*Educar_012c_Tema
Gestação, Parto e Adoção nossa conversa sobre 02*
Que a paz esteja sempre no
coração de todos nós
Sobre o tema adoção, estou
transcrevendo o que a minha amiga Pérsia escreveu ao ler o nosso estudo:
As vezes mantemos em nosso
próprio lar "os órfãos". Criaturas queridas (inimigos queridos), que
por um motivo ou outro não dispensamos o mesmo afeto. Outras vezes, pode ser um
vizinho (bem próximo), que de alguma forma, está em nossas mãos acolhê-lo e dar
apoio, mas nossa insensibilidade não nos permite.
Analisemos a sociedade como um
indivíduo, quando não damos importância a alguém que necessita de nossos
cuidados (ou de quem quer que seja) estamos anulando a nós mesmos. Assim, esses
queridos órfãos são o "Belo Exercício" de aprendermos a nos amar e
sermos realmente felizes.
"O esforço por amar é uma
prece a Divindade".
Não sejamos indiferentes a nossa
própria história, muitos irão nos assessorar nesta conquista, façamos então
nossa parte em nosso próprio benefício.
Assim seja, sua sempre irmã.
Estamos aqui nesta abençoada
escola chamada planeta terra, para desenvolvermos nossa capacidade de amar e o
nosso entendimento. Nossa consciência espiritual é relativa, e é de acordo com
nossa ótica interior.
Quando conseguirmos parar de
falar a palavra "meu" e passarmos a plenitude de nossas emoções, não
existirão órfãos à serem adotados ou pessoas excluídas, pois todos seremos e
nos consideraremos uma grande família (filhos de um mesmo Pai).
Uma boa semana a todos
Alice.
--
Filhos: adotivos ou não, os
mesmos problemas
Quando se fala de adoção, logo se
pensa em crianças em conflito. Uma pesquisa pôs abaixo todos os tabus,
concluindo que filhos naturais podem ser mais problemáticos. Gláucia Padilha,
especial para o JT
Uma tese de doutorado da
Faculdade de Medicina da USP acabou de vez com um mito que por anos tem
assombrado as pessoas interessadas em adotar crianças: filhos adotivos, segundo
a tese, não têm mais problemas psicológicos do que os naturais. Ao contrário do
que sempre se acreditou, não é o fato de ser adotado e sim a forma como se dá a
adoção e o ambiente familiar que determinam o comportamento das crianças.
Foi a esta conclusão que chegou o
estudo da psiquiatra infantil do Instituto de Psiquiatria do Hospital das
Clínicas Lee Fu I, realizado com dois grupos de 61 crianças adotadas e 61 de
pais naturais, com idade entre zero e 18 anos, atendidas no Serviço de
Psiquiatria Infantil Ambulatorial (Sepia). "Existe o preconceito de que a
criança adotiva tem mais problemas. Eu mesma me surpreendi, porque antes de
concluir o estudo também pensava assim - pois, coincidência ou não, a maioria
das crianças que passavam por mim era adotada", diz a psiquiatra.
O estudo demorou três anos para
ser concluído, e o resultado teve outras surpresas: estatisticamente, os
adotados apresentaram três vezes mais depressão e quatro vezes mais
hiperatividade do que os não-adotados, dependendo da condução da adoção. Quando
criadas por parentes - a adoção "intrafamiliar" -, as crianças sofrem
muito mais de depressão, pois muitas vezes a decisão não coube aos familiares.
"A adoção intrafamiliar pode gerar mais problemas psicológicos do que a
adoção extrafamiliar", explica a psiquiatra. Já os hiperativos são maioria
dentro da adoção extrafamiliar.
Embora a princípio seja benéfico,
viver em um lar adotivo tem sido visto como fator de risco para ocorrência de
conflitos psicológicos nas crianças. Segundo Lee Fu I, o estudo revelou alguns
aspectos relevantes do que seria ideal para o bom desenvolvimento psicológico
da criança: "O meio ambiente em que ela vive é fundamental, mas é preciso
destacar que fatores como a idade e a forma como é revelada a condição de
adotada, a adoção intrafamiliar e adoção envolvendo adotantes e adotados de
diferentes origens étnicas podem ter influência definitiva na formação do
comportamento da criança".
O objetivo da pesquisa foi
comparar as diferenças de variáveis sócio-demográficas, os tipos de transtornos
manifestos e as situações ambientais entre os adotivos e o grupo controle de
não-adotivos selecionados da mesma população. "Tivemos a oportunidade de
verificar os diferentes aspectos ligados aos diferentes tipos de adoção,
investigação raramente explorada na literatura", destaca Lee Fu. A
escassez de estudos referentes ao processo de adoção no Brasil é responsável
pela manutenção do mais grave preconceito contra a criança adotada, aponta.
