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segunda-feira, 6 de maio de 2013

MEDIUNIDADE E OBSESSÃO


Estou passando por um problema muito sério em minha vida, que me levou a um tratamento psiquiátrico, sem resultado prático até aqui. Estive num centro espírita e me falaram que devo desenvolver a mediunidade, pois meu problema é esse. Vejo vultos, escuto vozes que me perturbam, algumas vezes. Mas outro problema é que não me dou bem com minha família. Eles querem me internar.
(J.R.C. – Garça - SP)
Se você está se sentindo doente, de fato deve se submeter ao tratamento médico. E faz bem de procurar também um tratamento espiritual.
Mas é preciso agir com cautela e discernimento: o importante é que sua atual condição não o impede de pensar e agir, e é isso que você deve fazer. Todavia, a questão da mediunidade não é tão simples assim. A prática da mediunidade não é uma panacéia para todos os males, como muita gente imagina.
Primeiro você precisa tomar contato com o Espiritismo, através de pessoas que possam orienta-lo, para saber em que terreno está pisando. O Espiritismo, segundo as obras de Allan Kardec, não oferece solução mágica para problema algum. Considera que todos nós temos plena condição de procurar a própria solução.
O que o Espiritismo pode fazer é orientá-lo no sentido de seu equilíbrio. É um ledo engano achar que toda perturbação mental tem raiz exclusiva na mediunidade.
A mediunidade, em si, é uma faculdade humana, como outra qualquer, logo, todo mundo tem mediunidade – de alguma forma e em algum grau de desenvolvimento (seja a pessoa espírita ou não).
Portanto, J. R., você não é o único.
Mas os transtornos emocionais, como os seus, têm causas variadas e, quase sempre, decorrem de uma conjugação de várias causas ao mesmo tempo. Geralmente, está ligada à mediunidade, mas a mediunidade não é nem a única causa e nem tampouco a causa mais importante. Veja bem!
Devemos ver o problema pelo tipo de vida que estamos levando e o que devemos modificar em nossa vida, para nos adequar melhor à ela. É para isso que o Espiritismo nos chama a atenção. É muito comum as pessoas chegarem ao Centro Espírita com problemas como o seu, já com o diagnóstico de mediunidade. Mas não é tão simples assim. Mediunidade é uma sensibilidade muito apurada, que tem efeito direto no mundo emocional das pessoas. Por ela, podemos ter sensações e percepções além dos sentidos comuns e que muitas vezes nos assustam. Certas pessoas tem mediunidade ostensiva, à flor da pele, como se costuma dizer: são essas os verdadeiros médiuns ou os médiuns propriamente ditos.
Entretanto, são um grupo muito reduzido. A maioria das pessoas tem apenas a mediunidade que Herculano Pires denominou de “estática”, porque só se manifesta casualmente, uma ou outra vez em suas vidas. Transtornos emocionais como os seus, costumam estimular certos focos mediúnicos, levando a pessoa a ter percepções não-habituais em determinados momentos, o que lhes desperta a atenção para a mediunidade. Entretanto, J.R. – preste atenção! – neste caso o sintoma mediúnico não é a causa, mas o sintoma de um problema maior. Que orientação costumamos dar a pessoas que apresentam um quadro dessa natureza? Além dos esclarecimentos iniciais, recomendamos que venham ao Centro tomar passes, que comecem a ler alguma coisa a respeito do Espiritismo e da mediunidade e, além disso - passe a mudar algumas atitudes, alguns hábitos nos seus relacionamentos. A freqüência ao Centro é importante, pois, além dos passes, vão se familiarizando com os ensinamentos e valores morais que o Espiritismo oferece.
Veja, caro J.R. que nós não encaminhamos tais pessoas para sessões mediúnicas, simplesmente por que, além de não ajudá-las pode trazer-lhes mais problemas – sem conhecimento espírita, sem saber do que se trata, ela não deve ter contato com atividades mediúnicas - pelo menos, por enquanto. O passe é um recurso espiritual de grande valia. Geralmente, as pessoas se sentem reconfortadas, reanimadas e revigoradas em suas forças. Ao lado do passe, a reflexão sobre valores da vida que levamos, baseada nos comentários do evangelho de Jesus. Logo, trata-se de um tratamento suave, cuidadoso, que vai encaminhá-las aos poucos ao reequilíbrio e ao controle de suas emoções (principalmente de sua ansiedade), mas, isso, sem ignorar ou abandonar o acompanhamento médico que, na maioria das vezes, é imprescindível. Por outro lado, se a pessoa for realmente médium, no sentido estrito da palavra, com certeza, ela vai descobrir e decidir se vai integrar algum grupo mediúnico depois.

