quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

ESE – Cap XVII – Sede perfeitos mocidade 01 ... - cvdee



ESE – Cap XVII – Sede perfeitos mocidade 01 ... - cvdee



mocidade

01. Sede perfeitos I – Caracteres da perfeição - O homem de bem - Os bons espíritas -
02) Referência bibliográfica
ESE – Cap XVII;
L.E – Cap.XII, Livro terceiro;
Obras Póstumas, 1a parte (egoísmo e orgulho);
A Gênese (introdução, 56);
Artigo Sede Perfeitos, Sérgio Biagi Gregório (Cismael);
Artigo de Nery Porchia (terra espiritual);
Material da Unesco sobre os rumos da educação no séc XXI;
Material de divulgação do curso para evangelizadores da FEESP –
Exposição de Sandra Mara matéria publicada na RIE - Revista Internacional de Espiritismo, edição de novembro de 2004
03) Desenvolvimento:
* Jesus disse: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito". Como analisar o imperativo da perfeição, contido nesta frase? Devemos estar sempre nos aperfeiçoando? Não seria melhor fazer corpo mole, deixando o encargo para outra encarnação?
* Perfeição – de perfectio designa o estado de um ser cujas virtualidades se encontram plenamente atualizadas ou realizadas. Em teologia, plena realização, sob o ponto de vista moral, consumação no bem que compete a cada um possuir e atuar. Assim: "Todo o homem é chamado à perfeição ou santidade".
* Deus, quando nos criou, criou-nos simples e ignorantes, ou seja, potencialmente perfeitos. Os Espíritos superiores, no início de nossa caminhada espiritual, guiaram os nossos passos como um pai segura as mãos de seu filho. Com o passar do tempo, eles nos deixaram entregues ao nosso livre-arbítrio, com a responsabilidade pelas ações realizadas. Assim sendo, em cada encarnação nós vamos atualizando a potência de perfeição que existe em cada um de nós.
04) O IMPERATIVO DA PERFEIÇÃO
"Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e que vos caluniam; porque se não amais senão aqueles que vos amam, que recompensa com isso tereis? Os publicanos não o fazem o também? E se vós não saudardes senão vossos irmãos, que fazeis nisso mais que os outros? Os Pagãos não o fazem também? Sede pois, vós outros, perfeitos, como vosso pai celestial é perfeito". (Mateus, 5, 44, 46 a 48)
5.1. SEDE PERFEITOS COMO VOSSO PAI CELESTIAL É PERFEITO
A frase "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito" mostra uma ordem, uma ordenação dada por Jesus a todos os habitantes do Planeta Terra, independente da seita ou da religião que professe. Pergunta-se: não sabia Jesus que somos fracos e imperfeitos? Como pode Ele dar essa ordem peremptória? Lógico que Ele sabia e sabe ainda, mas o problema é que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Diante desta verdade, devemos prestar contas ao Pai dentro do melhor nível de evolução que pudermos alcançar. O modelo para chegarmos ao Pai é Jesus, porque, dentre os encarnados, ele foi o Espírito mais evoluído que desceu neste Planeta. A sua missão foi a de nos mostrar o caminho da salvação. Qual o exemplo que nos deu? Sofreu perseguições, sarcasmos, blasfêmias e morreu na cruz. Tudo isso para nos ensinar que o reino de Deus está dentro de nós e que só o alcançaremos se seguirmos as suas pegadas.
5.2. A CARIDADE COMO AMOR AO PRÓXIMO
A perfeição de que Jesus nos ordena está centrada na caridade que fizermos ao nosso próximo. Esta caridade deve ser exaltada para que culmine até no amor ao inimigo. Quando ele nos conta a Parábola do Bom Samaritano, por exemplo, faz-nos uma apologia do amor ao próximo, isento de preconceitos, de segundas intenções. Evoca, também, a idéia de que a humanidade é mais importante do que as crenças particulares.
5.3. A PARTICIPAÇÃO NA SOCIEDADE
Ninguém é uma ilha. Cada um de nós tem responsabilidade para com próximo em termos dos pensamentos emitidos, tanto verbais como mentais. Nesse mister, a aura do Planeta Terra nada mais é do que a soma de todas as vibrações que emanam de seus habitantes. Assim, um único pensamento de melhoria, lançado ao globo, pode ser fator desencadeante de perfeição do planeta e do universo. Contudo, para que possamos emitir bons fluidos, é necessário que saibamos ouvir com clareza a palavra de Deus; para isso, devemos estar constantemente purificando o nosso vaso interior, pois o conhecimento, que é sempre lançado puro, precisa de condições propícias para o seu crescimento.
