenvolvimento intelecto-afetivo e espiritual, procurando amar e servir sem cessar.
No entender espírita, a educação dos hábitos e o interesse sincero pela conquista dos valores se configuram recurso indispensável para a aquisição do bem. Em consequência, os pais (ou responsáveis) podem estimular o cuidado com a vida interior, auxiliando, durante o processo educativo, o despertar das qualidades éticas adormecidas, pois a saúde do ser humano também depende do bom cumprimento das tarefas que lhe dizem respeito.
Nunca será demasiado insistir que as virtudes, à semelhança dos vícios, são aprendidas em decorrência da prática reiterada. Logo, é compromisso dos pais, conscientes do longo caminho a percorrer, pontuar ao filho, ou à filha, que a existência terrena é tecida de contínuos desafios e a felicidade, constituída de pequenas ocorrências, deflui do trabalho constante pelo progresso pessoal, no que resulta o bem comunitário, pois cada Espírito é a soma de suas realizações, através das quais adquire conhecimento e amor.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves
 Ano 57 - Nº 674 - Abril de 2010 -  PÁGINA 10