“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXII N° 388
JANEIRO 2009
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)


sábado, 8 de setembro de 2012

ESCASSEZ DE MÉDIUNS


CONCEITOS FILOSÓFICOS

Muitos Centros Espíritas fecham as portas ou interrompem atividades por não ter nas fileiras de seus trabalhadores os médiuns. Tal situação demonstra a falta de estudo da Doutrina por parte dos espíritas.
Esta questão é velha. Kardec a enfrentou e deu a resposta quando esclareceu: “Conquanto só recentemente publicado, “O Livro dos Médiuns” já provocou, em várias localidades, o desejo de formar reuniões íntimas, como nós aconselhamos.
Escrevem-nos, entretanto, que param ante a escassez de médiuns. Por isso, julgamo-nos no dever de dar alguns conselhos sobre a maneira de os suprir.
Um médium, sobretudo um bom médium, é incontestavelmente um dos elementos essenciais em toda reunião que se ocupa de Espiritismo; mas seria erro pensar que, em sua falta, nada mais resta que cruzar os braços ou suspender a sessão.
Absolutamente não compartilhamos a opinião de uma pessoa que compara uma sessão espírita sem médiuns a um conserto sem músicos. A nosso ver, existe uma comparação muito mais justa: a do Instituto e das sociedades científicas que sabem empregar o seu tempo sem ter permanentemente sob os olhos o material de experimentação. Vai-se a um concerto ouvir música.
É, pois, evidente que se os músicos estiverem ausentes, o objetivo falhou. Mas a uma reunião espírita, vamos ou, pelo menos deveríamos ir, para nos instruirmos. Certamente, para os que vão a estas reuniões com o único objetivo de ver efeitos, o médium será tão indispensável quanto o músico no concerto; mas para os que antes de mais nada, buscam instruir-se, que querem aprofundar as várias partes da Ciência, em falta de um instrumento de experimentação, terão mais de um meio de o obter. 
Para começar, diremos que se os médiuns são comuns, os bons médiuns, na verdadeira acepção da palavra, são raros.
Diariamente a experiência prova que não basta possuir a faculdade mediúnica para ter boas comunicações. 
Por outro lado, os melhores médiuns são sujeitos a numerosas causas acidentais, que momentaneamente pode privar-nos de seu concurso. Vê-se, pois, que se não houver elementos de reserva, podemos ficar desprovidos quando menos o esperamos, e seria aborrecido que em tais condições os trabalhos fossem interrompidos.
O ensino fundamental que se vem buscar nas reuniões espíritas sérias é, sem dúvida, dado pelos Espíritos. Mas que frutos tiraria um aluno das lições dadas pelo mais hábil professor se ele também não trabalhasse? Se não meditasse sobre o que ouviu? Que progresso faria a sua inteligência se tivesse constantemente o mestre ao seu lado, para lhe mastigar a tarefa e lhe poupar o esforço de pensar?
Nas reuniões espíritas, os Espíritos desempenham dois papéis: uns são professores que desenvolvem os princípios da Ciência, elucidam os pontos duvidosos, e, sobretudo, ensinam as leis da verdadeira moral; outros são materiais de observação e de estudo, que servem de aplicação. Dada a lição, sua tarefa está acabada e a nossa principiada: a de trabalhar naquilo que nos foi ensinado, a fim de melhor compreender e de melhor apreender o seu sentido e o seu alcance. É para nos deixar a oportunidade de cumprir o nosso dever – permitam-nos a expressão clássica – que os Espíritos suspendem, por vezes, as suas comunicações. Bem que eles querem nos instruir, mas com a condição de que lhes secundemos os esforços.
Advertem. E se não são ouvidos, retiram-se, a fim de termos tempo para refletir.
Na ausência de médiuns, a reunião que se propõe algo mais que manejar um lápis, tem mil e um meios de empregar o tempo de maneira proveitosa. Limitamo-nos a indicar alguns sumariamente:
1o – Reler e comentar as antigas comunicações, cujo estudo aprofundado fará ressaltar melhor o seu valor.
2o – Contar fatos de que se tem conhecimento, discuti-los, comentá-los, explicá-los pelas leis da Ciência Espírita.
3o – Ler, comentar e desenvolver cada artigo de “O Livro dos Espíritos” e de “O Livro dos Médiuns,” bem como todas as outras obras sobre o Espiritismo.
4o – Discutir os vários sistemas sobre interpretação dos fenômenos espíritas.
Vê-se, pois, que fora das instruções dadas pelos Espíritos, existe matéria ampla para um trabalho útil. Mas se, conforme a necessidade, devemos preencher a ausência momentânea de médiuns, não seria lógico preconizar a sua abolição indefinida. É necessário nada negligenciar, com o fito de os encontrar. Para uma reunião, o melhor é procurá-los no próprio meio.”

