quinta-feira, 7 de abril de 2016

EVANGELHO ESSENCIAL 6d # 5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

EVANGELHO ESSENCIAL 6d
Eulaide Lins
Luiz Scalzitti

5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Bem e mal sofrer

Espírito Lacordaire, Havre, 1863.

Quando o Cristo disse: "Bem-aventurados os aflitos, por que o reino dos céus lhes pertence", não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer estejam na extrema miséria.

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Poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao reino de Deus.

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O desânimo é uma falta. Deus lhes recusa consolações, desde que lhes falte coragem.

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A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus.

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Jesus já muitas vezes disse que não se coloca fardos pesados em ombros fracos. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa o será à resignação e à coragem. Mais farta será a recompensa quanto mais difícil for a aflição. Cumpre merecê-la, e é para isso que a vida se apresenta cheia de tribulações.

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Bem-aventurados os aflitos pode traduzir-se assim: Bem-aventurados os que têm ocasião de provar sua fé, sua firmeza, sua perseverança e sua submissão à vontade de Deus, porque terão centuplicada a alegria que lhes falta na Terra, porque depois do trabalho virá o repouso.

O mal e o remédio

Espírito Santo Agostinho-Paris, 1863

A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se apagam os poucos dias sombrios do presente. Não nos perguntem qual o remédio para curar tal úlcera ou ferida, para tal tentação ou prova. Lembre-se de que aquele que crê é forte pelo remédio da fé e que aquele que duvida um instante da sua eficácia é imediatamente punido, porque logo sente as dores da aflição.

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O Senhor pôs o Seu selo em todos os que nele creem. O Cristo lhes disse que com a fé se transportam montanhas e eu lhes digo que aquele que sofre e tem a fé por amparo ficará sob a Sua proteção e não mais sofrerá.

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Os momentos das mais fortes dores lhe serão as primeiras notas alegres da eternidade. Sua alma se desprenderá de tal maneira do corpo, que, enquanto este se torcer em convulsões, ela planará nas regiões celestes, cantando, com os anjos, hinos de reconhecimento e de glória ao Senhor.

A felicidade não é deste mundo

Espíritos François,Nicolas, Madelaine, Cardeal Morlot - Paris, 1863 Nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porque incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram.

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Neste mundo, por mais que faça, cada um tem a sua parte de trabalho e de miséria, sua cota de sofrimentos e de decepções, donde facilmente se chega à conclusão de que a Terra é lugar de provas e de expiações.

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Assim os que pregam que a Terra é a única morada do homem e que somente nela e numa só existência é que lhe cumpre alcançar o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam os que os escutam, visto que demonstrado está que só excepcionalmente este planeta apresenta as condições necessárias à completa felicidade do indivíduo.

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A felicidade é uma utopia cuja conquista as gerações se lançam sucessivamente, sem jamais conseguirem alcançá-la. Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem totalmente feliz jamais foi encontrado.

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Em que consiste a felicidade na Terra é coisa tão efêmera para aquele que não tem a guiá-lo a ponderação, que, por um ano, um mês, uma semana de satisfação completa, todo o resto da existência é uma série de amarguras e decepções.

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Se à morada terrena são peculiares às provas e a expiação, forçoso é se admita que, além, há moradas mais favorecidas, onde o Espírito, conquanto aprisionado ainda numa carne material, possui em toda a plenitude as alegrias inerentes à vida humana.

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Não concluam das minhas palavras que a Terra esteja destinada para sempre a ser uma penitenciária. Dos progressos já realizados, pode-se facilmente deduzir os progressos futuros e, dos melhoramentos sociais conseguidos, novos e mais fecundos melhoramentos. Essa é a tarefa imensa cuja execução cabe à nova doutrina que os Espíritos lhe revelaram.

Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras

Espírito Sanson, ex-membro da Soc. Espírita de Paris, 1863

Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se investigasses melhor todas as dores que te atingem, nelas encontrarias sempre a razão divina, razão regeneradora, e os seus pobres interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os colocariam para o último plano.

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A morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que entristecem as famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Frequentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.

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Em vez de queixarem, alegrem-se quando Deus quiser retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejar que ele aí continuasse para sofrer consigo? essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Os que são espíritas sabem que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, saibam que seus filhos bem-amados estão muito perto de si; seus corpos fluídicos lhes envolvem, seus pensamentos lhes protegem, a lembrança que deles guardam os enche de alegria, mas também as suas dores sem razão justa os afligem, porque demonstram falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus. Vocês, que compreendem a vida espiritual, escutem as pulsações de seu coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirem a Deus que os abençoe, em si sentirão fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentirão as aspirações grandiosas que lhes mostrarão o futuro que o soberano Senhor prometeu.

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