sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Fé Operativa


         
É muito difícil definir o que é a Fé. Pode-se dizer que Fé é a crença verdadeira em algo, em alguma coisa. Também pode ser definida, de forma simplista, como aceitação em um conjunto de crenças.
Essas são duas visões do ponto de vista religioso, ou seja, a Fé voltada à crença em um Ser Superior, ou ainda, aceitação de uma Doutrina Religiosa.
Analisando-se do ponto de vista de acreditar-se em Deus e nas Leis Divinas ou Naturais, a Fé pode simplesmente ser definida como "...acreditar verdadeiramente em Deus...".
Volta-se ao ponto inicial: o que é "...acreditar verdadeiramente..."?
Na verdade, o entendimento disso é a compreensão básica da Fé. "Acreditar" é crer, ter como verdadeiro. "Acreditar verdadeiramente" avança um pouco mais na questão: é crer, entender e compreender como verdadeiro, de forma a incorporar isso nas habilidades e aptidões pessoais. Pode-se chamar isso de "Fé Verdadeira" ou "Fé Operativa".
Muitas pessoas acreditam ter Fé, mas na verdade tem apenas "aceitação" em uma "crença religiosa". Aceitar é diferente de acreditar. Aceitar é passivo, não implica em adquirir-se habilidades e aptidões. E isso não é característica da "Fé Verdadeira".
A Fé Verdadeira é, portanto, aquela onde o indivíduo acredita verdadeiramente, ou seja, além de aceitar uma crença, ele entende e compreende, pela análise lógica, os fundamentos e razões dessa crença, e por essa razão, incorpora na sua vida esses fundamentos, tornado-os uma prática diária (práxis), ou seja, transformando-os em habilidades e aptidões pessoais, na vida de relação, na vida societária.
Pode-se inferir, portanto, que só existe Fé Verdadeira onde a crença, o acreditar, o aceitar, é decorrente de uma profunda análise lógica e racional, do entendimento e compreensão das "Leis", no caso a Lei Divina ou Natural, e da prática dessas "Leis" na vida societária, ou seja, refletida no comportamento do indivíduo.
Com referência a Deus e as suas Leis, a Fé é demonstrada única e exclusivamente como "Fé Operativa", ou seja, a Fé Aplicada, a Fé decorrente de se compreender os fundamentos da Lei Divina ou Natural, e com isso buscar-se a efetiva aplicação desses fundamentos no dia-a-dia, na vida de relação com os semelhantes e com a natureza.
Não basta "aceitar" a Lei Divina. Isso não é Fé. Não basta seguir os preceitos ou os rituais religiosos. Isso também não é Fé, é apenas crença. Não basta para a Fé a intenção, pois ela (a Fé) só existe na ação.
Reflitamos sobre isso. A Fé é resultante da operação, da ação, da incorporação da Lei Divina nos procedimentos de vida e no aprendizado. Se adquire Fé exatamente pelo aprendizado, se cresce na fé quando vamos incorporando as Leis Divinas em nossas habilidades e aptidões, em nosso comportamento e modo de ser.
Fé não é uma questão das Religiões, mas sim do indivíduo. Não é uma questão do querer, mas sim o do fazer. Não é uma questão de intenção, mas sim de ação. Não é mesmo uma questão de oração, mas é, principalmente, uma questão de operação.
Sejamos operativos.

Carlos Augusto Parchen
www.carlosparchen.net
c_a_parchen@yahoo.com.br

julho 2004

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