domingo, 15 de janeiro de 2017

*ESTUDO* *CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 1 À 6)*

*ESTUDO*  

*CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 1 À 6)*


1. - Pode o Espiritismo ser considerado uma revelação? Neste caso, qual o seu caráter? Em que se funda a sua autenticidade? A quem e de que maneira foi ela feita? É a doutrina espírita uma revelação, no sentido teológico da palavra, ou por outra, é, no seu todo, o produto do ensino oculto vindo do Alto?

É absoluta ou suscetível de modificações? Trazendo aos homens a verdade integral, a revelação não teria por efeito impedi-los de fazer uso das suas faculdades, pois que lhes pouparia o trabalho da investigação? Qual a autoridade do ensino dos Espíritos, se eles não são infalíveis e superiores à Humanidade? Qual a utilidade da moral que pregam, se essa moral não é diversa da do Cristo, já conhecida? Quais as verdades novas que eles nos trazem? Precisará o homem de uma revelação? E não poderá achar em si mesmo e em sua consciência tudo quanto é mister para se conduzir na vida?

Tais as questões sobre que importa nos fixemos.

2. - Definamos primeiro o sentido da palavra revelação. Revelar, do latim revelare, cuja raiz, velum, véu, significa literalmente sair de sob o véu - e, figuradamente, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida.

Em sua acepção vulgar mais genérica, essa palavra se emprega a respeito de qualquer coisa ignota que é divulgada, de qualquer idéia nova que nos põe ao corrente do que não sabíamos.

Deste ponto de vista, todas as ciências que nos fazem conhecer os mistérios da Natureza são revelações e pode dizer-se que há para a Humanidade uma revelação incessante. A Astronomia revelou o mundo astral, que não conhecíamos; a Geologia revelou a formação da Terra; a Química, a lei das afinidades; a Fisiologia, as funções do organismo, etc.; Copérnico, Galileu, Newton, Laplace, Lavoisier foram reveladores.

3. - A característica essencial de qualquer revelação tem que ser a verdade. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato; se é falso, já não é um fato e, por conseqüência, não existe revelação. Toda revelação desmentida por fatos deixa de o ser, se for atribuída a Deus. Não podendo Deus mentir, nem se enganar, ela não pode emanar dele: deve ser considerada produto de uma concepção humana.

4. - Qual o papel do professor diante dos seus discípulos, senão o de um revelador? O professor lhes ensina o que eles não sabem, o que não teriam tempo, nem possibilidade de descobrir por si mesmos, porque a Ciência é obra coletiva dos séculos e de uma multidão de homens que trazem, cada qual, o seu contingente de observações aproveitáveis àqueles que vêm depois. O ensino é, portanto, na realidade, a revelação de certas verdades científicas ou morais, físicas ou metafísicas, feitas por homens que as conhecem a outros que as ignoram e que, se assim não fora, as teriam ignorado sempre.

5. - Mas, o professor não ensina senão o que aprendeu: é um revelador de segunda ordem; o homem de gênio ensina o que descobriu por si mesmo: é o revelador primitivo; traz a luz que pouco a pouco se vulgariza. que seria da Humanidade sem a revelação dos homens de gênio, que aparecem de tempos a tempos?

Mas, quem são esses homens de gênio? E, por que são homens de gênio? Donde vieram? Que é feito deles? Notemos que na sua maioria denotam, ao nascer, faculdades transcendentes e alguns conhecimentos inatos, que com pouco trabalho desenvolvem. Pertencem realmente à Humanidade, pois nascem, vivem e morrem como nós. Onde, porém, adquiriram esses conhecimentos que não puderam aprender durante a vida? Dir-se-á, como os materialistas, que o acaso lhes deu a matéria cerebral em maior quantidade e de melhor qualidade? Neste caso, não teriam mais mérito que um legume maior e mais saboroso do que outro.

Dir-se-á, como certos espiritualistas, que Deus lhes deu uma alma mais favorecida que a do comum dos homens? Suposição igualmente ilógica, pois que tacharia Deus de parcial. A única solução racional do problema está na preexistência da alma e na pluralidade das vidas. O homem de gênio é um Espírito que tem vivido mais tempo; que, por conseguinte, adquiriu e progrediu mais do que aqueles que estão menos adiantados. Encarnando, traz o que sabe e, como sabe muito mais do que os outros e não precisa aprender, é chamado homem de gênio. Mas seu saber é fruto de um trabalho anterior e não resultado de um privilégio. Antes de renascer, era ele, pois, Espírito adiantado: reencarna para fazer que os outros aproveitem do que já sabe, ou para adquirir mais do que possui.