6. ANOTAÇÕES DE OBRAS ESPÍRITAS
1) O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec , capítulo XVII
"Uma vez que Deus possui a perfeição infinita em todas as coisas, esta máxima: "Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito", tomada ao pé da letra, pressuporia a possibilidade de se atingir a perfeição absoluta. Se fosse dado à criatura ser tão perfeita quanto o Criador, ele tornar-se-lhe-ia igual, o que é inadmissível. Mas os homens aos quais Jesus se dirigia não teriam compreendido essa nuança; ele se limitou a lhes apresentar um modelo e lhes disse para se esforçarem por alcançá-lo."
2) O Mestre na Educação de Pedro Camargo (Vinícius), páginas 37/47.
O Espírito do homem foi criado à imagem e semelhança de Deus: almeja sempre o melhor. O Espírito não se acomoda com o menos: quer, invariavelmente, mais.
Não se trata de uma modificação parcial ou relativa, porém contínua e progressiva demandando a perfeição suprema.
"Os verdadeiros sacerdotes do Cristianismo de Jesus, não são, portanto, os que se dedicam às cerimônias e aos ritualismos do culto exterior, mas sim educadores cônscios do seu papel, que procuram pela palavra e pelo exemplo, despertar os poderes internos, as forças espirituais latentes dos seus educandos".
3) O Sermão da Montanha de Rodolfo Calligaris, página 101.
"Em seu desvario, cada qual cuida apenas de salvar as aparências, de evitar escândalo, procurando ocultar ou disfarçar habilmente seus erros e defeitos, para ser tido por pessoa de bem, para que a sociedade forme dele um bom conceito, e, satisfeito com isso, assim atravessa toda a existência, mascarado, aparentando o que não é".
4) Contos Desta e de Outra Vida de Irmão X, capítulo 40 (Grupo Perfeito).
Dona Clara, dama inteligente e distinta, faz diversas inquirições ao Espírito Júlio Marques, incorporado na médium Maria Paula, a respeito de se criar um grupo perfeito. Depois de muito diálogo, disse:
"— Posso contar com o senhor?
— Ah! Filha, não me vejo habilitado...
— Ora essa! Por quê?
— Sou um Espírito demasiadamente imperfeito... Ainda estou muito ligado à Terra.
— Mas, recebemos tantos ensinamentos de sua boca!
— Esses ensinamentos não me pertencem, chegam dos mentores que se compadecem de minha insuficiência...
brotam em minha frase como a flor que desponta de um vaso rachado. Não confunda a semente, que é divina, com a terra que, às vezes, não passa de lama.. .
— Então, o irmão Júlio ainda tem lutas por vencer?
— Não queira saber, minha filha... Tenho a esposa, que prossegue viúva em dolorosa velhice, possuo um filho no manicômio, um genro obsedado, dois netos em casa de correção... Minha nora, ontem, fez duas tentativas de suicídio, tamanhas as privações e provocações em que se encontra. Preciso atender aos que o Senhor me concedeu... Minhas dívidas do passado confundem-se com as deles. Por isso, há momentos em que me sinto fatigado, triste... Vejo-me diariamente necessitado de orar e trabalhar para restabelecer o próprio ânimo... Como verifica, embora desencarnado, sofro abatimentos e desencantos que nem sempre fazem de mim o companheiro desejável."
Continuando a sua conversa, pergunta se o irmão Júlio não sabe de algum grupo sem defeito. Ele responde que algum grupo como esse solicitado só pode ser o grupo de Nosso Senhor Jesus - Cristo".
O que podemos entender? Jesus procura nos ensinar que não é para termos a pretensão de ser como o Pai, mas que obedecendo as Leis Divinas, podemos nos tornar homens de bem. E como é o homem de bem?
Dentro desse raciocínio vamos encontrar no Evangelho Segundo Espiritismo, capítulo XVII, “Sede perfeitos ”a, explicação por Kardec do Evangelho de Mateus, Cap.V, v. 44, 46, 47, 48 ,e “Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam, e rezai por aqueles que vos perseguem e caluniam. Pois se só amais os que vos amam, que recompensa tereis com isso?...........Sede, pois, perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito”.
