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sábado, 26 de julho de 2014

2 – Justiça da Reencarnação

Módulo VIII
Reencarnação


Em que se fundamenta?

Segundo os Espíritos codificadores, na resposta da questão 171 de “O Livro dos Espíritos”, a doutrina reencarnacionista se fundamenta na própria Justiça Divina.

Na análise do conteúdo desta resposta, verificamos que se não fosse a oportunidade reencarnatória, Deus estaria privado de um de seus atributos: a justiça, e conseqüentemente já não seria Deus.

Para facilitar o nosso raciocínio, citamos a seguir um texto em que Kardec disserta sobre a lógica da pluralidade das existências:

Se não há reencarnação, só há, evidentemente, uma existência corporal. Se a nossa atual existência corpórea é única, a alma de cada homem foi criada por ocasião do seu nascimento, a menos que se admita a anterioridade da alma, caso em que caberia perguntar o que era ela antes do nascimento, e se o estado em que se achava não constituía uma existência sob forma qualquer. Não há meio termo: ou a alma existia, ou não existia antes do corpo. Se existia, qual a sua situação? Tinha ou não consciência de si mesma? Se não o tinha, é quase como se não existisse. Se tinha individualidade, era progressiva ou estacionária?
Num e noutro caso, a que grau chegara ao tomar o corpo? Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, ou, o que vem a ser o mesmo, que antes de encarnar, só dispõe de faculdades negativas perguntamos:

1º) Porque mostra a alma aptidões tão diversas e independentes das ideias que a educação lhe fez adquirir?

2º) Donde vem a aptidão extranormal que muitas crianças em tenra idade revelam, para esta ou aquela arte, para esta ou aquela ciência, enquanto outras se conservam inferiores ou medíocres durante a vida toda?

3º) Donde, em uns, as idéias inatas ou intuitivas, que noutros não existem?

4º) Donde em certas crianças, o instinto precoce que revelam para os vícios ou para as virtudes, os sentimentos inatos de dignidade ou baixeza, contrastando com o meio em que elas nasceram?

5º) Por que abstraindo-se da educação, uns homens são mais adiantados do que outros?
6º) Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomardes de um menino hotentote recém-nascido e o educardes nos nossos melhores liceus, fareis dele algum dia um Laplace ou um Newton? (…) 48

Através deste raciocínio kardequiano, vimos acima de tudo que a reencarnação é fundamentada na justiça divina, e que assenta na mais perfeita lógica e no maior bom senso.

48 “O Livro dos Espíritos”, questão 222.

Provas da Reencarnação

Mas que provas podemos ter da reencarnação, além destas explícitas neste raciocínio?

Podemos dividir estas provas em duas categorias: provas filosóficas e provas experimentais.

a) Filosóficas

Como entender a justiça divina, sem aceitar o princípio reencarnatório? Por que nascem uns pobres e outros ricos? Uns desfrutam da maior saúde, outros lutam a vida toda com várias doenças. Há os que vivem muitos anos, e os que vivem poucos meses ou dias. E como a justiça divina irá julgar estes que não tiveram tempo para serem nem bons nem maus. Irão para o céu ou para o suplício eterno?

Há também a questão do progresso. Por que a humanidade de hoje é mais adiantada intelectual e cientificamente do que a passada? Poderão dizer que a sociedade é que faz o homem assim. Mas como explicar a diferença brutal que existia entre a capacidade de um homem primitivo e a do homem atual, se ambos fossem criados no instante do nascimento, e suas conquistas para nada servissem?

Nos dêem explicações melhores para estes e outros questionamentos e abandonaremos nossas certezas reencarnatórias.

b) Experimentais

Entre as provas experimentais, podemos citar a fenomenologia mediúnica com todas as suas nuanças. A comunicação dos Espíritos por si só prova a imortalidade da alma e, conseqüentemente, a possibilidade reencarnatória, mas é o conteúdo destas comunicações que nos dizem da certeza desta doutrina.

Temos ainda o aspecto relacionado com a regressão da memória, hoje bastante difundido nos meios cientificistas e não espíritas. A partir desta possibilidade vemos a incursão do ser em muitos momentos de suas existências pregressas.