Na avaliação, percebeu-se que as
crianças apresentam mais problemas se ficam sabendo da adoção muito tarde.
"Não existe uma idade ideal para revelar a verdade. À medida que ela vai
perguntando, você vai respondendo. O importante é que os pais não fiquem
tensos, que estejam tranquilos e seguros", aconselha a psiquiatra. Um
estudo realizado no Paraná avaliou crianças com distúrbios psicológicos e
concluiu: as que apresentaram problemas foram justamente aquelas que souberam
muito tarde da verdade.
Os problemas psicológicos tendem
a surgir entre cinco e 14 anos, na idade escolar e início da adolescência. A
compreensão do processo de adoção gera nas crianças uma ansiedade sobre sua
situação e sobre a permanência na família. Os dados mostram que muitas das
fantasias dos adotados focalizam a possibilidade de os pais biológicos
reclamarem seus direitos e interromperem a sua vida no lar adotivo.
"É um período de
vulnerabilidade em que surgem manifestações de ansiedade, insegurança e
problemas a elas associados". À medida que a criança amadurece, suas
incertezas diminuem e ela começa a reconhecer o processo legal de transferir os
direitos parentais aos pais adotivos. O mesmo acontece com os pais adotivos na
hora da revelação. "Eles se sentem inseguros e frágeis porque acreditam
que, de repente, o filho vai descobrir suas deficiências e acabam protelando a
conversa".
Um dos dados mais curiosos
revelados durante a pesquisa é que os meninos, adotados e naturais, têm muito
mais problemas psicológicos do que as meninas, e meninos adotados têm mais
problemas do que as meninas. O estudo mostrou ainda que há mais meninos do que
meninas dentro do grupo de adotados.
"É possível que haja
influências sócio-culturais, indicando a predileção por crianças do sexo
masculino. Pais adotivos geralmente são mais velhos do que os pais naturais e,
em geral, o casal vive em um ambiente familiar harmonioso", avalia Lee Fu.
Fatores como a maturidade do casal e a própria iniciativa da adoção influenciam
demais no comportamento da criança, acrescenta. Também se verificou que os
casais que adotam uma criança são menos propensos a separações ou divórcios.
A adoção nem sempre é tratada com
espontaneidade dentro da família. "Esse assunto ainda é tabu mesmo dentro
da família. É preciso acabar com o preconceito de que filho adotado é sinônimo
de problemas", frisa a psiquiatra. Para ela, os pais não devem se preocupar
antes do tempo, mas resolver os conflitos no momento em que eles surgem.
"Fundamental seria o governo oferecer serviços de orientação, seguimento e
acompanhamento de crianças após adoção legal ou ilegal".
O estudo da Dra. Lee Fu é o
primeiro trabalho sistematizado sobre transtorno psiquiátrico em crianças
adotivas realizado no Brasil. "Tive uma dificuldade muito grande, porque
não temos acesso aos dados sobre os pais biológicos. Além disso, existem as
adoções ilegais". É impossível chegar ao número real da população de
adotivos no País devido à dificuldade de encontrar dados de referência à
pesquisa, à despreocupação do governo em investir num cadastro que inclua as
adoções ilegais e à inacessibilidade ao cadastro dos processos de adoção que passaram
pelos trâmites legais.
"O estudo foi planejado na
tentativa de explorar um tema que, infelizmente, já deveria ter sido amplamente
investigado no Brasil", diz a psiquiatra. Devido à escassez de trabalhos
similares sobre a realidade brasileira, procurou-se discutir a maior quantidade
de resultados obtidos, comparando-os com os dados da literatura internacional e
nacional.
Mãe de um menino, hoje com sete
anos, a professora de educação física Fabíola Esparo Ponso, de 37, resolveu
realizar o sonho, compartilhado pelo marido, de adotar uma criança. Se tivesse
ouvido os "conselhos preconceituosos" que recebeu, não teria hoje em
casa a pequena Marília, de dois anos e meio. "As pessoas diziam que eu era
louca, que eu ia adotar um problemão e que as crianças trazem problemas
genéticos dos pais biológicos. As conversas são sempre negativas. Minha decisão
era tão segura que achei um absurdo tudo aquilo", lembra.
Depois da adoção, não raro ouvia
frases do tipo 'Como você é corajosa!' "É engraçado. Quando você está
grávida, ninguém diz isso. É muito preconceito. Ninguém diz que você é corajosa
na hora de se casar com um homem adulto, que já vem pronto", diz Fabíola.
