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sábado, 9 de novembro de 2013

ARREPENDIMENTO E SALVAÇÃO

Uma coisa, que não me convence, é o tal do arrependimento, porque existem pessoas que vivem uma vida descompromissada, fazem e aprontam, prejudicam os outros, chegam até a cometer crimes bárbaros e, depois, se penitenciam diante de uma igreja, acreditando que obtiveram o perdão e alcançaram a salvação, só porque passam a dizer que aceitam Jesus. Eu me pergunto como pode ser isso? Onde está o princípio da justiça? Será que Deus vai proteger somente aqueles que se dizem arrepender de seus pecados, depois de terem feito tanto mal? Como ficam suas contas passadas? E o mal que fizeram? Será que a fé é suficiente para apagar tudo isso, deixando vítimas amarguradas e revoltadas e prejuízos sem acerto de contas? Neste caso, seria vantajoso ser mal até o último dia e depois se arrepender. Gostaria de ter uma explicação sobre isso.

Prezada leitora, o seu raciocínio está correto e bem colocado; na própria pergunta você já deu a resposta que procura. O Espiritismo traz no seu bojo o mais perfeito senso de justiça, que já se formulou em todas as épocas da Humanidade, tirado justamente da concepção ampla e profunda de Jesus sobre a vida moral. Não foi por outro motivo que o jurista cubano Fernando Ortiz, estudando pormenorizadamente Allan Kardec, lançou a obra "A FILOSOFIA PENAL DOS ESPÍRITAS" ( Editora LAKE, S. Paulo), que merece ser lida não apenas por conhecedores do Direito, mas por todas as pessoas que querem penetrar mais a fundo o aspecto moral da Doutrina. Na obra espírita, os conceitos de culpa e mérito são fundamentais. Se somos seres dotados de vontade própria, se podemos aprender a dominar as nossas emoções e sentimentos, se temos capacidade de decidir, é porque Deus nos permitiu, caminhando pelos próprios pés, construir a vida que pretendemos, pelos caminhos que mais nos aprouver e, assim, assumir as conseqüências de nossos atos ou omissões, sempre respondendo por eles.
O arrependimento (conforme podemos ler na questão 990 e seguintes de O LIVRO DOS ESPÍRITOS é o primeiro passo da consciência que amadureceu, mas não representa, por mais sincero que seja, a quitação definitiva das "dívidas" contraídas ao longo de nossa experiência e, muito menos, a conquista do céu: cada um deve
responder pelo que fez ou deixou de fazer. O perdão de Deus consiste nas oportunidades de REPARAÇÃO dos prejuízos causados, etapa que vem depois do ARREPENDIMENTO, para quitar definitivamente a "dívida", ou contra pessoas ou contra a coletividade. Para o Espírito em evolução, o maior sofrimento sempre virá a partir do momento em que ele se arrepender do mal que fez ou do Bem que deixou de fazer (amadurecimento espiritual), em forma de sentimento de culpa ou remorso, de modo que as contas a serem prestadas ou o tribunal que o julga não estão propriamente em
Deus ou na pessoa de algum Juiz Supremo, mas na sua própria consciência que, cedo ou tarde, vai exigir e conseguir dele o retorno à vida para quitar dívida por dívida, para reparar prejuízo por prejuízo, de alguma forma, em algum tempo ou lugar. Portanto, a doutrina do arrependimento, aliado à fé, como meta única de salvação, sem a necessidade da reparação, é profundamente falha, porque não conserta a situação, não recupera o delinquente e não o coloca, portanto, em condições de compartilhar dos ideais superiores da vida num reino de amor e justiça, como aquele a que Jesus tanto se referiu.


“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX Nº351
Janeiro de 2003.
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
Rua Souza Caldas, 343 - Fone: (11) 2764-5700
Correspondência:
Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)


quinta-feira, 23 de maio de 2013

VIII- PROBLEMAS SOCIAIS, POLÍTICA, ETC. (FINAL)


ENCONTRO COM DIVALDO FRANCO

Há no mundo igrejas ricas em bens materiais conclamando as nações prósperas da Terra a amenizarem o problema da fome que se abate sobre grande parte da Humanidade. 
Quem, em que hora, tempo e lugar deve praticar a caridade?