(Compilado por Pedro Abreu)

Revista Espírita – Fev/1861: Escassez de Médiuns

Correio da Fraternidade
ANO 21 – nº 250- Abril de 2010 Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
http://www.annesullivan.com.br/mantenedora.html


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

São de três ordens as provas da existência da reencarnação


THIAGO BERNARDES
De Curitiba

As provas da reencarnação baseiam-se essencialmente no seguinte:
• Na regressão de memória, que pode efetuar-se por força de sugestão hipnótica ou da recordação espontânea de existências anteriores, sem que se identifique uma causa que a justifique; neste último caso, a recordação pode dar-se tanto no sono comum como no estado de vigília.
• Nos ditados mediúnicos, em que o médium transmite revelações sobre existências anteriores, próprias ou de terceiros.
• Nas idéias inatas e nas crianças prodígios, fato que abalou e continua a abalar as bases científicas de hereditariedade.
As recordações espontâneas de existências passadas foram objeto de pesquisas realizadas, entre outros, pelos professores H. N. Banerjee e Ian Stevenson. Professor na Universidade de Virgínia (EUA), Stevenson é autor do livro “Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação”, em que relata experiências de pessoas que recordam espontaneamente episódios de existências anteriores, espécie de fenômeno a que se deu o nome de “memória extracerebral”.
Secundariamente, não como prova de sua existência, mas como indício óbvio de sua antigüidade no pensamento humano, a reencarnação é também ensinada por diversas escolas filosóficas e religiosas – notadamente as orientais. Pitágoras, por exemplo, foi um dos seus defensores mais ardorosos.
Alguns fatos registrados nos anais da história merecem ser aqui lembrados, por constituírem testemunhos importantes em favor da realidade da reencarnação:
• Juliano, o Apóstata, lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedônia.
• O poeta Lamartine declara em sua “Viagem ao Oriente” ter tido reminiscências muito claras de suas existências passadas.
• O escritor francês Mery recordava-se de ter combatido na guerra das Gálias e também na Germânia, quando então se chamara Minius.
• O sensitivo Edgar Cayce, em transe mediúnico, revelava fatos de existências anteriores das pessoas que o procuravam e dele mesmo.
Cayce afirma que numa existência imediatamente anterior fora John Bainbridge, nascido nas Ilhas Britânicas em 1742.
A reencarnação é
também provada pelas
revelações espíritas
Pelo sono provocado através da hipnose, método muito usado atualmente por médicos e psicólogos para fins terapêuticos, têm sido obtidas grandes e numerosas provas da reencarnação.
O psiquiatra inglês Denys Kelsey relata em seu livro “Muitas Existências”, escrito em parceria com sua esposa, o caso de um cliente, profissional liberal de meia-idade, afligido por persistente e invencível inclinação homossexual.
Depois de aplicar os métodos clássicos da psicanálise, sem nenhum resultado, numa sessão de hipnose, já pela décima quarta consulta, o paciente começou a descrever episódios de uma existência vivida entre os hititas, quando, na qualidade de esposa de um dos chefes da época, acostumada ao luxo, exercera grande poder sobre o marido. Os hititas habitaram a Síria setentrional por volta de 1900 a.C. Quando a beleza física se foi e o marido deixou de interessar-se por ela, o choque emocional foi muito forte para a sua natureza apaixonada. Tentando atrair terríveis malefícios sobre seu esposo, ela pediu a um sacerdote de Baal que o amaldiçoasse; mas acabou assassinada, levando para o Além toda a frustração da sua humilhante posição de esposa orgulhosa e desprezada. Ao que parece, deduziu o dr. Kelsey, o episódio estava repercutindo na existência atual, na qual a mesma pessoa experimentava inclinação homossexual.
A doutrina da reencarnação
estimula o progresso
coletivo e individual
Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: “Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.?” Os Espíritos responderam:
“Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem”.
Nessa citação encontramos mais uma prova da reencarnação: a das idéias inatas. A História nos revela inúmeros exemplos de gênios, de sábios, de homens valorosos cujos pais, ou mesmo seus filhos, não foram grandiosos como eles.
Alguns desses Espíritos foram na Terra o que costumamos chamar de meninos prodígios, cujo talento conseguiu pôr em dúvida as leis da hereditariedade. Evidentemente, o Espiritismo não nega a hereditariedade física ou genética, mas repele a idéia de que exista uma herança moral ou intelectual transmissível de pais para filhos.
De fato, sabemos que vários sábios nasceram em meios obscuros, como é o caso de Augusto Comte, Espinosa, Kleper, Kant, Bacon, Young, Claude Bernard etc., enquanto homens de valor tiveram como descendentes pessoas comuns ou mesmo medíocres.
Péricles, por exemplo, procriou dois tolos. Sócrates e Temístocles tiveram filhos indignos de seus nomes, e os exemplos não param por aí, porque são muitos e conhecidos.
Ante as provas mencionadas, a tese da reencarnação mostra ser uma doutrina renovadora, porque estimula o progresso individual e, conseqüentemente, o coletivo. A reencarnação revela-nos o que fomos, o que somos e o que seremos, e constitui o instrumento por excelência da lei do progresso e da aplicação da lei de causa e efeito.
A doutrina das vidas sucessivas – ao contrário da crença de que somos condenados a uma pena eterna depois de uma única oportunidade na vida – satisfaz, pois, todas as aspirações de nossa alma, que exige uma explicação lógica do problema do destino. E, o que é inegavelmente mais importante, ela se concilia perfeitamente com a idéia de que existe uma Providência divina, ao mesmo tempo justa e boa, que não pune nossas faltas com suplícios eternos, mas que nos enseja, a cada instante, o poder de reparar nossos erros, elevando-nos na escala evolutiva graças aos nossos próprios esforços.
Em sua obra, Gabriel Delanne refere
inúmeras provas da reencarnação