Os homens progridem incontestavelmente por si mesmos e pelos esforços da sua inteligência; mas, entregues às próprias forças, só muito lentamente progrediriam, se não fossem auxiliados por outros mais adiantados, como o estudante o é pelos professores. Todos os povos tiveram homens de gênio, surgidos em diversas épocas, para dar-lhes impulso e tirá-los da inércia.

6. - Desde que se admite a solicitude de Deus para com as suas criaturas, por que não se há de admitir que Espíritos capazes, por sua energia e superioridade de conhecimento, de fazerem que a Humanidade avance, encarnem pela vontade de Deus, com o fim de ativarem o progresso em determinado sentido? Por que não admitir que eles recebam missões, como um embaixador as recebe do seu soberano? Tal o papel dos grandes gênios. Que vêm eles fazer, senão ensinar aos homens verdades que estes ignoram e ainda ignorariam durante largos períodos, a fim de lhes dar um ponto de apoio mediante o qual possam elevar-se mais rapidamente? Esses gênios, que aparecem através dos séculos como estrelas brilhantes, deixando longo traço luminoso sobre a Humanidade, são missionários ou, se o quiserem, messias. O que de novo ensinam aos homens, quer na ordem física, quer na ordem filosófica, são revelações. Se Deus suscita reveladores para as verdades científicas, pode, com mais forte razão, suscitá-los para as verdades morais, que constituem elementos essenciais do progresso. Tais são os filósofos cujas idéias atravessam os séculos.

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*QUESTÕES PARA ESTUDO VIRTUAL*

*CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 1 À 6)*

*QUAIS OS REQUISITOS PARA QUE UM ENSINAMENTO POSSA SER CONSIDERADO UMA REVELAÇÃO?*

R.: - Conforme explica Kardec, o vocábulo revelação deriva do termo latino revelare, que significa sair de sob o véu e, em linguagem figurada, descobrir, dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. Em sua acepção genérica, todas as ciências que nos trazem o conhecimento de idéias até então ignoradas e que nos põe em contato com o que não sabíamos podem ser consideradas revelações. Há, sob esse aspecto, para a humanidade, uma revelação incessante.

Para que um ensinamento possa ser considerado uma revelação faz-se mister que sua característica essencial seja a verdade e que esta verdade seja até então desconhecida. Revelar um segredo é tornar conhecido um fato. Se é falso, já não há um fato e, conseqüentemente, não existe revelação. Toda revelação desmentida pelos fatos não pode emanar de Deus, pois Deus não se engana nem mente. Há que ser, assim, considerada produto de uma concepção humana. Foram reveladores Galileu, Copérnico, Newton, Laplace, Lavoisier, dentre outros espíritos que revelaram aos homens informações que não conhecíamos acerca do mundo astral, através da Astronomia, da formação da Terra, através da Geologia, da lei das afinidades, através da Química, dentre outras áreas da Ciência.


O ESPIRITISMO PODE SER CONSIDERADO UMA REVELAÇÃO?

R.: - Tendo trazido à humanidade o conhecimento acerca das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo material, que eram até então desconhecidas da humanidade, o Espiritismo, sem dúvida, preenche todos os requisitos para ser considerado uma revelação. Mostra a realidade da nossa natureza espiritual, revelando ao homem o que ele é, de onde vem, o que faz na Terra e para onde vai após a morte do corpo físico. Revelou a existência de uma vida espiritual em uma outra dimensão, paralela ao mundo físico, da qual o homem tinha tão somente um vago conhecimento.


QUEM SÃO E QUAL O PAPEL DOS ESPÍRITOS QUE ENCARNAM COMO "MISSIONÁRIOS"?

R.: - Os espíritos missionários, que Kardec tratou como "homens de gênios", são espíritos que se caracterizam pela superioridade de conhecimentos e que encarnam, pela vontade de Deus, para fazerem com que a humanidade avance em progresso. Vêm à Terra com o papel de ensinarem verdades que os homens ignoram e que ainda ignorariam durante muito tempo, se tivessem que aprender por si mesmos, a fim de lhes dar um impulso mediante o qual possam se elevar mais rapidamente. O que de novo ensinam aos homens, quer sejam ensinamentos de ordem física, quer de ordem filosófica, é que se constitui uma revelação. Deus, de tempos em tempos, envia à Terra esses reveladores como seus missionários, para revelarem à humanidade não apenas verdades científicas como também verdades morais, indispensáveis ao progresso do homem.


