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sábado, 8 de setembro de 2012

ESCASSEZ DE MÉDIUNS


CONCEITOS FILOSÓFICOS

Muitos Centros Espíritas fecham as portas ou interrompem atividades por não ter nas fileiras de seus trabalhadores os médiuns. Tal situação demonstra a falta de estudo da Doutrina por parte dos espíritas.
Esta questão é velha. Kardec a enfrentou e deu a resposta quando esclareceu: “Conquanto só recentemente publicado, “O Livro dos Médiuns” já provocou, em várias localidades, o desejo de formar reuniões íntimas, como nós aconselhamos.
Escrevem-nos, entretanto, que param ante a escassez de médiuns. Por isso, julgamo-nos no dever de dar alguns conselhos sobre a maneira de os suprir.
Um médium, sobretudo um bom médium, é incontestavelmente um dos elementos essenciais em toda reunião que se ocupa de Espiritismo; mas seria erro pensar que, em sua falta, nada mais resta que cruzar os braços ou suspender a sessão.
Absolutamente não compartilhamos a opinião de uma pessoa que compara uma sessão espírita sem médiuns a um conserto sem músicos. A nosso ver, existe uma comparação muito mais justa: a do Instituto e das sociedades científicas que sabem empregar o seu tempo sem ter permanentemente sob os olhos o material de experimentação. Vai-se a um concerto ouvir música.
É, pois, evidente que se os músicos estiverem ausentes, o objetivo falhou. Mas a uma reunião espírita, vamos ou, pelo menos deveríamos ir, para nos instruirmos. Certamente, para os que vão a estas reuniões com o único objetivo de ver efeitos, o médium será tão indispensável quanto o músico no concerto; mas para os que antes de mais nada, buscam instruir-se, que querem aprofundar as várias partes da Ciência, em falta de um instrumento de experimentação, terão mais de um meio de o obter. 
Para começar, diremos que se os médiuns são comuns, os bons médiuns, na verdadeira acepção da palavra, são raros.
Diariamente a experiência prova que não basta possuir a faculdade mediúnica para ter boas comunicações. 
Por outro lado, os melhores médiuns são sujeitos a numerosas causas acidentais, que momentaneamente pode privar-nos de seu concurso. Vê-se, pois, que se não houver elementos de reserva, podemos ficar desprovidos quando menos o esperamos, e seria aborrecido que em tais condições os trabalhos fossem interrompidos.
O ensino fundamental que se vem buscar nas reuniões espíritas sérias é, sem dúvida, dado pelos Espíritos. Mas que frutos tiraria um aluno das lições dadas pelo mais hábil professor se ele também não trabalhasse? Se não meditasse sobre o que ouviu? Que progresso faria a sua inteligência se tivesse constantemente o mestre ao seu lado, para lhe mastigar a tarefa e lhe poupar o esforço de pensar?
Nas reuniões espíritas, os Espíritos desempenham dois papéis: uns são professores que desenvolvem os princípios da Ciência, elucidam os pontos duvidosos, e, sobretudo, ensinam as leis da verdadeira moral; outros são materiais de observação e de estudo, que servem de aplicação. Dada a lição, sua tarefa está acabada e a nossa principiada: a de trabalhar naquilo que nos foi ensinado, a fim de melhor compreender e de melhor apreender o seu sentido e o seu alcance. É para nos deixar a oportunidade de cumprir o nosso dever – permitam-nos a expressão clássica – que os Espíritos suspendem, por vezes, as suas comunicações. Bem que eles querem nos instruir, mas com a condição de que lhes secundemos os esforços.
Advertem. E se não são ouvidos, retiram-se, a fim de termos tempo para refletir.
Na ausência de médiuns, a reunião que se propõe algo mais que manejar um lápis, tem mil e um meios de empregar o tempo de maneira proveitosa. Limitamo-nos a indicar alguns sumariamente:
1o – Reler e comentar as antigas comunicações, cujo estudo aprofundado fará ressaltar melhor o seu valor.
2o – Contar fatos de que se tem conhecimento, discuti-los, comentá-los, explicá-los pelas leis da Ciência Espírita.
3o – Ler, comentar e desenvolver cada artigo de “O Livro dos Espíritos” e de “O Livro dos Médiuns,” bem como todas as outras obras sobre o Espiritismo.
4o – Discutir os vários sistemas sobre interpretação dos fenômenos espíritas.
Vê-se, pois, que fora das instruções dadas pelos Espíritos, existe matéria ampla para um trabalho útil. Mas se, conforme a necessidade, devemos preencher a ausência momentânea de médiuns, não seria lógico preconizar a sua abolição indefinida. É necessário nada negligenciar, com o fito de os encontrar. Para uma reunião, o melhor é procurá-los no próprio meio.”