E para finalizar as questões das provas, podemos ainda falar das lembranças de outras vidas, faculdade bastante rara, mas que já aconteceu com muitas pessoas.

Sobre este assunto indicamos a leitura do livro A Reencarnação de Gabriel Delanne, do qual tiramos, para ilustração, a narrativa abaixo, dentre tantas outras existentes nesta obra:

Há cinqüenta anos, duas crianças nasceram em uma aldeia chamada Okshitgon, um rapaz e uma menina. Vieram ao mundo no mesmo dia, em casas vizinhas, cresceram juntos, brincaram juntos, amaram-se.

Casaram-se e fizeram uma família (…)

A morte os levou no mesmo dia; enterraram-nos fora da aldeia, depois os esqueceram (…)

Nesse ano, após a tomada de Mandalay, a Birmânia inteira sublevou-se (…) Tristes tempos para os homens pacíficos, e muitos, fugindo de suas habitações, refugiavam-se nos lugares mais habitados (…)

Okshitgon estava nos centros de um dos distritos mais castigados; grande números de seus habitantes fugiram, e entre eles um homem chamado Maung Kan e sua jovem mulher. Eles se estabeleceram em Kabyn. Tiveram dois filhos gêmeos, nascidos em Okshitgon, pouco antes de abandonarem o lar. O mais velho chamava-se Maung-Gyi, isto é, Rapaz Grande. As crianças cresceram em Kabu e começaram logo a falar. Seus pais notaram com espanto que, durante os brinquedos, chamavam-se, não Maung-Gyi e Maung-Ngé, mas Maung San Nyein e Ma-Gyroin; este último é nome de mulher; Maung Kan e a esposa lembraram que assim se chamavam os cônjuges falecidos em Okshitgon, na época em que as crianças nasceram.

Eles pensavam, pois, que as almas daqueles defuntos haviam entrado no corpo dos filhos, e os levaram a Oksitgon, para os experimentar. As crianças conheceram toda Okshitgon, estradas, e casas e pessoas; chegaram a reconhecer as roupas que vestiam na vida anterior.

Não havia dúvidas. Um deles, o mais moço, lembrou-se de ter tomado emprestado duas rupias a um certo Ma-Thet, sem que seu marido o soubesse, quando era Ma-Gyroin, e essa dívida não fora saldada. Ma-Thet vivia ainda.

Interrogaram-no e ele se lembrava, com efeito, de haver emprestado esse dinheiro. (…)

(…) O menino mais velho (…) é um bom burguês, gordo rechonchudo, mas o gêmeo cadete é menos forte e tem uma curiosa expressão sonhadora.

Contaram-me muitas coisas da vida passada. Disseram que, depois da morte, viveram, algum tempo, sem corpo nenhum, errando no espaço, ocultando-se nas árvores, e isso por causa dos pecados; e, alguns meses depois, nasceram gêmeos (…) 49

49 “A Reencarnação”, cap. XI.

Objetivo da Reencarnação

Já sabemos que o Espírito reencarna, e que a reencarnação se fundamenta na Justiça Divina. Mas por que o Espírito reencarna? Com que fim?

Allan Kardec também perguntou isto aos Espíritos. Porém, pela sua capacidade didática, fez duas perguntas:

132 – Qual o objetivo da encarnação?

Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.

Para uns é expiação; para outros missão.” 50

50 “O Livro dos Espíritos”, questão 132.

167 – Qual o fim objetivado com a reencarnação?

Expiação, melhoramento progressivo da humanidade. Sem isto, onde a justiça?” 51

51 “O Livro dos Espíritos”, questão 167.

Analisando o conteúdo destas duas respostas temos: o objetivo principal da encarnação dos Espíritos, ou da reencarnação, é a evolução: Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Acontece que em uma vida só não dá para cumprir tal objetivo. O que representa sessenta ou oitenta anos para uma pessoa, em relação ao aprendizado de todas as coisas para que ela chegue à perfeição?

Assim sendo, reencarnando inúmeras vezes, quantas forem necessárias, o Espírito atinge o objetivo primordial de sua existência.

Desta forma, entendemos que expiar não é o objetivo da reencarnação, mas pode vir a ser se o Espírito não quiser evoluir pelo caminho natural do bem.