E ninguém sugere, acrescenta, que a mulher faça um mapeamento genético do marido
na hora de engravidar.
Marília chegou para somar na
família. Bruno, o filho natural, tem paixão pela irmã. "Depois do Bruno,
eu queria muito ter uma filha". Contar a verdade será para Fabíola um ato
natural. "Vou explicar até o momento em que ela tiver interesse e vai ser
do mesmo modo que expliquei a Bruno como ele havia nascido, com clareza,
sinceridade e muito amor. Sem tabus".
Fabíola não pretende fazer do
assunto um segredo dentro de casa. "A criança é muito sensível. Se eu
passo a vida inteira escondendo, ela vai acabar acreditando que ser adotiva é
uma coisa errada, ruim. Mas não vou ficar propagando por aí que Marília é
adotiva. Adoção não é segredo, mas também não é conversa de comadre".
Antes mesmo de amadurecer a ideia e após três abortos
espontâneos, a jornalista Ivone Fernandes, hoje com 62 anos, viu-se de repente
mãe adotiva de uma criança de dois anos, Carlos - o Caça. "Foi uma bênção
de Deus que literalmente caiu dos céus", diz Ivone. Caça lhe foi entregue
pela mãe natural, que não podia criar o filho e sob a condição de voltar em um
mês. Não voltou e, quando apareceu, manifestou a intenção de "doá-lo"
à jornalista.
Anos depois, um novo filho bateu
à porta de Ivone. A empregada teve uma menina, Edna, e, sem condições financeiras
e psicológicas de criá-la, entregou a criança à ex-patroa. "Devo ser uma
privilegiada para ganhar dois filhos tão maravilhosos. Como sou espírita,
sempre acreditei que, além da satisfação de criar duas crianças, estaria
cumprindo uma missão de dar a eles uma vida digna e mais confortável",
explica.
Caça soube de sua condição de
adotado aos quatro anos. "Foi uma angústia muito grande para mim e para
meu marido", lembra Ivone. Dissemos que nós o buscamos para ser nosso
filho, que o amamos muito e que ele ter aparecido era um presente de Deus. Ele
aceitou naturalmente e não questionou nada mais". Caça manteve contato com
a mãe biológica por muito tempo. Talvez pelo fato de ter sido criado até os
dois anos em instituições e por pessoas desconhecidas, ele possa ter sentido de
alguma forma os benefícios da adoção. "A falta de vínculo com a mãe
biológica foi determinante para ele ser hoje uma pessoa tranquila e um filho
maravilhoso".
Edna soube pelo irmão que fora
adotada com um ano de idade. Também encarou bem a situação. "Nossa relação
sempre foi baseada na sinceridade e conversamos sobre o assunto naturalmente.
Eles são seguros e bem-resolvidos e não escondem nem mesmo dos amigos que são
adotados", destaca a jornalista.
Na época das adoções, Ivone
também não escapou dos conselhos "destrutivos". "A minha visão é
a visão de uma pessoa espírita de que nada acontece por acaso. A pessoa que vai
adotar uma criança tem de ter em mente que vai adotar um filho. Os problemas
com um filho adotado são os mesmos de todas as crianças. Ele vai ficar doente,
ter problemas, se desviar".
Já a professora do ensino
fundamental P.P.S.T., de 51 anos, viu na adoção a realização de ser mãe. Com 34
anos na época e depois de muito diálogo com o marido, decidiu adotar um menino
recém-nascido. Ciente de que teria de contar um dia para o filho sobre sua
situação de adotivo, a professora não se acovardou nem mesmo quando o pequeno,
aos sete anos, disparou a pergunta de praxe: como eu nasci? "Eu me lembro
como se fosse hoje. Estávamos sentados na cama e estremeci. Comecei a chorar e,
depois de uma respirada rápida, falei que ele não tinha nascido da minha
barriga, mas do meu coração. Acho até que passei por boba quando ele tentou me
acalmar".
Mais rápido do que a mãe, o
menino saiu em seu socorro: "Não precisa chorar, porque eu já sabia de
tudo isso e sou feliz. Olhe para mim e veja como estou sorrindo. Estou feliz,
mãe", disse o menino. Com o passar do tempo, os desafios que rondam a
adoção foram surgindo. Ao buscar o filho na escola, o pai, de cor clara e
calvo, muitas vezes era confundido como "o avô". "Eles diziam
para meu filho que o avô dele tinha chegado. Ele ria muito", lembra a
professora. Apesar de saber da verdade, ele nunca manifestou o desejo de conhecer
a mãe biológica.