O homem de bem
O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga sua consciência sobre seus próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desperdiçou voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, pergunta, enfim, se fez aos outros tudo o que desejava que os outros fizessem por ele.
Tem fé em Deus, em sua bondade, em sua justiça, e em sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se à sua vontade em todas as coisas.
Tem fé no futuro; por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.
Ele sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem se lamentar.
O homem de bem, inspirado pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperança de retorno; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sempre sacrifica o seu interesse pela justiça.
Encontra satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas alegrias que proporciona, nas lágrimas que faz estancar, nas consolações que proporciona aos aflitos. Seu primeiro ímpeto é pensar nos outros, antes de pensar em si, é buscar o interesse dos outros antes do seu próprio. O egoísta, ao contrário, calcula as vantagens e as perdas de toda ação generosa.
O homem de bem é humano, é bom e benevolente para todo mundo, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê irmãos em todos os homens.
Respeita todas as convicções sinceras nos outros, e não amaldiçoa aqueles que não pensam como ele.
Em todas as circunstâncias a caridade é o seu guia; reconhece que aquele que prejudica o seu semelhante com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade de pessoas com o seu orgulho ou o seu desdém, que não desiste diante da idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, mesmo leve, quando poderia evitá-la, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.
Não tem ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, ele perdoa e esquece as ofensas, e só se lembra dos benefícios, porquanto sabe que será perdoado, assim como ele mesmo houver perdoado.
É indulgente para com as fraquezas dos outros, porque sabe que também necessita de indulgência, e se recorda destas palavras do Cristo: "Que aquele que está sem pecado lhe atire a primeira pedra".
Não sente prazer em procurar os defeitos dos outros, nem em colocá-los em evidência. Se a necessidade a isso o obriga, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.
Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha incessantemente para combatê-las. Todos os seus esforços são empregados para que amanhã possa dizer que existe nele algo melhor do que na véspera.
Não procura fazer valer nem seu espírito, nem seus talentos a custa de outros; ao contrário, aproveita todas as oportunidades para fazer sobressair as qualidades dos outros.
Não se envaidece da sua fortuna, nem das suas vantagens pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.
Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que se trata de um depósito do qual terá que prestar contas; sabe também que o emprego que lhes pode dar, mais prejudicial para si mesmo, é o de utilizá-los para a satisfação das suas paixões.
Se a ordem social colocou pessoas sob a sua dependência, ele as trata com bondade e benevolência, porquanto, perante Deus, são iguais a ele. Usa a sua autoridade para lhes levantar o moral, e não para esmagá-los com o seu orgulho, e evita tudo o que poderia tornar sua posição subalterna mais penosa ainda.
A pessoa subordinada, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem escrúpulos em não cumpri-los conscienciosamente. (Ver cap. XVII, item 9.)
O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que as leis da Natureza lhes concede, como desejaria que os seus fossem respeitados.
O que acabamos de expor não é a enumeração completa de todas as qualidades que distinguem o homem de bem, mas todo aquele que se esforça para possuir as que aqui foram citadas, está no caminho que conduz a todas as outras.
os bons espíritas
No livro A Gênese, Introdução, 56 Com o auxílio das novas luzes trazidas pelo espiritismo e pelos espíritos, o homem compreende a solidariedade que une todos os seres; a caridade e a fraternidade tornam-se uma necessidade social; ele faz por convicção o que não fazia senão por dever, e o faz melhor.”
O item 3 do capítulo mencionado do Evangelho Kardequiano, vamos encontrar que, por princípio que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Vive interrogando sua consciência para sentir intimamente se seus atos não violaram esses preceitos, se não praticou o mal mas sim o bem que podia e estava ao seu alcance.
Dentro da sua prática de caridade não tem raiva, nem rancor, nem desejo de vingança: segue o exemplo de Jesus perdoando e esquecendo as ofensas, pois sabe que será perdoado na medida que souber perdoar.
Não se envaidece por nada que o tornaria superior: por fortuna, por dotes pessoais, por seu talento, não abusa dos bens materiais que lhe são concedidos.
Não procura conquistar postos e honrarias de qualquer espécie, principalmente no seio da sua comunidade, aceitando com humildade e respeitando os direitos dos seus semelhantes, como gostaria que fossem respeitados os seus..
Se, por qualquer razão, assume um posto de comando em qualquer tipo de Instituição, deverá saber exercer o poder com moderação, sem ferir outrem, tratando das coisas com lisura e competência, sem apego ao poder que lhe foi concedido em caráter transitório. Saber renunciar às vaidades do cargo que ocupa e deixá-lo com dignidade quando vencer o tempo pré-estabelecido.
