O Evangelho Segundo o
Espiritismo
CAPÍTULO XVII:
SEDE PERFEITOS - ITENS 7: O DEVER
O Espírito Lázaro assim inicia sua
mensagem “O dever é a obrigação moral, primeiro para consigo mesmo, e depois,
para com os outros. O dever é a lei da vida: encontramo-lo nos mínimos
detalhes, como nos atos mais elevados. Quero falar aqui somente do dever moral,
e não do que se refere às profissões.”
Segundo Léon Denis, “o dever é o
conjunto das prescrições da lei moral, a regra pela qual o homem dever
conduzir-se nas relações com os seus semelhantes e com o Universo inteiro.” (1)
Não é o mesmo para todos, varia
segundo a condição espiritual de cada um. Quanto mais inteligente e mais
conhecimentos tem o homem, aumentam em profundidade, seus deveres para consigo
próprio, para com os outros e para com Deus, pois “o dever nasce dela (da
razão), como o filho nasce da mãe.”
Existe, para o homem, Espírito
encarnado, ainda em processo de desenvolvimento, uma grande dificuldade de
cumprir seus deveres em relação aos sentimentos, devido a sua imperfeição, que
o impele aos interesses materiais, às suas paixões, ao seu egoísmo, ao orgulho.
Nesse campo, sua luta é interna,
entregue ao seu livre-arbítrio, sob o aguilhão da consciência, que o adverte e
sustenta, mas à qual, ele, geralmente, se faz surdo. Suas vitórias e suas
derrotas não são percebidas por seus companheiros de jornada terrena, não
havendo por parte deles, aplauso ou repressão.
Mas, é através dessa luta que o
Espírito faz a sua transformação moral, cujos resultados práticos e constantes
demoram, muitas vezes a aparecerem nas suas atitudes e comportamentos.
Sofre influências externas, terrenas e
espirituais, mas, a luta entre o dever moral e as tentações que traz dentro de
si, pela sua própria imperfeição, é uma batalha solitária, só sua.
Daí a necessidade de conhecer-se o
mais e o melhor possível, para vencer-se a si mesmo, no cumprimento de todos os
seus deveres.
E Lázaro escreve que “O dever começa
precisamente no ponto em que ameaçais a felicidade ou a tranquilidade do vosso
próximo, e termina no limite que não desejaríeis ver transposto em relação a
vós mesmos”.
Não é necessário muita inteligência,
nem muito conhecimento para entender, nessas palavras, que o dever moral, nas
relações humanas, está precisamente em evitar o mal e fazer o bem, ou seja, não
causar mal ou prejuízo a ninguém, a fazer aos outros, o que desejaria que lhe
fizessem. E isso cabe também às comunidades, às nações, nos seus
relacionamentos.
Por isso, Lázaro relembra que todos,
homens comuns ou importantes, ignorantes ou instruídos, todos sofrem pelos
mesmos motivos, ou seja, pelos males causados a outros, nos efeitos das más
ações, no acionamento da lei de causa e efeito.
Quando o dever moral imperar nas
relações humanas, as dores-evolução, as dores-educativas, as reparadoras,
desaparecerão, por tornarem - se desnecessárias.
“O dever é o resumo prático” dos
estudos, reflexões, análises e conclusões sobre as atitudes e comportamentos
morais do homem, porque o fortalece e o estimula a ver nas circunstâncias ou
situações, se é o momento de ceder ou lutar, mas sempre resistindo às tentações
que lhe são próprias.
“O homem que cumpre o seu dever ama a
Deus mais que as criaturas, e as criaturas mais que a ele mesmo; é, a um só
tempo, juiz e escravo na sua própria causa.”
No cumprimento de um dever, o homem,
quase sempre, pratica a renúncia, o
desprendimento aos seus desejos, a disciplina, e outras virtudes, que o levam a
perseverar na intenção de ser um homem de bem, e, se espírita, um bom espírita.
Assim, deve o homem esforçar-se para
amar o dever, em qualquer forma em que se apresente, porque ele transmite a
força necessária à tarefa de fazer seu desenvolvimento espiritual, razão da
vivência em um mundo de expiações e de provas, para Espíritos imperfeitos e
rebeldes.
“O dever se engrandece e esplende, sob
uma forma sempre mais elevada, em cada uma das etapas superiores da humanidade.
A obrigação moral da criatura para com Deus jamais cessa, porque ela deve
refletir as virtudes do Eterno, que não aceita um esboço imperfeito, mas deseja
que a grandeza da sua obra resplandeça aos seus olhos.”
Leda de Almeida Rezende Ebner
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