ESE – Cap XVII –
Sede perfeitos mocidade 01 ... - cvdee
mocidade
01. Sede perfeitos I – Caracteres da perfeição - O homem de
bem - Os bons espíritas -
02) Referência bibliográfica
ESE – Cap XVII;
L.E – Cap.XII, Livro terceiro;
Obras Póstumas, 1a parte (egoísmo e orgulho);
A Gênese (introdução, 56);
Artigo Sede Perfeitos, Sérgio Biagi Gregório (Cismael);
Artigo de Nery Porchia (terra espiritual);
Material da Unesco sobre os rumos da educação no séc XXI;
Material de divulgação do curso para evangelizadores da FEESP –
Exposição de Sandra Mara matéria publicada na RIE - Revista
Internacional de Espiritismo, edição de novembro de 2004
03) Desenvolvimento:
* Jesus disse: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito".
Como analisar o imperativo da perfeição, contido nesta frase? Devemos estar
sempre nos aperfeiçoando? Não seria melhor fazer corpo mole, deixando o encargo
para outra encarnação?
* Perfeição – de perfectio designa o estado de um ser cujas virtualidades se encontram plenamente
atualizadas ou realizadas. Em teologia, plena realização, sob o ponto de vista moral, consumação no bem que
compete a cada um possuir e atuar. Assim: "Todo o homem é chamado à
perfeição ou santidade".
* Deus, quando nos criou, criou-nos simples e ignorantes, ou seja,
potencialmente perfeitos. Os Espíritos superiores, no início de nossa caminhada
espiritual, guiaram os nossos passos como um pai segura as mãos de seu filho.
Com o passar do tempo, eles nos deixaram entregues ao nosso livre-arbítrio, com
a responsabilidade pelas ações realizadas. Assim sendo, em cada encarnação nós
vamos atualizando a potência de perfeição que existe em cada um de nós.
04) O IMPERATIVO DA
PERFEIÇÃO
"Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam e
orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais
senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os publicanos não o
fazem o também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos, que fazeis nisso mais
que os outros? Os Pagãos não o fazem também? Sede pois, vós outros, perfeitos,
como vosso pai celestial é perfeito". (Mateus, 5, 44, 46 a 48)
5.1. SEDE PERFEITOS COMO
VOSSO PAI CELESTIAL É PERFEITO
A frase "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito"
mostra uma ordem, uma ordenação dada por Jesus a todos os habitantes do Planeta
Terra, independente da seita ou da religião que professe. Pergunta-se: não
sabia Jesus que somos fracos e imperfeitos? Como pode Ele dar essa ordem
peremptória? Lógico que Ele sabia e sabe ainda, mas o problema é que fomos
criados à imagem e semelhança de Deus. Diante desta verdade, devemos prestar
contas ao Pai dentro do melhor nível de evolução que pudermos alcançar. O
modelo para chegarmos ao Pai é Jesus, porque, dentre os encarnados, ele foi o
Espírito mais evoluído que desceu neste Planeta. A sua missão foi a de nos
mostrar o caminho da salvação. Qual o exemplo que nos deu? Sofreu perseguições,
sarcasmos, blasfêmias e morreu na cruz. Tudo isso para nos ensinar que o reino
de Deus está dentro de nós e que só o alcançaremos se seguirmos as suas
pegadas.
5.2. A CARIDADE COMO AMOR
AO PRÓXIMO
A perfeição de que Jesus nos ordena está centrada na caridade que
fizermos ao nosso próximo. Esta caridade deve ser exaltada para que culmine até
no amor ao inimigo. Quando ele nos conta a Parábola do Bom Samaritano, por exemplo, faz-nos uma apologia do amor ao próximo, isento de
preconceitos, de segundas intenções. Evoca, também, a idéia de que a humanidade
é mais importante do que as crenças particulares.
5.3. A PARTICIPAÇÃO NA
SOCIEDADE
Ninguém é uma ilha. Cada um de nós tem responsabilidade para com
próximo em termos dos pensamentos emitidos, tanto verbais como mentais. Nesse
mister, a aura do Planeta Terra nada mais é do que a soma de todas as vibrações
que emanam de seus habitantes. Assim, um único pensamento de melhoria, lançado
ao globo, pode ser fator desencadeante de perfeição do planeta e do universo.
Contudo, para que possamos emitir bons fluidos, é necessário que saibamos ouvir
com clareza a palavra de Deus; para isso, devemos estar constantemente purificando
o nosso vaso interior, pois o conhecimento, que é sempre lançado puro, precisa
de condições propícias para o seu crescimento.