Trocando em miúdos: o Espírito só passa pela expiação quando quer, ou seja, quando não quer seguir as Leis Divinas.

Como já vimos anteriormente, a evolução também é uma Lei de Deus; portanto o Espírito tem de evoluir, consciente ou inconscientemente. Quando ele entende isso e busca esta evolução por conta própria, ele a faz sem dor. A expiação só entra na história, quando a rebeldia fala mais alto, quando ele, sabendo qual caminho a seguir, escolhe outro.

Assim, provocando sofrimento em seus semelhantes, o ser estaciona. Como ele tem de evoluir, passa pelo sofrimento como que para despertar a centelha divina que existe dentro de si, que o induz ao aperfeiçoamento.

É aí que entendemos a misericórdia que é a oportunidade reencarnatória; não é à toa que Emmanuel nos afirma:

Cada encarnação é como se fora um atalho nas estradas da ascensão. Por esse motivo, o ser humano deve amar a sua existência de lutas e amarguras temporárias, porquanto ela significa uma bênção divina, quase um perdão de Deus.52

52 “Emmanuel”, cap. 5.


Apostila do Curso de Espiritismo e Evangelho
Centro Espírita Amor e Caridade
Goiânia – GO

Trabalho realizado em 1997 pelo Grupo de Estudos desta Casa Espírita com a coordenação de Cláudio Fajardo

sexta-feira, 25 de julho de 2014

o que é reencarnação compulsória?

JUVENTUDE
O JOVEM E SEUS PROBLEMAS



Eu gostaria de saber o que é reencarnação compulsória?
Por que existe para alguns espíritos e para outros, não?

(José Davi Vieira- Duartina-SP)

A - Alguns espíritos são como crianças; não têm discernimento para escolher ou para defender seus próprios interesses.
Às vezes são agressivas e rebeldes; de outras, tímidas e inoperantes. Na literatura jurídica, as pessoas que não têm capacidade de tomar decisão na vida civil são chamadas de incapazes, como é o caso das crianças. Por isso, as crianças são representadas pelos seus pais perante a lei.
Quando elas já têm algum discernimento, porém não o suficiente para tomar toda e qualquer decisão, são parcialmente incapazes, e não precisam ser mais representadas: agora passam a ser assistidas pelos pais.

B - O mesmo acontece com relação aos Espíritos. Há Espíritos total ou parcialmente imaturos, agressivos ou tímidos, que vão precisar de representação ou assistência para algumas decisões em relação às suas vidas. No caso de não terem condição de escolher, são outros Espíritos que escolhem por eles - seus protetores ou seus tutores. A reencarnação é indispensável para o progresso dos Espíritos. Neste caso, em que não são os próprios interessados que escolhem, a reencarnação é chamada compulsória, e mesmo que eles não estejam satisfeitos com a escolha, devem a ela se submeter, simplesmente porque necessitam daquela experiência.
Poderíamos comparar essa situação com a escola na Terra.
A criança vai para a escola por decisão dos pais e não propriamente por decisão delas próprias.
Muitos alunos frequentam a escola, contrariados.
C - Por outro lado, existem Espíritos que já reúnem condições de fazer a própria escolha.
Já desenvolveram um certo grau de discernimento para tanto, embora isso não queira dizer que eles acertem sempre.
Podem acertar e podem errar.
Mas é tomando decisões que eles vão aprendendo a exercitar a sua liberdade. Quanto mais responsáveis forem, mais se esforçarão por decidir com acerto. Temos, assim, os planos de vida, em que são traçadas as diretrizes gerais da existência.
Esses planos podem ser mais ou menos cumpridos, dependendo de cada caso e, principalmente, do esforço de cada um. Mas quando o Espírito já está em condição de escolher, geralmente ele aceita melhor a vida, mesmo os contratempos e as dificuldades.


