sábado, 24 de dezembro de 2011

Divaldo responde criminalidade


– Como o senhor avalia a problemática da criminalidade nos dias atuais, principalmente na questão que envolve jovens atraídos pelas drogas. Esses problemas têm relação com a transformação da categoria do planeta Terra, como os espíritas avaliam, de provas e expiações para um mundo de regeneração?

Divaldo Franco: De certo modo sim. A questão tem raízes históricas, sociológicas, educacionais e de comportamento religioso. Durante muitos séculos a castração religiosa e a hipocrisia social limitaram o comportamento das crianças e jovens, assim como dos cidadãos em geral.

Ameaças religiosas de punições eternas, necessidade de comportamentos falsos, mascarados de civilizados, exigências domésticas descabidas, severidade de julgamentos eram impostos como fundamentais para uma sociedade correta. Na cultura hippie do gozo e do prazer, o matrimônio, a família e a sociedade passaram a ser instituições superadas, surgindo a vulgarização da conduta sexual, o abuso de toda natureza, a libertação da mulher, aliás, muito justa, o uso de estupefacientes e de drogas em geral.

A decantada volta às origens, aspirada pelos jovens, deu lugar à adoção de doutrinas orientais, mais compatíveis com a meditação e a fuga psicológica dos deveres e às viagens em direção a lugar nenhum.

Logo depois, vieram a desilusão, o sofrimento defluente dos excessos, o retorno para casa, como afirmou John Lennon, porque ‘’o sonho acabou’’.

Ficaram as feridas morais, as drogas, o erotismo, a alucinação do prazer e as grandes sequelas da depressão, da ansiedade, da solidão, da violência.

Por outro lado, a família tradicional cedeu lugar à moderna, em que tudo era permitido, facultando aos pais não mais se preocuparem com os filhos que, se sentindo órfãos, fugiram para as tribos, os acasalamentos e a promiscuidade sexual, o rebaixamento moral.

Só quando a criatura humana tiver a certeza da imortalidade da alma, conhecer a responsabilidade dos seus atos, dando-se conta de que é construtora do seu destino, sempre responsável pelo seu comportamento, vivenciando a lei de causa e efeito, modificar-se-á para melhor, assumindo conscientemente as consequências positivas e negativas dos seus atos, assim trabalhando em favor da paz e da justiça social.

(Extraído de entrevista publicada na Folha de Londrina no dia 7 de
março de 2010.)
O IMORTAL

JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA
Diretor Responsável: Hugo Gonçalves
 Ano 57 - Nº 674 - Abril de 2010 - PÁGINA 10

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