segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

ESTUDO CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 7 À 10)

*ESTUDO*  

CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 7 À 10)

7. - No sentido especial da fé religiosa, a revelação se diz mais particularmente das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos e cujo conhecimento lhe dão Deus ou seus mensageiros, quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Neste caso, a revelação é sempre feita a homens predispostos, designados sob o nome de profetas ou messias, isto é, enviados ou missionários, incumbidos de transmiti-la aos homens. Considerada debaixo deste ponto de vista, a revelação implica a passividade absoluta e é aceita sem verificação, sem exame, nem discussão.

8. - Todas as religiões tiveram seus reveladores e estes, embora longe estivessem de conhecer toda a verdade, tinham uma razão de ser providencial, porque eram apropriados ao tempo e ao meio em que viviam, ao caráter particular dos povos a quem falavam e aos quais eram relativamente superiores.

Apesar dos erros das suas doutrinas, não deixaram de agitar os espíritos e, por isso mesmo, de semear os germens do progresso, que mais tarde haviam de desenvolver-se, ou se desenvolverão à luz brilhante do Cristianismo.

É, pois, injusto se lhes lance anátema em nome da ortodoxia, porque dia virá em que todas essas crenças tão diversas na forma, mas que repousam realmente sobre um mesmo princípio fundamental - Deus e a imortalidade da alma se fundirão numa grande e vasta unidade, logo que a razão triunfe dos preconceitos.

Infelizmente, as religiões hão sido sempre instrumentos de dominação; o papel de profeta há tentado as ambições secundárias e tem-se visto surgir uma multidão de pretensos reveladores ou messias, que, valendo-se do prestigio deste nome, exploram a credulidade em proveito do seu orgulho, da sua ganância, ou da sua indolência, achando mais cômodo viver à custa dos iludidos. A religião cristã não pôde evitar esses parasitas.

A tal propósito, chamamos particularmente a atenção para o capítulo XXI de O Evangelho segundo o Espiritismo; "Levantar-se-ão falsos Cristos e falsos profetas".

9. - Haverá revelações diretas de Deus aos homens? É uma questão que não ousaríamos resolver, nem afirmativamente, nem negativamente, de maneira absoluta. O fato não é radicalmente impossível, porém, nada nos dá dele prova certa. O que não padece dúvida é que os Espíritos mais próximos de Deus pela perfeição se imbuem do seu pensamento e podem transmiti-lo. Quanto aos reveladores encarnados, segundo a ordem hierárquica a que pertencem e o grau a que chegaram de saber, esses podem tirar dos seus próprios conhecimentos as instruções que ministram, ou recebê-las de Espíritos mais elevados, mesmo dos mensageiros diretos de Deus, os quais, falando em nome de Deus, têm sido às vezes tomados pelo próprio Deus.

As comunicações deste gênero nada têm de estranho para quem conhece os fenômenos espíritas e a maneira pela qual se estabelecem as relações entre os encarnados e os desencarnados. As instruções podem ser transmitidas por diversos meios: pela simples inspiração, pela audição da palavra, pela visibilidade dos Espíritos instrutores, nas visões e aparições, quer em sonho, quer em estado de vigília, do que há muitos exemplos na Bíblia, no Evangelho e nos livros sagrados de todos os povos.

É, pois, rigorosamente exato dizer-se que quase todos os reveladores são médiuns inspirados, audientes ou videntes. Daí, entretanto, não se deve concluir que todos os médiuns sejam reveladores, nem, ainda menos, intermediários diretos da divindade ou dos seus mensageiros.

70. - Só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com a missão de transmiti-la; mas, sabe-se hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos e que existem muitos que se apresentem sob falsas aparências, o que levou S. João a dizer: «Não acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os Espíritos são de Deus.»(Epíst. 7ª, cap. IV, v. 4.) Pode, pois, haver revelações sérias e verdadeiras como as há apócrifas e mentirosas. O caráter essencial da revelação divina é o da eterna verdade. Toda revelação eivada de erros ou sujeita a modificação não pode emanar de Deus.

É assim que a lei do Decálogo tem todos os caracteres de sua origem, enquanto que as outras leis moisaicas, fundamentalmente transitórias, muitas vezes em contradição com a lei do Sinai, são obra pessoal e política do legislador hebreu.

Com o abrandarem-se os costumes do povo, essas leis por si mesmas caíram em desuso, ao passo que o Decálogo ficou sempre de pé, como farol da Humanidade. O Cristo fez dele a base do seu edifício, abolindo as outras leis.