Mostra-se mais paciente e resignado, pois, no fundo, sabe de suas reais necessidades.
63

“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº 352
Fevereiro 2006
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
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Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
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Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)

sábado, 9 de novembro de 2013

ARREPENDIMENTO E SALVAÇÃO

Uma coisa, que não me convence, é o tal do arrependimento, porque existem pessoas que vivem uma vida descompromissada, fazem e aprontam, prejudicam os outros, chegam até a cometer crimes bárbaros e, depois, se penitenciam diante de uma igreja, acreditando que obtiveram o perdão e alcançaram a salvação, só porque passam a dizer que aceitam Jesus. Eu me pergunto como pode ser isso? Onde está o princípio da justiça? Será que Deus vai proteger somente aqueles que se dizem arrepender de seus pecados, depois de terem feito tanto mal? Como ficam suas contas passadas? E o mal que fizeram? Será que a fé é suficiente para apagar tudo isso, deixando vítimas amarguradas e revoltadas e prejuízos sem acerto de contas? Neste caso, seria vantajoso ser mal até o último dia e depois se arrepender. Gostaria de ter uma explicação sobre isso.

Prezada leitora, o seu raciocínio está correto e bem colocado; na própria pergunta você já deu a resposta que procura. O Espiritismo traz no seu bojo o mais perfeito senso de justiça, que já se formulou em todas as épocas da Humanidade, tirado justamente da concepção ampla e profunda de Jesus sobre a vida moral. Não foi por outro motivo que o jurista cubano Fernando Ortiz, estudando pormenorizadamente Allan Kardec, lançou a obra "A FILOSOFIA PENAL DOS ESPÍRITAS" ( Editora LAKE, S. Paulo), que merece ser lida não apenas por conhecedores do Direito, mas por todas as pessoas que querem penetrar mais a fundo o aspecto moral da Doutrina. Na obra espírita, os conceitos de culpa e mérito são fundamentais. Se somos seres dotados de vontade própria, se podemos aprender a dominar as nossas emoções e sentimentos, se temos capacidade de decidir, é porque Deus nos permitiu, caminhando pelos próprios pés, construir a vida que pretendemos, pelos caminhos que mais nos aprouver e, assim, assumir as conseqüências de nossos atos ou omissões, sempre respondendo por eles.
O arrependimento (conforme podemos ler na questão 990 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS é o primeiro passo da consciência que amadureceu, mas não representa, por mais sincero que seja, a quitação definitiva das "dívidas" contraídas ao longo de nossa experiência e, muito menos, a conquista do céu: cada um deve
responder pelo que fez ou deixou de fazer. O perdão de Deus consiste nas oportunidades de REPARAÇÃO dos prejuízos causados, etapa que vem depois do ARREPENDIMENTO, para quitar definitivamente a "dívida", ou contra pessoas ou contra a coletividade. Para o Espírito em evolução, o maior sofrimento sempre virá a partir do momento em que ele se arrepender do mal que fez ou do Bem que deixou de fazer (amadurecimento espiritual), em forma de sentimento de culpa ou remorso, de modo que as contas a serem prestadas ou o tribunal que o julga não estão propriamente em
Deus ou na pessoa de algum Juiz Supremo, mas na sua própria consciência que, cedo ou tarde, vai exigir e conseguir dele o retorno à vida para quitar dívida por dívida, para reparar prejuízo por prejuízo, de alguma forma, em algum tempo ou lugar. Portanto, a doutrina do arrependimento, aliado à fé, como meta única de salvação, sem a necessidade da reparação, é profundamente falha, porque não conserta a situação, não recupera o delinquente e não o coloca, portanto, em condições de compartilhar dos ideais superiores da vida num reino de amor e justiça, como aquele a que Jesus tanto se referiu.


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
Janeiro de 2003.
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

INTERVENÇÃO DA ESPIRITUALIDADE

JUVENTUDE
  
“Está chovendo aqui em Viçosa há uns dois dias e, na madrugada de ontem, um barraco foi soterrado, quando o dono saía para ver se havia riscos. Dentro da casa ficaram a esposa, grávida de sete meses e duas filhinhas. Todas morreram.
Estou triste e chocada e não paro de pensar se há explicação para tais tipos de fatos. Não seriam os Espíritos de Luz ou Anjos da Guarda desses inocentes
capazes de protegê-los?” (JULIANA, VIÇOSA-AL)

Como você se diz espírita, não é difícil responder a sua questão. Quando nos deparamos com um acontecimento, como esse que você citou, devemos procurar avaliá-lo não apenas e tão somente do ponto de vista de seu resultado imediato – para nós, uma lamentável tragédia. A Doutrina Espírita nos convida a buscar explicação mais ampla nas Leis Naturais que regem a vida e que concorrem efetivamente para a nossa felicidade futura. O sofrimento de hoje pode se tornar num grande benefício amanhã. O que vemos, diante de nós, são fatos isolados de um contexto mais amplo das experiências reencarnatórias dessa mãe e de seus filhos.