6. ANOTAÇÕES DE OBRAS
ESPÍRITAS
1) O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec , capítulo XVII
"Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas,
esta máxima: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito",
tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de se atingir a perfeição
absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto o Criador, ele
tornar-se-lhe-ia igual, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se
dirigia não teriam compreendido essa nuança; ele se limitou a lhes apresentar
um modelo e lhes disse para se esforçarem por alcançá-lo."
2) O Mestre na Educação de Pedro Camargo (Vinícius), páginas 37/47.
O Espírito do homem foi criado à imagem e semelhança de Deus: almeja
sempre o melhor. O Espírito não se acomoda com o menos: quer, invariavelmente,
mais.
Não se trata de uma modificação parcial ou relativa, porém contínua e
progressiva demandando a perfeição suprema.
"Os verdadeiros sacerdotes do Cristianismo de Jesus, não são,
portanto, os que se dedicam às cerimônias e aos ritualismos do culto exterior,
mas sim educadores cônscios do seu papel, que procuram pela palavra e pelo exemplo,
despertar os poderes internos, as forças espirituais latentes dos seus
educandos".
3) O Sermão da Montanha de Rodolfo Calligaris, página 101.
"Em seu desvario, cada qual cuida apenas de salvar as aparências,
de evitar escândalo, procurando ocultar ou disfarçar habilmente seus erros e
defeitos, para ser tido por pessoa de bem, para que a sociedade forme dele um bom
conceito, e, satisfeito com isso, assim atravessa toda a existência, mascarado,
aparentando o que não é".
4) Contos Desta e de Outra Vida de Irmão X, capítulo 40 (Grupo Perfeito).
Dona Clara, dama inteligente e distinta, faz diversas inquirições ao
Espírito Júlio Marques, incorporado na médium Maria Paula, a respeito de se
criar um grupo perfeito. Depois de muito diálogo, disse:
"— Posso contar com o senhor?
— Ah! Filha, não me vejo habilitado...
— Ora essa! Por quê?
— Sou um Espírito demasiadamente imperfeito... Ainda estou muito
ligado à Terra.
— Mas, recebemos tantos ensinamentos de sua boca!
— Esses ensinamentos não me pertencem, chegam dos mentores que se
compadecem de minha insuficiência...
brotam em minha frase como a flor que desponta de um vaso rachado. Não
confunda a semente, que é divina, com a terra que, às vezes, não passa de
lama.. .
— Então, o irmão Júlio ainda tem lutas por vencer?
— Não queira saber, minha filha... Tenho a esposa, que prossegue viúva
em dolorosa velhice, possuo um filho no manicômio, um genro obsedado, dois
netos em casa de correção... Minha nora, ontem, fez duas tentativas de suicídio,
tamanhas as privações e provocações em que se encontra. Preciso atender aos que
o Senhor me concedeu... Minhas dívidas do passado confundem-se com as deles.
Por isso, há momentos em que me sinto fatigado, triste... Vejo-me diariamente
necessitado de orar e trabalhar para restabelecer o próprio ânimo... Como verifica,
embora desencarnado, sofro abatimentos e desencantos que nem sempre fazem de
mim o companheiro desejável."
Continuando a sua conversa, pergunta se o irmão Júlio não sabe de
algum grupo sem defeito. Ele responde que algum grupo como esse solicitado só
pode ser o grupo de Nosso Senhor Jesus - Cristo".
O que podemos entender? Jesus procura nos ensinar que não é para
termos a pretensão de ser como o Pai, mas que obedecendo as Leis Divinas,
podemos nos tornar homens de bem. E como é o homem de bem?
Dentro desse raciocínio vamos encontrar no Evangelho Segundo
Espiritismo, capítulo XVII, “Sede perfeitos ”a, explicação por Kardec do
Evangelho de Mateus, Cap.V, v. 44, 46, 47, 48 ,e “Amai os vossos inimigos;
fazei o bem àqueles que vos odeiam, e rezai por aqueles que vos perseguem e
caluniam. Pois se só amais os que vos amam, que recompensa tereis com
isso?...........Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”.
O homem de bem
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de
amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga sua consciência sobre
seus próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não praticou o mal, se
fez todo o bem que podia, se desperdiçou voluntariamente uma ocasião de ser
útil, se ninguém tem do que se queixar dele, pergunta, enfim, se fez aos outros
tudo o que desejava que os outros fizessem por ele.
Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça, e em sua sabedoria;
sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se à sua vontade em todas
as coisas.
Tem fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos bens
temporais.
Ele sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as
decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem se lamentar.
O homem de bem, inspirado pelo sentimento de caridade e de amor ao
próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de retorno; retribui o mal com o
bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sempre sacrifica o seu interesse
pela justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que
presta, nas alegrias que proporciona, nas lágrimas que faz estancar, nas
consolações que proporciona aos aflitos. Seu primeiro ímpeto é pensar nos
outros, antes de pensar em si, é buscar o interesse dos outros antes do seu
próprio. O egoísta, ao contrário, calcula as vantagens e as perdas de toda ação
generosa.
O homem de bem é humano, é bom e benevolente para todo mundo, sem
distinção de raças nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.
Respeita todas as convicções sinceras nos outros, e não amaldiçoa
aqueles que não pensam como ele.
Em todas as circunstâncias a caridade é o seu guia; reconhece que
aquele que prejudica o seu semelhante com palavras maldosas, que fere a
suscetibilidade de pessoas com o seu orgulho ou o seu desdém, que não desiste diante
da idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, mesmo leve, quando poderia
evitá-la, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus,
ele perdoa e esquece as ofensas, e só se lembra dos benefícios, porquanto sabe
que será perdoado, assim como ele mesmo houver perdoado.
É indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que também
necessita de indulgência, e se recorda destas palavras do Cristo: "Que
aquele que está sem pecado lhe atire a primeira pedra".
Não sente prazer em procurar os defeitos dos outros, nem em colocá-los
em evidência. Se a necessidade a isso o obriga, procura sempre o bem que pode
atenuar o mal.
Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha incessantemente para
combatê-las. Todos os seus esforços são empregados para que amanhã possa dizer
que existe nele algo melhor do que na véspera.
Não procura fazer valer nem seu espírito, nem seus talentos a custa de
outros; ao contrário, aproveita todas as oportunidades para fazer sobressair as
qualidades dos outros.
Não se envaidece da sua fortuna, nem das suas vantagens pessoais,
porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que se
trata de um depósito do qual terá que prestar contas; sabe também que o emprego
que lhes pode dar, mais prejudicial para si mesmo, é o de utilizá-los para a
satisfação das suas paixões.
Se a ordem social colocou pessoas sob a sua dependência, ele as trata
com bondade e benevolência, porquanto, perante Deus, são iguais a ele. Usa a
sua autoridade para lhes levantar o moral, e não para esmagá-los com o seu orgulho,
e evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa ainda.
A pessoa subordinada, por sua vez, compreende os deveres da sua
posição, e tem escrúpulos em não cumpri-los conscienciosamente. (Ver cap. XVII,
item 9.)
O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos
que as leis da Natureza lhes concede, como desejaria que os seus fossem
respeitados.
O que acabamos de expor não é a enumeração completa de todas as
qualidades que distinguem o homem de bem, mas todo aquele que se esforça para
possuir as que aqui foram citadas, está no caminho que conduz a todas as outras.
os bons espíritas
No livro A Gênese, Introdução, 56 Com
o auxílio das novas luzes trazidas pelo espiritismo e pelos espíritos, o homem
compreende a solidariedade que une todos os seres; a caridade e a fraternidade
tornam-se uma necessidade social; ele faz por convicção o que não fazia senão
por dever, e o faz melhor.”
O item 3 do capítulo mencionado do Evangelho Kardequiano, vamos
encontrar que, por princípio que pratica a lei de justiça, de amor e de
caridade em sua maior pureza. Vive interrogando sua consciência para sentir intimamente
se seus atos não violaram esses preceitos, se não praticou o mal mas sim o bem
que podia e estava ao seu alcance.
Dentro da sua prática de caridade não tem raiva, nem rancor, nem
desejo de vingança: segue o exemplo de Jesus perdoando e esquecendo as ofensas,
pois sabe que será perdoado na medida que souber perdoar.
Não se envaidece por nada que o tornaria superior: por fortuna, por
dotes pessoais, por seu talento, não abusa dos bens materiais que lhe são
concedidos.
Não procura conquistar postos e honrarias de qualquer espécie, principalmente
no seio da sua comunidade, aceitando com humildade e respeitando os direitos
dos seus semelhantes, como gostaria que fossem respeitados os seus..
