– Como o senhor avalia a problemática da criminalidade nos
dias atuais, principalmente na questão que envolve jovens atraídos pelas drogas.
Esses problemas têm relação com a transformação da categoria do planeta Terra,
como os espíritas avaliam, de provas e expiações para um mundo de regeneração?
Divaldo Franco: De
certo modo sim. A questão tem raízes históricas, sociológicas, educacionais e
de comportamento religioso. Durante muitos séculos a castração religiosa e a hipocrisia
social limitaram o comportamento das crianças e jovens, assim como dos cidadãos
em geral.
Ameaças religiosas de punições eternas, necessidade de
comportamentos falsos, mascarados de civilizados, exigências domésticas
descabidas, severidade de julgamentos eram impostos como fundamentais para uma
sociedade correta. Na cultura hippie do gozo e do prazer, o matrimônio, a
família e a sociedade passaram a ser instituições superadas, surgindo a
vulgarização da conduta sexual, o abuso de toda natureza, a libertação da
mulher, aliás, muito justa, o uso de estupefacientes e de drogas em geral.
A decantada volta às origens, aspirada pelos jovens, deu
lugar à adoção de doutrinas orientais, mais compatíveis com a meditação e a fuga
psicológica dos deveres e às viagens em direção a lugar nenhum.
Logo depois, vieram a desilusão, o sofrimento defluente dos
excessos, o retorno para casa, como afirmou John Lennon, porque ‘’o sonho
acabou’’.
Ficaram as feridas morais, as drogas, o erotismo, a
alucinação do prazer e as grandes sequelas da depressão, da ansiedade, da
solidão, da violência.
Por outro lado, a família tradicional cedeu lugar à moderna,
em que tudo era permitido, facultando aos pais não mais se preocuparem com os
filhos que, se sentindo órfãos, fugiram para as tribos, os acasalamentos e a
promiscuidade sexual, o rebaixamento moral.
Só quando a criatura humana tiver a certeza da imortalidade
da alma, conhecer a responsabilidade dos seus atos, dando-se conta de que é
construtora do seu destino, sempre responsável pelo seu comportamento, vivenciando
a lei de causa e efeito, modificar-se-á para melhor, assumindo conscientemente as
consequências positivas e negativas dos seus atos, assim trabalhando em favor
da paz e da justiça social.
(Extraído de entrevista publicada na Folha de Londrina no
dia 7 de
março
de 2010.)
O IMORTAL
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo
Gonçalves
Ano 57 - Nº 674 - Abril de 2010 - PÁGINA
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