Não sabemos, no entanto, que realidade existe atrás de tudo isso e que significado esse amargo acontecimento tem na evolução desses Espíritos. Muitas vezes, se soubéssemos as vantagens que se escondem atrás de uma aparente derrota, não quereríamos sequer experimentar o gosto da pretensa vitória. Assim, é possível que esse trágico acontecimento represente um resgate para os Espíritos envolvidos ou mesmo um salto evolutivo na sua jornada reencarnatória.
Quanto aos seus Espíritos Protetores, eles têm um papel importante, mas sua capacidade de ação está limitada a leis maiores, essas mesmas que regem a vida de seus protegidos. Em razão disso e diante de determinadas situações, muitas vezes eles não podem mudar o rumo dos acontecimentos e, de outras, eles permitem que tudo aconteça porque sabem que as conseqüências serão benéficas para seus tutelados no futuro, assim como um pai permite que o filho sofra para aprender a viver melhor. Ademais, estudando a Doutrina Espírita, sabemos perfeitamente que a vida é constituída de obstáculos, problemas e desafios a serem experenciados por cada um de nós, ao longo de nossa jornada.
Considerar que os “maus acontecimentos” só nos prejudicam seria fazer uma idéia negativa de Deus e achar que Ele se diverte às nossas custas. Leia e reflita sobre as questões 963 e 964 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.


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REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
janeiro de 2002.
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segunda-feira, 6 de maio de 2013

