quinta-feira, 2 de março de 2017

DEUS E OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE

DEUS E OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE

O ‘Livro dos Espíritos’, capítulo I, trata exclusivamente de Deus. Allan Kardec pretendeu demonstrar, com isso, que o Espiritismo tem na existência de Deus o seu primeiro princípio basilar.

Deus, porém, não pode ser percebido pelo homem em sua divina essência. Mesmo depois de desencarnado, dispondo de faculdades perceptivas menos materiais, não pode ainda o espírito perceber totalmente a natureza divina.
Pode, entretanto, o homem, ainda no estágio de inferioridade em que se encontra, ter convincentes provas de que espírito existe. Esta provas se assentam na razão e no sentimento.

Racionalmente, a prova da existência de Deus temo-la neste axioma:

"Não há efeito sem causa."

Vemos constantemente uma imensidade de efeitos cuja causa não está na humanidade, pois a humanidade é impotente para produzi-los. A causa, portanto, está acima da humanidade. É esta causa que se chama Deus, Jeová, Alá, Fo-Hi, etc.

Outro princípio igualmente elementar e que de tão verdadeiro passou a axioma é o de que "todo efeito inteligente tem que decorrer de uma causa inteligente."

Os efeitos referidos acima absolutamente não se produzem ao acaso, fortuitamente e em desordem. Desde a organização do mais pequenino inseto e da mais insignificante semente, até a lei que rege os mundos que circulam no espaço, tudo atesta uma idéia diretora, uma combinação, uma providência que ultrapassa todas as combinações humanas. A causa é, pois, soberanamente inteligente.

Alguns atribuem a formação primária das coisas a uma combinação da matéria, isto é, ao acaso. Isto constitui uma insensatez, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. Um acaso inteligente já não seria acaso.

Kardec lembra um provérbio que diz:

"Pela obra se reconhece o autor."

Vejamos a obra e procuremos o autor. O homem orgulhoso nada admite acima de si. Procurando a causa primária da obra do Universo, se reconhece no seu autor uma inteligência suprema, superior à humanidade.
Para crer-se em Deus, basta se lance o olhar sobre as obras da Criação. O universo existe, logo tem uma causa. Duvidar da existência de Deus é negar que todo efeito tem uma causa e adiantar que o nada pode fazer alguma coisa.

Pelo sentimento, pode o homem, ainda compreender a existência de Deus, porque há no homem, desde o mais primitivo até o mais civilizado, a idéia inata da existência de Deus. Acima pois, do raciocínio lógico, prova-nos a existência de Deus a intuição que dele temos.

O sentimento instintivo que todos os homens têm da existência de Deus é, sem dúvida, uma forte evidência de Sua realidade. Esse sentimento não é fruto de uma educação, resultado de idéias adquiridas pois ele é universal, encontra-se mesmo entre os selvagens a que nenhum ensino a respeito foi ministrado. Os povos selvagens nenhuma revelação tiveram, entretanto, crêem instintivamente na existência de um poder sobre-humano.

O QUE É DEUS?Com respeito à conceituação de Deus segundo o Espiritismo, sabendo-se que limitar Deus a uma definição é impossível, a Doutrina Espírita procura partir de dados racionais para não cair no terreno das idéias imaginárias e místicas.

Allan Kardec [LE-qst 1] indaga aos Espíritos sobre a Divindade. De forma lógica, não usa a forma "Quem é Deus?" que daria um sentido de personificação, uma idéia antropomórfica, mas busca ele a natureza íntima, a essência das coisas, formulando a proposição desta forma: "Que é Deus?"; ao que os Espíritos respondem:


"Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas."

Mas quando Kardec procura desenvolver esta definição dos espíritos indagando se poderíamos aprofundar no entendimento da Divindade, os benfeitores afirmam:

"Não. Falta-lhe, para tanto, um sentido."

