sexta-feira, 20 de março de 2015

ESTUDO 8 -- MEDIUNIDADE
ESTUDO 7b: FENÔMENOS ANÍMICOS e MEDIÚNICOS - CAUSAS
Causa dos fenômenos anímicos e mediúnicos
(Ver estudo 7a)
Em O Livro dos Espíritos Allan Kardec perguntou aos Espíritos:
135. Há no homem outra coisa, além da alma e do corpo?
- Há o liame que une a alma e o corpo.
135. A) Qual é a natureza desse liame?
- Semimaterial; quer dizer, um meio-termo entre a natureza do Espírito e a do corpo. E isso e necessário, para que eles possam comunicar-se. É por meio desse liame que o Espírito age sobre a matéria, e vice-versa.
O homem é, assim, formado de três partes essenciais:
lª) O corpo, ou ser material, semelhante aos dos animais e animado pelo mesmo principio vital:
2ª) A alma, Espírito encarnado, do qual o corpo é a habitação.
3ª) O perispírito, princípio intermediário, substância semimaterial, que serve de  primeiro envoltório ao Espírito e une a alma ao corpo. Tais são, num fruto, a semente, a polpa e a casca.
Em A Gênese, capítulo XIV, Kardec afirma:
            Item 22. “- O perispírito é o traço de união entre a vida corpórea e a vida espiritual. E por seu intermédio que o Espírito encarnado se acha em relação contínua com os desencarnados; é, em suma, por seu intermédio, que se operam no homem fenômenos especiais, cuja causa fundamental não se encontra na matéria tangível e por essa razão. parecem sobrenaturais.
            É nas propriedades e nas irradiações do fluido perispirítico que se tem de procurar a causa da dupla vista, ou vista espiritual, a que também se pode chamar vista psíquica, da qual muitas pessoas são dotadas, freqüentemente a seu mau grado, assim como da vista sonambúlica.
            O perispírito é o órgão sensitivo do Espírito, por meio do qual este percebe coisas espirituais que escapam aos sentidos corpóreos. Pelos órgãos do corpo, a visão, a audição e as diversas sensações são localizadas e limitadas à percepção das coisas materiais; pelo sentido espiritual, ou psíquico, elas se generalizam, o Espírito vê, ouve e sente, por todo o seu ser, tudo o que se encontra na esfera de irradiação do seu fluido perispirítico.
            No homem, tais fenômenos constituem a manifestação da vida espiritual; é a alma a atuar fora do organismo. Na dupla vista ou percepção pelo sentido psíquico, ele não vê com os olhos do corpo, embora, muitas vezes, por hábito, dirija o olhar para o ponto que lhe chama a atenção. Vê com os olhos da alma e a prova está em que vê perfeitamente bem com os olhos fechados e vê o que está muito além do alcance do raio visual."
            Item 23. "- Embora, durante a vida, o Espírito se encontre preso ao corpo pelo perispírito, não se lhe acha tão escravizado, que não possa alongar a cadeia que o prende e transportar-se a um ponto distante, quer sobre a Terra, quer do espaço. Repugna ao Espírito estar ligado ao corpo, porque a sua vida normal é a de liberdade e a vida corporal é a do servo preso à gleba.
            Ele, por conseguinte, se sente feliz em deixar o corpo, como o pássaro em se encontrar fora da gaiola, pelo que aproveita todas as ocasiões que se lhe oferecem para dela se escapar, de todos os instantes em que a sua presença não é necessária à vida de relação. Tem-se então o fenômeno a que se dá o nome de emancipação da alma, fenômeno que se produz sempre durante o sono. De todas as vezes que o corpo repousa, que os sentidos ficam inativos, o Espírito se desprende. (O Livro dos Espíritos, Parte 2, cap. VIII.)
            Nesses momentos ele vive da vida espiritual, enquanto que o corpo vive apenas da vida vegetativa; acha-se, em parte, no estado em que se achará após a morte: percorre o espaço, confabula com os amigos e outros Espíritos, livres ou encarnados também."
            Do exposto acima, podemos compreender que a causa dos fenômenos anímicos e mediúnicos encontra-se nas propriedades do perispírito, ou seja, este corpo fluídico devido a sua textura, organização, flexibilidade e expansibilidade, fornece inúmeras condições de ação ao Espírito, mesmo quando encarnado, condições estas que viabilizam os fenômenos anímicos e mediúnicos. Para que essas propriedades se tornem evidentes, necessário atendam à lei dos fluidos, ou seja, fluidos se atraem devido a semelhança de sua natureza; os dessemelhantes se repelem.
            Importante reafirmar que esses fenômenos se viabilizam devido as qualidades especiais do Perispírito mas, o propulsor de toda e qualquer ação é sempre o Espírito, que, se encarnado, pode, através do pensamento e vontade desdobrar-se e atuar fora do corpo físico. Podemos considerar as propriedades de:
assimilação de fluidos
transformação
expansibilidade
condensabilidade
transmissão
