Folheando o Evangelho
Seja o que for que
peçais na prece, crede que a obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (Marcos, cap. XI, v. 24.).
Há quem conteste a
eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas
necessidades, inútil se torna expô-las. E acrescentam os que assim pensam que,
achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas
súplicas mudar os decretos de Deus... Se assim fosse, nada mais seria o homem
do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio nem iniciativa... Sendo o homem
livre de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais,
consequências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua
iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a
harmonia das leis universais...
Desta máxima:
“Concedido vos será o que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir
para obter e injusto acusar a Providência se ela não acede a toda súplica que
se lhe faça... É como um pai criterioso que recusa ao filho o que seja
contrário aos seus interesses. Em geral, o homem só vê apenas o presente; ora,
se o sofrimento é de utilidade para sua felicidade futura, Deus o deixará
sofrer, como o cirurgião deixa que o doente padeça as dores de uma operação que
lhe trará a cura.
Extraído de O Evangelho Segundo o Espiritismo, Allan
Kardec, cap. XXVII, itens 5, 6 e 7.
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