terça-feira, 22 de novembro de 2016

*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 118 – *Questão 230*

*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 118 – *Questão 230*

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.


*SEGUNDA PARTE*

*DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS*

*CAPITULO XXI*

*INFLUÊNCIA DO MEIO*

 No capítulo XXI - questão 231.1, Allan Kardec pergunta se o meio em que o médium se encontra exerce influência sobre as manifestações espíritas.

Os Espíritos da Codificação afirmam que: “Todos os Espíritos que cercam o médium o ajudam para o bem ou para o mal”.

Lembremo-nos de que a presença dos Espíritos ao nosso redor não depende da mediunidade nem de qualquer espécie de evocação, da mesma maneira que as mensagens radiofônicas estão sempre no ar, mesmo que não tenhamos um rádio ou não o liguemos.

Por estarmos sempre pensando, em processo ininterrupto, atraímos e somos atraídos por mentes que estão em conformidade com o nosso pensar do momento, caracterizando estados variados de percepção, muito semelhantes aos estados associados às manifestações espíritas.

Esclarece Kardec que seria errado pensar que é necessário ser médium para atrair os Espíritos. Eles povoam o espaço, estão constantemente ao nosso redor, nos acompanham, nos veem e observam, intrometem-se em nossas reuniões, procuram-nos ou evitam-nos, conforme os atraímos ou repelimos com os nossos sentimentos e pensamentos. A faculdade mediúnica nada tem a ver com isso: é simplesmente um meio de comunicação. As nossas relações com eles baseiam-se na afinidade, de acordo com nosso grau de moralidade.

Considerando ainda o estado moral da Terra, podemos deduzir qual o gênero de Espíritos que deve predominar entre nós. Se tomarmos cada povo em particular, poderemos julgar, pelo caráter dominante das criaturas, por suas preocupações e seus sentimentos mais ou menos morais e humanitários, quais as ordens de Espíritos que nele se encontram.

Partindo desse princípio, imaginemos uma reunião de homens levianos, inconsequentes, interessados apenas em seus prazeres. Quais seriam os Espíritos que de preferência estariam entre eles? Certamente não seriam os Espíritos Superiores, porque sábios e filósofos não iriam passar entre eles o seu tempo. Assim, toda vez que os homens se reúnem, há entre eles uma reunião oculta de simpatizantes de suas qualidades e imperfeições, e isso sem qualquer ideia de evocação.

Admitindo que os encarnados queiram se comunicar com os Espíritos através de um intermediário, ou seja, de um médium, que Espíritos responderão ao seu apelo? Evidentemente os que estão lá, predispostos e aguardando uma ocasião favorável.

A seriedade das pessoas que compõem uma reunião, entretanto, não é sempre suficiente para favorecer comunicações elevadas. Há pessoas que nunca riem, mas nem por isso tem o coração mais puro. Ora, o que atrai os Espíritos são os nossos sentimentos e se queremos permanecer em companhia dos bons Espíritos, é necessário que sejamos bons, do que se conclui como é real a influência do meio sobre a natureza das manifestações inteligentes.

Ainda em O Livro dos Médiuns, capítulo XXIX, item 331, afirma o Codificador: “Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá quanto mais
Pode-se considerar que as condições do meio serão tanto melhores, quanto maior homogeneidade houver para o bem, com mais sentimentos puros e elevados, mais desejo sincero de aprender, sem segundas intenções.

Devemos ainda lembrar que há pessoas que são médiuns sem o saber? Quantos estão criando, produzindo inconscientemente boas ou más obras, em grupos ou isoladamente? Se tal inconsciência se prolonga, aumentam as chances de manipulação e assédio dos Espíritos imperfeitos. Sabemos que são necessárias as conquistas do ascendente moral como barreira ao assédio, bem como a conscientização que decorre do estudo e do viver adequado, através das quais influenciamos o meio onde estamos, através de uma postura adequada aos ensinamentos do Evangelho, o qual nos pede estejamos no mundo sem ser do mundo.

A condição para o progresso é a consciência dos fatos, e, por meio do estudo, entende-se que, não podendo furta-se à influência dos Espíritos, necessário é tornar-se consciente de sua existência, a fim de escolher, ou melhor, atrair as companhias espirituais adequadas ao próprio crescimento espiritual.

Concluindo e propondo-nos a utilizar esse conhecimento em nosso dia-a-dia, compreendemos que todas as nossas reuniões, independentemente de acontecerem no centro espírita, no local de trabalho, nos locais de lazer, estarão sendo acompanhadas e influenciadas por Espíritos cuja moral será definida pela moral da maioria que compõem o grupo reunido.

*Bibliografia:*

 KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns - 2.ed. São Paulo, FEESP. 1989 - Cap. XXI, q. 231–233

NEVES, J.; AZEVEDO, G.; CALAZANS, N.; FERRAZ, J. - Reuniões Mediúnicas - Projeto Manoel P. de Miranda - 2.ed. Salvador, LEAL. 1993, Organização.

*Tereza Cristina D'Alessandro*




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