Se, por qualquer razão, assume um posto de comando em qualquer tipo de
Instituição, deverá saber exercer o poder com moderação, sem ferir outrem,
tratando das coisas com lisura e competência, sem apego ao poder que lhe foi
concedido em caráter transitório. Saber renunciar às vaidades do cargo que
ocupa e deixá-lo com dignidade quando vencer o tempo pré-estabelecido.
O item 4 , que tem como título bons
espíritas Kardec inicia com as seguintes palavras: "O Espiritismo
bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, forçosamente conduz aos resultados
acima mencionados (o homem de bem), que caracterizam o verdadeiro espírita como
o verdadeiro cristão, um e outro tornando-se o mesmo.”
E mais: “Aquele a quem é possível, e com razão,
qualificar de verdadeiro e sincero espírita, está num grau superior de
adiantamento moral. Seu espírito, que domina a matéria de maneira mais
completa, dá a ele uma percepção mais clara do futuro Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua formação moral, e pelos
esforços que faz para dominar suas más inclinações.”
“O que me diz ao coração esses ensinamentos de Kardec? Me dizem que
para me considerar bom espírita preciso, em primeiro lugar, conhecer os
ensinamentos do Mestre Jesus, e, na medida que puder me esforçar, segui-los sem
constrangimentos e sem arrependimentos.
Que eu devo me desapegar de bens materiais, pensando em ter o que me é
concedido dentro do meu merecimento;
não sentir orgulho ou vaidade de ser visto como melhor do que qualquer
outro. Não me prender a poderes fátuos, não pensar em me considerar único capaz
de dirigir os destinos da minha instituição.
Saber que tudo na vida material é transitório, recebemos como se fosse
um empréstimo em início de viajem e que temos de prestar contas ao chegar no
nosso destino – o que Jesus nos acena, as bem-aventuranças no plano espiritual.
Será que é difícil assim pensar e assim agir? Não tenho dúvida que
sim. Mas tenho que saber definir a minha passagem terrena, se quero aproveitar
a Providência Divina que me concede a oportunidade de evolução espiritual, ou
ficar marcando passo sem ter como perspectiva a vida futura.”
Instrumentos/ferramentas de desenvolvimento: Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a conviver e Aprender
a ser
a) Aprender a conhecer
É estar em processo de observar\sentir\surpreender-se com os conteúdos
que se nos apresenta na vida. Exige uma atitude ativa e a libertação interior
de pré-conceitos, essa postura coloca o indivíduo na condição de situar-se no mundo.
Conhecereis a verdade e ela vos libertará (Jô, 8:32) ensinou-nos Jesus. O ideal
de liberdade nos afasta das paixões más, visão preconceituosa, interesses
egoísticos, orgulho e soberba e nos faculta a possibilidade da busca do
conhecimento verdadeiro. Os mecanismos da evolução nos possibilitam, através
das experiências reencarnatórias, a libertação das amarras da ignorância.
Como a abertura para o novo, o processo contínuo de pesquisar,
observar, sentir, esforço intelectual, atitude permanente de busca), que
identifica-se perfeitamente com a proposta de Jesus Conhecereis a verdade e ela vos libertará – (João 8:32). É a libertação da ignorância, em quaisquer áreas do
conhecimento humano;
O Espírito é um ser curioso que busca sempre conhecer mais, ensinando,
estudando, pesquisando e aprendendo com os outros. Segundo Kardec , as atitudes
do estudioso são sinceridade, perseverança com continuidade e regularidade no
estudo, abertura ao novo, vontade de chegar a um resultado e recolhimento.
Estas são características para que qualquer estudo seja possível e absorvido da
maneira correta.
Conhecer engloba: o conhecer a si mesmo, o conhecer intelectual e o
conhecer moral/ético.
Estudo do Espiritismo: a necessidade do conhecimento (característica
inata ao homem) para o desenvolvimento do senso crítico, o fortalecimento da
vontade pelo autoconhecimento, para aliar consciência e ação e, por fim, para a
iluminação intelecto-moral, pois, citando o espírito Lins de Vasconcelos a iluminação é filha do esclarecimento intelectual.
b) Aprender a fazer
Envolve a testagem de novas hipóteses que indicam mudanças, entretanto
isto exige que o indivíduo supere preconceitos e "mesmices". Jesus
exortou: Batei e abri-se-vos-á, bus ai e achareis. Isto engloba o todo do
pensar, agir e do sentir. É no agir que o ser avalia, reflete, mensura, ajusta,
redimensiona, ou transforma seu pensamento e suas ações.