E acrescentam:"Quando o seu espírito não estiver mais obscurecido pela matéria, e pela sua perfeição tiver se aproximado Dela, então A verá e A compreenderá." [LE- qst 10,11]

ATRIBUTOS DA DIVINDADE

Afirma Allan Kardec, baseado no pensamento dos Espíritos Superiores, que não é dado ao homem sondar a natureza íntima de Deus. Para compreendê-lo, ainda nos falta o sentido próprio, que só se adquire por meio da completa depuração do espírito.

Mas, se não pode penetrar na essência de Deus, o homem pode, pelo raciocínio, chegar a conhecer-lhe os atributos necessários, suas qualidades básicas, porquanto, vendo o que ele absolutamente não pode ser, sem deixar de ser Deus, deduz daí o que ele deve ser.

Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da Criação. Esse o ponto de partida de todas as crenças religiosas e é por não se terem reportado a isso, como ao farol capaz de as orientar, que a maioria das religiões errou em seus dogmas. As que não atribuíram a Deus a onipotência imaginaram muitos deuses, as que não lhe atribuíram soberana bondade fizeram dele um Deus cioso, colérico, parcial e vingativo.

Podemos assim dizer que Deus é a suprema e soberana inteligência, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom, infinitamente perfeito e único.

a) Suprema e Soberana Inteligência: é limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem de ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito.

b) Eterno: Deus não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.

c) Imutável: se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o universo.

d) Imaterial: a natureza de Deus difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.

e) Onipotente: se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Então esse é que seria Deus.

f) Soberanamente Justo e Bom: a providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade.

g) Infinitamente Perfeito: é impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo.

h) Único: a unicidade de Deus é consequência do fato de serem infinitas as suas perfeições. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e então, não seria Deus. Se houvesse entre eles igualdade absoluta, isto eqüivaleria a existir de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto a identidade, não haveria, em realidade, mais que um único Deus.

A PROVIDÊNCIA DIVINA

A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas, o cuidado permanente e o interesse infinito que o Criador tem pela sua obra maior, que é o espírito.

Deus está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a ação providencial.

Deus, em relação as suas criaturas, é a própria Providência, na sua mais alta expressão, infinitamente acima de todas as possibilidade humanas. Manifesta-se em todas as coisas, está imanente no universo e se exerce através de leis admiráveis e sábias. Tudo foi disposto pelo amor do Pai, soberanamente bom e justo, para o bem de seus filhos, desde as mais elementares providências para a manutenção da vida orgânica até a dispersão da faculdade superior do livre arbítrio, que dá ao homem o mérito da conquista consciente da felicidade.

Deus tudo fez e tudo faz para o bem das criaturas. Imprimiu-lhes na consciência todas as leis morais e, em relação à humanidade terrestre, ainda se manifestou quando nos confiou a Jesus.

BIBLIOGRAFIA

1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec


2) A Gênese - Allan Kardec




GÊNESE E O ESPIRITISMO

SUMÁRIO: 1. Introdução. 2. Conceito. 3. Gênese: Aspectos Gerais. 4. Gênese Planetária. 5. Gênese Moisaica. 6. Gênese Orgânica. 7. Gênese Espiritual. 8. Conclusão. 9. Bibliografia Consultada.

1. INTRODUÇÃO

A inquietação do homem leva-o a perquirir sobre a origem da vida e do Universo. Pergunta: o que estou fazendo aqui? De onde vim? Para onde vou? Qual a finalidade da minha vida? A Bíblia e a Ciência fornecem-lhe algumas explicações. Nosso propósito é analisá-las sob a ótica da Doutrina dos Espíritos
2. CONCEITO

Gênese - do gr. genesis. Sistema cosmogônico; a geração; sucessão dos seres; conjunto dos fatos que concorrem para a produção de qualquer coisa. Biol. Formação, produção ou desenvolvimento de uma célula, um órgão, um indivíduo ou uma espécie. Fisiol. Modo de formação dos elementos anatômicos, de acordo com o qual se formam, mais ou menos rapidamente, corpos sólidos ou semi-sólidos, a partir das substâncias líquidas (Enciclopédia Brasileira Mérito).

3. GÊNESE: ASPECTOS GERAIS

A gênese se divide em duas partes: a história da formação do mundo material e da Humanidade considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual. A Ciência se tem limitado à pesquisa das leis que regem a matéria.

