quarta-feira, 20 de abril de 2016

#12 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO 1: NÃO VIM DESTRUIR A LEI Instruções dos Espíritos A Nova Era - Instruções dos Espíritos- A Nova Era - Erasto, Discípulo de São Paulo - Paris 1863

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – XII

CAPÍTULO I: NÃO VIM DESTRUIR A LEI

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: A NOVA ERA: ITEM II

12 Instruções dos Espíritos- A Nova Era - Erasto, Discípulo de São Paulo - Paris 1863

Erasto, discípulo de Paulo trouxe essa mensagem em Paris, em 1863 sobre Santo Agostinho, que ele afirma ser um dos maiores divulgadores do espiritismo, manifestando-se por toda parte, através de médiuns diversos. Assim ele o faz porque, quando encarnado, aos trinta e dois anos de idade, ele “sentiu na própria alma a estranha vibração que o chamava para si mesmo e lhe fez compreender que a felicidade não estava nos prazeres enervantes e fugidios."

Sua mãe, desde que ele nascera em 13 de novembro de 354 em Tagaste, na província romana da Numídia, na África, cristã convicta, educou-o nos princípios da religião, o que ele desprezar.

Em um dia, deprimido e angustiado procurando por um sentido na vida, ouviu uma voz de criança a cantar seguidamente: "Toma e lê, toma e lê." Havia um livro sobre a mesa. Ele o abre ao acaso e lê: “Não caminheis em glutonarias e embriaguez, não nos prazeres impuros do leito e em leviandades, não em contendas e emulações, mas revesti-vos de Nosso Senhor Jesus Cristo, e não cuideis da carne com demasiados desejos." Parou de ler, "uma espécie de luz inundou-lhe o coração, dissipando todas as trevas da incerteza." Eram palavras de Paulo de Tarso. Decidiu então, penetrar “naquela regra de fé, por onde, há muito, sua mãe caminhava."

Tornou-se vigário, bispo e permaneceu por mais de quarenta anos ligado à igreja de Hipona.

Até o quarto século, o cristianismo era uma doutrina, aparentemente, simples, baseada nos escritos evangélicos, sem fundamentação filosófica, ou seja " não se apresentava como um conjunto de idéias produzidas e sistematizadas pela razão em um todo lógico. Era uma doutrina revelada e não uma filosofia."

Houve “tentativas de mostrá-lo (o cristianismo) como doutrina não oposta às verdades racionais do pensamento filosófico helênico, tão respeitado pela autoridades romanas...

 São Justino (séc. II), Clemente de Alexandria (sec. II e III) e Orígenes (sec. III) caminharam por essa via e revestiram a revelação cristã de elementos da especulação filosófica grega."

Todavia, outros “reagiram contra essa mistura e defenderam a idéia da revelação cristã baseada exclusivamente na fé e nada tendo a ver com a especulação racional." Dentre estes, Tertuliano (sec. II e III) que afirmava crer ainda que isso fosse absurdo.

Santo Agostinho tentou fazer essa aliança entre a fé e a razão, realizando uma síntese à qual denominou "filosofia cristã", sistematizando uma concepção do mundo, do homem e de Deus, que se tornou por muito tempo a doutrina fundamental da igreja católica.

Erasto nos apresenta Santo Agostinho como" um dos mais firmes pilares do Evangelho", desde sua conversão na Terra, em agosto do ano 386. Cita, numa demonstração de fé e de previsão do espiritismo, suas palavras, após o desencarne de sua mãe: “Estou certo de que minha mãe virá visitar-me e dar-me os seus conselhos, revelando-me o que nos espera na vida futura."

Afirma Erasto que, “vendo chegada a hora de divulgação da verdade, que ele já havia pressentido, faz-se o seu ardente propagador, e se multiplica, por assim dizer, para atender a todos os que o chamam."

Procurou Erasto mostrar-nos a continuidade da vida do Espírito, desenvolvendo-se sempre, num aprendizado constante na busca da verdade maior e continuando na tarefa de divulgar a verdade que apreende, auxiliando seus irmãos na retaguarda, cooperando na obra do Pai.

Kardec, em uma nota, faz a seguinte pergunta: "- Santo Agostinho vem, por acaso, modificar aquilo que ensinou?"

O homem na Terra recebe os conhecimentos e os assimila segundo seu grau evolutivo.

Assim, os que mais avançam em desenvolvimento espiritual e trabalham para o desenvolvimento dos seus irmãos na difusão da verdade possível, são também limitados pela inferioridade da humanidade e analisam muitas coisas segundo a percepção que conseguem alcançar neste plano. Estes, ao desencarnar, evidentemente vêem com muito mais clareza e facilidade a verdade e modificam algumas ou muitas de suas idéias.

Desse modo, no plano espiritual, Santo Agostinho ao compreender o cristianismo com toda a sua pureza, pode, perfeitamente, pensar de maneira diferente sobre determinados pontos da verdade que abraçara. Justamente por isso, sabendo que o espiritismo não contraria em nada a doutrina do Cristo, sendo, ao contrário, o complemento que faltava a ele, quando encarnado, torna-se um seu divulgador, continuando a ser um cristão mais esclarecido que antes, continuando sua tarefa de servir a Jesus, na obra de Deus, procurando conduzir os cristãos “a uma interpretação mais sã e mais lógica dos textos."

Da mesma forma, Espíritos que ensinaram e exemplificaram o mal, que colaboraram para erros e enganos, quando esclarecidos, se arrependem, preparam-se e retornam à Terra, mais tarde, para desfazer o que fizeram; sofrem as conseqüências nas ações dos que lhe seguiram as idéias contrárias às leis de Deus, lutam e trabalham para os convencer dos enganos, levando-os a modificarem suas idéias e atitudes.

Bendito é Deus que criou leis sábias através das quais, seus filhos progridem sempre, em qualquer lugar, em qualquer tempo, em direção da perfeição e da felicidade!

Nota: Os dados sobre a vida de Santo Agostinho foram tirados do livro Santo Agostinho, da coleção, Os Pensadores, da Nova Cultural, de São Paulo, em 1987.


Leda de Almeida Rezende Ebner
Maio / 2002

Centro Espírita Batuira
Ribeirão Preto (SP)

O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.


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