domingo, 24 de abril de 2016

EVANGELHO ESSENCIAL 8 #7- BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO

EVANGELHO ESSENCIAL 8

Eulaide Lins
Luiz Scalzitti


7- BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO

Bem-aventurados os pobres de espírito, pois que deles é o reino dos céus. (S.MATEUS, cap. V, v. 3.)

O que se deve entender por pobres de espírito Por pobres de espírito Jesus não entende os carentes de inteligência, mas os humildes, tanto que diz ser para estes o reino dos céus e não para os orgulhosos.
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Os homens cultos e inteligentes, segundo o mundo, formam geralmente tão alto conceito de si próprios e da sua superioridade, que consideram as coisas divinas como indignas de sua atenção.
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Se não admitem o mundo invisível e um poder extra-humano, não é que isso lhes esteja fora do alcance; mas porque o orgulho lhes revolta à ideia de alguma coisa a qual não podem sobrepor-se e que os faria descer do seu pedestal.
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Deus que é justo, não pode receber da mesma forma aquele que desconheceu o seu poder e outro que humildemente se submeteu às Suas leis, nem os contemplar igualmente.
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Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus dizer que a ninguém é concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito; que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em si mesmo do que em Deus.
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Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura, e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus, ao passo que o orgulho é a revolta contra ele.
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Mais vale ao homem para felicidade do seu futuro, seja ele pobre em espírito conforme o entendimento do mundo e rico em qualidades morais.

Aquele que se eleva será rebaixado Jesus entrou em dia de sábado na casa de um dos principais fariseus para aí fazer a sua refeição. Os que lá estavam o observaram. - Então, notando que os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola, dizendo: “Quando fores convidados para bodas, não tomes o primeiro lugar, para que não aconteça que, havendo entre os convidados uma pessoa mais considerada do que tu, aquele que te convidou venha a dizer-te: dá o teu lugar a este, e te vejas constrangidos a ocupar, envergonhado, o último lugar. - Quando fores convidado, coloca-te no último lugar, a fim de que, quando aquele que te convidou chegar, diga: meu amigo, venha mais para cima. Isso então será para ti um motivo de glória, diante de todos os que estiverem contigo à mesa; - porque todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se abaixa será elevado." (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 1 e 7 a 11.)

A humildade é apresentada por Jesus como condição essencial da felicidade prometida aos eleitos do Senhor nas seguintes palavras:

"Bem-aventurados os pobres de espírito, por que o reino dos céus lhes pertence."
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Ele toma uma criança como tipo da simplicidade de coração e diz: "Será o maior no reino dos céus aquele que se humilhar e se fizer pequeno como uma criança, isto é, que nenhuma pretensão alimentar à superioridade ou à infalibilidade.
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O Espiritismo vem confirmar, pelo exemplo, os ensinamentos, mostrando-nos na posição de grandes no mundo dos Espíritos os que foram pequenos na Terra; e bem pequenos, muitas vezes, os que na Terra eram os maiores e os mais poderosos. É que os primeiros, ao morrerem, levaram consigo aquilo que faz a verdadeira grandeza no céu e que não se perde nunca: as virtudes, ao passo que os outros tiveram de deixar aqui o que lhes constituía a grandeza terrena e que não se leva para a outra vida: a riqueza, os títulos, a glória, a nobreza do nascimento.
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O Espiritismo nos mostra outra aplicação do mesmo princípio nas encarnações sucessivas, mediante as quais os que, numa existência, ocuparam as mais elevadas posições, descem, em existência seguinte, às mais ínfimas condições, desde que os tenham dominado o orgulho e a ambição.
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Não procurem na Terra, os primeiros lugares, nem se coloquem acima dos outros, se não quiserem ser obrigados a descer. Busquem, ao contrário, o lugar mais humilde e mais modesto, porque Deus saberá dar-lhes um mais elevado no céu, se o mereceres.
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Mistérios ocultos aos doutos e aos prudentes Disse, então, Jesus estas palavras: "Graças te rendo, meu Pai, Senhor do Céu e da Terra, por haveres ocultado estas coisas aos doutos e aos prudentes e pôr as teres revelado aos simples e aos pequenos." (S. MATEUS, cap. XI, v. 25.)

