quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

QUALIDADE DE VIDA NA ERRATICIDADE

Nilza Teresa Rotter Pelá


Qualidade de vida na maturidade, é também bem-estar religioso. Esse bem-estar diz respeito à forma como nos relacionamos com Deus ou com um Ser que consideramos superior e, conseqüentemente, a forma como vivemos a nossa relação com o próximo e conosco mesmo. A Doutrina Espírita nos esclarece que, ao desencarnarmos, levamos para a vida espiritual as mesmas crenças, comportamentos e atitudes: se nossa relação com Deus é saudável, ela assim continuará na vida espiritual, se fomos amantes da paz, assim continuaremos e muitos outros aspectos poderiam ser lembrados e o contrário também é verdadeiro.
No livro O CÉU E O INFERNO, Allan Kardec nos apresenta o Código Penal da Vida Futura, bem como exemplos das condições de vida de vários Espíritos. As situações são tão discrepantes, mostrando uma gama de vivências que são felizes ou infelizes, de acordo com a vida terrena que esses Espíritos mantiveram em sua última encarnação terrena.
Ao descortinar o panorama da vida espiritual em Nosso Lar e nas regiões umbralinas que cercam essa colônia, André Luiz nos apresenta em detalhes bastante claros essa vivência, em uma colônia de transição, onde ao lado de Espíritos desfrutando de vida ativa de trabalho e aprendizado, existem aqueles que se acomodam e vivem à custa do trabalho dos ativos da colônia, mas, entretanto, não têm uma capacidade intercessória. Clareemos com dois exemplos. Dona Laura e uma senhora idosa que André Luiz não identifica.
A primeira, ativa trabalhadora da colônia vive em casa própria que recebeu do marido que a antecedeu no retorno à vida espiritual e que deixará para os filhos, que com ela vivem, quando de seu programado retomo à vida terrena. Tem condição de acolher parentes recém desencarnados em sua casa e de interceder junto a diferentes Ministérios de Nosso Lar e, em favor do próprio André Luiz que também acolheu generosamente em sua casa. É feliz e tem acesso a vários ministérios, realizou cursos e demonstra uma cultura espiritual elevada, teve merecimento de junto ao marido regredir 300 anos de sua existência e programar junto com ele a nova experiência reencarnatória orientados por Espíritos amigos.
A outra senhora idosa compartilha uma entrevista com André Luiz no gabinete de Clarêncio, ela para pedir o concurso do Ministro para ajudar seus filhos ainda encarnados e André Luiz para solicitar serviço na colônia. Ambos não têm suas reivindicações atendidas.
A senhora mantinha uma atitude chorosa preocupada com os filhos, quando é lembrada, que, se não é capaz de equilibrar-se, não tem condição de ajudar. Clarêncio, fraternalmente também a lembra que, em várias oportunidades de atividades, nos diferentes setores de Nosso Lar, às quais ela foi encaminhada para trabalho, não foram por ela mantidos e, agora, se encontrava recolhida deliberadamente, em um Campo de Repouso, onde vivia às expensas dos recursos da colônia. Lembra Clarêncio de um aspecto importantíssimo para a nossa felicidade pessoal: “Para que qualquer de nós alcance a alegria de auxiliar os amados, faz-se necessário a interferência de muitos a quem tenhamos ajudado, por nossa vez”.
André Luiz não é atendido, pois como muito bem esclarece o Ministro, vinha buscar o serviço com vistas à manutenção de seu status de médico e pesquisador que tivera na Terra, e não com o real sentimento de ajuda e fraternidade, não lhe seria conferido o que desejava, mas lhe foi oferecido o cargo de aprendiz, pois na sua ficha havia o mérito de sua mãe, que por ele intercedia e das orações de quinze dos seis mil necessitados, que havia atendido, gratuitamente, como médico encarnado. A seguir, André Luiz inicia sua fase de aprendiz e nos lega o relato de suas experiências, na generosa psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Podemos concluir que a nossa qualidade de vida, na Espiritualidade, depende de dois fatores quais sejam: o que construímos em nossa vida de encarnados e do esforço que fizermos de progresso no plano espiritual, mantendo uma vida plena de trabalho e aprendizado, lembrando que a Doutrina Espírita nos ensina que, embora a reencarnação seja necessária ao nosso progresso, podemos e devemos, na qualidade de Espíritos errantes envidar esforços para a nossa melhoria moral e intelectual.

 FONTE: DIRIGENTE ESPÍRITA, n.º 107.



INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXIII N° 387
DEZEMBRO 2008
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
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Cx. Postal: 45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)

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