Divaldo: - Vamos relatar um episódio que vivenciamos alguns anos atrás.
Certo dia deparamo-nos com uma alma muito sofrida, presa de extrema miséria. Dispunhamo-nos a refletir acerca do que faríamos com a desventurada criatura, caída em plena via pública, febril e tiritando de frio.
Racionalizamos: amanhã voltaremos aqui para levá-lo a um hospital, ou pediremos a ajuda de um médico. Ao mesmo tempo passamos a conjeturar: poderíamos, agora, arranjar-lhe um caldo quente; quem sabe poderíamos levá-lo para casa. Levá-lo para casa?
Onde iremos acomodá-lo? Que fazer?
Com a mente fervilhante de interrogações perturbadoras, eis que nos surge à frente nossa querida Joanna de Ângelis, falando mais ou menos nestes termos: “Ao tempo dos Czares, certa noite estava sendo representada uma célebre peça no teatro de Moscou, que se refertava com as dependências totalmente tomadas pelos membros da realeza. O enredo girava em torno dos sofrimentos de um soberano místico que, em meio a cruéis sofrimentos, sacrificou-se pela fé cristã. A música enleava os corações da nobreza assistente, todos se identificando com as agonias cristãs da personagem, que de alguma forma traduzia um pouco do íntimo de cada um. Findo o colorido espetáculo, à saída do teatro, deitado sob a marquise, delirava um mendigo tiritante de frio em meio à nevasca da noite. Uma das damas da corte, ao descer as escadarias que a levariam à sua carruagem, movida por um impulso natural de bondade, tomou do casaco de peles que a agasalhava, propondo-se a cobrir o homem que parecia moribundo. A dama que lhe fazia companhia, porém, sustou-lhe o gesto nobre dizendo: ‘Não faças isso.
De que adiantaria a esse miserável uma peça de vestuário de tal valor?
Amanhã envias por um dos teus servos agasalhos quentes para ele’.
‘Sim, tens razão’ - respondeu a dama do casaco de alto preço, movida agora por sentido utilitarista da vida.
‘Demandaram, assim, ao luxuoso castelo, alimentaram-se frugalmente, esquecidas já da agonia do desconhecido tombado sob a marquise enregelante. No dia seguinte, despertando já manhã alta, a dama lembrou-se do homem tiritante de frio.
Chamou então um de seus servos e ordenou que levasse agasalho ao pobre homem. Lá chegando, o serviçal deparou-se com o desconhecido já morto, sendo removido pela polícia’.
Finalizou, então, Joanna de Ângelis:
‘Sempre que a caridade recebe a interferência de polêmicas ou racionalizações, discussões ou debate, invariavelmente o socorro chega atrasado. É necessário que cada um de nós faça o bem hoje, aqui e agora’. Tratamos então de auxiliar o homem abandonado à intempérie da noite, sem mais cogitações que não as do socorro imediato.

No que se refere às igrejas fartamente providas de bens materiais concitando os governos de mais largos recursos a minimizar o sério problema da fome e da desnutrição na face da Terra, com todo o respeito queremos lembrar que a riqueza de nada nos valerá se não tivermos no cofre do coração o pão da caridade e a palavra consoladora da misericórdia que nos compete distribuir. Jesus Cristo, que foi a encarnação da pobreza material, disse: ‘As raposas têm covis, e as aves do céu ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça’.”

Qual o posicionamento do Espiritismo com relação ao pobre, à vida miserável que leva. Até quando o senhor acha que no mundo continuará havendo, essas desigualdades sociais, esses contrastes gritantes que nós vemos e estamos assistindo em várias regiões do país e várias regiões do mundo?

