Helen Keller (1880-1968)
1. Audição
A audição é o sentido pelo qual se percebe o som, permitindo assim que o ser humano desenvolva a comunicação.
O ouvido humano esta capacitado para captar sons que variam entre 20 e 20.000 Hz.
2. Audição e Linguagem
"A prevenção de perda auditiva na criança é uma forma de proteger e impedir que ela sofra os efeitos funestos provocados pela falta de estimulação auditiva sobre a função da linguagem" (Russo & Santos,1994)
A linguagem é um dos aspectos importantes do desenvolvimento da criança e sua aquisição mantém íntima relação com múltiplos fatores, entre os quais destacam-se o biológico, o afetivo e o social. Da adequada condição desses fatores e de sua interação estabelecer-se-á o processo deste complexo aprendizado que terá seus resultados rigorosamente individuais. Ao iniciar o processo de aprendizagem da linguagem, o organismo da criança inicialmente encontra-se imaturo, mas com a estimulação ambiental gradualmente poderá entrar em contato captando e desenvolvendo funções necessárias à evolução da linguagem. As vias sensoriais mais desenvolvidas precocemente são as vias proprioceptivas(relativo a si próprio), por esta razão os sons realizados pelo bebê são rudimentares e reflexos. Lentamente a interferência auditiva vai passar a auxiliar a criança e teremos assim a possibilidade do exercício para a aquisição do sistema fonológico específico da língua materna . A função auditiva será essencial à aquisição e desenvolvimento da linguagem, meio de comunicação social, sendo igualmente indispensável para o controle da expressão verbal e das mensagens ao meio social. Ouvir os interlocutores, as demais pessoas e ouvir a si próprio resulta no condicionamento auditivo em relação aos sons da fala. Para a aquisição da linguagem a audição representa o sentido primordial porque dela decorrem os mecanismos cerebrais e neurofisiológicos da fala. Desse modo é incontestável a estreita relação que existe entre a audição e o desenvolvimento da linguagem no ser humano. Portanto é de extrema importância o diagnóstico precoce da deficiência auditiva.
3.Deficiência Auditiva
Entende-se por deficiência tudo quanto significa : falho, carente, incompleto, imperfeito.
Em Fonoaudiologia, "deficiência auditiva" significa toda alteração nos limiares(limites) auditivos do indivíduo. Essa alteração podera acompanhá-lo desde o nascimento ou apresentar-se no decorrer do desenvolvimento. Quando uma criança apresentar essa alteração terá dificuldade para adquirir a linguagem oral. Dependendo do grau da perda auditiva, a criança adquirirá uma linguagem com comunicação muito limitada, podendo não chegar à verbalização se a surdez for mais grave. Os problemas que aí surgem dificultarão a comunicação da criança na sociedade principalmente se não for compreendida e ajudada, o que pode acarretar problemas de ordem emocional. Como identificar no recem-nascido essa limitação? O bebê que nasce com perda auditiva começa a demonstrar que não percebe os sons desde muito cedo e que pode ser notada pela ausência de reação aos estímulos sonoros ambientais, identificados por exemplo, em situaçoes como: nos primeiros dias de vida, a criança não se assusta (reflexo de Moro) com um grito, uma buzina, uma campainha ou outros ruídos. Por volta dos 3 meses, não pisca os olhinhos (reflexo cócleo-palpebral) em resposta aos sons. Depois, não vira a cabeça (reflexo de orientação), procurando localizar a fonte sonora. Essa atenção e imprescindível uma vez que contribui para o retardo do diagnóstico é justamente esse desconhecer daqueles que convivem com o bebê e que interpretam seu balbucio como fala. Esse balbucio normal e interpretado como " fala" o que reforça a que pais ou aqueles que lidam com o bebê, a não suspeitar que não está ali havendo reação dos sons do ambiente, inclusive a própria voz materna. Essa suspeita geralmente so ocorrera no momento em que a criança começa a demonstrar dificuldades em relação à linguagem não conseguindo estabelecer ligação entre audição e fala, o que seria exteriorizado atraves de respostas ou questionamentos coerentes, logicos. Essa situação tem a mesma conotação da surdez no adulto ? Na criança portadora de deficiência auditiva surge um problema audiológico diferente do adulto, porque na criança está em jogo a sua linguagem ameaçada pela surdez. As conseqüências são muito mais graves pois o problema ultrapassa o quadro clínico da audicao para penetrar na esfera educacional. Nessas crianças, pode-se tornar escassa ou mesmo nula a projeção dos estímulos auditivos na área temporal do córtex cerebral, especialmente dos sinais representados pelos sons da fala, indispensáveis às ligações condicionadas verbais. As crianças portadoras de surdez grave e periférica dispõem dos mesmos órgãos fonadores e das mesmas possibilidades corticomotoras para a produção da fala que as crianças ouvintes, mas o mecanismo da fonação não se organiza por se achar ausente a contribuição sensorial representada pelas sensações acústicas do mundo exterior, dada a incapacidade funcional do analisador auditivo. Faltam às crianças surdas os sinais auditivos verbais que permitem à criança ouvinte a aquisição da linguagem no meio em que vive. Os seus primeiros exercícios vocálicos espontâneos acabam por se esgotar depressa por falta de estimulação da voz das pessoas e da sua própria voz.
Existem vários momentos em que ocorre a perda auditiva pode ocorrer: antes, durante ou após o nascimento.
As deficiências são denominadas congênitas quando ocorrem antes do nascimento. Como principais causas podemos citar :
5. Prevenção e tratamento
Algumas perdas auditivas podem e devem ser prevenidas através do pré-natal . Após o nascimento do bebê, mediante as consultas ao pediatra. Nos dois casos, as providências serão sempre encaminhadas pelo médico, na busca das estimulações que atenderão a cada caso, com os direcionamentos específicos que requeram.
Samira M. Braga
Referências Bibliográficas:Janeiro / 2002
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terça-feira, 3 de março de 2015
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