Como exemplos de provas da reencarnação por meio de ditados mediúnicos, Gabriel Delanne, em seu livro “A Reencarnação”, menciona vários casos. Eis um deles, que lhe foi relatado pelo Sr. E. B. de Reyle, por meio de uma carta:
“Em agosto de 1886 – escreveu o Sr. de Reyle -, fizemos uma sessão de evocação, no curso da qual se apresentou, a princípio pela tiptologia, e depois, a nosso pedido, pela escrita medianímica, uma entidade que meus pais perderam, ainda de pouca idade...
“Assegurava esperar, para reencarnar-se, o nascimento do meu primeiro filho, especificando que seria rapaz e viria dentro de 18 meses. Não se esperava uma criança. Ora, em fevereiro de 1888, nascia o nosso filho mais velho, que recebeu o nome de Allan, na data prevista, com o sexo predito.”
(Thiago Bernardes)



O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 624 Fevereiro de 2006
RUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63
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A primeira necessidade do médium


Desde que o comandante Edgard Armond publicou sua excelente obra “Pontos da Escola de Médiuns”, multiplicaram-se em nosso país os chamados cursos de mediunidade, cujo apogeu se verificou na década de 1970 com o Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM), organizado e implantado por uma equipe de confrades liderados pelo dr. Alexandre Sech, do Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba.
Pouco, porém, tem sido dito ultimamente sobre as reais necessidades do médium para que se torne um medianeiro seguro e confiável.
Claro que os autores espíritas jamais deixaram essa questão sem resposta, como veremos nas linhas abaixo. Somos nós, os trabalhadores da seara, que temos revelado a tendência de reduzir a mediunidade a uma mera questão técnica, esquecidos do fator moral, inerente à boa prática mediúnica.
Se, do ponto de vista do mecanismo da comunicação, a mediunidade, em si mesma, não depende do fator moral, do ponto de vista da assistência espiritual o fator moral torna-se relevante.
Médiuns moralizados contam com o amparo de Espíritos elevados.
E por médium moralizado referimo-nos ao medianeiro que pauta sua existência como um autêntico homem de bem, procurando ser uma pessoa humilde, sincera, paciente, perseverante, bondosa, estudiosa, trabalhadora e desinteressada.
A primeira necessidade de um médium é, pois, evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. O médium eficiente é aquele trabalhador que melhor se harmoniza com a vontade do Pai Celestial, cultivando as qualidades que atraem os Bons Espíritos e destacando-se pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.
As qualidades que atraem os Bons Espíritos, conforme lemos em “O Livro dos Médiuns”, cap. XX, item 227, são:
I. A bondade
II. A benevolência
III. A simplicidade do coração
IV. O amor ao próximo
V. O desprendimento das coisas materiais.
Os defeitos opostos a essas qualidades, evidentemente, afastam de nós os Espíritos elevados, o que constitui um obstáculo que o médium consciente da importância de sua faculdade tem de transpor.
A mediunidade não representa em si mesma nenhum mérito para quem a possui, porque o seu aparecimento independe, como vimos, da formação moral do indivíduo.
Pessoas de comportamento moral duvidoso podem apresentar a faculdade mediúnica e sempre encontrarão entidades espirituais que lhes secundem a vontade e o pensamento, associando-se a elas na rede de desequilíbrio.
Ser bom médium é cousa diferente, como Kardec explica na seguinte passagem: “Ninguém poderá tornar-se bom médium se não conseguir despojar-se dos vícios que degradam a humanidade” (Revista Espírita de 1863, p. 213).