Divaldo: - A resposta está no Evangelho de Jesus. Quando a mulher arrependida levou-lhe bálsamo e o ungiu, Judas, preocupado com a despesa que ela fazia, já que a substância era de alto preço, lamentou que fosse desperdiçada com Ele.
Chegou mesmo a considerar que aquela substância poderia ser vendida e revertida a benefício dos pobres.
Jesus redargüiu: Ela agiu muito bem, porque “os pobres sempre os tereis, mas a mim nem sempre.” E aqui, vale dizer que sempre haverá pobres, enquanto o homem em gozo e no exercício das suas aptidões, da fortuna, faça delas mau uso. Dentro do conceito da reencarnação, aquele que hoje experimenta limites, dificuldades e problemas, foi o mesmo que abusou, em existência próxima, transata ou remota, dos valores com que a vida o aquinhoou. Dentro da mesma questão, vemos que a Humanidade está num período de trânsito. Enquanto vigir o egoísmo no coração dos homens, haverá, inevitavelmente, a miséria, porque a ambição desmedida de alguns poucos engedra a miséria de muitos. O Espiritismo levanta a questão de forma otimista, convidando os que possuem a repartir, a criarem empregos, a darem oportunidades, a favorecerem os que se encontrem em situações de precariedade, com ensejos mais felizes, e acreditamos que dia virá, não muito longe, em que esta paisagem erma e triste da miséria sócio-econômica cederá lugar a uma situação menos penosa, mesmo porque,consideramos que o grande drama da atualidade não tem sua gênese, exclusivamente na problemática da miséria econômica, senão na grande problemática da miséria moral. Para nós, é a questão moral, de valor transcendente, que engendra aquela miséria de natureza econômica.

A miséria é superior e mais grave que a própria miséria humana, a miséria financeira, a miséria dos famintos?

Divaldo: - Indubitavelmente. Porque nos países onde se apresentam um ótimo nível de salários e produção “per capita”, a miséria moral é tão lamentável que não deu felicidade a esses povos, embora a situação econômica elevada de que desfrutam, com ausência de problemas inéditos, tais como a Suécia, a Holanda, a Suíça, o índice de suicídio,de loucura, de neurose, de agressividade é, igualmente, muito alto, demonstrando que a miséria econômica, embora muito dolorosa, que nos assalta é menor. Mas a miséria moral, a ausência do amor no coração, o predomínio do egoísmo são mais terríveis do que aquela outra condição da chamada miséria do Terceiro Mundo, do chamado mundo em desenvolvimento...

Há quem diga que a Doutrina Espírita, que vem pregando a reencarnação, aliena o homem da realidade social em que ele vive, porque a criatura humana pensa: bom, se eu voltarei à Terra, eu deixarei para amanhã. Ou outra encarnação, o que me compete fazer hoje, poderei pagar amanhã. Então, dizem, afirmam várias pessoas que a Doutrina Espírita estaria alienando o homem da realidade social em que vive. Não apenas em pregando a reencarnação, mas também promovendo a caridade, porque o homem recebendo o pão, não trabalharia, ficaria de braços cruzados, não produziria e não sairia da miséria. Que você diria a respeito disso tudo?