(Compilado por Pedro Abreu)

Revista Espírita – Fev/1861: Escassez de Médiuns

Correio da Fraternidade
ANO 21 – nº 250- Abril de 2010 Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”, abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
http://www.annesullivan.com.br/mantenedora.html


terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A primeira necessidade do médium


Desde que o comandante Edgard Armond publicou sua excelente obra “Pontos da Escola de Médiuns”, multiplicaram-se em nosso país os chamados cursos de mediunidade, cujo apogeu se verificou na década de 1970 com o Centro de Orientação e Educação Mediúnica (COEM), organizado e implantado por uma equipe de confrades liderados pelo dr. Alexandre Sech, do Centro Espírita Luz Eterna, de Curitiba.
Pouco, porém, tem sido dito ultimamente sobre as reais necessidades do médium para que se torne um medianeiro seguro e confiável.
Claro que os autores espíritas jamais deixaram essa questão sem resposta, como veremos nas linhas abaixo. Somos nós, os trabalhadores da seara, que temos revelado a tendência de reduzir a mediunidade a uma mera questão técnica, esquecidos do fator moral, inerente à boa prática mediúnica.
Se, do ponto de vista do mecanismo da comunicação, a mediunidade, em si mesma, não depende do fator moral, do ponto de vista da assistência espiritual o fator moral torna-se relevante.
Médiuns moralizados contam com o amparo de Espíritos elevados.
E por médium moralizado referimo-nos ao medianeiro que pauta sua existência como um autêntico homem de bem, procurando ser uma pessoa humilde, sincera, paciente, perseverante, bondosa, estudiosa, trabalhadora e desinteressada.
A primeira necessidade de um médium é, pois, evangelizar-se a si mesmo, antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. O médium eficiente é aquele trabalhador que melhor se harmoniza com a vontade do Pai Celestial, cultivando as qualidades que atraem os Bons Espíritos e destacando-se pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.
As qualidades que atraem os Bons Espíritos, conforme lemos em “O Livro dos Médiuns”, cap. XX, item 227, são:
I. A bondade
II. A benevolência
III. A simplicidade do coração
IV. O amor ao próximo
V. O desprendimento das coisas materiais.
Os defeitos opostos a essas qualidades, evidentemente, afastam de nós os Espíritos elevados, o que constitui um obstáculo que o médium consciente da importância de sua faculdade tem de transpor.
A mediunidade não representa em si mesma nenhum mérito para quem a possui, porque o seu aparecimento independe, como vimos, da formação moral do indivíduo.
Pessoas de comportamento moral duvidoso podem apresentar a faculdade mediúnica e sempre encontrarão entidades espirituais que lhes secundem a vontade e o pensamento, associando-se a elas na rede de desequilíbrio.
Ser bom médium é cousa diferente, como Kardec explica na seguinte passagem: “Ninguém poderá tornar-se bom médium se não conseguir despojar-se dos vícios que degradam a humanidade” (Revista Espírita de 1863, p. 213).
“Todo homem – asseverou, em seguida, o Codificador – pode tornar-se médium; mas a questão não é ser médium; é ser bom médium, o que depende das qualidades morais.”



O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 624 Fevereiro de 2006
RUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63
CEP 86.180-970
TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sobre as pesquisas psíquicas na ex-União Soviética


(Parte 12 e final)