“Todo homem – asseverou, em seguida, o Codificador – pode tornar-se médium; mas a questão não é ser médium; é ser bom médium, o que depende das qualidades morais.”



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São inúmeras as evidências de que a reencarnação existe


THIAGO BERNARDES
De Curitiba


 Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: “Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.?” Os Espíritos responderam: “Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem”.
Nessa citação deparamo-nos com uma das evidências da existência da reencarnação: a das idéias inatas. A História, como sabemos, revela-nos inúmeros exemplos de gênios, de sábios, de homens valorosos cujos pais, ou mesmo seus filhos, não foram grandiosos como eles, o que não pode ser explicado pelas leis da hereditariedade.
Os ditados mediúnicos, em que o médium transmite revelações sobre existências anteriores, próprias ou de terceiros, e a regressão de memória, que pode efetuar-se por força de sugestão hipnótica ou da recordação espontânea de existências anteriores, são as outras evidências de que a reencarnação constitui um fato e não uma simples hipótese.  

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Estudando as obras de André Luiz


JOSÉ ANTÔNIO V. DE PAULA

De Cambé


No livro “Missionários da Luz”, o autor abre um capitulo com o título: Passes, de onde vamos tirar algumas lições para nosso aprendizado.
André pergunta a Alexandre quem, dos encarnados, poderia colaborar nas atividades do auxílio magnético. O instrutor amigo responde: “Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido.” E acrescenta: “Revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente, o neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor.”
André não se conformando com a explicação, insiste, questionando sobre a possibilidade de o indivíduo ser dotado de valores muito reduzidos para a tarefa. Alexandre responde dizendo: “Desde que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso de Mais Alto, de que se faz merecedor.”
E, mais adiante, a obra nos oferece uma lista de obstáculos ao bom desempenho do trabalhador nas tarefas de magnetismo. Ouçamos o que diz o sábio educador:
“Não é possível fornecer forças construtivas a alguém, ainda mesmo na condição de instrumento útil, se fazemos sistemático desperdício das irradiações vitais. É necessário equilibrar o campo das emoções.
Um sistema nervoso esgotado, oprimido, é um canal que não responde pelas interrupções havidas.
A mágoa excessiva, a paixão desvairada, a inquietude obsidente, constituem barreiras que impedem a passagem das energias auxiliadoras.
O excesso de alimentação produz odores fétidos, através dos poros, bem como das saídas dos pulmões e do estômago, prejudicando as faculdades radiantes; o álcool e outras substâncias tóxicas operam distúrbios nos centros nervosos, modificando certas funções psíquicas e anulando os melhores esforços na transmissão de elementos regeneradores e salutares.”
Então André pergunta se não é necessário a pureza de quem aplica o passe. E Alexandre conclui:
“Se a prática do bem estivesse circunscrita aos Espíritos completamente bons, seria impossível a redenção humana. Qualquer cota de boa vontade e espírito de serviço recebe de nossa parte a melhor atenção.
Em todo lugar onde haja merecimento nos que sofrem e boa vontade nos que auxiliam, podemos ministrar o benefício espiritual com relativa eficiência.”