Divaldo: - Que as pessoas não estão bem informadas em torno da tônica da reencarnação. A reencarnação é uma colocação dinâmica que promove o homem. Podemos considerar a Terra como sendo uma Universidade, com todos nós freqüentando os vários cursos aqui administrados. Sabemos que temos a oportunidade de, ao não fazermos uma aprendizagem correta, repetir o ano. Mas não é por isto que o indivíduo inteligente deixará de promover-se, de conquistar o valor intelectivo, para ficar numa situação parasitária, a repetir as experiências até que seja banido da escola. Através da reencarnação, o indivíduo tem a ensanha de reparar, numa etapa, aquilo que noutra, anterior, ele não haja realizado bem. A reencarnação é uma metodologia evolutiva que dignifica o homem, demonstrando a justiça de Deus, que a ninguém condena em caráter de perpetuidade.
Oferecendo o ensejo de o indivíduo auto-perdoar-se, isto é, concedendo-lhe a oportunidade de reparar os seus erros para progredir, a Divindade faculta-lhe o retorno à Terra, tantas vezes quantas se façam mister para o seu processo evolutivo de sublimação. Quanto à colocação de que a caridade mantém o homem estacionário, esta é igualmente uma forma de observar a caridade do ponto de vista material exclusivamente.
O apóstolo Paulo, na sua célebre Epístola aos Coríntios, quando se reporta à caridade, vai muito além da tônica sobre a doação; fala sobre o aspecto fundamental de o indivíduo auto-doar-se, de iluminar consciências, de dar o pão a quem tem fome e depois dignificá-lo, a fim de que ele vá adquirir o seu próprio pão. É a velha estória da “vara de pescar”, da tradição chinesa. Não lhe damos apenas o peixe, ensinamo-lo a pescar, oferecendo-lhe a vara e o anzol. Não podemos, porém, pedir a uma pessoa paralítica, a um enfermo a alguém sem mais amplas possibilidades que vá pescar, se não ajudarmos a que chegue, ao menos, à borda do rio. A função da caridade dando coisas, que os espíritas fazemos, é relevante pelo que enobrece o homem.
Não apenas o fazemos, nós, os espíritas. Fazem-no ou fizeram, Madre Teresa de Calcutá, esse símbolo da fraternidade universal; o extraordinário Albert Schweitzer, em Labarené, na África, no antigo Congo Belga, a santificante tarefa realizada por Vicente de Paulo e que hoje é imitada por homens notáveis como Fouleraux, o apóstolo da Lepra, na atualidade, ou como no passado, George Dominique Pire, prêmio Nobel da Paz, que concebeu e realizou as célebres aldeias européias para as vítimas da guerra. São todos estes trabalhos de promoção humana. A alguém que está com uma forte dor de cabeça, não adianta ministrar-lhe lições de civilidade; dando-lhe, porém, um analgésico e retirando-lhe, temporariamente embora, o mal-estar, poderemos prepará-lo para que ele encontre a causa desse mal que o aflige e a erradique. É o que o Espiritismo faz, bem como outras doutrinas filantrópicas baseadas no amor, oferecendo ao indivíduo a oportunidade de este liberar-se do mal imediato pela cura de urgência, para que possa fazer a terapia de profundidade e as futuras terapêuticas preventivas. A reencarnação é uma metodologia de amor que dignifica o homem.”

Como o Espiritismo examina a condição do “trombadinha”? Eles derivam dessa perplexidade do mundo atual, que é cruel, antagônico, cheio de carência por falta de bens materiais ou são pessoas que receberam maus Espíritos ou Espírito ainda em formação?”

