*O
LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 87 – Desenvolvimento da Mediunidade (continuação)*
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial
dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de
comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as
dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
*SEGUNDA PARTE*
*DAS MANIFESTAÇÕES
ESPIRITAS*
CAPITULO XVII
*FORMAÇÃO DOS MÉDIUNS*
*Desenvolvimento da Mediunidade (continuação)*
Allan Kardec oferecendo seguras orientações para a educação mediúnica de médiuns escreventes/psicógrafos ressalta ser necessário abster-se o médium de chamar um determinado Espírito, porque muitas vezes acontece não ser com ele que as relações fluídicas se estabeleçam com maior facilidade, por maior simpatia que lhe devote. Antes, pois, de pensar em obter comunicações deste ou daquele Espírito, é necessário tratar do desenvolvimento da faculdade, fazendo para isso um apelo geral e se dirigindo, sobretudo, ao seu anjo guardião. Não há para isso fórmulas sacramentais.
Quem pretender oferecer uma fórmula pode ser
firmemente taxado de impostor, porque para o Espírito a forma nada vale.
Entretanto a evocação deve ser feita sempre em nome de Deus.
Transcrevemos a seguir as questões 205 a 207 de O
Livro dos Médiuns
205. Para evitar tentativas inúteis, pode-se
interrogar, por outro médium, um Espírito sério e elevado. Mas é bom lembrar
que, quando se propõe aos Espíritos a questão de saber se temos ou não
mediunidade, eles quase sempre respondem afirmativamente, o que não impede que
as tentativas sejam muitas vezes infrutíferas. Isso se explica naturalmente.
Propõe-se ao Espírito uma questão geral e ele responde de maneira geral. Como
se sabe, nada há mais elástico do que a faculdade mediúnica, pois ela pode se
apresentar sob as mais variadas formas e nos mais diverso graus. Pode-se,
portanto, ser médium sem o perceber e num sentido diferente do que se pensa.
A esta questão vaga: Sou médium? O Espírito responde:
Sim. A esta mais precisa: Sou médium escrevente? Ele pode responder: Não.
Deve-se ainda conhecer a natureza do Espírito interrogado. Há Espíritos tão
levianos e tão ignorantes que respondem a torto e a direito, como verdadeiros
estúrdios. Eis porque aconselhamos dirigir-se a Espíritos esclarecidos, que
geralmente respondem de boa vontade a essas perguntas e indicam o melhor
caminho a seguir, se houver possibilidades de êxito.
206. Um meio que dá quase sempre bom resultado é o emprego, como auxiliar momentâneo, de um bom médium escrevente flexível e já formado. Se ele puser a mão ou os dedos sobre a mão que deve escrever, é raro que ela não se mova imediatamente. Compreende-se o que então se passa: a mão que segura o lápis torna-se uma espécie de apêndice da mão do médium, como o seria a cesta ou a prancheta. Mas isso não impede que esse exercício seja realmente útil quando se pode empregá-lo, pois que, freqüente e regularmente repetido, ajuda a vencer o obstáculo material e provoca o desenvolvimento da faculdade.
Às vezes, também, basta magnetizar com essa intenção o braço e a mão do que deseja escrever. Muitas vezes o magnetizador se limita a pousar sua mão no ombro da pessoa, e temos visto escrever prontamente sob essa influência. O mesmo efeito se pode ainda produzir sem nenhum contato e pelo simples efeito da vontade. Compreende-se facilmente que a confiança do magnetizador em seu poder, para produzir esse resultado, deve exercer um grande papel, e que um magnetizador incrédulo exerceria fraca ou nenhuma ação.
O concurso de um guia experimentado é também muito útil algumas vezes, para indicar ao iniciante uma série de pequenas precauções que ele costuma negligenciar, em detrimento da rapidez do seu progresso. É útil, sobretudo, para esclarecê-lo quanto à natureza das primeiras perguntas e a maneira de fazê-las. Seu papel é o de um professor que se dispensa quando a gente se tornou bastante hábil.
207. Outro meio que pode também contribuir poderosamente para o desenvolvimento da faculdade consiste em reunir um certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e da mesma intenção. Todas, guardando absoluto silêncio, num recolhimento religioso, simultaneamente experimentam escrever, apelando cada qual ao seu anjo guardião ou a algum Espírito simpático. Uma delas pode também fazer, sem designação especial e por todos os membros da reunião, um apelo geral aos Espíritos bons, dizendo, por exemplo: Em nome de Deus Todo Poderoso rogamos aos bons Espíritos que se dignem comunicar-se pelas pessoas aqui presentes. É raro que entre elas não haja algumas que dêem prontamente sinais de mediunidade ou mesmo escrevam de maneira fluente em pouco tempo.
Fácil compreender o que se passa nessa circunstância. As pessoas unidas por uma mesma intenção formam um todo coletivo cujo poder e cuja sensibilidade aumentam por uma espécie de influência magnética que auxilia o desenvolvimento da faculdade. Entre os Espíritos atraídos por essa conjugação de vontades há os que encontram em meio aos assistentes o instrumento que lhes convém. Se não for um, será outro e eles o aproveitam.
Esse meio deve, sobretudo, ser empregado pelos
grupos espíritas que não dispõem de médiuns, ou que não os têm em número
suficiente.
*Bibliografia:*
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São
Paulo: FEESP, 1989 - Cap XVII - 2ª Parte – item 205 a 207
*Tereza Cristina D'Alessandro*
Janeiro /
2009
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