Geese
Mas a vossa palavra seja sim, se for sim; não, se for não. Tudo o
que passar disso, vem do mal. (Mateus, 5:37)
Dando sequência ao artigo anterior sobre o auto-aperfeiçoamento, vamos apresentar uma abordagem que pode se adequar aos nossos propósitos e que sintetizamos e adaptamos à nossa linguagem.
Temos cinco grandes obstáculos à evolução espiritual do homem: mentira, imaginação, falar desnecessário, identificação e expressão de emoções negativas. Sempre que esses obstáculos se manifestam em sua plenitude no homem, significa que ele está perdido no estado de sono. Conhecer os obstáculos e resistir a seu envolvimento ajuda a minimizá-los e a posicionar o indivíduo numa situação mais favorável em relação ao esforço de auto-observação.
Não se trata de impedir a sua manifestação nem de sucumbir a eles. Os obstáculos devem ser controlados e sua manifestação reduzida. O processo surpreendente resume-se na possibilidade de, através do exercício de superação dos obstáculos, fortalecer o ser.
A MENTIRA diz respeito não tanto à mentira convencional que distorce intencionalmente um evento ou uma informação, mas a uma forma muito mais perniciosa que é mentir sobre nós mesmos, nosso conhecimento e certezas, convicções e capacidades. Trata-se de manter uma fachada de importância, poder e saber que não corresponde à nossa realidade pessoal, isto é, o que realmente sabemos e somos.
Esse tipo de mentira ocorre com frequência muito maior do que gostamos de admitir. É comum afirmar coisas que não sabemos, enfatizar pontos de que não temos certeza e com isso investir na manutenção de uma imagem que em absoluto corresponde ao que de fato somos.
A mentira distorce a visão de si e exige o dispêndio de uma enorme quantidade de energia interna para manter essa falsa imagem. Sob o ponto de vista da mentira, o trabalho de melhoria de si mesmo torna-se dispensável, pois não há razão de fazer tanto esforço para adquirir o que pensamos já possuir.
A IMAGINAÇÃO (ou divagação) é o processo em que a mente trabalha compulsivamente, sem intenção ou propósito, através de cadeia associativa iniciada por estímulo externo. Nesse estado, a mente se dissocia dos estímulos presentes no ambiente imediato, resultando em grande desperdício dessa energia.
A divagação nos tira da vivência real, da participação por inteiro daquele momento, uma vez que nela os sonhos se combinam com eventos e estímulos externos formando um mundo que tem pouco a ver com a realidade.
Sua manifestação revela uma condição muito pior do que o sono biológico.
Pois, o sono tem propósito de recompor energias perdidas, sendo processo positivo. Já a divagação é uma maneira de desperdiçar inutilmente a pouca energia que o ser humano é capaz de acumular.
A divagação é um processo mecânico e involuntário. Toma conta do ser e o governa sem permitir que ocorra qualquer contato com a realidade externa e muito menos consigo mesmo.
Para perceber o seu grau de rotina involuntária basta tentar fazê-lo intencionalmente.
Concluiremos que isso é totalmente impossível.
A divagação, quando negativa, torna-se ainda mais perigosa, além de implicar em desperdício intenso de energia interna, pode induzir o indivíduo a tomar decisões e iniciativas em bases totalmente irreais. O ser humano frequentemente penetra nesse mundo confuso e obscuro que compreende, além de uma sucessão de imagens sem nexo ou sentido, toda sorte de preocupações materiais com saúde, negócios, situação financeira, acidentes, catástrofes
O FALAR DESNECESSÁRIO é um tipo de divagação extrovertida. Fala-se compulsivamente por meio de uma cadeia de associações, impedindo retenção, amadurecimento e assimilação de qualquer força psíquica. Gasta-se uma grande quantidade de energia psíquica ou espiritual.
As forças psíquicas constituem o alimento mais refinado e importante que a pessoa pode receber. Para que possam alimentar as partes mais nobres do ser humano, é necessário processá-las através de um trabalho de absorção, refinamento ou transformação de seu conteúdo. O falar desnecessário impede esse processo. O indivíduo permanece constantemente vazio, exaurido pela falta de energia e impossibilitado de dirigir sua atenção ao exterior e estar presente nele.
NOTA: Consultar Iniciação Espírita, cap.61 Regras de Conduta: item 2 A Regra do Silêncio e item 3 A Palavra.
No próximo artigo trataremos sobre o obstáculo A Identificação.
O TREVO - JUNHO 2010
ESCOLA DE APRENDIZES
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