O poder de Deus se manifesta nas mais pequeninas coisas, como nas maiores. Ele não põe a luz debaixo do alqueire, mas a derrama em ondas por toda a parte, de tal sorte que só os cegos não a veem. A esses não quer Deus abrir à força os olhos, dado que lhes convém tê-los fechados.
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Não se admirem os incrédulos se nem Deus, nem os Espíritos, que são os executores da sua vontade, não se submetam às suas exigências.

Perguntem a si mesmos o que diriam, se o último de seus empregados lhes quisesse fazer imposições. Deus impõe condições e não se submete às deles. Escuta, bondoso, os que o procuram humildemente e não os que se julgam mais do que Ele.
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INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

O orgulho e a humildade

Lacordaire – Constantina, 1863

A humildade é uma virtude muito esquecida entre vocês. Os grandes exemplos que lhes foram dados são tão pouco seguidos.
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O orgulho é o terrível adversário da humildade. Se o Cristo prometeu o reino dos céus aos mais pobres, é porque os grandes da Terra imaginam que os títulos e as riquezas são recompensas aos seus méritos e se consideram de essência mais pura do que a do pobre.
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Na balança divina, são iguais todos os homens; somente as virtudes os distinguem aos olhos de Deus. Todos os Espíritos são da mesma essência e formados de igual massa todos os corpos. Em nada a modificam os seus títulos e os seus nomes. Estes ficam no túmulo e não são eles que dão a felicidade prometida aos eleitos. A caridade e a humildade é que são os seus títulos de nobreza.
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Todos vocês que dos homens sofrem injustiças, sejam indulgentes para as faltas dos seus irmãos, lembrando que também não se acham isentos de culpas; isso é caridade e também é humildade. Se sofreres pelas calúnias, abaixe a cabeça sob essa prova.
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Quando Moisés subiu ao monte Sinai para receber os mandamentos de Deus, o povo de Israel, entregue a si mesmo, abandonou o Deus verdadeiro. Homens e mulheres deram o ouro e as joias que possuíam, para que se construísse um ídolo para o adorar. Vocês, homens civilizados, os imitam.
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Cada um de vocês, carregando as suas paixões, fabricou um Deus de acordo com a sua vontade: segundo uns, terrível e sanguinário; para outros, indiferente aos interesses do mundo. O Deus que fabricaste é ainda o bezerro de ouro que cada um adapta aos seus gostos e às suas ideias.
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Sejam generosos e caridosos, sem ostentação, isto é, façam o bem com humildade. Que cada um proceda aos poucos à demolição dos altares que todos ergueram ao orgulho.
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Adolfo, Bispo de Argel – Marmamde, 1862

O orgulho, eis a fonte de todos os seus males. Dediquem-se em destruí-lo, se não quiserem perpetuar as funestas consequências. Um único meio se oferece para isso, embora infalível: tomem por regra invariável de suas condutas a lei do Cristo, lei que tens repelido ou falseado em sua interpretação.
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Quando o orgulho atinge ao extremo, tem-se um indício de queda próxima, porque Deus nunca deixa de castigar os orgulhosos. Se ás vezes consente que eles subam, é para lhes dar tempo de refletir e de corrigirem-se, sob os golpes que de tempos a tempos, lhes desfere no orgulho para os advertir. Mas, em lugar de se humilharem, eles se revoltam. Então, cheia a medida, Deus os abate completamente e tanto mais terrível é a queda, quanto mais alto tiverem se elevado.
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Na eternidade, o maior é aquele que haja sido o mais humilde entre os pequenos deste mundo; que aquele que mais amou os seus irmãos será também o mais amado no céu; que os poderosos da Terra, se abusaram da sua autoridade, ver-se-ão reduzidos a obedecer aos seus empregados.