Mas a história do homem, considerado como ser espiritual, prende-se a uma ordem especial de idéias, que não são do domínio da Ciência propriamente dita e das quais, por esse motivo, não tem ela feito objeto de suas investigações. A filosofia, a cujas atribuições pertence, de modo mais particular, esse gênero de estudos, apenas há formulado, sobre o ponto em questão, sistemas contraditórios, que vão desde a mais pura espiritualidade, até a negação do princípio espiritual e mesmo de Deus, sem outras bases, afora as idéias pessoais de seus autores (Kardec, 1975, cap. 4, item 11, p. 90).

4. GÊNESE PLANETÁRIA

De acordo com a Ciência, a origem do Universo pode ser descrita da seguinte forma: no princípio não havia absolutamente nada. Mas antes do Big Bang da criação, não havia sequer nenhum espaço vazio. O espaço e o tempo bem como a matéria e a energia, criaram-se nessa explosão, e não havia um "fora" para onde o Universo explodisse, pois no momento mesmo em que acabava de nascer iniciava a sua grande expansão, o Universo continha tudo, inclusive todo o espaço vazio (Gribbin, 1983, p. 5).

No que tange à origem da Terra, a coisa mais importante que sabemos é que o nosso planeta nativo se formou ao mesmo tempo que o Sol e o resto do Sistema Solar pela condensação de uma nuvem de gás no espaço interestelar (Gribbin, 1983, p. 107).

O Espiritismo, na Gênese planetária, compatibiliza-se com a Ciência, entendendo que o procedimento científico é a forma pela qual ele pode construir o conhecimento, com o acréscimo apenas de certos dados de ordem espiritual, uma vez que todos os acontecimentos são planejados, iniciados e guiados no plano extraterreno (Curti, 1980, p. 17).

Assim, segundo o Espírito Emmanuel, Jesus recebeu o orbe terrestre, desde o momento em que se desprendia da massa solar e, junto a uma legião de trabalhadores, presidiu à formação da lua, à solidificação do orbe, à formação dos oceanos, da atmosfera e à estruturação do globo nos seus aspectos básicos, estatuindo os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhe o equilíbrio futuro na base dos corpos simples da matéria (Xavier, 1972, cap. 1).

O amor de Jesus foi o verbo da criação do princípio. "Atingido o momento, Jesus reuniu nas alturas os intérpretes divinos do seu pensamento. Viu-se, então, descer sobre a Terra, das amplidões dos espaços ilimitados, uma nuvem de forças cósmicas, que envolveu o imenso laboratório planetário em repouso. Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos, podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra.

Estavam dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa, nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe sagrado dos primeiros homens" (Xavier, 1972, p. 22 e 23).

5. GÊNESE MOISAICA

Segundo a Bíblia, no princípio dos tempos Deus criou, simultaneamente, todas as plantas e animais superiores, a partir da matéria inerte. Deus, do pó da terra, forma o primeiro homem - Adão -, sopra-lhe as narinas e lhe dá vida. Retira-lhe uma de suas costelas e cria a Eva. Esta é tentada pela serpente e come, juntamente, com Adão o fruto proibido - a maçã. Literalmente considerada, esta noção é mitológica e antropomórfica. Dá-se a impressão que Deus é um ceramista que manuseia os seres criados por Ele.

Allan Kardec, no capítulo XII de A Gênese, esclarece-nos com precisão a linguagem figurada da Bíblia. Adão e Eva não seria o primeiro e único casal, mas a personificação de uma raça, denominada adâmica; a serpente é o desejo da mulher de conhecer as coisas ocultas, suscitado pelo espírito de adivinhação; a maçã consubstancia os desejos materiais da humanidade.

6. GÊNESE ORGÂNICA

A Ciência ainda não sabe como a vida se originou. A hipótese mais aceite é a de que a vida evoluiu a partir da existência de matéria orgânica inerte dissolvida na água.