EMMANUEL
Recapitulações
“Porque amavam mais a glória dos homens
do que a glória de Deus.” – João, 12:43.

Os séculos parecem reviver com seus resplendores e decadências.
Fornece o mundo a impressão dum campo onde as cenas se repetem constantemente.
Tudo instável.
A força e o direito caminham com alternativas de domínio. Multidões esclarecidas regressam a novas alucinações. O espírito humano, a seu turno, considerado isoladamente, demonstra recapitular as más experiências, após alcançar o bom conhecimento.
Como esclarecer a anomalia?
A situação é estranhável porque, no fundo, todo homem tem sede de paz e fome de estabilidade. Importa reconhecer, porém, que, no curso dos milênios, as criaturas humanas, em múltiplas existências, têm amado mais a glória terrena que a glória de Deus.
Inúmeros homens se presumem redimidos com a meditação criteriosa do crepúsculo, mas... E o dia que já se foi? Na justiça misericordiosa de suas decisões, Jesus concede ao trabalhador hesitante uma oportunidade nova. O dia volta.
Refunde-se a existência. Todavia, que aproveita ao operário valer-se tão-somente dos bens eternos, no crepúsculo cheio de sombras?
Alguém lhe perguntará: que fizeste da manhã clara, do Sol ardente, dos instrumentos que te dei?
Apenas a essa altura reconhece a necessidade de gloriar-se no Todo-Poderoso. E homens e povos continuarão desfazendo a obra falsa para recomeçar o esforço outra vez.
  
EMMANUEL, que foi o mentor espiritual de Francisco Cândido Xavier e coordenador da obra mediúnica do saudoso médium mineiro, é autor, entre outros livros, de “Caminho, Verdade e Vida” (FEB, 1948), do qual foi extraído o texto acima.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sobre as pesquisas psíquicas na ex-União Soviética


(Parte 12 e final)