Divaldo Eles são as grandes vítimas do nosso contexto social. É lamentável, mas é preciso dizer, que em relação a eles, a Civilização falhou. Os postulados cristãos, que deviam conduzir o homem, através da esperança, infelizmente não deram a certeza, na forma como foram apresentados pelas religiões, para que crêssemos entendendo, porque o homem é racional. A ética e a educação falharam em face ao desequilíbrio das suas convenções. O “trombadinha” é a síntese de uma sociedade que fracassou nos seus postulados de ética, ora sem rumo. Não se trata de Espíritos infelizes. Eles não tiveram oportunidade melhor, porque a sociedade ainda não compreendeu que a nossa é a felicidade dos outros. O que fizermos ao próximo estaremos fazendo a nós mesmos. Como disse Jesus: “O que fizerdes a um destes, a mim mesmo o fazeis”. Entretanto, eu ainda quero considerar esta colocação: o Espiritismo vê o problema como de emergência e nós, os espíritas, estamos tomando as providências, dentro das nossas possibilidades, através do exercício legal da família. Desejo lembrar que o Espiritismo é a Doutrina que chegou à Terra, há apenas 148 anos; os seus postulados somente agora estão começando a ser aprendidos; encontrou reações de todos os lados, dificuldades, como o Cristianismo primitivo, para poder transmitir as suas lições de fraternidade e de amor. O Espiritismo está ao lado de todos aqueles que trabalham pelo ideal de uma Humanidade melhor, que se esforçam para evitar os dramas lamentáveis.
Nós mesmos, na cidade de Salvador, procuramos diminuir o problema pela vivência dele. É que estamos envolvidos numa obra social, na qual 2.018 crianças recebem assistencial moral, educacional, alimentar. O menor carente, de que se fala, é recolhido em unidades-lares onde reconstruímos as famílias que lhes faltam. O menor que tem pais, nós o recebemos desde zero até 3 anos e o colocamos em nossa Creche; de 3 a 6 anos, no Jardim de Infância, das 7:00 horas às 17:00; de 7 anos aos 14 anos, no 1º Grau, até a 6ª série, por enquanto; e, a partir do próximo ano, teremos as 7ª série e 8ª série.
Simultaneamente, através das Escolas, vem a orientação profissionalizante para que evitemos a deserção dos deveres e a vadiagem. O problema do “trombadinha” é um efeito cujas causas estão no próprio homem, sendo necessária uma medida de emergência, através do amor. O amor que desapareceu dos nossos corações, como diz um pensador inglês: “O homem moderno perdeu o endereço de Deus”E porque perdeu o endereço de Deus, a sociedade está ameaçada. Há no entanto, perspectivas generosas. Quando todos denunciam um mal é porque já tem sensibilidade para evitar os chamados valores ilusórios. Essa preocupação com o menor carente, que a todos hoje nos envolve, é um sintoma, síndrome de interesse para que todos nos unamos, religiosos ou não, porque esse problema é da Humanidade, e procuremos fazer alguma coisa em favor deles, que serão o futuro da sociedade em favor deles, que serão o futuro da sociedade. Mas isso, em caráter paliativo, por enquanto, para que depois possamos dar ao grupo social o equilíbrio normal de uma educação preventiva, evitando as calamidades que aí estão dominadoras.”

Fonte: Baccelli, Carlos A.; “DIVALDO FRANCO EM UBERABA”; Leal.
Worn, Fernando; “MOLDANDO O TERCEIRO MILÊNIO”; Leal.
Franco, Divaldo Pereira; “ELUCIDAÇÕES ESPÍRITAS”; Leal.


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terça-feira, 22 de maio de 2012

Lições para educação do afeto


No tocante à educação do afeto, Alexandra Torres propôs em suas palestras as posturas que se seguem:
• ter para si mesmo a condição de dar mais afeto do que receber
• vigor solidário
• irradiar alegria
• amar mesmo que não seja amado
• conter o egoísmo
• saber conviver harmoniosamente
• exercitar a sensibilidade.
São, portanto, formas equivocadas do perdão, na visão da referida jornalista:
• Rancor: “Perdôo, mas não esqueço o que você me fez!”
• Condenação: “Perdôo, mas não quero vê-lo nunca mais.”
• Menosprezo: “Perdôo, mas lamento ter me envolvido com esse infeliz sem eira nem beira!”
• Maldição: “Perdôo, mas Deus há de castiga-lo.”
• Pretensão: “Perdôo, mas antes lhe direi umas verdades.”

(Fernanda Borges)



O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 53 Nº 624 Fevereiro de 2006
RUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63
CEP 86.180-970
TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ – PR

Amor e perdão: a importância do saber compreender


Temas foram abordados durante palestras proferidas por Alexandra
Torres, jornalista e líder no movimento espírita de Pernambuco

