terça-feira, 6 de janeiro de 2015

CONTRASTES NO COMPORTAMENTO MORAL DO BRASILEIRO. POR QUÊ?

EDITORIAL



Temos na obra de Chico Xavier/Humberto de Campos, “Brasil, cora­ção do Mundo, Pátria do Evangelho” uma visão bastante positiva de nossa nação. Realmente o Brasil que tem no céu as estrelas do Cruzeiro, símbolo da redenção da Humanidade, tem ainda o formato geográfico de suas fronteiras como um coração, não por acaso. Mas, uma análise super­ficial, mostra um grande contraste entre o comportamento moral de pessoas evangelizadas e a forma de se conduzir de parte expressiva de nossa população. Este contraste entre pessoas de bem e as que mantêm um comportamento esdrúxulo, enri­quecem os noticiários, desde a cor­rupção que tem crescido de forma avassaladora, como a violência que campeia em todo o território nacional. A impunidade é uma constante, e a credibilidade do sistema judiciário está sempre sendo questionada pelo cidadão comum. Mesmo no momento da escolha de nossas lideranças, o aspecto da honestidade, do caráter, da ética, não são considerados como importantes características dos candi­datos, por grande parte de nossa popu­lação. Como então entender esta obra publicada pelo nosso saudoso Chico?
Importante recordar que os espí­ritos reencarnam na Terra, geralmente em famílias/grupos afins. Todos os povos têm virtudes que mais se destacam, agrupando-se então as almas que vibram em sintonia de forma a facilitar o próprio desenvolvimento dentro de uma atmosfera mais propí­cia ao seu crescimento. Enquanto, por exemplo, no Japão a paciência é uma característica reconhecida, a Itália e Franca têm as artes, e na América do Norte o trabalho e a tecnologia. No Brasil, a característica mais forte é a fraternidade. Entretanto todos nós, embora trazendo esta virtude mais desenvolvida, temos também junto as mazelas morais que foram origi­nadas nas semeaduras equivocadas de nossas existências passadas. Ou seja, todas as almas encarnadas no planeta, tal como o diamante bruto que precisa ser lapidado para mostrar o seu brilho, necessitam passar pelo processo constante da reencarnação, despindo-se a cada etapa, gradual­mente, das imperfeições humanas. Mas, e o Brasil, como explicar uma nação já entre as dez mais ricas do planeta, com um nível de violência e corrupção tão desproporcional em re­lação aos países desenvolvidos? Neste caso, temos que entender também que além das imperfeições morais da população, próprias do nível evolutivo do planeta, ainda temos um “débito” pelo agravante de recebermos mui­to em termos de espiritualidade (o Movimento do Espiritismo registra mais de 10.000 centros espíritas no Brasil); com advento da grande difusão da Terceira Revelação, as responsabilidades individuais e as da nação brasileira aumentaram propor­cionalmente a esta concessão Divina (há quem muito foi dado, muito será cobrado). Assim, almas cristalizadas no mal, que poderiam sobrecarregar de forma demasiada o ambiente de outras nações, reencarnam ainda no Brasil. Este processo faz parte do final dos tempos, que o nosso planeta está passando de “Mundo de Expiação e Provas” para “Planeta de Regenera­ção”. Dentro da misericórdia Divina, mesmo as almas recalcitrantes no mal, têm também a oportunidade de mudar o comportamento, ao reencarnarem entre nós, antes de serem transferidas para um mundo inferior, caso fracas­sem. Mas esta última oportunidade nesta fase evolutiva foi concedida por Jesus (Muitos os chamados, poucos os escolhidos), mesmo que a grande maioria ainda vá persistir nas práticas inferiores, pelo próprio despreparo para esta modificação em seu com­portamento. Assim, na visão Espírita, conseguimos compreender melhor os contrastes no comportamento moral da população brasileira e os planos Divinos, reservados para o Brasil. O processo de aprimoramento moral é gradativo e a nossa nação segue se aperfeiçoando. Mesmo tendo de conviver com os absurdos morais existentes em nossa sociedade, deve­mos perseverar em atitudes positivas e otimistas, certos de que do mais alto os Espíritos superiores conduzem a Humanidade de forma correta, res­peitando dentro de certos limites, o livre-arbítrio humano. Tenhamos Fé e realizemos sempre a reforma íntima necessária para um caminho dentro da Boa Nova orientada por Jesus.

(AATV)


O ARAUTO
ANO XIV – Nº 82 – JANEIRO/FEVEREIRO – 2011
PUBLICAÇÃO BIMESTRAL
ÓRGÃO OFICIAL DA USE – INTERMUNICIPAL DE PIRACICABA
Sede e correspondência:
Rua 15 de Novembro, 944 14º andar – sala 143

13400‑370 – Piracicaba ‑ SP 

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