MEDIUNIDADE E OBSESSÃO


Estou passando por um problema muito sério em minha vida, que me levou a um tratamento psiquiátrico, sem resultado prático até aqui. Estive num centro espírita e me falaram que devo desenvolver a mediunidade, pois meu problema é esse. Vejo vultos, escuto vozes que me perturbam, algumas vezes. Mas outro problema é que não me dou bem com minha família. Eles querem me internar.
(J.R.C. – Garça - SP)
Se você está se sentindo doente, de fato deve se submeter ao tratamento médico. E faz bem de procurar também um tratamento espiritual.
Mas é preciso agir com cautela e discernimento: o importante é que sua atual condição não o impede de pensar e agir, e é isso que você deve fazer. Todavia, a questão da mediunidade não é tão simples assim. A prática da mediunidade não é uma panacéia para todos os males, como muita gente imagina.
Primeiro você precisa tomar contato com o Espiritismo, através de pessoas que possam orienta-lo, para saber em que terreno está pisando. O Espiritismo, segundo as obras de Allan Kardec, não oferece solução mágica para problema algum. Considera que todos nós temos plena condição de procurar a própria solução.
O que o Espiritismo pode fazer é orientá-lo no sentido de seu equilíbrio. É um ledo engano achar que toda perturbação mental tem raiz exclusiva na mediunidade.
A mediunidade, em si, é uma faculdade humana, como outra qualquer, logo, todo mundo tem mediunidade – de alguma forma e em algum grau de desenvolvimento (seja a pessoa espírita ou não).
Portanto, J. R., você não é o único.
Mas os transtornos emocionais, como os seus, têm causas variadas e, quase sempre, decorrem de uma conjugação de várias causas ao mesmo tempo. Geralmente, está ligada à mediunidade, mas a mediunidade não é nem a única causa e nem tampouco a causa mais importante. Veja bem!
Devemos ver o problema pelo tipo de vida que estamos levando e o que devemos modificar em nossa vida, para nos adequar melhor à ela. É para isso que o Espiritismo nos chama a atenção. É muito comum as pessoas chegarem ao Centro Espírita com problemas como o seu, já com o diagnóstico de mediunidade. Mas não é tão simples assim. Mediunidade é uma sensibilidade muito apurada, que tem efeito direto no mundo emocional das pessoas. Por ela, podemos ter sensações e percepções além dos sentidos comuns e que muitas vezes nos assustam. Certas pessoas tem mediunidade ostensiva, à flor da pele, como se costuma dizer: são essas os verdadeiros médiuns ou os médiuns propriamente ditos.
Entretanto, são um grupo muito reduzido. A maioria das pessoas tem apenas a mediunidade que Herculano Pires denominou de “estática”, porque só se manifesta casualmente, uma ou outra vez em suas vidas. Transtornos emocionais como os seus, costumam estimular certos focos mediúnicos, levando a pessoa a ter percepções não-habituais em determinados momentos, o que lhes desperta a atenção para a mediunidade. Entretanto, J.R. – preste atenção! – neste caso o sintoma mediúnico não é a causa, mas o sintoma de um problema maior. Que orientação costumamos dar a pessoas que apresentam um quadro dessa natureza? Além dos esclarecimentos iniciais, recomendamos que venham ao Centro tomar passes, que comecem a ler alguma coisa a respeito do Espiritismo e da mediunidade e, além disso - passe a mudar algumas atitudes, alguns hábitos nos seus relacionamentos. A freqüência ao Centro é importante, pois, além dos passes, vão se familiarizando com os ensinamentos e valores morais que o Espiritismo oferece.
Veja, caro J.R. que nós não encaminhamos tais pessoas para sessões mediúnicas, simplesmente por que, além de não ajudá-las pode trazer-lhes mais problemas – sem conhecimento espírita, sem saber do que se trata, ela não deve ter contato com atividades mediúnicas - pelo menos, por enquanto. O passe é um recurso espiritual de grande valia. Geralmente, as pessoas se sentem reconfortadas, reanimadas e revigoradas em suas forças. Ao lado do passe, a reflexão sobre valores da vida que levamos, baseada nos comentários do evangelho de Jesus. Logo, trata-se de um tratamento suave, cuidadoso, que vai encaminhá-las aos poucos ao reequilíbrio e ao controle de suas emoções (principalmente de sua ansiedade), mas, isso, sem ignorar ou abandonar o acompanhamento médico que, na maioria das vezes, é imprescindível. Por outro lado, se a pessoa for realmente médium, no sentido estrito da palavra, com certeza, ela vai descobrir e decidir se vai integrar algum grupo mediúnico depois.

“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXII N° 388
JANEIRO 2009
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terça-feira, 22 de maio de 2012

Lições para educação do afeto


No tocante à educação do afeto, Alexandra Torres propôs em suas palestras as posturas que se seguem:
• ter para si mesmo a condição de dar mais afeto do que receber
• vigor solidário
• irradiar alegria
• amar mesmo que não seja amado
• conter o egoísmo
• saber conviver harmoniosamente
• exercitar a sensibilidade.
São, portanto, formas equivocadas do perdão, na visão da referida jornalista:
• Rancor: “Perdôo, mas não esqueço o que você me fez!”
• Condenação: “Perdôo, mas não quero vê-lo nunca mais.”
• Menosprezo: “Perdôo, mas lamento ter me envolvido com esse infeliz sem eira nem beira!”
• Maldição: “Perdôo, mas Deus há de castiga-lo.”
• Pretensão: “Perdôo, mas antes lhe direi umas verdades.”

(Fernanda Borges)



O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 624 Fevereiro de 2006
RUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63
CEP 86.180-970
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Amor e perdão: a importância do saber compreender


Temas foram abordados durante palestras proferidas por Alexandra
Torres, jornalista e líder no movimento espírita de Pernambuco

