Filho de Antonio Bezerra de Menezes e de Fabiana
de Jesus Maria Bezerra, Adolpho Bezerra de Menezes, o “médico dos pobres” nasceu
no dia 29 de agosto de 1831, na cidade de Riacho do Sangue, Ceará.
Missionário que fora e é, não teve vida
fácil, mas mesmo assim, sobretudo devido à persistência no bem, conquistou, em
nome da solidariedade, posições de destaque. Com esforço e dedicação, alcançou
as condições de médico, jornalista, político e presidente da Federação Espírita
Brasileira (FEB).
“Toma, minha filha, leva isto para casa.
Poderás comprar leite, remédio e mais alguma coisa
para teu filhinho”, disse certa feita o “médico dos pobres” ao entregar o seu
anel de formatura à uma cliente que não possuía como comprar medicamento para o
filho doente.
Ainda não espírita, foi de Joaquim Travassos,
integrante do primeiro grupo espírita do país, Confúcios, que Bezerra de
Menezes, deputado, recebeu um exemplar de “O Livro dos Espíritos”.
Após lê-lo, comentou; eu lia, mas não
encontrava nada que fosse novo para o meu espírito. Entretanto, tudo aquilo era
realmente novo para mim!
... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se
achava no “Livro dos Espíritos” ...
Foi precisamente no dia 06 de novembro de 1858
Adolpho Bezerra de Menezes anunciou a sua definitiva adesão ao Espiritismo.
Defendeu com fervor de sua alma sincera a Doutrina codificada por Allan Kardec.
Como jornalista, em página de “O País”, por exemplo, deixou gravada a autenticidade
de sua crença.
No dia 06 de novembro de 1858 casou-se com
Maria Cândida de Lacerda. Em 1863 a esposa faleceu, lhe deixando dois filhos,
um de três e outro com um ano de idade. Mais uma entre tantas das suas
provações.
Reeleito para o cargo de vereador no ano de
1864, casou-se pela segunda vez. Irmã materna de sua primeira esposa, Cândida
Augusta Lacerda teve com Bezerra de Menezes sete filhos.
Na vida política não deixou de colher
decepções.
Frustrações que somente as grandes almas sabem
suportar, pois que estão acima da mesquinhez humana.
Aos 64 anos de idade, com o peso de tantas responsabilidades
às costas, Bezerra de Menezes foi convocado por companheiros espíritas à
assumir a Presidência da Federação Espírita Brasileira (FEB), entidade que
anonimamente ajudou a fundar. Consultado, o seu guia espiritual (Agostinho) disse
que deveria assumir o posto.
Frente à Federação, conciliou, em nome do amor,
místicos e cientistas. Não se omitiu frente à função e empunhava sempre à
vanguarda, o slogan “Deus, Cristo e Caridade”. Não ignorou o Espiritismo
assistencial como meio de auxiliar carentes de corpo e espírito.
Bezerra de Menezes, desencarnou e não deixou
bens materiais, riquezas, à família, pois que era espírito missionário, segundo
o qual a maior riqueza do homem é a purificação da alma.
Amor ao próximo, solidariedade, abnegação e desprendimento
foram e são as suas heranças.
De Eduardo Basílio na Revista Espírita, adaptado
para o Boletim
Boletim
Informativo, Cultural e Doutrinário do Grupo Beneficente Jesus Divino Mestre
Ano
XXIV São Paulo, 01 a 30 janeiro de 1997 Nº 05
Rua
Amparo, 159 - Vila Prudente - CEP 03151-060
São Paulo - SP
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