Se estas fossem obra de Deus, seriam conservadas intactas. O Cristo e Moisés foram os dois grandes reveladores que mudaram a face ao mundo e nisso está a prova da sua missão divina. Uma obra puramente humana careceria de tal poder.

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*QUESTÕES PARA ESTUDO*  

*CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 7 À 10)*

NO SENTIDO RELIGIOSO, QUAL A CARACTERÍSTICA DE UMA REVELAÇÃO?

R.: - Como vimos no capítulo anterior, o vocábulo revelação significa sair de sob o véu e é utilizado no sentido de descobrir, de dar a conhecer uma coisa secreta ou desconhecida. As ciências terrenas, materialistas, de tempos em tempos, trazem-nos revelações acerca das leis e forças que regem a matéria, como o fazem a Astronomia, a Geologia, a Física e a Química, dentre outras. No sentido religioso, contudo, o que caracteriza uma revelação é a sua natureza espiritual. Uma revelação de caráter religioso diz sempre respeito às coisas espirituais, que o homem não pode descobrir por meio da inteligência nem com o auxílio dos sentidos. O conhecimento destas coisas é permitido por Deus e é sempre feita à humanidade por intermédio de homens predispostos, seus mensageiros, considerados profetas ou messias, quer por meio da palavra direta, quer pela inspiração. Provindo de uma fonte infinitamente sábia e justa, a revelação, neste caso, implica em aceitação absoluta, sem verificação, exame nem discussão.


PODE O HOMEM RECEBER DIRETAMENTE DE DEUS UMA REVELAÇÃO?

R.: - Kardec explica que é possível ao homem receber diretamente da Divindade uma revelação, dando a entender que esta hipótese não contraria as Leis Naturais. Todavia, ressalta que nenhuma prova há neste sentido. O que não podemos duvidar é que há Espíritos que, pela elevação já alcançada, encontram-se mais próximos de Deus, o que lhes permite assimilar os seus pensamentos para transmiti-los aos homens. Quando se trata de um revelador encarnado, pode ele tirar dos seus próprios conhecimentos o ensinamento a ser revelado ou recebê-lo de Espíritos mais elevados, mensageiros diretos de Deus. É, pois, segundo Kardec, correto dizer-se que quase todos os reveladores são médiuns inspirados, audientes ou videntes, o que não significa que todos médiuns sejam reveladores. Daí, entretanto, não se deve concluir que todos os médiuns sejam reveladores nem, muito menos, intermediários diretos da Divindade ou dos seus mensageiros.


QUAL A DIFERENÇA ENTRE UMA REVELAÇÃO DIVINA E AS LEIS HUMANAS?

R.: - O caráter essencial de uma lei revelada pela Divindade é o da eterna verdade. Sendo Deus a sabedoria plena, uma revelação eivada de erros ou sujeita a modificações não pode dele emanar. A lei do Decálogo recebida por Moisés, por exemplo, tem todos os caracteres de sua origem divina, pois perfeitas e até hoje acatadas pela humanidade. Jesus veio confirmá-las e dar-lhes cumprimento. O mesmo não se pode dizer das demais leis moisaicas, expedidas pelo legislador hebreu para disciplinar um povo ainda brutalizado. Eram leis fundamentalmente transitórias, que, em muitas ocasiões, contrariavam a Lei do Sinai. Eram obra pessoal e política daquele legislador e, desse modo, leis de natureza humanas. À medida que aquele povo foi evoluindo, os costumes foram abrandados, o uso da violência diminuindo e essas leis, por si mesmas, caindo em desuso. Sendo assim, a diferença entre uma lei de revelação divina e uma de autoria humana é que a primeira traz uma verdade definitiva, inquestionável, ao passo que segunda, provindo de uma fonte imperfeita, como o homem, carece de perfeição, sendo, pois, meramente transitória, refletindo os costumes da época.




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*CONCLUSÃO DO ESTUDO*  


*CAPÍTULO I - CARÁTER DA REVELAÇÃO ESPÍRITA - (ITENS DE 7 À 10)*


Uma revelação se diz religiosa quando trata, mais particularmente, das coisas espirituais que o homem não pode descobrir por meio da inteligência, nem com o auxílio dos sentidos. Todas as religiões tiveram seus reveladores. Pode haver revelações sérias e verdadeiras como apócrifas e mentirosas. Só os Espíritos puros recebem a palavra de Deus com a missão de transmiti-la. Mas sabe-se hoje que nem todos os Espíritos são perfeitos e que existem muitos que se apresentem sob falsas aparências, o que levou João a dizer: «Não acrediteis em todos os Espíritos; vede antes se os Espíritos são de Deus.»(1ª Carta, cap. IV, v. 4).

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