*O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 92 – PERDA E
SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE*
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial dos Espíritos
sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação
com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os
escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
*SEGUNDA PARTE*
*DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS*
*CAPITULO XVII*
*FORMAÇÃO
DOS MÉDIUNS*
*PERDA E SUSPENSÃO DA MEDIUNIDADE*
Ao tratarmos da perda e suspensão da mediunidade é necessário relembrar
que a mediunidade não é uma improvisação nem um acontecimento fortuito. Pelo
contrário, ela faz parte da constituição do homem e tem suas raízes plantadas
em causas e decisões anteriores ao momento de sua eclosão. Constitui relevante
instrumento de evolução, porém, mesmo sendo percebida, assim, como qualidade,
sabemos que o grau de intensidade dessa faculdade não é proporcional ao
desenvolvimento moral de seu detentor, do qual independe.
O uso que o médium faz da sua faculdade é o que mais influi sobre os
Espíritos bons, sendo ele o responsável pela condução adequada ou não, das suas
experiências mediúnicas, favorecendo intermitências e suspensões momentâneas.
Explicam os Espíritos em O Livro dos Médiuns, questão 220, que o médium
pode ter o exercício mediúnico suspenso, momentaneamente, por diversas razões,
caracterizadas pelo afastamento dos Espíritos Bons que não querem ou não podem
servir-se dele.
*São considerados motivos para o afastamento
dos Bons Espíritos:*
Mau uso da
mediunidade:
Futilidades;
Finalidades
ambiciosas;
Recusa-se a
transmitir mensagens;
Recusa-se a
colaborar no esclarecimento ou ajuda aos necessitados;
Quando não aproveita
as instruções e orientações recebidas.
Possibilitar ao
médium servir como instrumento de outros Espíritos?
Demonstração de
solicitude do Amigo Espiritual pelo médium que necessita de repouso. Nesse
caso, ele não permite que outros Espíritos o substituam junto ao médium.
Para experimentar a
paciência e avaliar a perseverança de médiuns bons.
O afastamento do Espírito Bom deve sempre levar o médium a reflexões
sobre como pode melhorar a sua relação de trabalho com o mundo espiritual; deve
ajudá-lo a refletir sobre os próprios procedimentos, sobre a necessidade de
estudo e principalmente sobre o seu trabalho pessoal no Bem.
Ainda em O Livro dos Médiuns os Espíritos esclarecem que a suspensão da
atividade mediúnica não implica afastamento dos Espíritos Amigos: “(...) O
médium se acha na situação da pessoa que tivesse perdido a vista
momentaneamente, mas não foi abandonada pelos amigos, embora não os veja.” . A
seguir completam “(...) Se a falta da mediunidade pode privá-lo das comunicações
por meio material com certos Espíritos, não o priva das comunicações mentais.”
Acrescentam ainda que nem sempre a suspensão é uma censura, pois pode
ser uma demonstração de benevolência, e que o médium deve consultar a sua
consciência, perguntar a si mesmo que uso tem feito de sua faculdade, que bem
tem resultado disso para os outros, que proveito tem tirado dos conselhos que
lhe deram, e saberá distinguir a censura da ação benevolente.
Constata-se que o maior obstáculo à utilização da mediunidade é o conjunto
das imperfeições do médium. Allan Kardec ao identificar o caráter de missão
conferido à mediunidade, perguntou aos Espíritos por que Deus a designa a
homens imperfeitos e não aos homens de bem, sendo que eles responderam que são
os imperfeitos que dela necessitam para se aperfeiçoarem, e para que tenham a
possibilidade de receber bons ensinamentos.
Podemos concluir que, ante a constatação de que se é portador da
mediunidade, tem o indivíduo o direito de consultar o seu livre-arbítrio,
decidindo-se entre assumir o seu exercício, ou não. Se optar pelo exercício
mediúnico, deve o médium investir no seu aperfeiçoamento moral, criando
condições para se tornar um médium educado, com desempenho mediúnico voluntário
e disciplinado. Se preferir recusar a mediunidade, estará rejeitando uma dádiva
da vida para o seu desenvolvimento espiritual, abandonando excelente roteiro
evolutivo.
Quando surgem motivos de ordem existencial involuntários e
incontroláveis, tais como doenças, deveres profissionais, desequilíbrios emocionais,
desestruturando a mente do médium, os próprios Amigos Espirituais providenciam
interrupções temporárias, as quais também podem servir como provas, visando
chamar a atenção do trabalhador quanto à correta vivência dos seus deveres.
A mediunidade não constitui obstáculo na caminhada do seu portador,
porém não é aquisição apressada que se obtém por meio de facilidades humanas.
Quando aceita com alegria e responsabilidade, transforma-se em instrumento de
crescimento e evolução, pois encaminha o médium ao trabalho com Jesus.
*Bibliografia:*
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap.
XVII, q. 220, itens 1-16
NEVES, J.; AZEVEDO, G.; CALAZANS, N.; FERRAZ, J. - “Reuniões Mediúnicas
- Projeto Manoel P. de Miranda”, 2.ed. Salvador: LEAL, 1993, 7. Vivência
*Tereza Cristina D'Alessandro*
Julho / 2009
https://chat.whatsapp.com/BBdBqQYDWX063IQsvumtvW
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