*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo
116 – *Questão
229*
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial dos Espíritos
sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação
com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os
escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
*SEGUNDA PARTE*
*DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS*
*CAPITULO XX*
*INFLUÊNCIA MORAL DOS MÉDIUNS*
*QUESTÕES DIVERSAS*
*DISSERTAÇÃO DE UM ESPÍRITO SOBRE A
INFLUÊNCIA MORAL*
*Questão 229*
Através
dos estudos anteriores compreendemos que o orgulho começa a tomar conta do
médium quando este começa a desenvolver cega confiança na superioridade das
comunicações recebidas e na infalibilidade do Espírito que as transmite, do que
resulta certo desprezo por tudo o que não procede dele, que julga possuir o
privilégio da verdade.
Assim
considerando, torna-se difícil encontrar um médium perfeito, porque não há
perfeição sobre a Terra. O médium perfeito seria aquele a quem os maus
Espíritos jamais ousassem fazer uma tentativa de enganar; assim, o melhor é o
que, simpatizando somente com os bons Espíritos, seja enganado menos vezes.
Aqui
cabe uma pergunta: Por que os bons Espíritos permitem que o
médium seja enganado?
Para
que exercite seu julgamento e aprenda a discernir o verdadeiro do falso. Além
disso, por melhor seja um médium, jamais é tão perfeito que não tenha um lado
fraco, pelo qual possa ser atacado. As comunicações falsas que recebe de quando
em quando são advertências para que não se julgue infalível e se torne
orgulhoso.
Portanto,
quem é o bom médium?
Recorremos
a O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 3, O Homem
de Bem, para
responder a esta questão:
“O
verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, amor e caridade
na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos,
pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que
podia, se não deixou escapar nenhuma ocasião de ser útil. Se ninguém tem do que
se queixar dele, enfim, se fez aos outros tudo aquilo que queria que os outros
fizessem por ele.”
Assim
podemos compreender que sendo a mediunidade processo de vida, o médium não pode
apresentar duplicidade de comportamento, isto é, o bom médium e o homem de bem
são a mesma pessoa. Se a vida exige de cada pessoa disciplina e
responsabilidade frente aos inúmeros estímulos que recebe, se espera equilíbrio
e brandura no lidar com o próximo além de resistência nas provas, a mediunidade
e o médium se enriquecem de modo idêntico com essas conquistas. Não há educação
mediúnica sem crescimento moral; se a mediunidade é para toda a vida, por que
não o seria para todas as horas? Quem é médium não o é somente nas reuniões de
intercâmbio espiritual. O médium não é alguém que possui uma chave
“liga/desliga” que lhe permite estar ou não médium.
A
faculdade mediúnica é um sentido profundo acompanhando seu detentor onde ele
esteja. Isto não quer dizer que se deva entrar em transe a qualquer hora e
lugar, porém perceber o que seja permitido, reservando-se o direito de
permanecer lúcido e ativo no cumprimento de suas tarefas e compromissos
sociais, permanecendo em sintonia com os Bons Espíritos, criando condições para
servir de instrumento ao Bem onde e quando esse seja necessário.
Através
destas reflexões, compreende-se que o bom médium é aquele que torna sua
existência um processo educativo, pelo aproveitamento de suas experiências,
procurando assimilar e construir valores éticos e morais elevados.
Allan
Kardec e os Espíritos Superiores recomendaram que, tão logo se constatem os
sintomas da mediunidade, deve o médium buscar o estudo a desdobrar-se em duas
frentes distintas: Doutrina Espírita e suas relações com as diversas áreas do
conhecimento, a primeira, e psicologia do comportamento, a segunda.
Praticar
a mediunidade sem conhecer os mecanismos básicos da faculdade é como manipular
substâncias sem o conhecimento de Química, como explica Kardec em O
Que é o Espiritismo, Segundo Diálogo. Não há como trabalhar com
segurança sem compreender importantes assuntos, tais como: finalidade do
intercâmbio, a influência pessoal e moral do médium e do meio, a metodologia
para distinguir a qualidade moral dos Espíritos e os obstáculos a superar ao
longo do exercício etc.
Por
sua vez, a análise do comportamento íntimo propicia, no início, o
autodescobrimento, depois o autodomínio e posteriormente a auto-iluminação.
Sendo o médium uma pessoa ultrassensível, com emoções que oscilam mais que o
habitual, o que lhe exige maior atenção e equilíbrio no lidar com as próprias
impressões, deve sobrepor-se às emoções mais grosseiras, bem como disciplinar
as sensações do campo físico.
Este
é um aprendizado lento, porém constante, mostrando uma estreita relação entre a
educação para a mediunidade e a educação para a vida, e que o Homem de Bem e o
Bom Médium são a mesma pessoa.
*Bibliografia:*
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns:
2.ed. São Paulo, FEESP. 1989 - Cap. XX, q. 229 – 230
O Evangelho segundo o Espiritismo: 6.ed. São Paulo: FEESP, 1990 – cap.XVII -3
NEVES,J.; AZEVEDO, G.; CALAZANS, N.; FERRAZ, J. Vivência
Mediúnica - Projeto
Manoel P. de Miranda, Salvador: LEAL, 1994, Cap. 8
*Tereza Cristina
D'Alessandro*
Dezembro / 2011
https://chat.whatsapp.com/J9FGsT8kkxyD0MzYfe1J32
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