Quando o menino tinha os 13 anos,
houve mais uma "prova de fogo". Querendo tratar o assunto com
naturalidade, a professora perguntou ao filho sobre os colegas de escola, se
ele tinha algum amigo a quem contara sobre sua situação. "Ele me perguntou
se era importante revelar, já que um ex-aluno da escola havia sido discriminado
por ter contado que era adotivo". O conselho da mãe: a decisão cabia
somente a ele.
Como mostrou o estudo de Lee Fu, aos 14 anos o
menino manifestou uma depressão. "Ele chorava por qualquer motivo e não
sabia explicar o porquê. Levamos para terapia e logo depois ele ficou muito
bem. Tenho consciência de que superamos esse problema, mas sei que outros ainda
podem surgir. O importante, no momento, é manter uma relação aberta e, principalmente,
que ele sinta o quanto o amamos. Os problemas vão se resolvendo à medida que
aparecem".
(José Valdir)
*Educar_012d_Tema
Gestação, Parto e Adoção - Texto*
*Psicologia da Adoção*
Márcia Fuga
Adotar uma criança não gerada
biologicamente traz incertezas quanto ao seu desenvolvimento, preocupações com
sua educação, mas também preenche uma lacuna dos pais adotivos, lacuna essa de
poder amar e conviver com uma criança. Muitos são os conflitos internos desses
pais quanto à criação desse filho adotivo; contar ou não sobre a adoção; como
fazer isso; quando? Porém, nenhuma dificuldade pode sobrepor-se àqueles que
adotaram de coração um filho, porque o laço de afetividade pura sobrepuja
qualquer angústia momentânea, que é sempre uma oportunidade de aprendermos a
amar mais.
*A
GESTAÇÃO EMOCIONAL DO FILHO ADOTIVO*
Na maioria dos casos, a decisão
de adotar uma criança decorre da impossibilidade de ter filhos biológicos. Essa
impossibilidade pode ser do casal, ou exclusivamente de um deles. Um filho traz
a sensação de valorização, a oportunidade de produzir coisas boas, de poder
trocar afeto.
Quando o casal começa a conversar
sobre a possibilidade de adotar uma criança, sobre as vantagens e dificuldades
dessa atitude neste momento de suas vidas, eles passam a viver a etapa chamada
de Gestação Emocional da adoção.
No decorrer desta espera que pode
durar dias, meses, anos a ansiedade dos pais quanto ao aspecto físico da
criança (sexo, cor de olhos e da pele, peso, etc.) e suas características
emocionais, envolve as conversações entre os pais. Os temores quanto a herança
biológica: doenças, mal formações; também fazem parte deste período.
Assim, o tempo que levaram desde
o início da ideia de adoção até o seu florescimento (buscar a criança),
corresponde a uma verdadeira gestação.
O momento de buscar a criança
para trazê-la para casa equivale emocionalmente ao Parto: a expectativa de como
será este encontro, como a criança é, como reagirá, desperta muita ansiedade.
Nesta ocasião, que será de grande emoção, os pais poderão ter reações as mais
diversas e confusas, tais como medo, insegurança, alegria, esses sentimentos
também permeiam o universo dos pais biológicos quando têm seus filhos.
O Puerpério, período que dura
mais ou menos 45 dias e corresponde ao pós-parto, é acometido de múltiplas
emoções na qual a adaptação da criança aos pais se dá. Ao levar a criança para
casa, os pais começam a praticar os cuidados com a criança, ou seja,
alimentação, fraldas, troca de roupas, banho, etc. Durante esses cuidados
diários a criança começa a adquirir o sentimento de pertencer àquela família,
assim como os pais sentem que pertencem à ele. Todo esse manejo dá aos pais a
sensação concreta que "criam" o filho, que ele é seu dependente e que
precisa ser cuidado em tempo integral.
Nesse período, mais ainda quando
o adotado é o primeiro filho do casal, os pais costumam sentir a
responsabilidade de ter essa criança com eles, pode gerar dúvidas quanto ao
erro ou acerto de tê-la adotado; pensam se vão sair-se bem nesta função, se são
suficientemente bons, se estão preparados. Mas é também um período em que a
vinculação entre pais e criança se estreita, onde o medo do abandono existe nos
dois lados. Então, o menor gesto da criança de buscar auxilio dos pais
representa a aceitação, daí todas as dúvidas são dissipadas porque aquela
criança os reconhece como pais e os cativa. Os pais pensam "Nem lembramos
que ela é adotada". "Para a criança o contato com os pais adotivos
torna-os as pessoas centrais de sua vida"
*PROTEGENDO
O SEGREDO*
Os pais adotivos que já "nem
lembram" que seu filho é adotado, podem começar a ter em mente se devem ou
não contar ao filho sobre sua origem. As dúvidas giram em torno de como contar,
porque contar, como e quando!