FERNANDA BORGES
De Londrina

A convivência com os amigos, o bom relacionamento familiar e tudo o que pode ser feito para a compreensão dos desafios que as pessoas enfrentam ao longo da existência na Terra. Receitas como essas, de saúde e de equilíbrio, foram proferidas durante as palestras “Amor e Tolerância” e “Perdão”, realizadas nos dias 14 e 15 de janeiro, pela jornalista Alexandra Torres (foto), no Centro Espírita Nosso Lar e no Centro Espírita Meimei, em Londrina.
As incompreensões, segundo Alexandra, que também atua na Associação dos Divulgadores do Espiritismo de Pernambuco (ADE-PE), surgem quando as pessoas passam a questionar os problemas vivenciados em seus grupos familiares ou sociais.
“Existe uma necessidade de reencarnarmos naquela família ou naquele grupo de amigos. Nossa dificuldade em compreender a atitude de um ou de outro é nosso primeiro grande desafio. Por isso a importância desse núcleo familiar. Por isso recebemos essa família corporal”, disse.
A programação reencarnatória prepara o indivíduo para receber a família e o grupo social ao qual ele estará submetido a conviver durante sua existência.
Por isso mesmo, segundo a jornalista, o plano espiritual disponibiliza boas condições para que a criatura possa conviver naquele núcleo.
“Durante toda a nossa vida na Terra, vamos nos deparar com um amigo que parece um irmão, uma mãe de que a gente tanto necessita ou um pai de que a gente tanto precisa. As diferenças de cada um deles servirão para lapidar as nossas imperfeições e identificar o nosso próprio egoísmo”, ressaltou Alexandra.
As divergências e a troca de experiências que cada indivíduo consegue por meio dos mais variados tipos de relacionamentos servem como uma descoberta do próprio “eu”. Segundo Alexandra, quando se tenta fugir dos problemas, evitando a convivência com as pessoas ou deixando de se relacionar, perde-se uma grande oportunidade de aprendizado.
A jornalista disse que é de extrema importância o momento em que cada indivíduo se questiona quanto ao seu verdadeiro papel no contexto de todos os relacionamentos, sejam eles amorosos, familiares ou sociais. “Não estamos aqui simplesmente para passar férias, mas sim porque cada um de nós tem uma realidade de vida diferente. Normalmente temos necessidades afetivas a serem sanadas, mas não temos o costume de olhar para dentro de nós e enxergar que o que pode estar me impedindo de conseguir esse afeto pode ser eu mesmo”, salientou.
Nos relacionamentos pautados no “juntar de idéias”, não há separação ou divergências causadas pelo tempo. Segundo Alexandra, quando as pessoas tomam consciência da importância de não se deixarem levar pelas “camuflagens”, como a dependência, a carência, o ciúme, a possessividade e o medo, tudo ocorre de maneira natural e pacífica.
“Existem casais que não se conhecem. Pessoas que não conseguem abrir-se para os filhos, ou maridos e esposas. É maravilhoso quando você pode falar do que o incomoda para alguém que você sabe que vai compreendê-lo.
Tudo isso sem sentir medo porque você sabe que aquela pessoa o ama de verdade”.
Ainda segundo a jornalista, na palestra sobre “Perdão”, os dias atuais tendem a fazer com que as pessoas, por meio de brigas ou desentendimentos, acabem rompendo laços com amigos ou familiares.
O perdão, na opinião dela, ou melhor, a falta de perdão faz com que as pessoas acreditem estarem construindo uma personalidade forte, sendo que na verdade elas tendem a ficar cada vez mais violentas. “Essa falta de perdão tem-nos trazido inúmeros problemas durante nossas reencarnações.
Tornamo-nos desgostosos com a vida e passamos a não compreender os ensinamentos de Jesus”, salientou a palestrante.
O orgulho supervalorizado, a felicidade do outro deixando o indivíduo mal, ou a falta de reconhecimento da sua própria fragilidade – esses são para Alexandra alguns dos problemas sérios que devem ser evitados para que o orgulho não tome conta da vida da pessoa. “Quando entramos nesse vício de achar que somos o melhor que o outro, não conseguimos entender quanto somos frágeis, não aceitamos as críticas e não sabemos perdoar”, ressaltou.
Uma pessoa que passa a se questionar quanto às suas reais atitudes, passa a se compreender, e isso é um passo importante, que a jornalista destacou, para que essa pessoa possa descobrir suas limitações. “A compreensão dispensa o perdão.
Quem compreende não se ofende. Por isso, o melhor mesmo é não ter que perdoar, mas sim compreender. Essa é a fórmula”, finalizou a palestrante.



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