Artigo
Você é do tipo que separa o lixo orgânico (restos de comida) do
reciclável (latinhas, papel, plástico), não usa sacolas plásticas quando vai ao
mercado, não desperdiça água no banho e respeita os animais. Parabéns! Você é
um cidadão ecologicamente correto, e claro, um bom espírita. O que esses
pequenos atos do dia a dia têm a ver com espiritismo? Mais do que imaginamos!
Está chegando às bancas a terceira edição do livro: Espiritismo e Ecologia do
jornalista André Trigueiro, apresentador do canal Globonews, colunista da rádio
CBN, professor universitário e escritor. Em 2004, André começou a pesquisar os
pontos de ligação entre as duas ciências, estimulado por Luis Antonio Millecco,
ex-presidente da Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille (SPLEB).
Imediatamente, uma constatação: a ecologia é um tema pouco, ou nunca, mencionado
nos centros espíritas.
O livro, editado pela Federação Espírita Brasileira, tem a
oportunidade de mudar esse cenário.
André Trigueiro acredita que tendemos a atribuir demasiado valor
ao que vai acontecer, ao futuro, e esquecemos que tudo depende do nosso
presente. Isso se aplica também ao planeta que nos acolhe e que nos proporciona
oportunidades de evolução e crescimento espiritual.
“A Terra está sob nossa responsabilidade. Temos compromisso com a
qualidade de vida do planeta em que vivemos. Isso exige um comportamento ético
e usar de modo sustentável os recursos naturais. E nunca houve uma espécie tão
irresponsável na gestão dos recursos como o ser humano”, explica André Trigueiro.
O jornalista ressalta que apesar de todos os alertas e relatórios
que apontam a relação entre nossos atos e o surgimento de ambientes hostis à
sobrevivência - como a falta de água e a perda de biodiversidade (extinção de
espécies animais e vegetais) – ainda resistimos a um comportamento sério. O estilo
consumista adotado cada vez mais na sociedade é um exemplo disso.
“Toda vez que excedemos o consumo do que nos é necessário – e à
medida que isso se torna algo cultural, incorporado à rotina, sem nenhuma noção
dos impactos causados – geramos algum tipo de desequilíbrio da ordem material e
moral”, afirma no livro e cita um artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, em que
o jornalista Washington Novaes calcula que se gasta 18 bilhões de dólares por
ano no mundo, com perfumes e cosméticos, que bastariam para eliminar a fome de
800 milhões de pessoas. Só na Europa, se gasta por ano, com sorvetes, 12
bilhões de dólares, valor suficiente para levar água de boa qualidade a um
bilhão de pessoas que não a tem.
A Lei de Causa e Efeito, a que devemos ter tanta atenção quando pensamos
em nosso próprio processo evolutivo, deve amparar também nossa atitude frente
ao planeta Terra. Como lembrou André Trigueiro em entrevista ao jornal do GEB,
o livre arbítrio é soberano e se ele vale para o individual, vale também para
coletivo; se podemos fazer nossas escolhas, também arcaremos com suas
consequências.
O escritor nos convida a estabelecer uma nova relação com a casa
planetária. No livro, ele afirma: “espíritas e ecologistas têm motivos de sobra
para defender a mesma causa: a proteção da biodiversidade”. André tem toda
razão!
Simone Queiroz
BATUÍRA JORNAL
Um órgão do Grupo Espírita Batuíra
E-mail: geb.batuira@terra.com.br
Ano XV - nº 85 - Janeiro / Fevereiro - 2011 -
Edição Bimestral
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