O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO –
XII
CAPÍTULO I: NÃO VIM DESTRUIR A LEI
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: A NOVA ERA:
ITEM II
12 Instruções dos Espíritos- A Nova
Era - Erasto, Discípulo de São Paulo - Paris 1863
Erasto, discípulo de Paulo trouxe essa mensagem em Paris, em 1863 sobre
Santo Agostinho, que ele afirma ser um dos maiores divulgadores do espiritismo,
manifestando-se por toda parte, através de médiuns diversos. Assim ele o faz
porque, quando encarnado, aos trinta e dois anos de idade, ele “sentiu na
própria alma a estranha vibração que o chamava para si mesmo e lhe fez
compreender que a felicidade não estava nos prazeres enervantes e
fugidios."
Sua mãe, desde que ele nascera em 13 de novembro de 354 em Tagaste, na
província romana da Numídia, na África, cristã convicta, educou-o nos
princípios da religião, o que ele desprezar.
Em um dia, deprimido e angustiado procurando por um sentido na vida,
ouviu uma voz de criança a cantar seguidamente: "Toma e lê, toma e
lê." Havia um livro sobre a mesa. Ele o abre ao acaso e lê: “Não caminheis
em glutonarias e embriaguez, não nos prazeres impuros do leito e em
leviandades, não em contendas e emulações, mas revesti-vos de Nosso Senhor
Jesus Cristo, e não cuideis da carne com demasiados desejos." Parou de
ler, "uma espécie de luz inundou-lhe o coração, dissipando todas as trevas
da incerteza." Eram palavras de Paulo de Tarso. Decidiu então, penetrar “naquela
regra de fé, por onde, há muito, sua mãe caminhava."
Tornou-se vigário, bispo e permaneceu por mais de quarenta anos ligado à
igreja de Hipona.
Até o quarto século, o cristianismo era uma doutrina, aparentemente,
simples, baseada nos escritos evangélicos, sem fundamentação filosófica, ou
seja " não se apresentava como um conjunto de idéias produzidas e sistematizadas
pela razão em um todo lógico. Era uma doutrina revelada e não uma
filosofia."
Houve “tentativas de mostrá-lo (o cristianismo) como doutrina não oposta
às verdades racionais do pensamento filosófico helênico, tão respeitado pela
autoridades romanas...
São Justino (séc.
II), Clemente de Alexandria (sec. II e III) e Orígenes (sec. III) caminharam por essa via e revestiram a
revelação cristã de elementos da especulação filosófica grega."
Todavia, outros “reagiram contra essa mistura e defenderam a idéia da
revelação cristã baseada exclusivamente na fé e nada tendo a ver com a
especulação racional." Dentre estes, Tertuliano (sec. II e III) que
afirmava crer ainda que isso fosse absurdo.
Santo Agostinho tentou fazer essa aliança entre a fé e a razão,
realizando uma síntese à qual denominou "filosofia cristã",
sistematizando uma concepção do mundo, do homem e de Deus, que se tornou por
muito tempo a doutrina fundamental da igreja católica.
Erasto nos apresenta Santo Agostinho como" um dos mais firmes
pilares do Evangelho", desde sua conversão na Terra, em agosto do ano 386.
Cita, numa demonstração de fé e de previsão do espiritismo, suas palavras, após
o desencarne de sua mãe: “Estou certo
de que minha mãe virá visitar-me e dar-me os seus conselhos, revelando-me o que
nos espera na vida futura."
Afirma Erasto que, “vendo chegada a hora de divulgação da verdade, que
ele já havia pressentido, faz-se o seu ardente propagador, e se multiplica, por
assim dizer, para atender a todos os que o chamam."
Procurou Erasto mostrar-nos a continuidade da vida do Espírito,
desenvolvendo-se sempre, num aprendizado constante na busca da verdade maior e
continuando na tarefa de divulgar a verdade que apreende, auxiliando seus
irmãos na retaguarda, cooperando na obra do Pai.
Kardec, em uma nota, faz a seguinte pergunta: "- Santo Agostinho
vem, por acaso, modificar aquilo que ensinou?"
O homem na Terra recebe os conhecimentos e os assimila segundo seu grau
evolutivo.
Assim, os que mais avançam em desenvolvimento espiritual e trabalham
para o desenvolvimento dos seus irmãos na difusão da verdade possível, são
também limitados pela inferioridade da humanidade e analisam muitas coisas
segundo a percepção que conseguem alcançar neste plano. Estes, ao desencarnar,
evidentemente vêem com muito mais clareza e facilidade a verdade e modificam
algumas ou muitas de suas idéias.
Desse modo, no plano espiritual, Santo Agostinho ao compreender o
cristianismo com toda a sua pureza, pode, perfeitamente, pensar de maneira
diferente sobre determinados pontos da verdade que abraçara. Justamente por
isso, sabendo que o espiritismo não contraria em nada a doutrina do Cristo,
sendo, ao contrário, o complemento que faltava a ele, quando encarnado,
torna-se um seu divulgador, continuando a ser um cristão mais esclarecido que
antes, continuando sua tarefa de servir a Jesus, na obra de Deus, procurando
conduzir os cristãos “a uma interpretação mais sã e mais lógica dos
textos."
Da mesma forma, Espíritos que ensinaram e exemplificaram o mal, que
colaboraram para erros e enganos, quando esclarecidos, se arrependem,
preparam-se e retornam à Terra, mais tarde, para desfazer o que fizeram; sofrem
as conseqüências nas ações dos que lhe seguiram as idéias contrárias às leis de
Deus, lutam e trabalham para os convencer dos enganos, levando-os a modificarem
suas idéias e atitudes.
Bendito é Deus que criou leis sábias através das quais, seus filhos
progridem sempre, em qualquer lugar, em qualquer tempo, em direção da perfeição
e da felicidade!
Nota: Os dados sobre a vida de Santo Agostinho foram tirados do livro
Santo Agostinho, da coleção, Os Pensadores, da Nova Cultural, de São Paulo, em
1987.
Leda de Almeida
Rezende Ebner
Maio /
2002
Centro
Espírita Batuira
Ribeirão Preto (SP)
O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA
esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de
Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da
família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros
em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.
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