O item 4 , que tem como título bons espíritas Kardec inicia com as seguintes palavras: "O Espiritismo bem compreendido, mas sobretudo bem sentido, forçosamente conduz aos resultados acima mencionados (o homem de bem), que caracterizam o verdadeiro espírita como o verdadeiro cristão, um e outro tornando-se o mesmo.”
E mais: “Aquele a quem é possível, e com razão, qualificar de verdadeiro e sincero espírita, está num grau superior de adiantamento moral. Seu espírito, que domina a matéria de maneira mais completa, dá a ele uma percepção mais clara do futuro Reconhece-se o verdadeiro espírita por sua formação moral, e pelos esforços que faz para dominar suas más inclinações.”
“O que me diz ao coração esses ensinamentos de Kardec? Me dizem que para me considerar bom espírita preciso, em primeiro lugar, conhecer os ensinamentos do Mestre Jesus, e, na medida que puder me esforçar, segui-los sem constrangimentos e sem arrependimentos.
Que eu devo me desapegar de bens materiais, pensando em ter o que me é concedido dentro do meu merecimento;
não sentir orgulho ou vaidade de ser visto como melhor do que qualquer outro. Não me prender a poderes fátuos, não pensar em me considerar único capaz de dirigir os destinos da minha instituição.
Saber que tudo na vida material é transitório, recebemos como se fosse um empréstimo em início de viajem e que temos de prestar contas ao chegar no nosso destino – o que Jesus nos acena, as bem-aventuranças no plano espiritual.
Será que é difícil assim pensar e assim agir? Não tenho dúvida que sim. Mas tenho que saber definir a minha passagem terrena, se quero aproveitar a Providência Divina que me concede a oportunidade de evolução espiritual, ou ficar marcando passo sem ter como perspectiva a vida futura.”
Instrumentos/ferramentas de desenvolvimento: Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a conviver e Aprender a ser
a) Aprender a conhecer
É estar em processo de observar\sentir\surpreender-se com os conteúdos que se nos apresenta na vida. Exige uma atitude ativa e a libertação interior de pré-conceitos, essa postura coloca o indivíduo na condição de situar-se no mundo. Conhecereis a verdade e ela vos libertará (Jô, 8:32) ensinou-nos Jesus. O ideal de liberdade nos afasta das paixões más, visão preconceituosa, interesses egoísticos, orgulho e soberba e nos faculta a possibilidade da busca do conhecimento verdadeiro. Os mecanismos da evolução nos possibilitam, através das experiências reencarnatórias, a libertação das amarras da ignorância.
Como a abertura para o novo, o processo contínuo de pesquisar, observar, sentir, esforço intelectual, atitude permanente de busca), que identifica-se perfeitamente com a proposta de Jesus Conhecereis a verdade e ela vos libertará – (João 8:32). É a libertação da ignorância, em quaisquer áreas do conhecimento humano;
O Espírito é um ser curioso que busca sempre conhecer mais, ensinando, estudando, pesquisando e aprendendo com os outros. Segundo Kardec , as atitudes do estudioso são sinceridade, perseverança com continuidade e regularidade no estudo, abertura ao novo, vontade de chegar a um resultado e recolhimento. Estas são características para que qualquer estudo seja possível e absorvido da maneira correta.
Conhecer engloba: o conhecer a si mesmo, o conhecer intelectual e o conhecer moral/ético.
Estudo do Espiritismo: a necessidade do conhecimento (característica inata ao homem) para o desenvolvimento do senso crítico, o fortalecimento da vontade pelo autoconhecimento, para aliar consciência e ação e, por fim, para a iluminação intelecto-moral, pois, citando o espírito Lins de Vasconcelos a iluminação é filha do esclarecimento intelectual.
b) Aprender a fazer
Envolve a testagem de novas hipóteses que indicam mudanças, entretanto isto exige que o indivíduo supere preconceitos e "mesmices". Jesus exortou: Batei e abri-se-vos-á, bus ai e achareis. Isto engloba o todo do pensar, agir e do sentir. É no agir que o ser avalia, reflete, mensura, ajusta, redimensiona, ou transforma seu pensamento e suas ações.