Missão do homem inteligente na Terra

Ferdinando, Espírito Protetor – Bordéus, 1862

Se Deus, nos seus desígnios, lhes fez nascer num meio onde pudessem desenvolver a sua inteligência, foi por querer que a usassem em benefício de todos; é uma missão que lhes dá, pondo em suas mãos o instrumento com que podem desenvolver as inteligências retardatárias e conduzi-las a Ele.
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A inteligência é rica de méritos para o futuro, mas, sob a condição de ser bem empregada. Se todos os homens que a possuem dela se servissem de conformidade com a vontade de Deus, fácil seria, para os Espíritos, a tarefa de fazer que a Humanidade progredisse. Infelizmente, muitos a transformam em instrumento de orgulho e de perdição contra si mesmos.

COMENTÁRIO

BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO

Jesus quando se dirige aos seus em Mateus 20;28; diz: “Sabeis que os príncipes das nações dominam os seus vassalos, e que os maiores exercitam sobre eles o seu poder. Não será assim entre vós; mas aquele que quiser ser o maior, esse seja o vosso servidor; e o que entre vós quiser ser o primeiro, seja o vosso escravo; assim como o Filho do Homem, que não vem para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em redenção de muitos.” Com essa colocação de Jesus fica mais clara a afirmação pois declara que maior é aquele que sabe e pode servir. Sim, viemos ao mundo para servir, servir a nós mesmos em essência, não é outra a razão da reencarnação, que não a de possibilitar-nos a remissão de nossas atitudes menos convenientes e ofensivas ao nosso próximo. A pobreza a que se refere Jesus é a do orgulho, sermos pobres de orgulho e de todas as suas vertentes, como ódio, inveja, ciúme, maledicência, etc.


Devemos ser ricos na simplicidade, no amor ao próximo, na caridade, nas virtudes, enfim que possam fazer-nos sentir o júbilo de sermos coparticipes da criação fazendo o mundo cada vez melhor. Muitos de nós entendemos ser os todo-poderosos quando ocupamos um cargo público, ou nos diplomamos e possuímos uma profissão mais rentável e que nos dê privilégios na sociedade. Isso não é crime, mas, o abuso que se faz desses cargos, isso sim é condenável, mesmo pelas leis da sociedade, que sempre são torcidas a benefício daquele que tenha maior poderio material. Essa soberba é que Jesus condenou, pois havia de ser o maior aquele que melhor servia. O homem infelizmente se torna orgulhoso de seus títulos e rótulos conseguidos, muitas vezes, sem saber o custo com que foi patrocinado pelos pais. Mas tarde será a hora da sua compreensão no mundo dos Espíritos quando se arrependerá amargamente vendo ali seus empregados em situação muito mais cômoda, mesmo assim continuando a servi-los. E muitos dirão ainda sem compreender: O que foi que fiz a Deus? Nós lhes diremos: O que foi que não fizeram a Deus! Precisamos analisar os fatos da nossa vida atual e repensarmos a nossa maneira dura ou de total indiferença ao tratar o ser humano, seja qual for a sua situação, pois além de exercitarmos as convenções da sociedade não nos cabe mais direito de julgar, devemos o respeito de um ser humano nas mesmas condições que a nossa perante o Pai. Não seja o orgulho do mundo que nos faça perder esta oportunidade encarnatória, embora tenhamos o mérito das conquistas aqui na Terra, são elas sempre propiciadas pela Divindade, seja através de Espíritos amigos, seja através de irmãos nossos que no dia a dia nos sugerem e incentivam, seja nossa mãe que na sua simplicidade muitas vezes lavou roupa até a madrugada. O mérito é nosso, mas a responsabilidade e consequências pelo aproveitamento positivo ou negativo também o é.

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