É a coragem de executar, de correr riscos, de errar na busca de
acertar, perfeitamente identificada com a proposta do Evangelho: faze isso e viverá (Lucas 10:28);
É sair da
acomodação que normalmente caracteriza o comportamento humano;
O Espírito é um ser de ação e o agir está impregnado do sentir, do
querer e do conhecer. Dessa forma, quando encarnadas, as pessoas agem pelos
interesses, metas, motivações, pelos conhecimentos adquiridos, pelas ideologias
e valores adotados e, por fim pelos hábitos naturais ou relativos à sua
educação. O ser humano tem a capacidade da transformação através da ação.
Toda ação de fazer exige uma compreensão da situação e seus elementos
para se fazer escolhas adequadas e responsáveis. O \'fazer\' é um compromisso
com a prática, tendo Jesus como modelo de Mestre. Assim, existem algumas
exigências do \'fazer\' que são: formação permanente, busca incessante da
melhoria, exigência da organização do que se quer desenvolver, envolvimento com
os sujeitos do processo (incluindo família e demais agente sociais) e trabalho.
c) Aprender a conviver
É situar-se com os outros compartilhando experiências e desenvolvendo
responsabilidades sociais. Essas experiências geram responsabilidades que nos
levam a busca de integração c m a natureza, o compromisso com a humanidade e a
necessidade de superação dos egoísmos coletivos e individuais, isso só é
possível pelo compartilhamento, pela comunhão, pelo diálogo, pela convivência.
Ensinou- nos Jesus: Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam
(Mt.7:12) como a maneira de conviver com respeito, tolerância e cooperação fraternal.
É o respeito pelas diferenças, é o intercâmbio de idéias, é a
convivência pacífica, também identificada com o convite de Jesus: Fazei aos outros o que gostaríeis que eles vos fizessem (Mt 7:12);
É o “vencer-se” a si mesmo, vencer essa animosidade crônica dos relacionamentos,
e interromper a tendência egoística de desmerecer o esforço alheio. O que
naturalmente requer o esforço do auto-aprimoramento.
Conviver respeitando as diferenças e em harmonia é o principal desafio
dos indivíduos e das coletividades, pois o orgulho e o egoísmo ainda estão
muito presentes nos seres humanos, o que dificulta o convívio pacífico entre
eles.
A sociedade humana deve se tornar uma sociedade educativa para que
todos possam aprender uns com os outros, respeitando as diferenças.
O conviver se faz presente em diversas situações: no âmbito da família,
no âmbito da vizinhança, no âmbito escolar/universitário, no âmbito
social/grupo compreendendo a necessidade de percebemos e entendermos que os outros
são como nós mesmos espíritos imperfeitos em processo evolutivo buscando, cada
qual no seu ritmo, na sua história, na sua necessidade o ser perfeito (lembrar
da questão da critica por não se pensar igual, do não julgamento, etc.)
Os problemas de relações interpessoais devem ser tratados de forma a
não prejudicar nem a nós e nem ao próximo e sempre buscar aplicar a regra áurea
do amor ao próximo como a si mesmo.
d) Aprender a ser
A destinação do homem é a sua perfectibilidade, o que só pode ser
alcançado pela experiência que lhe faculta simultaneamente o conhecimento da
Natureza, do outro e de si mesmo. Descobrir-se enquanto ser integral (biopsico-
social e espiritual), penetrar na essência de sua humanidade, entrar na posse
de sua herança divina e conscientizar-se de sua condição de ser imortal, são
ações próprias do aprender a ser na perspectiva cristã. Vós sois o sal da
Terra, a luz do mundo (Mt 5:13- 14), Resplandeça vossa luz diante do mundo (Mt
5:16) são assertivas de Jesus que apontam para nossa inesgotável possibilidade
da evolução humana. Todo aquele que mergulha em si mesmo com sinceridade de
propósitos encontrará a marca divina do criador e descobrirá capaz de crescer
em todas as direções de modo equilibrado, integrado consigo mesmo e com a
natureza. Sede perfeito é o convite de Jesus para que assumamos a herança
divina em nós crescendo em espírito e verdade.
É o “entrar” na posse da herança divina, própria, que todos trazemos,
conscientizando-nos de nossa condição de espíritos imortais, é ainda a auto-
superação, o crescimento espiritual. Tal proposta identifica-se com a afirmação
de Jesus: Sede Perfeitos( Mt. 5:48).
A perfectibilidade é da essência espiritual, tanto que Jesus disse Sede perfeitos Dessa forma a
lei da reencarnação é um instrumento do processo evolutivo, o autoconhecimento
é de extrema importância para que essa caminhada seja mais fácil e a
evangelização de nós mesmos é essencial para a espiritualização do ser.