É a coragem de executar, de correr riscos, de errar na busca de acertar, perfeitamente identificada com a proposta do Evangelho: faze isso e viverá (Lucas 10:28); É sair da acomodação que normalmente caracteriza o comportamento humano;
O Espírito é um ser de ação e o agir está impregnado do sentir, do querer e do conhecer. Dessa forma, quando encarnadas, as pessoas agem pelos interesses, metas, motivações, pelos conhecimentos adquiridos, pelas ideologias e valores adotados e, por fim pelos hábitos naturais ou relativos à sua educação. O ser humano tem a capacidade da transformação através da ação.
Toda ação de fazer exige uma compreensão da situação e seus elementos para se fazer escolhas adequadas e responsáveis. O \'fazer\' é um compromisso com a prática, tendo Jesus como modelo de Mestre. Assim, existem algumas exigências do \'fazer\' que são: formação permanente, busca incessante da melhoria, exigência da organização do que se quer desenvolver, envolvimento com os sujeitos do processo (incluindo família e demais agente sociais) e trabalho.
c) Aprender a conviver
É situar-se com os outros compartilhando experiências e desenvolvendo responsabilidades sociais. Essas experiências geram responsabilidades que nos levam a busca de integração c m a natureza, o compromisso com a humanidade e a necessidade de superação dos egoísmos coletivos e individuais, isso só é possível pelo compartilhamento, pela comunhão, pelo diálogo, pela convivência. Ensinou- nos Jesus: Fazer aos outros o que desejamos que os outros nos façam (Mt.7:12) como a maneira de conviver com respeito, tolerância e cooperação fraternal.
É o respeito pelas diferenças, é o intercâmbio de idéias, é a convivência pacífica, também identificada com o convite de Jesus: Fazei aos outros o que gostaríeis que eles vos fizessem (Mt 7:12); É o “vencer-se” a si mesmo, vencer essa animosidade crônica dos relacionamentos, e interromper a tendência egoística de desmerecer o esforço alheio. O que naturalmente requer o esforço do auto-aprimoramento.
Conviver respeitando as diferenças e em harmonia é o principal desafio dos indivíduos e das coletividades, pois o orgulho e o egoísmo ainda estão muito presentes nos seres humanos, o que dificulta o convívio pacífico entre eles.
A sociedade humana deve se tornar uma sociedade educativa para que todos possam aprender uns com os outros, respeitando as diferenças.
O conviver se faz presente em diversas situações: no âmbito da família, no âmbito da vizinhança, no âmbito escolar/universitário, no âmbito social/grupo compreendendo a necessidade de percebemos e entendermos que os outros são como nós mesmos espíritos imperfeitos em processo evolutivo buscando, cada qual no seu ritmo, na sua história, na sua necessidade o ser perfeito (lembrar da questão da critica por não se pensar igual, do não julgamento, etc.)
Os problemas de relações interpessoais devem ser tratados de forma a não prejudicar nem a nós e nem ao próximo e sempre buscar aplicar a regra áurea do amor ao próximo como a si mesmo.
d) Aprender a ser
A destinação do homem é a sua perfectibilidade, o que só pode ser alcançado pela experiência que lhe faculta simultaneamente o conhecimento da Natureza, do outro e de si mesmo. Descobrir-se enquanto ser integral (biopsico- social e espiritual), penetrar na essência de sua humanidade, entrar na posse de sua herança divina e conscientizar-se de sua condição de ser imortal, são ações próprias do aprender a ser na perspectiva cristã. Vós sois o sal da Terra, a luz do mundo (Mt 5:13- 14), Resplandeça vossa luz diante do mundo (Mt 5:16) são assertivas de Jesus que apontam para nossa inesgotável possibilidade da evolução humana. Todo aquele que mergulha em si mesmo com sinceridade de propósitos encontrará a marca divina do criador e descobrirá capaz de crescer em todas as direções de modo equilibrado, integrado consigo mesmo e com a natureza. Sede perfeito é o convite de Jesus para que assumamos a herança divina em nós crescendo em espírito e verdade.
É o “entrar” na posse da herança divina, própria, que todos trazemos, conscientizando-nos de nossa condição de espíritos imortais, é ainda a auto- superação, o crescimento espiritual. Tal proposta identifica-se com a afirmação de Jesus: Sede Perfeitos( Mt. 5:48).
A perfectibilidade é da essência espiritual, tanto que Jesus disse Sede perfeitos Dessa forma a lei da reencarnação é um instrumento do processo evolutivo, o autoconhecimento é de extrema importância para que essa caminhada seja mais fácil e a evangelização de nós mesmos é essencial para a espiritualização do ser.
