Pinga Fogo
Richard
Simonetti
1 – Na sua opinião,
que tipo de mensagem Jesus traria aos homens se viesse até nós neste Natal?
Como os mestres
diligentes diante dos discípulos distraídos, repetiria suas lições, reiterando
o amai-vos uns aos outros, como a base para edificação de uma sociedade mais
justa e feliz.
2 – O que envolve o
amor é justamente a reciprocidade.
Como amar aqueles que
não nos amam? Pior, como amar aqueles que nos causam prejuízos morais e
materiais?
Poderíamos responder
com outra pergunta, usando as próprias palavras do Mestre: Se só amardes os que
vos amam, que recompensa tereis? O mérito está em amar os que agem de forma
contrária.
3 – Devemos amá-los
da mesma forma como amamos os que nos amam?
Problemático ter
afeto por eles. O que Jesus pretende é que não os encaremos como desafetos. Que
não os discriminemos, nem os menosprezemos, conscientes de que também são
filhos de Deus, nossos irmãos portanto. E se nos parecer demasiado,
contrariando o juízo do Mundo, recordemos com Jesus: Se a vossa justiça não
ultrapassar a dos escribas e fariseus não entrareis no Reino dos Céus.
4 – Raros se dispõem
a esse empenho…
É que não atentam ao
fato de que não fazem favor a ninguém. Ensina Jesus: Reconcilia-te depressa com
o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que ele não te
entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e te recolham à prisão. Ódio,
rancor, mágoa, ressentimento, constituem a prisão sem grades que oprime muita
gente.
5 – E quando os
próprios familiares se convertem em inimigos, criando-nos constantes embaraços?
Jesus, que sabia das
coisas, nos dá a fórmula perfeita:
perdoar, não apenas
sete vezes, mas setenta vezes sete.
Perdão sempre.
6 – Percebe-se que
raras pessoas estão dispostas a esse perdão incondicional. Por quê?
Sem dúvida é uma
questão de maturidade. Espíritos mais experientes têm melhor discernimento e
maior capacidade de relevar. Não aturar desaforo é atitude típica do homem comum,
sempre intransigente com os outros, indulgente consigo mesmo, esquecido da
severa advertência de Jesus: não julgueis, para que não sejais julgados, pois
com o juízo que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes
medido, hão de vos medir.
7 – Essa maturidade
acontece com o passar do tempo, pela força das coisas, ou pode ser conquistada?
Se fosse só uma
questão de tempo não haveria necessidade da presença de Jesus para nos ensinar.
O amadurecimento pode ser acelerado, a partir da proclamação dos anjos, diante
dos pastores de Belém: Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra aos homens de
boa vontade!
8 – Por que somente
aos homens de boa vontade?
A paz é uma conquista
pessoal, não um favor divino.
Pede empenho de nossa
parte, um combate sistemático às nossas imperfeições, exercitando a bondade,
que é a boa vontade em ação, no sentido de cumprir a recomendação básica de
Jesus: tudo o que quiserdes que os homens vos façam, fazei-o assim também a
eles.
U.S.E. Intermunicipal Bauru
Boletim
Informativo
Ano XXXIV, nº 405
Dezembro de 2006
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