FERNANDA BORGES
De Londrina

A convivência com os amigos, o bom relacionamento familiar e tudo o que pode ser feito para a compreensão dos desafios que as pessoas enfrentam ao longo da existência na Terra. Receitas como essas, de saúde e de equilíbrio, foram proferidas durante as palestras “Amor e Tolerância” e “Perdão”, realizadas nos dias 14 e 15 de janeiro, pela jornalista Alexandra Torres (foto), no Centro Espírita Nosso Lar e no Centro Espírita Meimei, em Londrina.
As incompreensões, segundo Alexandra, que também atua na Associação dos Divulgadores do Espiritismo de Pernambuco (ADE-PE), surgem quando as pessoas passam a questionar os problemas vivenciados em seus grupos familiares ou sociais.
“Existe uma necessidade de reencarnarmos naquela família ou naquele grupo de amigos. Nossa dificuldade em compreender a atitude de um ou de outro é nosso primeiro grande desafio. Por isso a importância desse núcleo familiar. Por isso recebemos essa família corporal”, disse.
A programação reencarnatória prepara o indivíduo para receber a família e o grupo social ao qual ele estará submetido a conviver durante sua existência.
Por isso mesmo, segundo a jornalista, o plano espiritual disponibiliza boas condições para que a criatura possa conviver naquele núcleo.
“Durante toda a nossa vida na Terra, vamos nos deparar com um amigo que parece um irmão, uma mãe de que a gente tanto necessita ou um pai de que a gente tanto precisa. As diferenças de cada um deles servirão para lapidar as nossas imperfeições e identificar o nosso próprio egoísmo”, ressaltou Alexandra.
As divergências e a troca de experiências que cada indivíduo consegue por meio dos mais variados tipos de relacionamentos servem como uma descoberta do próprio “eu”. Segundo Alexandra, quando se tenta fugir dos problemas, evitando a convivência com as pessoas ou deixando de se relacionar, perde-se uma grande oportunidade de aprendizado.
A jornalista disse que é de extrema importância o momento em que cada indivíduo se questiona quanto ao seu verdadeiro papel no contexto de todos os relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares ou sociais. “Não estamos aqui simplesmente para passar férias, mas sim porque cada um de nós tem uma realidade de vida diferente. Normalmente temos necessidades afetivas a serem sanadas, mas não temos o costume de olhar para dentro de nós e enxergar que o que pode estar me impedindo de conseguir esse afeto pode ser eu mesmo”, salientou.
Nos relacionamentos pautados no “juntar de idéias”, não há separação ou divergências causadas pelo tempo. Segundo Alexandra, quando as pessoas tomam consciência da importância de não se deixarem levar pelas “camuflagens”, como a dependência, a carência, o ciúme, a possessividade e o medo, tudo ocorre de maneira natural e pacífica.
“Existem casais que não se conhecem. Pessoas que não conseguem abrir-se para os filhos, ou maridos e esposas. É maravilhoso quando você pode falar do que o incomoda para alguém que você sabe que vai compreendê-lo.
Tudo isso sem sentir medo porque você sabe que aquela pessoa o ama de verdade”.
Ainda segundo a jornalista, na palestra sobre “Perdão”, os dias atuais tendem a fazer com que as pessoas, por meio de brigas ou desentendimentos, acabem rompendo laços com amigos ou familiares.
O perdão, na opinião dela, ou melhor, a falta de perdão faz com que as pessoas acreditem estarem construindo uma personalidade forte, sendo que na verdade elas tendem a ficar cada vez mais violentas. “Essa falta de perdão tem-nos trazido inúmeros problemas durante nossas reencarnações.
Tornamo-nos desgostosos com a vida e passamos a não compreender os ensinamentos de Jesus”, salientou a palestrante.
O orgulho supervalorizado, a felicidade do outro deixando o indivíduo mal, ou a falta de reconhecimento da sua própria fragilidade – esses são para Alexandra alguns dos problemas sérios que devem ser evitados para que o orgulho não tome conta da vida da pessoa. “Quando entramos nesse vício de achar que somos o melhor que o outro, não conseguimos entender quanto somos frágeis, não aceitamos as críticas e não sabemos perdoar”, ressaltou.
Uma pessoa que passa a se questionar quanto às suas reais atitudes, passa a se compreender, e isso é um passo importante, que a jornalista destacou, para que essa pessoa possa descobrir suas limitações. “A compreensão dispensa o perdão.
Quem compreende não se ofende. Por isso, o melhor mesmo é não ter que perdoar, mas sim compreender. Essa é a fórmula”, finalizou a palestrante.



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