AIGLON FASOLO
De Londrina


Imagem, energia, potencial... - O que se encontra tomando forma é, no fundo, a tangível manifestação de um impulso e de um anseio universais.
Estamos na era espacial, quer isso nos agrade, quer não. As nossas energias estão voltadas para o espaço exterior e também, obviamente, para o interior. Seminários de percepção, meditação, expansão da consciência, a idade do Aquário — o impulso introverso é o propulsor da época.
“A sociedade humana enfrenta hoje o dilema de um colapso ou de um avanço no campo da consciência humana para manter-se a par do avanço da ciência e da tecnologia”, afirma o Dr. Shafica Karagulla em Breakthrough to Creativity. Diretor da Fundação para a Pesquisa da Percepção Sensorial Superior, na Califórnia, o Dr. Karagulla, neuropsiquiatra conceituado, está estudando a capacidade dos médiuns de “ler” a aura e o corpo energético. Ela não é típica. Ao passo que o anseio introspectivo domina as disciplinas acadêmico-científicas na Tchecoslováquia, na Bulgária e na Rússia, no Ocidente ele é geralmente “extrovertido”.
Talvez devêssemos estar “acumulando reservas” de médiuns. Os descobrimentos no terreno do psi, como os países do Leste os entenderam, como a maioria dos outros avanços, podem ser empregados em atividades anti-humanas. O jogo da guerra, no entanto, não é a mensagem mais estrondosa que recebemos da parapsicologia oriental. O que veio de lá é tríplice e pró-humano, pró-gente.
O descobrimento da energia inerente ao psi “será comparável ao descobrimento da energia atômica”, disse o Dr. Leonid Vasiliev. Igor Shishkin, brilhante e jovem matemático russo, comparou recentemente a descoberta das teorias do psi à descoberta das teorias da relatividade.
Vasiliev viu algo ainda mais revolucionário do que a nova energia que acompanha o psi — “a experiência direta de outra pessoa”. Nunca sabemos se outra pessoa está representando, assinala Vasiliev, ou se é capaz de transmitir o que está sentindo, mesmo que o queira. O psi parece ser um elo mental, um elo corpóreo. A plena e direta experiência de outra pessoa é um potencial assustador.
A oposição à pesquisa psíquica é ainda poderosa – Eles estão estudando as maneiras de utilizá-lo: aprimorar as capacidades intelectuais, artísticas, inventivas; comunicar-se no espaço e no fundo do mar; ajudar a localizarem minerais e água; predizer pedaços do futuro; comandar o comportamento de outra pessoa à distância; ver à distância; lidar com os campos de força viva que cercam o corpo. Isso é apenas o começo.
Enquanto os cientistas mergulham na pesquisa do psi orientada para a prática, um sentido de unidade viva, de movimento e variedade infinitos, está começando a emergir do casulo do desconhecido e do não visto. Isto é o homem, um ser de energia numa galáxia de energias, dinamicamente ligado a toda a vida e às forças do universo.
De um modo global, a parapsicologia pode sintetizar-se em três palavras: Imagem, Energia, Potencial. O mundo da pesquisa psíquica na Tchecoslováquia, na Bulgária e na Rússia foi feito de esforços para penetrar a dimensão da energia universal, esforços para soltar o potencial ilimitado e não usado do ser humano. Como subproduto desses esforços, os parapsicologistas estão começando a mostrar o que talvez seja o aspecto mais importante de todos: uma imagem mais profunda do ser humano.
Apesar de tudo a que ele promete, a oposição que se faz à pesquisa do psi ainda é poderosa, tanto no Oriente, quanto no Ocidente.
“Entretanto, temos um bom clima para as atividades psíquicas na Bulgária.”
“Falava-se muito na União Soviética em estudar os poderes latentes da psique do homem, os quais, como a própria ciência o demonstrou, são inusitadamente grandes.”
“Existe uma tradição espiritual na Tchecoslováquia que conduz à investigação científica no domínio do psíquico.”
O interesse pelo estudo da dimensão do psi também começou a manifestar-se na Polônia, na Romênia, na Alemanha.
Os orientais levaram a sério a pesquisa do psi - Será realmente a herança do Ocidente tão infecunda que tenhamos sido privados de visionários e sonhadores, do interesse “pelo mundo não visto”? Ter-nos-emos tornado, com efeito, mais ingenuamente materialistas do que os próprios “materialistas de carteirinha”?
Encarando a oposição no Ocidente, o psiquiatra Jule Eisenbud, no livro que escreveu sobre a fotografia do pensamento e que intitulou The Word of Ted Sérios, observa:
“Desconfio de que, se a resistência ao psi for algum dia superada, isso não virá do trabalho sério e paciente que se faz nos laboratórios ou de qualquer número de palestras dirigidas a cientistas ou ao público culto, mas da sublevação geral das classes de uma população que está explodindo de muitas maneiras.”
Os cientistas orientais levaram a sério a pesquisa do psi. Não se tratou de uma brincadeira. Não se tratou da província dos poucos entusiastas. Já não terá chegado o momento de olharmos também para esse lado desconhecido do ser? Agora, hoje e amanhã, é ocasião de pesquisas arrojadas, firmes. E já é tempo de todos nós, em todos os níveis, deixarmos a covardia de lado e obedecermos, corajosos, ao preceito vital. “Conhece-te a Ti Mesmo”. Não é uma questão de curiosidade intelectual. Não é uma questão de provarmos a nossa falta de preconceitos. É uma questão de sobrevivência. A humanidade está empenhada numa luta de vida ou morte — Eros contra Tânato, chamou-lhe Freud. A dimensão psíquica tem força de vida, é o foco da criatividade e da inspiração. Tem liberdade e vida para dar aos que as tomarem. Foi por isso que alguns dos espíritos mais esplêndidos deste século — Madame Curie, Carl Gustav Jung, Franklin D. Roosevelt, William Butier Yeats, Thomas Edison, Winston Churchill, Albert Einstein — se interessaram ativamente pelo espectro psíquico. Com o estudo ordenado dessa dimensão, a parapsicologia se encontra numa junção, como a última pedra da pirâmide, onde podem encontrar-se as humanidades, a religião, a ciência e as artes.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006