AIGLON FASOLO
De Londrina


Imagem, energia, potencial... - O que se encontra tomando forma é, no fundo, a tangível manifestação de um impulso e de um anseio universais.
Estamos na era espacial, quer isso nos agrade, quer não. As nossas energias estão voltadas para o espaço exterior e também, obviamente, para o interior. Seminários de percepção, meditação, expansão da consciência, a idade do Aquário — o impulso introverso é o propulsor da época.
“A sociedade humana enfrenta hoje o dilema de um colapso ou de um avanço no campo da consciência humana para manter-se a par do avanço da ciência e da tecnologia”, afirma o Dr. Shafica Karagulla em Breakthrough to Creativity. Diretor da Fundação para a Pesquisa da Percepção Sensorial Superior, na Califórnia, o Dr. Karagulla, neuropsiquiatra conceituado, está estudando a capacidade dos médiuns de “ler” a aura e o corpo energético. Ela não é típica. Ao passo que o anseio introspectivo domina as disciplinas acadêmico-científicas na Tchecoslováquia, na Bulgária e na Rússia, no Ocidente ele é geralmente “extrovertido”.
Talvez devêssemos estar “acumulando reservas” de médiuns. Os descobrimentos no terreno do psi, como os países do Leste os entenderam, como a maioria dos outros avanços, podem ser empregados em atividades anti-humanas. O jogo da guerra, no entanto, não é a mensagem mais estrondosa que recebemos da parapsicologia oriental. O que veio de lá é tríplice e pró-humano, pró-gente.
O descobrimento da energia inerente ao psi “será comparável ao descobrimento da energia atômica”, disse o Dr. Leonid Vasiliev. Igor Shishkin, brilhante e jovem matemático russo, comparou recentemente a descoberta das teorias do psi à descoberta das teorias da relatividade.
Vasiliev viu algo ainda mais revolucionário do que a nova energia que acompanha o psi — “a experiência direta de outra pessoa”. Nunca sabemos se outra pessoa está representando, assinala Vasiliev, ou se é capaz de transmitir o que está sentindo, mesmo que o queira. O psi parece ser um elo mental, um elo corpóreo. A plena e direta experiência de outra pessoa é um potencial assustador.
A oposição à pesquisa psíquica é ainda poderosa – Eles estão estudando as maneiras de utilizá-lo: aprimorar as capacidades intelectuais, artísticas, inventivas; comunicar-se no espaço e no fundo do mar; ajudar a localizarem minerais e água; predizer pedaços do futuro; comandar o comportamento de outra pessoa à distância; ver à distância; lidar com os campos de força viva que cercam o corpo. Isso é apenas o começo.
Enquanto os cientistas mergulham na pesquisa do psi orientada para a prática, um sentido de unidade viva, de movimento e variedade infinitos, está começando a emergir do casulo do desconhecido e do não visto. Isto é o homem, um ser de energia numa galáxia de energias, dinamicamente ligado a toda a vida e às forças do universo.
De um modo global, a parapsicologia pode sintetizar-se em três palavras: Imagem, Energia, Potencial. O mundo da pesquisa psíquica na Tchecoslováquia, na Bulgária e na Rússia foi feito de esforços para penetrar a dimensão da energia universal, esforços para soltar o potencial ilimitado e não usado do ser humano. Como subproduto desses esforços, os parapsicologistas estão começando a mostrar o que talvez seja o aspecto mais importante de todos: uma imagem mais profunda do ser humano.
Apesar de tudo a que ele promete, a oposição que se faz à pesquisa do psi ainda é poderosa, tanto no Oriente, quanto no Ocidente.
“Entretanto, temos um bom clima para as atividades psíquicas na Bulgária.”
“Falava-se muito na União Soviética em estudar os poderes latentes da psique do homem, os quais, como a própria ciência o demonstrou, são inusitadamente grandes.”
“Existe uma tradição espiritual na Tchecoslováquia que conduz à investigação científica no domínio do psíquico.”
O interesse pelo estudo da dimensão do psi também começou a manifestar-se na Polônia, na Romênia, na Alemanha.
Os orientais levaram a sério a pesquisa do psi - Será realmente a herança do Ocidente tão infecunda que tenhamos sido privados de visionários e sonhadores, do interesse “pelo mundo não visto”? Ter-nos-emos tornado, com efeito, mais ingenuamente materialistas do que os próprios “materialistas de carteirinha”?
Encarando a oposição no Ocidente, o psiquiatra Jule Eisenbud, no livro que escreveu sobre a fotografia do pensamento e que intitulou The Word of Ted Sérios, observa:
“Desconfio de que, se a resistência ao psi for algum dia superada, isso não virá do trabalho sério e paciente que se faz nos laboratórios ou de qualquer número de palestras dirigidas a cientistas ou ao público culto, mas da sublevação geral das classes de uma população que está explodindo de muitas maneiras.”
Os cientistas orientais levaram a sério a pesquisa do psi. Não se tratou de uma brincadeira. Não se tratou da província dos poucos entusiastas. Já não terá chegado o momento de olharmos também para esse lado desconhecido do ser? Agora, hoje e amanhã, é ocasião de pesquisas arrojadas, firmes. E já é tempo de todos nós, em todos os níveis, deixarmos a covardia de lado e obedecermos, corajosos, ao preceito vital. “Conhece-te a Ti Mesmo”. Não é uma questão de curiosidade intelectual. Não é uma questão de provarmos a nossa falta de preconceitos. É uma questão de sobrevivência. A humanidade está empenhada numa luta de vida ou morte — Eros contra Tânato, chamou-lhe Freud. A dimensão psíquica tem força de vida, é o foco da criatividade e da inspiração. Tem liberdade e vida para dar aos que as tomarem. Foi por isso que alguns dos espíritos mais esplêndidos deste século — Madame Curie, Carl Gustav Jung, Franklin D. Roosevelt, William Butier Yeats, Thomas Edison, Winston Churchill, Albert Einstein — se interessaram ativamente pelo espectro psíquico. Com o estudo ordenado dessa dimensão, a parapsicologia se encontra numa junção, como a última pedra da pirâmide, onde podem encontrar-se as humanidades, a religião, a ciência e as artes.

O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006