(Parte 12 e
final)
AIGLON FASOLO
De Londrina
Imagem, energia, potencial... - O que se encontra tomando forma é, no fundo, a tangível manifestação
de um impulso e de um anseio universais.
Estamos na era espacial, quer isso nos agrade, quer não. As
nossas energias estão voltadas para o espaço exterior e também, obviamente, para
o interior. Seminários de percepção, meditação, expansão da consciência, a
idade do Aquário — o impulso introverso é o propulsor da época.
“A sociedade humana enfrenta hoje o dilema de um colapso ou
de um avanço no campo da consciência humana para manter-se a par do avanço da
ciência e da tecnologia”, afirma o Dr. Shafica Karagulla em Breakthrough to
Creativity. Diretor da Fundação para a Pesquisa da Percepção Sensorial
Superior, na Califórnia, o Dr. Karagulla, neuropsiquiatra conceituado, está
estudando a capacidade dos médiuns de “ler” a aura e o corpo energético. Ela
não é típica. Ao passo que o anseio introspectivo domina as disciplinas
acadêmico-científicas na Tchecoslováquia, na Bulgária e na Rússia, no Ocidente
ele é geralmente “extrovertido”.
Talvez devêssemos estar “acumulando reservas” de médiuns. Os
descobrimentos no terreno do psi, como os países do Leste os entenderam, como a
maioria dos outros avanços, podem ser empregados em atividades anti-humanas. O
jogo da guerra, no entanto, não é a mensagem mais estrondosa que recebemos da
parapsicologia oriental. O que veio de lá é tríplice e pró-humano, pró-gente.
O descobrimento da energia inerente ao psi “será comparável ao
descobrimento da energia atômica”, disse o Dr. Leonid Vasiliev. Igor Shishkin,
brilhante e jovem matemático russo, comparou recentemente a descoberta das
teorias do psi à descoberta das teorias da relatividade.
Vasiliev viu algo ainda mais revolucionário do que a nova energia
que acompanha o psi — “a experiência direta de outra pessoa”. Nunca sabemos se
outra pessoa está representando, assinala Vasiliev, ou se é capaz de transmitir
o que está sentindo, mesmo que o queira. O psi parece ser um elo mental, um elo
corpóreo. A plena e direta experiência de outra pessoa é um potencial assustador.
A oposição à pesquisa psíquica é ainda poderosa – Eles estão estudando as maneiras de utilizá-lo: aprimorar
as capacidades intelectuais, artísticas, inventivas; comunicar-se no espaço e no
fundo do mar; ajudar a localizarem minerais e água; predizer pedaços do futuro;
comandar o comportamento de outra pessoa à distância; ver à distância; lidar
com os campos de força viva que cercam o corpo. Isso é apenas o começo.
Enquanto os cientistas mergulham na pesquisa do psi
orientada para a prática, um sentido de unidade viva, de movimento e variedade
infinitos, está começando a emergir do casulo do desconhecido e do não visto.
Isto é o homem, um ser de energia numa galáxia de energias, dinamicamente ligado
a toda a vida e às forças do universo.
De um modo global, a parapsicologia pode sintetizar-se em três
palavras: Imagem, Energia, Potencial. O mundo da pesquisa psíquica na
Tchecoslováquia, na Bulgária e na Rússia foi feito de esforços para penetrar a
dimensão da energia universal, esforços para soltar o potencial ilimitado e não
usado do ser humano. Como subproduto desses esforços, os parapsicologistas
estão começando a mostrar o que talvez seja o aspecto mais importante de todos:
uma imagem mais profunda do ser humano.
Apesar de tudo a que ele promete, a oposição que se faz à
pesquisa do psi ainda é poderosa, tanto no Oriente, quanto no Ocidente.
“Entretanto, temos um bom clima para as atividades psíquicas
na Bulgária.”
“Falava-se muito na União Soviética em estudar os poderes latentes
da psique do homem, os quais, como a própria ciência o demonstrou, são inusitadamente
grandes.”
“Existe uma tradição espiritual na Tchecoslováquia que
conduz à investigação científica no domínio do psíquico.”
O interesse pelo estudo da dimensão do psi também começou a
manifestar-se na Polônia, na Romênia, na Alemanha.
Os orientais levaram a sério a pesquisa do psi - Será realmente a herança do Ocidente tão infecunda que
tenhamos sido privados de visionários e sonhadores, do interesse “pelo mundo não
visto”? Ter-nos-emos tornado, com efeito, mais ingenuamente materialistas do
que os próprios “materialistas de carteirinha”?
Encarando a oposição no Ocidente, o psiquiatra Jule
Eisenbud, no livro que escreveu sobre a fotografia do pensamento e que intitulou
The Word of Ted Sérios, observa:
“Desconfio de que, se a resistência ao psi for algum dia
superada, isso não virá do trabalho sério e paciente que se faz nos laboratórios
ou de qualquer número de palestras dirigidas a cientistas ou ao público culto,
mas da sublevação geral das classes de uma população que está explodindo de
muitas maneiras.”
Os cientistas orientais levaram a sério a pesquisa do psi. Não
se tratou de uma brincadeira. Não se tratou da província dos poucos
entusiastas. Já não terá chegado o momento de olharmos também para esse lado desconhecido
do ser? Agora, hoje e amanhã, é ocasião de pesquisas arrojadas, firmes. E já é tempo
de todos nós, em todos os níveis, deixarmos a covardia de lado e obedecermos,
corajosos, ao preceito vital. “Conhece-te a Ti Mesmo”. Não é uma questão de
curiosidade intelectual. Não é uma questão de provarmos a nossa falta de
preconceitos. É uma questão de sobrevivência. A humanidade está empenhada numa
luta de vida ou morte — Eros contra Tânato, chamou-lhe Freud. A dimensão
psíquica tem força de vida, é o foco da criatividade e da inspiração. Tem
liberdade e vida para dar aos que as tomarem. Foi por isso que alguns dos
espíritos mais esplêndidos deste século — Madame Curie, Carl Gustav Jung, Franklin
D. Roosevelt, William Butier Yeats, Thomas Edison, Winston Churchill, Albert Einstein
— se interessaram ativamente pelo espectro psíquico. Com o estudo ordenado
dessa dimensão, a parapsicologia se encontra numa junção, como a última pedra
da pirâmide, onde podem encontrar-se as humanidades, a religião, a ciência e as
artes.
O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves
Ano 53 Nº 623 Janeiro de 2006
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