Nilza Teresa Rotter Pelá
Qualidade de vida na maturidade, é também bem-estar religioso. Esse bem-estar
diz respeito à forma como nos relacionamos com Deus ou com um Ser que
consideramos superior e, conseqüentemente, a forma como vivemos a nossa relação
com o próximo e conosco mesmo. A Doutrina Espírita nos esclarece que, ao
desencarnarmos, levamos para a vida espiritual as mesmas crenças,
comportamentos e atitudes: se nossa relação com Deus é saudável, ela assim
continuará na vida espiritual, se fomos amantes da paz, assim continuaremos e
muitos outros aspectos poderiam ser lembrados e o contrário também é
verdadeiro.
No livro O CÉU E O INFERNO, Allan Kardec nos apresenta o Código Penal
da Vida Futura, bem como exemplos das condições de vida de vários Espíritos. As
situações são tão discrepantes, mostrando uma gama de vivências que são felizes
ou infelizes, de acordo com a vida terrena que esses Espíritos mantiveram em
sua última encarnação terrena.
Ao descortinar o panorama da vida espiritual em Nosso Lar e nas regiões umbralinas
que cercam essa colônia, André Luiz nos apresenta em detalhes bastante claros
essa vivência, em uma colônia de transição, onde ao lado de Espíritos
desfrutando de vida ativa de trabalho e aprendizado, existem aqueles que se
acomodam e vivem à custa do trabalho dos ativos da colônia, mas, entretanto,
não têm uma capacidade intercessória. Clareemos com dois exemplos. Dona Laura e
uma senhora idosa que André Luiz não identifica.
A primeira, ativa trabalhadora da colônia vive em casa própria que recebeu
do marido que a antecedeu no retorno à vida espiritual e que deixará para os filhos,
que com ela vivem, quando de seu programado retomo à vida terrena. Tem condição
de acolher parentes recém desencarnados em sua casa e de interceder junto a diferentes
Ministérios de Nosso Lar e, em favor do próprio André Luiz que também acolheu
generosamente em sua casa. É feliz e tem acesso a vários ministérios, realizou
cursos e demonstra uma cultura espiritual elevada, teve merecimento de junto ao
marido regredir 300 anos de sua existência e programar junto com ele a nova
experiência reencarnatória orientados por Espíritos amigos.
A outra senhora idosa compartilha uma entrevista com André Luiz no
gabinete de Clarêncio, ela para pedir o concurso do Ministro para ajudar seus
filhos ainda encarnados e André Luiz para solicitar serviço na colônia. Ambos
não têm suas reivindicações atendidas.
A senhora mantinha uma atitude chorosa preocupada com os filhos, quando
é lembrada, que, se não é capaz de equilibrar-se, não tem condição de ajudar.
Clarêncio, fraternalmente também a lembra que, em várias oportunidades de
atividades, nos diferentes setores de Nosso Lar, às quais ela foi encaminhada
para trabalho, não foram por ela mantidos e, agora, se encontrava recolhida deliberadamente,
em um Campo de Repouso, onde vivia às expensas dos recursos da colônia. Lembra
Clarêncio de um aspecto importantíssimo para a nossa felicidade pessoal: “Para
que qualquer de nós alcance a alegria de auxiliar os amados, faz-se necessário
a interferência de muitos a quem tenhamos ajudado, por nossa vez”.
André Luiz não é atendido, pois como muito bem esclarece o Ministro, vinha
buscar o serviço com vistas à manutenção de seu status de médico e pesquisador
que tivera na Terra, e não com o real sentimento de ajuda e fraternidade, não
lhe seria conferido o que desejava, mas lhe foi oferecido o cargo de aprendiz,
pois na sua ficha havia o mérito de sua mãe, que por ele intercedia e das
orações de quinze dos seis mil necessitados, que havia atendido, gratuitamente,
como médico encarnado. A seguir, André Luiz inicia sua fase de aprendiz e nos lega
o relato de suas experiências, na generosa psicografia de Francisco Cândido
Xavier.
Podemos concluir que a nossa qualidade de vida, na Espiritualidade, depende
de dois fatores quais sejam: o que construímos em nossa vida de encarnados e do
esforço que fizermos de progresso no plano espiritual, mantendo uma vida plena
de trabalho e aprendizado, lembrando que a Doutrina Espírita nos ensina que,
embora a reencarnação seja necessária ao nosso progresso, podemos e devemos, na
qualidade de Espíritos errantes envidar esforços para a nossa melhoria moral e
intelectual.
FONTE: DIRIGENTE ESPÍRITA,
n.º 107.
“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA
MENSAL
ANO XXXIII N° 387
DEZEMBRO 2008
Publicada
pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Correspondência:
Cx. Postal:
45.307 - Ag. Vl. Mariana/São Paulo (SP)
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