A conscientização quanto à importância do amadurecimento espiritual comprometido;
a dedicação até o ponto do sacrifício; a persistência até o fim e mais além; a
busca da coerência entre o conhecer e o viver concretizada na frase
Exemplo: Paulo de Tarso: Não
sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim criação
de elos de amorosidade entre os irmãos, filhos do mesmo Pai.
à parte do texto RIE : um convite ao equilíbrio nos atuais dias de
contradições, violências sociais, medo, injustiças, no sentido de encaminhar as
criaturas humanas no encontro consigo mesma para a desc berta do verdadeiro TESOURO
que traz em si, como um diamante sob o cascalho, necessitado de burilamento
pelas ferramentas educativas do CONHECER,
do FAZER, do CONVIVER e do SER.
A mensagem de Jesus é mensagem atualíssima de vida em harmonia íntima
e com o outro, o que só poderá ser alcançado por todos a partir da adesão à
proposta educacional do Cristo, que se alicerça:
No respeito à pessoa vista como filho de Deus, independente de
qualquer condição, sempre vista com “sal” ou “Luz”, como projeto divino de
evolução;
No respeito às leis divinas ou naturais que nos vão fornecendo o
conteúdo da vida e nos ensinando a nos conduzirmos de modo harmonioso no
universo físico ou moral;
Na certeza da possibilidade de vida abundante para todos, alicerçada
no ideal da fraternidade humana, base da justiça social; numa prática educativa
baseada no diálogo, nos referenciais do indivíduo e nas suas possibilidades de auto-
superação e de conquistas verdadeiras, sob a bandeira do Evangelho.
Tais reflexões chamaram-nos a atenção à preciosidade de um diálogo
estabelecido entre um dos assinantes da Revue Spirite e um espírito que se
colocou entre sua esposa, médium escrevente, e os espíritos amigos e parentes que
desejassem comunicar-se através dela. E Kardec, na Revista Espírita, de
dezembro de 1860 (edição Edicel, tradução de Júlio Abreu Filho), publicou os
diálogos da reunião mediúnica com o título A educação
de um Espírito.
O precioso texto, além dos diálogos, traz as razões da obsessão
estabelecida e os sempre oportunos comentários do Codificador que, inclusive,
cita ao final da matéria que o caso ainda estava em andamento e, portanto, sem solução,
à época.
Transcrevemos parcialmente alguns trechos dos diálogos que Kardec
enumerou de 1 a 27:
“(...) 1 – Para que sejas mau assim é preciso que sofras? –
Sim, sofro. É isto que me faz ser mau.
2 – Jamais sentes remorso do mal que fazes ou procuras
fazer? – Não; jamais tenho e gozo o mal que faço, porque não posso ver os
outros felizes sem sofrer.
3 – Não admites, então, que se possa ser feliz com a
felicidade alheia, em vez de encontrar felicidade em sua desgraça? Jamais
fizeste tais reflexões? – Jamais as fiz, e acho que tens razão; mas não posso
me... não posso fazer o bem; eu sou... (...)
12 – Então! Já que acreditas em Deus, deves ter confiança em
sua perfeição e em sua bondade. Deves compreender que Ele não fez suas
criaturas para as votar à desgraça; que se são infelizes é por sua própria culpa,
e não pela Dele; mas que elas sempre têm meios de melhorar e, conseqüentemente,
chegar à felicidade; que Deus não fez suas criaturas inteligentes sem objetivo
e que esse objetivo é fazer que todas concorram para a harmonia universal: a
caridade, o amor ao próximo; que a criatura que se afasta de tal objetivo
perturba a harmonia e ela própria é a primeira vítima a sofrer os efeitos dessa
perturbação que causa. Olha em torno de ti e acima de ti: não vês Espíritos
felizes? Não tens o desejo de ser como eles, já que dizes que sofres? Deus não
os criou mais perfeitos do que tu; como tu, talvez tenham sofrido, mas se
arrependeram e Deus lhes perdoou; tu pode fazer como eles. – Começo a ver e a
compreender que Deus é justo; eu ainda não tinha visto. És tu que me vens abrir
os olhos. (...)
19 – (...) Desejo que meus sofrimentos acabem; eis tudo.
(...)
20 – Compreendes que de ti depende que eles acabem? –
Compreendo.(...)
(Equipe Espiritismo Net Jovem - coordenação
estudo de OESE)
http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/6_1015.pdf
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