A conscientização quanto à importância do amadurecimento espiritual comprometido; a dedicação até o ponto do sacrifício; a persistência até o fim e mais além; a busca da coerência entre o conhecer e o viver concretizada na frase
Exemplo: Paulo de Tarso: Não sou eu quem vive, é o Cristo que vive em mim criação de elos de amorosidade entre os irmãos, filhos do mesmo Pai.
à parte do texto RIE : um convite ao equilíbrio nos atuais dias de contradições, violências sociais, medo, injustiças, no sentido de encaminhar as criaturas humanas no encontro consigo mesma para a desc berta do verdadeiro TESOURO que traz em si, como um diamante sob o cascalho, necessitado de burilamento pelas ferramentas educativas do CONHECER, do FAZER, do CONVIVER e do SER.
A mensagem de Jesus é mensagem atualíssima de vida em harmonia íntima e com o outro, o que só poderá ser alcançado por todos a partir da adesão à proposta educacional do Cristo, que se alicerça:
No respeito à pessoa vista como filho de Deus, independente de qualquer condição, sempre vista com “sal” ou “Luz”, como projeto divino de evolução;
No respeito às leis divinas ou naturais que nos vão fornecendo o conteúdo da vida e nos ensinando a nos conduzirmos de modo harmonioso no universo físico ou moral;
Na certeza da possibilidade de vida abundante para todos, alicerçada no ideal da fraternidade humana, base da justiça social; numa prática educativa baseada no diálogo, nos referenciais do indivíduo e nas suas possibilidades de auto- superação e de conquistas verdadeiras, sob a bandeira do Evangelho.
Tais reflexões chamaram-nos a atenção à preciosidade de um diálogo estabelecido entre um dos assinantes da Revue Spirite e um espírito que se colocou entre sua esposa, médium escrevente, e os espíritos amigos e parentes que desejassem comunicar-se através dela. E Kardec, na Revista Espírita, de dezembro de 1860 (edição Edicel, tradução de Júlio Abreu Filho), publicou os diálogos da reunião mediúnica com o título A educação de um Espírito.
O precioso texto, além dos diálogos, traz as razões da obsessão estabelecida e os sempre oportunos comentários do Codificador que, inclusive, cita ao final da matéria que o caso ainda estava em andamento e, portanto, sem solução, à época.
Transcrevemos parcialmente alguns trechos dos diálogos que Kardec enumerou de 1 a 27:
“(...) 1 – Para que sejas mau assim é preciso que sofras? – Sim, sofro. É isto que me faz ser mau.
2 – Jamais sentes remorso do mal que fazes ou procuras fazer? – Não; jamais tenho e gozo o mal que faço, porque não posso ver os outros felizes sem sofrer.
3 – Não admites, então, que se possa ser feliz com a felicidade alheia, em vez de encontrar felicidade em sua desgraça? Jamais fizeste tais reflexões? – Jamais as fiz, e acho que tens razão; mas não posso me... não posso fazer o bem; eu sou... (...)
12 – Então! Já que acreditas em Deus, deves ter confiança em sua perfeição e em sua bondade. Deves compreender que Ele não fez suas criaturas para as votar à desgraça; que se são infelizes é por sua própria culpa, e não pela Dele; mas que elas sempre têm meios de melhorar e, conseqüentemente, chegar à felicidade; que Deus não fez suas criaturas inteligentes sem objetivo e que esse objetivo é fazer que todas concorram para a harmonia universal: a caridade, o amor ao próximo; que a criatura que se afasta de tal objetivo perturba a harmonia e ela própria é a primeira vítima a sofrer os efeitos dessa perturbação que causa. Olha em torno de ti e acima de ti: não vês Espíritos felizes? Não tens o desejo de ser como eles, já que dizes que sofres? Deus não os criou mais perfeitos do que tu; como tu, talvez tenham sofrido, mas se arrependeram e Deus lhes perdoou; tu pode fazer como eles. – Começo a ver e a compreender que Deus é justo; eu ainda não tinha visto. És tu que me vens abrir os olhos. (...)
19 – (...) Desejo que meus sofrimentos acabem; eis tudo. (...)
20 – Compreendes que de ti depende que eles acabem? – Compreendo.(...)

(Equipe Espiritismo Net Jovem - coordenação estudo de OESE)

http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/6_1015.pdf


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