Livro: Palavras de Vida Eterna
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
- ESTUDO 47
DINHEIRO E ATITUDE
"Porque a paixão do dinheiro é a raiz de toda
a espécie de males e, nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram
a si mesmos com muitas dores”. - Paulo. (I Timóteo, 6:10).
A compreensão parcial de
determinados trechos evangélicos tem levado a muitos equívocos. Uma dessas
situações relaciona-se à posse, à riqueza como obstáculo à conquista dos
valores eternos. Por exemplo, quando Jesus respondendo ao moço rico lhe disse
que seria preciso vender tudo o que tinha para segui-Lo, e concluiu que "é
mais fácil um camelo passar no fundo da agulha do que um rico entrar no reino
de Deus", muitos interpretam que o Mestre menospreza a prosperidade e
condena aquele que possui a riqueza. Jesus, com tal ensinamento, "jamais
quis menosprezar a prosperidade, que é um bem da vida" 3, e nem condenar o
rico; pretendeu com isso advertir-nos quanto ao apego excessivo dos bens
materiais, do supérfluo porque desavisados, invigilantes, habituamo-nos ao
abuso.
Em o Evangelho Segundo o
Espiritismo2 Allan Kardec esclarece que
"se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à salvação dos que
a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de Jesus,
interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a concede,
teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem apelação alguma,
idéia esta que repugna a razão". Na seqüência reflete que a riqueza,
naturalmente, é um poderoso "excitante do orgulho, da vaidade, da vida
sensual" isto é, gera tentações e exerce grande fascínio levando o
incauto, em função da concupiscência que lhe é própria, a situações infelizes.
O dinheiro em si é neutro, é a
aplicação que se lhe dá que o transforma em veículo do Bem ou do Mal, de
elevação ou de queda, alterando-lhe a finalidade. Provendo educação, trabalho,
remédio, alimento, etc., enobrece quem o possui e quando usado com egoísmo,
apenas em benefício próprio, na posse sem aplicação no bem comum, encarcera o
homem levando-o à infelicidade.
O apóstolo Paulo reconhecendo que o dinheiro em poder de criaturas que ainda estagiam no egoísmo, na avareza, na usura, na insensibilidade é porta aberta à queda orienta Timóteo.
Emmanuel, no texto em estudo,
atualizando o ensinamento apostólico, considera que, embora o dinheiro seja
bênção da vida, seu uso indevido deforma o coração daquele que o segrega no
vício; faz-se verdugo implacável do avarento; transforma a inteligência
perversa em arma destruidora; vinga-se daquele que o extorque e o recolhe,
instalando enfermidade e cegueira, mas é instrumento libertador quando aplicado
no campo do progresso e da bondade.
Conclui que1: "não é a moeda que
envilece o homem, mas sim o homem que a envilece pelo desvario das paixões que
o dominam".
"A riqueza é um bem para ser
administrado em benefício geral e não para uns privilegiados. Aquele que retém
a riqueza em seus cofres, sem dar-lhe utilidade é avarento, e o que a manipula
apenas em seu benefício é exclusivista, egoísta, ambicioso; na verdade esse já
recebeu a recompensa que queria4".
Bibliografia:
1. Xavier, Francisco Cândido.
"Palavras de Vida Eterna: Dinheiro e Atitude". Ditado pelo
Espírito Emmanuel. CEC. 17a ed. Uberaba, MG. 1992.
2. Kardec, Allan. "O
Evangelho Segundo o Espiritismo: Capítulo XVI - Salvação dos
Ricos".IDE. 59a ed. Araras, SP. 1986.
3. Peralva, Martins. "Estudando
o Evangelho: Riqueza". FEB. 15a ed. Rio de Janeiro, RJ. 1987.
4. Palhano Jr., L. "A
Carta de Tiago: Os Ricos; Riquezas". Editora FRÁTER. Niterói, RJ.
1992.
Iracema Linhares Giorgini
Junho / 2005
Junho / 2005
I TIMÓTEO 6
10 Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa
cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas
dores.
Centro
Espírita Batuira
cebatuira@cebatuira.org.br
Ribeirão Preto (SP)
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