No início, há 5 bilhões de anos, as temperaturas eram quentes demais para permitir a existência de protoplasma, a matéria prima das células vivas. A água, um dos principais componentes do protoplasma, só estava presente como vapor, um entre muitos gazes na quente e escura atmosfera. Depois de arrefecida, formou-se a água e com ela a vida.

O primeiro passo na evolução foi a formação de células vivas, o segundo foi a expansão da vida, a partir do lodo e pântano. Assim, O protoplasma evolui para as bactérias, as bactérias para os vírus, os vírus para as amebas, as amebas para as algas, as algas para as plantas, as plantas para os animais até chegar à formação do homem.

Em termos do tempo:

Há ± 4.500 milhões de anos - as mais antigas rochas conhecidas;

Há ± 4.000 milhões de anos - a água condensa-se;

Há ± 3.800 milhões de anos - aparecimento das moléculas orgânicas;

Há ± 3.500 milhões de anos - aparecimento das moléculas de polímero;

Há ± 3.300 milhões de anos - aparecimento das bactérias anaeróbias;

Há ± 2.900 milhões de anos - aparecimento das bactérias anaeróbias com fotossíntese;

Há ± 2.000 milhões de anos - aparecimento das algas, dos protozoários e das bactérias;

Há ± 800 milhões de anos - aparecimento das plantas e dos animais (Taylor, 1983, p. 18 e 19).

O surgimento do Homem (estudos fósseis)

Há ± 25 milhões de anos - o Pliopithecus, um pequeno primata que conseguia andar só em dois pés;

Há ± 14 milhões de anos - o Ramapithecus, o primeiro primata que se assemelha mais ao homem do que aos símios;

Há ± 5 milhões de anos - o Australopithecus, criatura de corpo muito humano semelhante ao chimpanzé na cabeça e na cara;

Há ± 750.000 anos - o Homo erectus.

O Homo erectus andou pela Terra pelo menos durante um milhão de anos fazendo descobertas tão importantes como o domínio do fogo para se aquecer e preparar alimentos. Depois deus origem ao homem moderno, o Homo sapiens. Alguns fósseis do homem moderno datam de há 250.000 anos. Quando o Homo sapiens aparece em cena, em maior número, (150.000 a 160.000 anos), não é com um só tipo mas, pelo menos, dois. O de testa mais curta destes "antigo-modernos" é o Homo sapiens neanderthalis ou Homem de Neanderthal. Provavelmente, desapareceu há cerca de 30.000 anos, deixando só o seu primo de fronte majestosa, o Homo sapiens sapiens, herdeiro da Terra (Taylor, 1983, p. 34 e 35).

Sintetizando:

o átomo evolui para a molécula simples, a molécula simples para a molécula complexa, a molécula complexa para a molécula protéica, a molécula protéica para molécula de ADN, a molécula de ADN para o organismo unicelular e o organismo unicelular para o organismo pluricelular (Enciclopédia Combi).

Há um problema não solucionado: como da evolução química se passa à evolução biológica?

Segundo o Espiritismo, a vida, também, é o resultado desta complexa evolução comprovada pela Ciência. Allan Kardec, em A Gênese, André Luiz, em Evolução em Dois Mundos e Emmanuel, em A Caminho da Luz, atestam para a formação da camada gelatinosa, depois das altas temperaturas e resfriamento pelo qual passou o nosso planeta, na época de sua constituição, há cinco bilhões de anos. Há o aparecimento do protoplasma e toda a cadeia evolutiva. A diferença entre Ciência e Espiritismo é que o segundo faz intervir a ação dos Espíritos no processo de evolução.

7. GÊNESE ESPIRITUAL

Vimos toda a cadeia evolutiva orgânica. Mas o que dá vida à matéria inerte? Allan Kardec diz-nos que o princípio inteligente é que anima a matéria.

Como entender esse raciocínio?

Deus é a causa primária de tudo. DELE vertem-se dois PRINCÍPIOS: PRINCÍPIO ESPIRITUAL E PRINCÍPIO MATERIAL. Para que possamos entender essa trilogia espírita, necessitamos incluir a noção de fluido universal, elemento primordial da matéria. Condensando-se o Fluido Universal, teremos os vários tipos de matéria: matéria bruta, corpo físico, perispírito, fluido vital etc. O Espírito, como essência, difere de tudo o que conhecemos por matéria.