O melhor modo de contar sobre a
adoção é ter esse tema como um assunto que é "ventilado" naturalmente
pelos pais desde o início do relacionamento com o filho. Não fazer desse
assunto um tabu, um segredo a ser protegido.
A curiosidade da criança se
acentua aos 3 anos de idade quando ela pergunta sobre o mundo que a circunda.
Perguntando se são adotadas. Têm necessidade de saber sobre a origem das
coisas. Portanto, o período infantil é o mais propício para contar a verdade.
Os pais que desejam omitir do filho
o fato de ser adotivo precisam lembrar que a criança tem o direito de saber sua
origem e buscar informações a esse respeito. É uma necessidade existencial do
ser humano.
"...a revelação tem que ser
feita com muito amor, com muito carinho. Reúna-os, ore com eles e diga que
gostaria muito que tivessem nascido dela, mas que Deus resolveu
diferente."(frase de Chico Xavier em Lições de Sabedoria por Marlene Nobre
- FE)
Contar à criança que ela é
adotada evitará que ela saiba por terceiros, de forma distorcida e equivocada.
O importante é salientar que ela foi escolhida; que dentre todas as crianças os
pais optaram por ela. Que o sentimento de amor por ela os cativou.
Mesmo tendo sido esclarecida
sobre a adoção, a criança ainda perguntará inúmeras vezes sobre isso. Em todas
as vezes deve-se manter o mesmo conteúdo de resposta, isto é, a resposta mais
próxima da verdade.
É igualmente importante não expor
aspectos negativos da família de origem, pois a tendência, quando se expõe os
aspectos negativos, é a criança sentir-se desvalorizada, inferiorizada. Os
adotantes podem responder: "Não sabemos porque sua outra mamãe não pode
ficar com você mas acreditamos que ela gostaria muito de fazer isso. Agora você
é nosso filhinho e nós te amamos muito."
O que devemos ter em mente é que
a criança tem medo do abandono e os pais adotivos também têm.
*ADOÇÃO
À LUZ DO ESPIRITISMO*
O espiritismo é muito claro
quanto à questão da adoção de filhos: é um ato de amor incondicional.
"O corpo procede do corpo,
mas o Espírito não procede do Espírito" (Evangelho Segundo o Espiritismo -
Kardec, A.)
Somos todos adotados pois que
ninguém é propriedade de ninguém. Nosso filho de hoje poderá ser nosso pai
amanhã, assim estabelece a lei da Reencarnação.
Um dos medos mais comuns das
famílias adotantes é de que o filho adotivo venha a se tornar um marginalizado
pois que já teve a rejeição materna e pode ser revoltado, e então, um marginal.
Esse raciocínio se opera, primeiro devido ao preconceito de atribuir à criança
uma herança de má índole, segundo porque se desconhece a Lei da Reencarnação.
Ora, um filho biológico pode ser um espírito que reencarnou para resgate
naquela família, causando-lhe muitos problemas; ao passo que, o filho adotivo,
poderá ser um espírito afim, que vem para trazer felicidade. Ou vice-versa.
Desta forma, ter um filho adotivo
ou biológico sempre será para a família um meio de ressarcir débitos
pretéritos, direta ou indiretamente, e sejam esses débitos dela (família) ou
dele (filho).
Jamais teremos nossas
consciências em paz, enquanto houverem as injustiças sociais, os preconceitos,
as negações afetivas adotar um filho, um amigo, um pai, uma mãe devem ser
tarefas diárias para quem quer conquistar a sua própria evolução espiritual. Mas
a adoção deve ser de coração, pois esse é laço indestrutível, permanente.
"Nossos filhos não são
nossos filhos, são antes, irmãos.
Os corpos que têm são filhos dos
nossos corpos, nada mais.
Os chamados filhos adotivos são
os filhos do coração, estão unidos à nos por indestrutíveis laços espirituais.
Somos todos filhos uns dos
outros."
(Lições de sabedoria - Marlene
Nobre - FE)
(Psicóloga clínica com
especialização em infância e adolescência, diretora de Psicologia do Pineal
Mind Inst.de Saúde, Vice Presidente da ABRAPE
Fonte Internet: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICÓLOGOS ESPÍRITAS
http://www.promaster.com.br/abrape
(Enviado por José Valdir)
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