COMO ENTENDER, À LUZ DO ESPIRITISMO, OS CHAMADOS "HOMENS DE GÊNIOS"?

R.: - Até o advento do Espiritismo, a humanidade se dividia entre as explicações trazidas por correntes de pensamentos de natureza materialista e espiritualista, que até hoje ainda são acolhidas por muitos. Os materialistas, coerentes às suas concepções em que predominam a prevalência absoluta da matéria, em torno da qual tudo se explica, entendem que esses homens de gênio receberam, por acaso, matéria cerebral em maior quantidade e de melhor qualidade, daí serem melhores dotados de inteligência que os demais. Os espiritualistas, representados pelas correntes religiosas que há muito predominam, explicam o fato de acordo com as doutrinas nas quais se sustentam os diversos segmentos das religiões, que podemos resumir na ideia de que Deus concede a esses homens uma alma mais favorecida do que aos homens comuns, levando-nos a admitir uma Divindade parcial e injusta, pois privilegiaria algumas de suas criaturas.

Qualquer das hipóteses acima mencionadas leva-nos à conclusão de que nenhum mérito têm os considerados homens de gênio, pois seriam simples privilegiados pela matéria ou pelo Criador das coisas. Trazendo luz a essa questão, como o faz em relação a tantas outras, o Espiritismo demonstra que a única explicação lógica e racional encontra-se na preexistência do espírito que encarna nesta condição e na pluralidade das vidas sucessivas, ou, em outras palavras, na reencarnação. Esses missionários ou homens de gênio, explica Kardec, são espíritos que melhor têm aproveitado o tempo vivido, adquirindo mais conhecimentos e progredindo mais do que os que estão menos adiantados. Ao encarnarem em missão, trazem o seu saber, que é fruto de seu trabalho e não de um privilégio material ou divino. Antes de renascer como homem de gênio, já era um espírito de adiantada evolução. Reencarna para fazer com que os outros aproveitem do que ele já sabe e para adquirir novos conhecimentos. Por si só, o homem somente de modo muito lento progrediria. A fim de que sejam auxiliados por outros mais adiantados, como o estudante o é pelos professores é que Deus envia a todos os povos, em épocas diversas, esses homens de gênio, impulsionando-os ao progresso e os tirando da inércia


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CONCLUSÃO DO ESTUDO DO DIA 04/01/2012


CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 1 À 6)


Todas as ciências que Nos fazem conhecer os mistérios da Natureza são revelações. Pode-se dizer que há para a Humanidade uma revelação incessante.

E o Espiritismo?

Pode ser considerado uma revelação?

Neste caso, qual o seu caráter?

E os grandes reveladores da humanidade? Quem são?

De onde vieram o seu conhecimento?


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Dúvida surgida durante o estudo: O Espiritismo é uma ciência?


R.: - Conforme vamos estudar mais adiante, o Espiritismo é também uma revelação científica, conforme demonstra Allan Kardec. Seus ensinamentos foram recebidos e submetidos a um trabalho de observação e de pesquisa realizado por Kardec. Sua doutrina não foi ditada completa nem impingida como crença cega. Ao contrário, é deduzida pelo trabalho de observação dos fatos, tendo se submetido à experimentação os ensinamentos e instruções que os Espíritos Superiores transmitiram. Caracteriza-se, ainda, como revelação científica, por dar a conhecer à humanidade o mundo invisível que a cerca e no meio do qual vive sem que o suspeitasse, assim como as leis que o regem, suas relações com o mundo visível, a natureza e o estado dos seres que o habitam e, por conseguinte, o destino do homem depois da morte.

O método de elaboração utilizado por Kardec para codificar o Espiritismo foi exatamente o mesmo que é usado pelas ciências positivas. Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas, são observados, comparados, analisados e, remontando dos efeitos às causas, chega-se à lei que os rege. Depois, deduz-lhes as conseqüências e busca as aplicações úteis. Não foram, portanto, os fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria. A teoria é que veio subseqüentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da imaginação, elaborado pelo mesmo método experimental, que se aplica não apenas à matéria, mas, igualmente, às questões metafísicas.




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