Questão: como se processa a união do princípio espiritual à matéria?

No ato da concepção, o perispírito se contrai até a dimensão de uma molécula, que se liga ao PRINCÍPIO VITO-MATERIAL DO GÉRMEN. Desenvolve-se unindo molécula por molécula ao novo corpo em formação. O Espírito fica ligado, não unido ao corpo físico. Somente quando a criança vem à luz é que se une por completo, quando se dá o fenômeno do esquecimento do passado e a tomada da consciência da nova existência terrena. (Kardec, 1975, cap. 9, item 18, p. 214)

Os Espíritos, para o Espiritismo, foram criados simples e ignorantes com a determinação de se tornarem perfeitos. Para isso, necessitam do contato com a matéria. André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, cita que o princípio inteligente, estagiando na ameba, adquire os primeiros automatismos do tato; nos animais aquáticos, o olfato; nas plantas, o gosto; nos animais, a linguagem. Hoje, somos o resultado de todos os automatismos adquiridos nos vários reinos da natureza. Assim, no reino mineral adquirimos a atração; no reino vegetal, a sensação; no reino animal, o instinto; no reino hominal, o livre-arbítrio, o pensamento contínuo e a razão. (Xavier, 1977, cap. 4)

8. CONCLUSÃO

Embora não tenhamos condições de explicar a origem do Universo e da vida, nada nos impede de reverenciar a Deus, causa primeira de tudo, pela magnanimidade de sua obra. Que os bons Espíritos possam tirar-nos o véu do orgulho, a fim de que a humildade esteja sempre presente em nossas ações

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

CURTI, R. Espiritismo e Evolução. São Paulo, FEESP, 1980.

Enciclopédia Brasileira Mérito.

GRIBBIN, J. Gênese: As Origens do homem e do Universo. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1983.

KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.

TAYLOR, R. A Evolução. Lisboa, Verbo, 1983.

XAVIER, F. C. A Caminho da Luz - História da Civilização à Luz do Espiritismo, pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro, FEB, 1972.

XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo Espírito André Luiz, 4. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1977.

PROGRESSÃO DOS MUNDOS

Deus criou o Universo. Dentro desse Universo há vários mundos. Estes mundos são criados gradativamente juntamente com seus habitantes. Muitos planetas foram criados antes do nosso planeta Terra. Assim como outros ainda serão criados. Portanto, outros Espíritos evoluíram antes de nós. Um desses Espíritos é Jesus. Ele evoluiu em outro planeta antes do nosso ser criado. Quando Ele estava muito evoluído, Deus o incumbiu de acompanhar o nascimento e desenvolvimento do planeta Terra.

Nosso planeta teve sua origem há mais ou menos 4,5 bilhões de anos e tudo era uma massa incandescente não possibilitando haver vida.

No decorrer de milhões de anos, a massa incandescente foi esfriando e foram se formando os elementos que existem hoje em nosso planeta: o ar, a água, as rochas, o solo, as plantas, os animais e o homem.
A vida apareceu há mais ou menos 3,5 bilhões de anos, portanto, um bilhão de anos após o início da formação da Terra. Afirma-se que a primeira forma de vida surgiu na água sob forma de seres minúsculos extremamente simples. Estes foram se tornando cada vez mais complexos e deram origem às células, depois às plantas e aos animais invertebrados que habitavam o mar. Mais tarde, a vida se fixou sobre a terra firme e depois no ar.

É fantástica a marcha de surgimento de diferentes formas de vida sobre a Terra: microrganismos, plantas, peixes, répteis, aves, mamíferos.

Ao longo de muito tempo, os seres sofreram transformações sucessivas, dando origem a várias espécies. Esse processo chama-se EVOLUÇÃO.