penetrabilidade
sensibilidade à ação magnética (reparação) que, entre outras não relacionadas acima, permitem ao Espírito transmitir e captar pensamentos, expandir-se, irradiar-se, desdobrar-se e fazer visitas etc. Essas propriedades não atuam de forma isolada e constituem o potencial do Espírito.
Limites das faculdades anímicas. A Lei de Afinidade
            Conforme as pesquisas de Ernesto Bozzano (Animismo ou Espiritismo?, Cap. II), para entender como se estabelecem os limites das faculdades anímicas, é necessário recordar a "lei de afinidade", que existe tanto no universo físico, manifestando-se pelas forças de "atração" e "repulsão", das quais derivam a organização dos sóis e dos mundos e todas as combinações químicas formadoras da matéria, ao passo que no universo psíquico, se expressa sob a forma da "relação psíquica " a circunscrever em limites relativamente estreitos os poderes investigadores dessas faculdades.
            Como se aplica, então tal "lei de relação " ? Para que as pessoas distantes umas das outras estabeleçam contacto e registrem vibrações psíquicas, ocorrendo, então o fenômeno anímico, é necessário que haja vinculações, ou afetivas, ou de outro tipo.
            De acordo com tal "relação psíquica", então, o médium ou o sensitivo, só chega a colher informações das subconsciências das pessoas distantes sob as seguintes condições experimentais:
quando conhecem a pessoa ausente, ou se tal não se dá,
quando o experimentador a conheça, e, ainda, em falta desta circunstância,
quando seja entregue ao sensitivo ou ao médium um objeto que a pessoa buscada tenha usado por muito tempo (psicometria).
            Resta, então uma questão: como explicar os casos de identificação pessoal de defuntos desconhecidos de todos os presentes, quando se dão sem o concurso de objetos psicometrizáveis? Somos levados racionalmente a admitir a presença, "na outra extremidade do fio", do defunto que se comunica. Torna-se, então, evidente, que a "lei de relação psíquica" serve para circunscrever, em limites bem definidos, as faculdades supranormais investigadoras da subconsciência humana.
O Animismo comprova o Espiritismo
            O fato da alma humana em desdobramento, ativando suas faculdades, poder provocar toda uma série de fenômenos chamados anímicos, é de suma importância do ponto de vista científico. Isto comprova a existência no ser humano de um elemento - a ALMA - que é capaz de atuar fora do corpo físico e gerar fenômenos de natureza idêntica aos provocados pelos desencarnados (Espíritos), e, que obedecem às mesmas leis.
            Tais demonstrações, por conseguinte, destroem as hipóteses contrárias à comunicabilidade dos Espíritos com os vivos, uma vez que os fenômenos anímicos, que são também mediúnicos, ratificam e afirmam os fenômenos espíritas. "(...) É racional supor-se que o que um Espírito "desencarnado" pode realizar, também deve podê-lo - embora menos bem - um Espírito "encarnado" sob a condição, porém, de que se ache em fase transitória de diminuição vital (estado de crise, estado alterado de consciência , item 223 de O Livro Dos Médiuns), que corresponde a um processo incipiente de desencarnação do Espírito (sono fisiológico, sono sonambúlico, sono mediúnico, êxtase, delíquio, narcose, coma).
            Através desses raciocínios concluímos que ambos os fenômenos, anímico e mediúnico, nos colocam diante da realidade indiscutível de que somos Imortais porque dotados de corpo e estrutura espiritual sobreviventes a morte física. Além do que , instrumentalizados para vivências que se sobressaem às nossas experiências mais comuns, porque trazemos como Espíritos, potencialidades que desabrocham a medida que crescemos intelecto e moralmente, nos colocando rumo à Felicidade Maior, que é destino de todos os filhos de Deus.
Bibliografia
Kardec, Allan - O Livro dos Médiuns - Cap. XIX, q. 223, de 1 a 8, FEESP . 2ª ed. São Paulo, 1989
Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos - Livro Segundo-cap II, EME -Edição Especial, Capivari/SP, 1997
Kardec, Allan - A Gênese - Cap I e II- FEB - 2ª ed. Brasília/DF, 1984
Miranda, Hermínio C. - Diversidade dos Carismas - Volume II, Cap I - Mediunidade 2- O médium, Publicações Lachâtre Editora Ltda - 3ª edição Niterói/RJ, 1998
Aksakof, Alexandre - Animismo e Espiritismo Vol I, FEB - 5ª edição, Brasília, 1991
Bozzano, Ernesto - Animismo e Espiritismo. Feb, 4ª edição, Brasília, 1987
Neves, J.; Azevedo, G.; Calazans, N.; Ferraz, J. - "Vivência Mediúnica - Projeto Manoel P. de Miranda", Cap. 1 - Fenômenos, Cap 11- Do Anímico ao Mediúnico, LEAL. 1ª edição. Salvador/BA, 1994

Tereza Cristina D'Alessandro  Janeiro / 2002

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