Os
maiores brasileiros de todos os tempos
Isabel nasceu em berço real, no Palácio de São Cristóvão, no
dia 29 de julho de 1846. Primeira filha de D. Pedro II, imperador do Brasil,
tornou-se herdeira do trono, com a morte de seus irmãos. A princesa teve
educação primorosa. Casou-se com o francês Gastão de Orleans, Conde D’Eu, também
de família real. Magnânima e caridosa, Isabel acolheu e protegeu escravos. Como
Regente do Império do Brasil, em maio de 1888, saiu de Petrópolis para o Rio de
Janeiro, a fim de sancionar a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil. O
jornalista José do Patrocínio concedeu-lhe o título de Princesa Redentora.
Mulher de pensamento arrojado defendeu o voto feminino, a reforma agrária,
tendo se tornado a primeira senadora do Brasil. Com a Proclamação da República foi
residir na França. Porém, o coração da princesa esteve sempre voltado para o
Brasil, Pátria querida, onde ela desfraldou com alegria e coragem a bandeira do
amor à LIBERDADE.
Em Paris, muitas vezes, a Princesa Isabel olhou para o céu e
viu lá em cima, presa à barquinha de um balão, uma flâmula nas cores verde e
amarela, a informar que ali estava um brasileiro.
Esse homem, considerado na época o maior esportista da
América do Sul era Alberto.
No Estado de Minas Gerais havia um sítio incrustado na Serra
da Mantiqueira, rodeado de mata escura, que recebeu o nome indígena de Cabangu.
Membro de família rica foi aí que nasceu Alberto, no dia 20
de julho de 1873. Nas Alterosas seus olhos viram o céu pela vez primeira e, por
certo,extasiaram-se com o vôo dos alegres pássaros brasileiros. O tempo foi passando
e Alberto crescendo, sempre com olhos grudados nos pássaros e no céu.
Deliciava-se nas férias que passava na Fazenda Dumont, em Ribeirão Preto, onde
viveu os melhores momentos da sua vida. Foi lá que deu asa à sua criatividade,
nas primeiras experiências com pequenos engenhos, papagaios de papel, balões de
São João, manejo de locomotivas e consertos de máquinas de beneficiar café. Ah!
O pequeno Alberto! Quanta genialidade! Se ela aflorou no Brasil, foi em Paris
que atingiu o topo, levando-o a criar e pilotar balões, para a admiração dos
parisienses. Isabel, encantada, via lá no alto, tremulando, a flâmula verde e
amarela da sua pátria querida. Na França, Alberto disputou corridas de
automóveis, deu dirigibilidade aos balões, inventou o avião, e, como herói de
dois países - França e Brasil – recebeu prêmios; magnânimo e caridoso, os
distribuiu entre os menos favorecidos pela sorte. Alberto Santos-Dumont com
coragem, pioneirismo e ousadia abrigou uma boa parte da Humanidade, sob as asas
dos aparelhos voadores que hoje cruzam o planeta em todas as direções. Graças à
tecnologia, gerando outros aparelhos mais potentes, o pequeno Alberto permitiu que
o mundo físico fosse descortinado.
Desfraldou, com galhardia, a bandeira do AMOR À CIÊNCIA.
Enquanto Alberto brilhava em Paris, no Brasil nascia na
minúscula cidade mineira de Pedro Leopoldo, o menino Francisco. Era 02 de abril
de 1910.
Ao contrário de Isabel e Alberto, descendia de família
numerosa e pobre Órfão de mãe aos cinco anos de idade, sua estrada, desde os
primeiros trechos, foi marcada por lágrimas, humilhação e dor. Como sofreu o
pequeno Francisco! Certo dia, orando fervorosamente o Pai Nosso, ajoelhado junto
a algumas bananeiras, recebeu a visita de sua mãe, dona Maria João de Deus. Lá
estava ela, viva! Bem viva! Acariciou seu pequeno “Chico” e o aconselhou a
suportar as dores.
Francisco possuía o dom de ver cenas que os outros não viam.
De início, o bondoso padre Sebastião não acreditava nas coisas que o menino contava,
mas ao perceber a inocência e pureza de Francisco, começou a ajudá-lo. Aos nove
anos de idade, o menino passou a dividir os primeiros anos de escola com a
atividade de tecelão e, a partir daí, nunca mais parou de trabalhar. Trabalhava
arduamente. Aos dezessete anos de idade, por amor à sua irmã que se via atormentada
por Espíritos inferiores, iniciou-se na Doutrina Espírita, transformando-se
mais tarde num dos mais notáveis médiuns que o mundo conheceu. Doente,
esquecia-se de si, para levar alento aos corações sofredores. Magnânimo e
caridoso amou ao próximo muito mais do que a si mesmo. Se Isabel lutou para dar
liberdade aos escravos, Alberto para dar asas aos homens, Francisco possuía o
dom de voar através das ondas mentais, trazendo-nos informações precisas sobre
o mundo dos Espíritos. Durante décadas Francisco trabalhou para Jesus,
empunhando a bandeira do amor. Ah, amado Chico, quanta generosidade em seu
coração!
Exerceu o Ministério do Amor com disciplina, honradez,
dignidade e desprendimento. Jamais alguém fizera o que Francisco fez. Orientado
por seu mentor espiritual Emmanuel, e com a ajuda de uma plêiade de benfeitores
espirituais, psicografou mais de 400 livros, inspirou milhares de pessoas em
todo o mundo, provando efetivamente, que a vida continua.
Quantos corações ele consolou, escrevendo mensagens de
parentes desencarnados! Francisco Cândido Xavier foi uma estrela que desceu do
céu para banhar nossas almas de luz. Se Alberto nos permitiu ver lá de cima o
mundo físico, Francisco nos permitiu ver o mundo espiritual por outro prisma.
Se Alberto foi herói de dois países, Chico foi o herói de dois mundos: o
visível e o invisível. Ele desfraldou, com perseverança e integridade, a
bandeira do AMOR AO AMOR.
Lauret Godoy –
pesquisadora, escritora e voluntária do GEB
BATUÍRA
JORNAL
Ano XVII - nº 97 -
Janeiro / Fevereiro - 2013 - Edição Bimestral
Um órgão do Grupo
Espírita Batuíra
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