Mas, após os répteis, surgem os animais horrendos das eras primitivas, os dinossauros. Emmanuel, no livro A Caminho da Luz disse que a Natureza tornou-se uma grande oficina de ensaios monstruosos. Os trabalhadores do Cristo analisaram a combinação prodigiosa dos complexos celulares, cuja formação eles próprios haviam delineado, então, aperfeiçoaram a máquina celular no limite possível em face das leis físicas do globo. Foi então que eles desapareceram para sempre da fauna terrestre.

Os primeiros seres humanos surgiram sobre a Terra há aproximadamente 3 milhões de anos. Parece muito, mas não é, se considerarmos que a vida no planeta tem mais de 3 bilhões de anos.
Nós espíritas concordamos com a teoria de Charles Darwin, mas ele deteve-se na evolução da forma física e Kardec deu continuidade mostrando que o corpo evolui conforme a evolução espiritual através da reencarnação.


De acordo com o Gênesis (o primeiro livro bíblico), o mundo, os animais e o homem foram criados diretamente por Deus durante uma semana.

Essa descrição é de uns 3 mil anos atrás, época em que o homem não tinha os conhecimentos científicos de hoje.

Atualmente, a narrativa da criação do mundo seria bem diferente. Mas num ponto ela continuará igual: Deus é o criador de tudo o que existe.

Tudo começa pelo átomo; do átomo passamos a ser um mineral; do mineral passamos a ser um vegetal; do vegetal passamos a ser um animal; do animal passamos a seres humanos; e enfim, de seres humanos passaremos a arcanjos. Por milênios e milênios de evolução experimentamos graus inferiores até conquistarmos a inteligência. Entre o irracional e o homem, há longos caminhos a percorrer.
Não fomos criados todos ao mesmo tempo, porque Deus cria incessantemente, por isso é natural que encontremos Espíritos, encarnados e desencarnados em graus de evolução diferentes.
Quando um cachorro, por exemplo, der sinal de inteligência, não continuará mais aqui na Terra, que não lhe oferecerá condições; ao desencarnar o Espírito desse cachorro irá para mundos em começo de evolução. Após cachorro, reencarnará no corpo de um primata aprendendo a andar de pé, a usar as mãos. Depois reencarnará num planeta primitivo, cujos moradores são espíritos que moram em cavernas. E assim, evoluirá com o planeta, assim como ocorreu com nós. Fomos moradores das cavernas, desencarnamos e aprendemos no plano espiritual alguma coisa; reencarnamos e voltamos melhor, com mais conhecimento; desencarnamos e encarnamos várias vezes até sairmos da caverna e nos tornarmos seres mais evoluídos, buscando cada vez mais o crescimento espiritual. Nosso planeta já foi um mundo primitivo e está passando de provas e expiações para regeneração. Enquanto isso, outros mundos estão sendo criados e com ele passando por todo processo de evolução deles e dos seres que nele aparecerem.

Cada planeta é habitado por Espíritos com grau evolutivo correspondente ao planeta.
Allan Kardec classifica os planetas em:


1) Primitivos: onde os espíritos realizam suas primeiras encarnações.

2) De provas e de Expiações: onde predomina o mal, porque há muita ignorância; aí, as pessoas sofrem as conseqüências dos erros praticados (expiação) ou passa por experiências, testes, testemunhos (provas). A Terra é um mundo assim.

3) De Regeneração: neles não há mais a expiação, mas ainda há provas pelas quais o espírito tem de passar para consolidar as conquistas evolutivas que fez e desenvolver-se mais. São mundos de transição entre os mundos de expiação e os que vêm a seguir.

4) Ditosos ou Felizes: nestes mundos predomina o bem, porque seus moradores são espíritos mais evoluídos; há muito bem-estar e progresso geral.

5) Divinos ou Celestes: onde o bem sem qualquer mistura e a felicidade é absoluta, como obra sublime dos seus moradores: os puros espíritos.

Compilação de Rudymara retirados dos livros "A Gênese" de Kardec; "O Evangelho segundo o Espiritismo"; "A Caminho da luz" de Emmanuel; "Espiritismo, uma nova era" de Richard Simonetti.




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